OPINIÃO

“As joias apreendidas de Michelle Bolsonaro”

Por Ney Lopes de Souza

O princípio ético do editor deste blog se resume na expressão: “informação com opinião”.

Procura-se a verdade dos fatos e o que diz a lei.

O exemplo é que, no atual momento de radicalização política no país, são comuns as reclamações (algumas violentas) de bolsonaristas e lulistas. inconformados com certas análises publicadas.

A tarefa do jornalismo independente gera essas incompreensões e mal-entendidos.

Porém, é um ônus necessário à cidadania.

O tema polêmico de hoje são as joias apreendidas de Michelle Bolsonaro.

A mídia estampa em manchetes terem sido apreendidas pela RF joias da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, no valor de R$ 16.5 milhões e que o então presidente Bolsonaro tentou várias vezes reavê-las.

A impressão que dá à primeira vista é que foi uma tentativa recente de contrabando, evitada pela Receita Federal.

Independente de acusar ou defender o ex-presidente é preciso dizer, que não foi isto que aconteceu, “salvo fatos novos conhecidos após essa análise”.

O fato ocorreu há mais de três anos

Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, a presidência da República tornou o caso público.

Vejamos.

Em 26 de outubro de 2020 um funcionário da presidência da República, em missão oficial procedente da Arábia Saudita, teve a sua bagagem revistada pela alfandega, que constatou as joias citadas.

O servidor declarou que era um presente do governo da Arábia Saudita ao presidente brasileiro e esposa.

A RF não aceitou a explicação e reteve os bens.

Iniciou-se um processo administrativo fiscal (2020), tendo como objeto o material apreendido.

A presidência da República não se omitiu e informou à alfândega, alegando que se tratava de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.

Mesmo assim, a Receita não liberou.

Vê-se que não se trata de joias contrabandeadas e agora pilhadas pelo atual governo, mas – como explicado desde o início –, presentes do governo da Arábia Saudita.

A Presidência tentou reaver publicamente o material, em pelo menos quatro ou mais ocasiões.

Próximo ao término do mandato, em 28 de dezembro de 2021, o presidente Bolsonaro enviou novo ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as pedras preciosas fossem destinadas à Presidência da República, em atendimento ao ofício 736/2022, da “Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.

Não houve resposta.

Não é a primeira vez, que dúvidas desse mesmo tipo são levantadas pela imprensa.

Aconteceu nos governos FHC, Lula e Dilma.

Cabe uma “análise jurídica” sucinta e isenta do tema relativo a propriedade de documentos e presentes, recebidos pelos ex-presidentes da República e acompanhantes.

A Resolução nº 3 da Comissão de Ética Pública (CEP) tem por objetivo dar efetividade ao artigo 9º do Código de Conduta da Alta Administração Federal que veda à autoridade pública por ele abrangida, como regra geral, a aceitação de presentes.

O Tribunal de Contas da União já apreciou a matéria e determinou que fossem incorporados ao patrimônio da União todos os documentos e presentes recebidos pelos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a partir da publicação do Decreto 4.344/2002

Ficou claro que o recebimento de presente só é permitido em duas hipóteses:

a) quando o ofertante for autoridade estrangeira, nos casos protocolares, ou em razão do exercício de funções diplomáticas (item 2, inciso II);

b) por motivo de parentesco ou amizade (item 2, inciso I), desde que o respectivo custo seja coberto pelo próprio parente ou amigo, e não por pessoa física ou entidade que tenha interesse em decisão da autoridade.

Nota-se não ser demasia considerar, que o ofertante do presente a Michelle Bolsonaro foi uma autoridade estrangeira e ela estava numa viagem protocolar, aplicando-se o item 2, inciso II transcrito, que permite o recebimento de presentes.

Sabe-se que o acervo de Fernando Henrique está guardado na sede do Instituto FHC.  Em relação ao período presidencial, há cerca de 1.500 objetos, incluindo presentes dados ao tucano por cidadãos e autoridades nacionais e estrangeiras.

Em função da decisão do TCU, Lula e Dilma devolveram presentes recebidos, porém não sua na totalidade.

Entre os presentes oferecidos à Lula, quando presidente, incluem-se   artefatos de joalheria de alto valor, como uma adaga em ouro amarelo e branco – cravejada com pedras preciosas -presenteado pelo ex-presidente líbio Muammar Kadaffi. Também há um punhal também de ouro cravejado com pedras preciosas recebido do rei Mohammed, de Marrocos. Estátua de Camelos em ouro maciço e cristal dos Emirados Árabes, um Jade (réplica da coroa) em ouro do presidente da Coréia do Sul, um conjunto de taças de prata doado pela Rainha Elizabeth da Inglaterra.

A verdade é que o episódio envolvendo o casal Bolsonaro na RF deverá provocar uma regulamentação mais objetiva, do que pode e do que não pode, em relação a presentes ofertados a autoridades, em atos oficiais.

Em fidelidade a verdade e aos fatos, não houve neste caso de Michelle Bolsonaro tentativa de trazer ilegalmente para o país o conjunto de joias no valor de R$ 16.5 mi, presenteado a então primeira dama pela Arábia Saudita.

Como já dito, salvo fato novo, ainda não conhecido, trata-se de um ato administrativo fiscal, que está sendo questionado em processo já instaurado, ou seja, se o “presente” saudita será ou não tributado.

Desde a apreensão das joias pela RF em 2020, existe um contraditório escrito e público, aguardando a decisão final.

Já se passaram mais de três anos, como já dito.  Portanto, não houve má fé, ou ocultação dolosa da apreensão feita pela alfandega.

O presidente Lula sofreu essa acusação no passado, até porque em seus dois mandatos como presidente, de 2003 a 2010, recebeu centenas de presentes.

A presidente Dilma também.

Uma comissão identificou, segundo o “Poder 360”, 176 itens na posse de Lula, dos quais 21 foram levados à Brasília para o acervo público.

O fato que envolve a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, realmente deve ser esclarecido, ninguém se opõe.

Porém, são necessárias provas e indícios concretos, que contrariem a versão oficial do presente ofertado pelos árabes, para caracterizá-lo como crime.

Até o momento, o que existe é um procedimento fiscal instaurado para decidir se os bens serão ou não taxados.

Sem a existência de uma base fática e legal consistentes, criminalizar por antecipação significa negativa ao devido processo legal, o único meio de fixar responsabilidades, se houver.

Assim recomendam o direito e a justiça.

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

OPINIÃO

Rogério Marinho tem chance ?

Por Renato Cunha Lima

O debutante senador potiguar, Rogério Marinho, neto do homem que pintava cavalos azuis, o saudoso ex-senador Djalma Marinho, pode pintar como o novo presidente do Senado Federal para o biênio de 2023/24.

Alguns dizem que é praticamente impossível, que são favas contadas a reeleição do senador mineiro, Rodrigo Pacheco, mas talvez não e o ex-ministro de Bolsonaro tem como inusitado “cabo eleitoral”, o presidente Lula.

Na política ocorre esses paradoxos e hoje Bolsonaro atrapalha e Lula ajuda a postulação de Rogério Marinho e não estou maluco quando digo isso, entendam…

Com o episódio do vandalismo absurdo na praça dos três poderes, o “bolsonarismo”perdeu força no Senado, mesmo com a boa quantidade de aliados eleitos, que notadamente votarão em Rogério, mas não são suficientes, sozinhos, para atingir os 41 votos necessários num colegiado de 81 senadores.

Por sua vez, Lula trabalha todos os dias a favor de Rogério, ontem no Uruguai, por exemplo, atacou o ex-presidente Michel Temer (MDB) com a pecha de “golpista”, atacando por tabela todos os senadores que condenaram a ex-presidente Dilma ao “impeachment”.

— Ora, no próprio ministério de Lula há políticos que votaram a favor do impeachment, como no Senado, na base que tenta constituir a favor do seu governo e são eles todos “golpistas”?

Bom lembrar que Temer e Rogério tem excepcional relação política, inclusive foi o potiguar, quando deputado federal, o relator da reforma trabalhista proposta no seu governo. Será que até esse instante, essa “aloprada” de Lula, não tenha motivado uma conversa entre Rogério e Temer?

— Lula parece que esqueceu o ministro Alexandre de Moraes, seu principal e maior aliado, tanto durante as eleições, como no início turbulento de seu governo, indicado por Michael Temer e fruto do que ele aponta como “golpe”.

Bem, a margem de tudo isso, Rogério tem outros pontos ao seu favor, diferente do que aponta a grande imprensa, não é nada radical, muito pelo contrário e todos no meio político reconhecem sua capacidade de articulação e diálogo.

A votação será secreta, seguindo o regimento interno, com os 81 senadores votando em cédulas de papel, nada de urna eletrônica, lembrando que em 2019 a eleição teve que ser refeita, depois que surgiram no escrutínio 82 votos e não 81. Uma piada pronta, alguém votou duas vezes.

A votação secreta, acreditem, ajuda mais o candidato da oposição, ainda mais, quando veladamente os senadores demonstram incomodados com o ativismo judicial e a interferência no poder legislativo por parte dos ministros do STF, que preferem Rodrigo Pacheco.

O discurso de Rogério para seus pares, vem exatamente neste sentido, devolver o protagonismo do Senado Federal, resgatando a independência e promovendo a harmonização da democracia brasileira.

Agora, mesmo diante de tudo isso, não podemos deixar de lado o super favoritismo do Rodrigo Pacheco na busca de sua reeleição, o governo federal já ligou as turbinas e a todo vapor segue negociando o loteamento de cargos em toda a máquina pública.

Enfim, tudo ficou para fevereiro, como na belíssima canção de Geraldo Azevedo, para sabermos o caminho escolhido pelos senadores.

“Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua no ar
O fogo vai deixar semente”

Sinceramente, uma vitória de Rogério Marinho possibilitaria o contraponto e o contrapeso necessário para a pacificação do país, colocando freios nos abusos e possibilitando pontes de diálogo, caso contrário, seguiremos com um Senado apequenado e vassalo dos outros poderes.

“…A gente ri, a gente chora
Ai, ai, ai, a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais.
Depois, faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras. “

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

Arma de Vingança!

Por Renato Cunha Lima

Quem votou no “13” , com saudades do Lula de 20 anos atrás, o “ Lulinha paz e amor”, quebrou a cara.

O filósofo renascentista francês Michel de Montaigne há séculos profetizou: “Pode-se ter saudades dos tempos bons, mas não se deve fugir ao presente.”

Lula não só envelheceu, como demonstra muita irritação e pressa, não sei se por influência da atual esposa, a Janja, fato que incomoda até os aliados, ou pelo rancor de ter passado 580 dias na cadeia, condenado por corrupção.

O fato é que Lula nitidamente quer se vingar da direita e tem aliado para isso, sobretudo no Supremo Tribunal Federal.

Lula e Alexandre de Moraes são juntos, como unha e carne, a fome e a vontade de comer, ainda mais agora, com os imbecís atos de vandalismo nos palácios dos três poderes, os alimentando, na fome e sede de vingança.

Em 24 dias de governo não há um só ato sensato e elogiável no governo vingativo de Lula, que antes mesmo de assumir, conseguiu do Congresso Nacional uma autorização para estourar as contas públicas e na posse, de cara, foi logo revogando os decretos de Bolsonaro que facilitavam o acesso legal a arma de fogo.

— É um governo com olhar no retrovisor, fazendo caça-as-bruxas nas forças armadas e retrocedendo nos avanços de ajuste fiscal, na Lei das estatais, na independência do Banco Central, no combate ao narcotráfico e no caminho de prosperidade do país.

Para entender o novo padrão Lula, os bajuladores, os artistas, prontamente foram agraciados com a liberação de um bilhão de reais da Lei Rouanet, quando, em contraponto, ele descumpriu a promessa de aumentar o salário mínimo para mil trezentos e vinte reais.

Pasmem, voltaremos a emprestar nosso suado dinheiro, através do BNDES, para países vizinhos, falidos, ditatoriais e caloteiros, só Cuba e Venezuela nos deram, no passado recente, um calote de meio bilhão de dólares e ainda querem criar uma tal moeda comum. Uma loucura!

A sede de vingança é tão grande que chamou atenção o ministro da fazenda, Fernando Haddad, em Davos, no Fórum Econômico Mundial, defendendo o boicote de empresas, onde o empresário tem posicionamento político-ideológico divergente.

Os eleitores petistas ainda não se deram conta, mas foram usados por Lula, num verdadeiro estelionato eleitoral, como uma arma de vingança, como na música do saudoso potiguar Carlos Alexandre:

“Eu fui usado como arma de vinganca,
Para fazer o mal ao seu namorado.
E, agora, ele volta pra você,
Você me deixa de lado.”

O povo, como na música, já foi deixado de lado por Lula, que prometeu apaziguar o país, mas, na guerra, quer mesmo é avançar na sua agenda de vingança.

Segurem-se… Lula voltou, voltou diferente, voltou muito pior que já foi um dia!

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

Carta aos amigos da Direita !

Por Renato Cunha Lima

Quem me conhece sabe que estou nas ruas desde 2014 e não me arrependo das dezenas de vezes que vesti o verde e amarelo, lutando pelo que acredito, contra a corrupção, por um país mais digno para meus filhos, com segurança, boa educação e oportunidades.

A liberdade sempre foi a nossa bandeira, não a violência, a arruaça, a baderna, que sempre notabilizou os atos da esquerda brasileira. Quantas foram as vezes que assistimos os quebra-quebras, as rodovias bloqueadas, o patrimônio público depredado e invadido?

No Rio Grande do Norte, por exemplo, os dois deputados federais do PT tem histórico de invasões e depredações.

A deputada federal Natália Bonavides foi uma das líderes da invasão que depredou e ocupou a Câmara Municipal de Natal em julho de 2013 e recentemente liderou a invasão de terreno da prefeitura do Natal na zona oeste da cidade.

Já o deputado Fernando Mineiro ficou conhecido na cidade quando liderou invasão e depredação na reitoria da UFRN, com o boato, do mesmo defecando na mesa do reitor, Genibaldo Barros, que confirmou o episódio recentemente no programa “Politicando” da rádio 98FM.

Não somos isso, não estou nas ruas esses anos todos cantando o hino nacional, rezando o pai nosso, sempre levando meus filhos e esposa de forma ordeira e pacífica para agora ser igualado a tudo e a todos que sempre abominei.

O bom de tudo isso é o termo “terrorismo”. Há quantos anos chamamos a turma do MST de terroristas? Em 2013 e 2017 a imprensa não os taxaram de terroristas, quando atentaram contra o Congresso Nacional.

Em 2018 o prédio onde reside a ministra Carmen Lúcia em Belo Horizonte foi enlameada de tinta vermelha com à imprensa tratando os terroristas como manifestantes.

Agora, talvez aprendam que é sim terrorismo e que sejam todos punidos na forma da Lei. Não podemos passar pano e defender anistia como fizeram os petistas em 2017. Não podemos vitimizar e relativizar quem esfaqueou a obra de Di Cavalcanti no Congresso Nacional, não somos isso.

Não estou cego diante dos vídeos, que circulam nas redes sociais, mostrando as ações de infiltrados, mas não vou tampar os olhos para a cenas deprimentes de gente usando o plenário do Senado como tobogã. Cadê o nosso civismo e patriotismo?

Por fim, não menos importante e bem mais grave são as causas para esse momento terrível de nossa história, com os corruptos de volta a cena do crime e com o judiciário rasgando a Constituição, trazendo de volta ao cotidiano brasileiro a censura, a perseguição e as prisões políticas.

São poucas as esperanças é verdade. Perdemos por nossos erros, Bolsonaro tem seus erros, não podemos endeusar ninguém, mesmo sabendo que ele estava sozinho nessa empreitada. O sistema venceu jogando fora das quatro linhas, também é verdade, mas vamos fazer o que? Inteligência amigos!!

Precisamos nos reorganizar, precisamos olhar para frente, de cabeça erguida e com inteligência e fervor, unidos, na oposição, resgatando nossos princípios patrióticos, ordeiros e firmes na defesa de nossa liberdade, de nossas famílias e de nossas propriedades.

Eu estou disposto a seguir lutando…

e você?

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

Ano Novo, Feliz ?

Por Renato Cunha Lima

O filósofo Mário Sérgio Cortela certa vez disse: “Retrovisor é menor que parabrisa, porque passado é referência e não direção.”

De fato, o retrovisor é menor que o parabrisa, pois o caminho que você tem a frente é mais importante que o que deixou pra trás. A vida segue e tudo que você tem a decidir é o que fazer com o tempo que lhe é dado.

Contudo, algumas despedidas, destaco, são drásticas e traumáticas, como na história bíblica de Sodoma e Gomorra: Não poderia haver memória; tudo era começo.

Imagine você deixar tudo para trás, sua vida, sua história, sua memória, sua luta, sem direito sequer a um minúsculo retrovisor?

—Não sei vocês, mas essa foi a minha sensação neste réveillon.

Segundo a bíblia, esse foi exatamente o aviso dos anjos para Lot e sua família, que abandonassem Sodoma e Gomorra e deixassem tudo, absolutamente tudo, para trás em rumo a esperança.

Reza a lenda, que a mulher de Lot desobedeceu os alertas dos anjos e castigada se tornou uma pedra de sal, quando olhou para trás. De alguma forma Sodoma e Gomorra não saíram de seu coração.

Agora, em 2023, dizem que a cena se repetirá, como num espelho, no futuro, pelas mesmas razões: depravação (para gozo perdido) e distopia (para desengano de esperanças).

— Vivemos na plenitude da promiscuidade moral e na distopia de aplaudir a desonestidade no poder e de reverenciar instituições que se dizem democráticas quando censuram e perseguem.

A diferença, na profecia atual, está na despedida: Na repetição, as pessoas serão condenadas às memórias, não terão expectativas, planos e esperanças, e, por isso, sairão de costas, sem saber aonde estão indo, e perdendo, pouco a pouco, a visão de onde saíram.

Nesta hipótese, escaparia o Curupira, ícone do folclore brasileiro, que tem os pés para trás ou talvez, uma mulher seja transformada em pedra de açúcar, por tentar olhar para frente, imaginando um fim…


Renato Cunha Lima 
é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

As luzes piscantes de Varsóvia

Por Renato Cunha Lima

Em tempos tirânicos, sempre bacana reviver e aprender com as histórias daqueles que resistiram e venceram a perseguição e a censura.

No começo dos anos 80 – olha que história incrível – os poloneses viviam sob a opressão comunista. Tudo era restrito e monitorado, sobretudo a comunicação e o direito de ir e vir.

Os poloneses tiveram seus passaportes cancelados e durante os primeiros meses da Lei marcial, ninguém podia sequer viajar entre as cidades da Polônia sem a devida autorização do governo.

Cartas sempre eram entregues abertas, amassadas dentro de sacos plásticos e com um carimbo escrito “Censurado”.  Quando alguém discava um número no telefone, uma voz automaticamente avisava, “conversa monitorada”.

Os comunistas assumiram o controle de toda a comunicação, substituíram âncoras e jornalistas dos jornais, rádios, tudo passou a ser monitorado e na TV era comum a transmissão de filmes russos sobre a Segunda Guerra Mundial.

Então começaram a surgir editoriais independentes e clandestinos.  Poloneses passaram a traduzir, imprimir e distribuir várias obras “subversivas” de Alexander Solzhenitsyn, George Orwell, e até mesmo de Murray Rothbard e Ayn Rand.

O melhor veio com o heróico casal Zbigniew e Sofia Romaszewski.  Eles montaram uma estação de rádio clandestina, que constantemente mudava de lugar para não serem pegos pela polícia.

A transmissão era curta, cerca de oito a dez minutos de cada vez, sempre levando uma voz de esperança e notícias que jamais seriam divulgadas na mídia oficial.

Uma certa noite, quando estavam “no ar”, perguntaram se havia alguém ouvindo e pediram para piscarem as luzes de suas residências para mostrar se acreditavam na liberdade.

Zbigniew e Sofia, curiosos e ansiosos, correram para a janela para conferir e durante horas, assistiram toda Varsóvia piscando suas luzes nos apartamentos e casas. Foi a noite mais bela da história de Varsóvia e da Polônia.

Os poloneses descobriram que não estavam sozinhos no sonho e desejo por liberdade. Algum tempo depois o regime comunista caiu e Varsóvia nunca mais teve uma noite nas trevas da tirania.

Quem sabe os brasileiros em breve não façam o mesmo? Toda vez que alguém censurar e cercear liberdades, que as luzes pisquem para nos lembrar que somos muitos dispostos a lutar pela liberdade.

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

“Nem começou”

Por Tota Farache

A expectativa já não era boa, porque o passado já o condenava, mas nem começou e o camarada Lula já mostra para que veio.

Veio para desconstruir tudo que foi feito pelo atual governo, independente dos pontos positivos.

Desrespeitando o equilíbrio fiscal, Lula mostrou um total desequilíbrio.

Voltamos no tempo, aliás, só Lula deve pensar isso, pois suas falas e bravatas são sonhos psicodélicos que remontam os anos 60, que já não encontram eco nem ouvidos numa sociedade globalizada e com visão moderna de administração de qualquer economia.

Nem começou, e Lula já fez a Petrobras perder 20% do seu valor de mercado desde o dia das eleições. Bilhões de reais jogados no lixo, desperdiçando todo um trabalho responsável, sério e austero feito pela companhia petrolífera até então.

Nem começou, e o futuro presidente Lula já escalou para o governo de transição ex-ministros e aliados que já foram presos ou denunciados por corrupção.

Que maravilha, nem começou e já sabemos que Lula está montando um time “de primeira”: uma seleção brasileira no mínimo suspeitíssima, e olha, que o jogo nem começou.

José Dirceu, Guido Mantega, Paulo Bernardo, Paulo Okamotto, entre outros, fazem parte desse “timaço”.

Alguém perguntaria ?

E o povo ?

“O povo que se exploda” como diria Justo veríssimo, personagem do genial Chico Anísio.

Nem começou, mas Lula já consegue rir com um prejuízo de R$ 156 bilhões nas maiores empresas do Ibovespa, e comentar com ironia: “Nunca vi um mercado tão sensível” ainda ridiculariza o líder petista.

Nem começou, e a sua liberdade de expressão pode ser banida do mapa.

Isso mesmo. Exemplos mostram isso diariamente, com contas do twitter, Instagram e outras redes sociais sendo bloqueadas e canceladas aos milhares pelo todo poderoso do TSE. Tempos sombrios apoiado pela ditadura da toga.

Nem começou, e Lula já se reuniu com Alexandre de Moraes (ele mesmo) e ambos já falam “abertamente” no projeto para “regulamentar as plataformas digitais”, forma covarde de denominar a real motivação: censura.

E se você conseguiu chegar até aqui sem se indignar, não tem problema não, muita água ainda vai rolar e, com certeza, vem muito mais por aí, e apesar de todos esses pesadelos que já ocorreram nos últimos 12 dias, é sempre bom lembrar:

Nem começou…

 

Tota Farache é Jornalista e editor do Blog Os Libertários

OPINIÃO

Cale-se agora e cale-se para sempre também

Por Mateus Nacer

É uma pergunta simples: você prefere que a sociedade seja livre, que as pessoas possam fazer o que quiserem, ou prefere uma sociedade de controle, em que deva obedecer a vontades ditatoriais de um líder ou Governo?

Analisando toda a literatura sobre os dois modelos de sociedade (a livre e a ditatorial), podemos ver uma espécie de trindade óbvia sobre as distopias, ou seja, as utopias invertidas – livros que descrevem não um mundo maravilhoso, mas um mundo de censura e controle absoluto da vida.

Dentre as obras mais conhecidas estão 1984, de George Orwell, Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Além do óbvio O Processo, de Franz Kafka (imprescindível para os tempos de juristocracia do Brasil).

Resumindo brevemente a ideia dos livros, trata-se da descrição de sociedades que, graças a uma abstração – como a “paz”, a “igualdade”, a “fraternidade” ou o que for -, não permite que as pessoas façam o que desejam; pensem livremente sem interferência, ainda que pensem errado; acreditem no que quiserem; digam qualquer coisa, mesmo a maior bobagem; ajam como quiserem ou trabalhem e criem a riqueza que desejem.

Mas o que isso tem a ver com o Brasil?

Calma, vamos chegar lá!

Nos últimos dias, uma multidão de verde e amarelo tomou as ruas do país, logo após as eleições “limpas” e “seguras” que elegeram um, sou forçado a dizer, “ex-ladrão” e “ex-condenado” em três instâncias.

Mas o que tanto essas pessoas temem?

Por que não aceitam o resultado de um processo “justo”, “constitucional” e “democrático”?

Talvez porque, além de ser responsável pelo maior escândalo de corrupção do país, a ligação de Lula e do PT com ditaduras socialistas causa repulsa e traz consigo medo e insegurança.

Poderíamos estar prestes a viver uma ditadura com requintes de uma distopia?

A Folha de S.Paulo publicou há algumas semanas uma reportagem admitindo que a relação de Lula e do PT com ditaduras é uma “pedra no sapato”, já que o petista “foi próximo ideologicamente de líderes autoritários e firmou parcerias econômicas com regimes socialistas”.

O eufemismo da Folha chega a ser engraçado.

Lula não foi próximo; ele ainda é! E não se trata apenas de parceria econômica, mas de laços ideológicos e de poder.

Lula participou da fundação do Foro de SP com Fidel Castro, com o intuito de “resgatar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu”, ou seja, o comunismo.

Lula sempre idolatrou Fidel, o maior tirano assassino da história do continente.

Até mesmo durante a campanha, quando teve a oportunidade de se afastar um pouco do genocida, Lula insistiu em sua “profunda admiração pelo líder cubano”.

Na Venezuela, Lula gravou vídeos de apoio tanto a Chávez como a Maduro, e disse certa vez que Chávez dirigia uma Ferrari, enquanto ele dirigia um Fusquinha, mas ambos apontando para o mesmo destino.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, sempre defendeu o regime venezuelano abertamente.

Durante seu governo, Lula se aproximou de Ahmadinejad, o responsável à época pela ditadura iraniana. Lula se aproximou do Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza.

Lula foi ao Gabão e, ao retornar, “brincou” que foi lá “aprender a como ficar quase 40 anos no poder”.

Sem falar que Lula é amigo e diz ter orgulho do seu relacionamento com Daniel Ortega, o ditador da Nicarágua que fecha igrejas e persegue cristãos.

Lula e o PT jamais demonstraram respeito pela democracia. Seu DNA é extremamente autoritário, quiçá totalitário, digno de um “líder supremo” das distopias.

Tanto que o PT sempre tratou adversários como inimigos mortais, não como políticos ou partidos com divergências legítimas e dignas de respeito.

A relação das violações diretas da lei por parte de ministros amigos de Lula é pública e indiscutível.

O STF anulou as quatro ações penais contra o petista, inclusive sua condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sem qualquer razão séria; alegou erro de endereço no processo, coisa que, pasmem, ninguém notou durante cinco anos e ao longo de três instâncias.

O Tribunal permitiu, com essa trapaça, que Lula fosse candidato nas eleições deste ano sem a absolvição de nenhum de seus crimes.

Recentemente, esses mesmos ministros eliminaram de forma sistemática o direito de livre expressão nas redes sociais. Bloquearam contas bancárias, violaram o sigilo de comunicações e “desmonetizaram” comunicadores de “direita”.

Censuraram a imprensa, em desrespeito direto à Constituição Federal. Mandaram a polícia para cima de apoiadores do presidente da República que mantinham um grupo particular de conversas no WhatsApp.

Lula recebe o apoio excitado de quase toda a mídia, dos advogados de políticos corruptos e de toda essa gente “civilizada” que assinou a “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”.

É um fenômeno nunca antes visto no Brasil ou no mundo: uma carta em favor da democracia que é um manifesto em favor da ditadura.

Isso tudo está sendo feito, segundo os amigos do futuro “líder” do Brasil, para “defender a democracia”.

Violam a lei, suprimem direitos individuais e liquidam as liberdades públicas, mas dizem que fazem essas coisas para salvar o Brasil do “autoritarismo”.

Qualquer semelhança com os livros de Orwell, Burgess, Huxley ou Kafka é mera ilusão causada por nossos olhares “antidemocráticos”. Confia!

E se nossas bocas, num descuido, gritarem por liberdade, nos resta pedir imediatamente ao STF uma mordaça.

Para eles, a voz do povo é um risco para a segurança do processo eleitoral e uma ameaça à democracia.

Vamos todos nos calar em nome do estado democrático de direito! É hora do “novo normal”: calar agora e calar-se para sempre também.

Coloque um esparadrapo na boca, uma mão na consciência e prepare o seu churrasco.

Vai ter picanha!

Mas cuidado, pode ser de cachorro.

Mateus Nácer é Jornalista
OPINIÃO

Quem ganhou o Jogo ?

Por Renato Cunha Lima

A Copa do Mundo do Qatar começa no próximo dia 20 de novembro e embora multidões de pessoas estejam nas ruas do país de verde e amarelo, o interesse não é no futebol de Neymar e companhia, mas no jogo da política, que no Brasil precisa de VAR.

Vou começar discordando totalmente dos colegas de imprensa que estão desqualificando e desmerecendo as multidões nas ruas. Um erro crasso.

O povo nunca erra quando vai às ruas e é preciso sensibilidade para entender o grito da massa e jamais criminalizar idosos, jovens, mulheres e homens que, aos milhões, protestam nas ruas das maiores cidades do país desde o anúncio do resultado das urnas.

Não há quem diga que as eleições presidenciais deste ano foram limpas, não há quem possa negar a censura e a perseguição de um dos lados da disputa, na eleição mais polarizada da história.

O juiz entrou em campo e apareceu mais que os jogadores e pior, vestiu a camisa vermelha de um dos times, que não jogou dentro das quatro linhas.

Imaginem a seleção brasileira roubada na final da Copa do Mundo com o juiz expulsando o camisa 10, anulando o gol e marcando pênalti inexistente para o adversário? Isso aconteceu nas eleições presidenciais no Brasil.

Não acusem os brasileiros que estão nas ruas de golpistas, não os vejam como antidemocráticos, sejam humildes, os escutem e compreendam o que eles dizem e desejam.

“O óbvio dos óbvios. Uma democracia não pode ser instaurada por meios democráticos: para isso ela teria de existir antes de existir. Nem pode, quando moribunda, ser salva por meios democráticos: para isso teria de continuar saudável enquanto vai morrendo.” Olavo de Carvalho.

Será que é possível a arrogância de alguns compreender tamanha verdade?

“O assassino da democracia leva sempre vantagem sobre os defensores dela. Ele vai suprimindo os meios de ação democráticos e, quando alguém tenta salvar a democracia por outros meios — os únicos possíveis –, ele o acusa de antidemocrático.” Olavo de Carvalho

Não é exatamente isso que estamos vivendo?

“É assim que os mais pérfidos inimigos da democracia posam de supremos heróis da vida democrática.” Finalizou o gênio Olavo de Carvalho.

Dificilmente haverá governabilidade e paz para um governo ilegítimo, que não tem apoio real sequer daqueles que o colocaram no poder.

A ampla aliança formada pelo sistema carcomido de poder em torno de Lula perecerá como um castelo de areia na primeira maré cheia. O mar não está para peixe, o mundo não ofertará condições para o velho pão e circo, muito menos para cerveja e picanha.

A Europa enfrentará um inverno rigoroso sem o gás russo em razão da arrastada guerra da Ucrânia. Os americanos deverão eleger um congresso oposicionista ao governo Biden por esses dias e por aí vai, a recessão mundial é praticamente uma certeza e as velhas e ultrapassadas ideias do PT de longe nos servirão para atravessar as crises que vamos enfrentar.

O povo não deixará as ruas, mesmo se frustrada a remota esperança de alguma ação militar, pois a insatisfação é muito mais profunda que o resultado indigesto da urna eletrônica, em uma disputa injusta e repleta de dúvidas e questionamentos.

O povo de verde e amarelo perdeu a crença nas instituições, tem o judiciário como vilão, o Lula como inimigo e ilegítimo presidente, enquanto desconfia de uma traição dos parlamentares eleitos por 30 moedas.

Os soluços de convulsão social serão cada dia mais constantes e a temperatura cada vez mais elevada e no meu entender, com uma escalada cada vez maior de insatisfação, com mais instabilidade e revolta.

Enfim, esse é um jogo sem fim, sem apito final e com diria Jackson do Pandeiro: Esse jogo não é um a um (se o meu time perder tem zum-zum-zum)

O melhor seria termos um novo jogo, uma nova eleição, sem Alexandre de Moraes.  Como? Ninguém sabe e enquanto isso, só o asfalto para acolher a insatisfação popular.

Nas ruas, o povo emana seu poder e deixo aqui meus parabéns para os que lutam. Estes são os verdadeiros heróis desta combalida Nação.

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor