Cidade, Judiciário

Procuradoria-Geral de Natal contesta ação MPF para suspender engorda

Foto: Frankie Marcone

 

A Procuradoria-Geral do Município entrou com um pedido de manifestação na 5ª Vara da Justiça Federal em resposta à ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) que solicita a suspensão da licença para a obra de engorda na praia de Ponta Negra.

O procurador-geral Thiago Tavares de Queiroz argumentou que “não há fundamentos legais” para a suspensão e que tal medida poderia causar danos significativos à cidade, tanto financeiros quanto ambientais.

No documento apresentado, o procurador questionou a rapidez com que o MPF adotou a medida liminar, alegando que o Procurador da República tomou a decisão apenas 13 minutos após receber a documentação do Idema.

Tavares sugeriu que os fatos devem ser investigados para evitar possíveis influências externas nos órgãos ambientais. Ele também comparou a situação com o estado do Ceará, onde, segundo ele, o MPF não adotou medidas semelhantes, apenas monitorando e propondo medidas mitigadoras.

O procurador-geral afirmou que a licença para a obra foi concedida por determinação judicial da 3ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado (TJRN) e questionou a competência da Justiça Federal e a legitimidade do MPF no caso.

Além disso, ele contestou a aplicabilidade da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata de povos indígenas e tribais, argumentando que a comunidade pesqueira local não se enquadra nessa definição.

Thiago Tavares ressaltou que o município realizou consultas e audiências públicas com as comunidades locais, incluindo pescadores e rendeiras. Ele alertou ainda sobre o risco de prejuízos financeiros significativos caso a obra seja suspensa, mencionando a possível perda de recursos federais já alocados para o projeto.

Deu no Novo

Judiciário

STF volta atrás e informa que Bolsonaro e Ramagem podem se comunicar

Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro Alexandre de Moraes proibiu o deputado Alexandre Ramagem de ter contato com investigados no caso da “Abin paralela“. Inicialmente, havia o entendimento de que a decisão abrangia o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. No entanto, na tarde desta terça-feira (16/7), a informação foi retificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão proíbe Ramagem e Bolsonaro de manterem contato com os investigados que foram alvo da Operação Última Milha, da Polícia Federal, que investiga o uso da Abin para monitoramento ilegal de adversários do ex-presidente da República.

Segundo o STF, Ramagem, que é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, poderá manter contato com Bolsonaro e Valdemar. A decisão do ministro do STF ocorre no âmbito do inquérito que investiga a existência de uma “Abin paralela” no governo passado.

Segundo as principais pesquisas de intenção de voto, Ramagem aparece em segundo lugar, atrás do prefeito Eduardo Paes (PSD). Em declaração à coluna no sábado, Bolsonaro afirmou que continua apoiando Ramagem, mesmo após o avanço da Polícia Federal contra o candidato do PL.

Investigação

Segundo investigadores da PF, Ramagem é um dos principais suspeitos de ter estruturado uma “Abin paralela” no governo Bolsonaro, quando chefiou a Agência Brasileira de Inteligência. Ramagem nega qualquer irregularidade.

Deu no Metrópoles

Judiciário

STF prorroga até setembro prazo de suspensão da desoneração da folha

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou até 11 de setembro a suspensão do processo que trata da desoneração de impostos sobre a folha de pagamento de 17 setores da economia e de determinados municípios até 2027.

O pedido de prorrogação foi feito nesta terça-feira, 16, pelo Senado Federal e pela Advocacia-Geral da União (AGU), que pretendem utilizar o prazo para encerrar as negociações entre o governo federal e parlamentares para um acordo envolvendo a compensação financeira da União pela desoneração dos setores. Na tarde de hoje, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou o adiamento da votação da proposta sobre a compensação das perdas.

No dia 25 de abril, o ministro Cristiano Zanin, relator do processo, concedeu liminar para suspender a desoneração de impostos sobre a folha de pagamento. O ministro entendeu que a aprovação da desoneração pelo Congresso não indicou o impacto financeiro nas contas públicas.

No mês seguinte, Zanin acatou pedido da AGU e suspendeu a desoneração por 60 dias para permitir que o Congresso e o governo cheguem ao acordo de compensação.

Fachin proferiu a decisão na condição de vice-presidente da Corte. Devido ao recesso de julho, cabe ao presidente em exercício decidir questões urgentes.

Na decisão, Fachin entendeu que o governo e os parlamentares devem ter o tempo necessário para a construção do acordo.

“Está comprovado nos autos o esforço efetivo dos poderes Executivo e Legislativo federal, assim como dos diversos grupos da sociedade civil para a resolução da questão. Portanto, cabe à jurisdição constitucional fomentar tais espaços e a construção política de tais soluções”, justificou o ministro.

Deu na Revista Exame

Judiciário

Juíza Sandra Elali deve assumir vaga de desembargadora no Tribunal da Justiça do RN

 

A juíza Sandra Elali assumirá a vaga de desembargadora do Tribunal da Justiça do Rio Grande do Norte. A vaga está aberta devido a morte do desembargador Virgílio Macêdo Júnior nesse domingo (14). Sandra é graduada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco em 1977 e possui especializações em Direito Processual Civil e Penal pela Universidade Potiguar e um MBA em Poder Judiciário pela Fundação Getúlio Vargas.

Atualmente, além de sua função como magistrada, a juíza também atua como professora na Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte e desempenha o papel de Conselheira Pedagógica na mesma instituição. Além de ser membro do corpo editorial da Revista do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte.

Informações da TN

Judiciário

Próximo passo é descriminalizar outras drogas, diz defensor que atuou no caso da maconha no STF

O defensor público de São Paulo Rafael Muneratti deixou o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (26), expressando satisfação pela decisão que descriminalizou o porte de maconha para consumo pessoal. Foi ele quem representou, na Suprema Corte, o presidiário Francisco Benedito de Souza, flagrado em 2009, em sua cela na cadeia de Diadema (SP), com uma trouxinha contendo 3 gramas de maconha.

No ato da apreensão, Francisco assumiu que era dono da droga e que a guardava para uso próprio. Nesta semana, 9 anos após o início do julgamento de seu recurso no STF, ele foi absolvido da pena de prestação de dois meses de serviços à comunidade pelo delito.

Mas para Muneratti, usuários de outras drogas também devem se livrar das penas. À Gazeta do Povo, o defensor afirmou que, a partir da observação dos resultados do julgamento do STF, haverá subsídios para descriminalizar o porte, para consumo pessoal, de outros entorpecentes.

“Não vai ter gente zumbi na rua fumando maconha, não vai acontecer nada daquilo que o pessoal contrário à descriminalização disse que ia acontecer”, diz. “A gente tem que sedimentar o caso da maconha, colher os resultados disso e nos municiarmos de dados, de pesquisas de tudo o que vai acontecer daqui para frente. E daqui um tempo, começar de novo, trazer aqui para o Supremo de novo essa experiência da descriminalização da maconha, para tentar ampliar para as demais drogas também, sempre com relação ao usuário.”

No recurso apresentado ao STF, em 2011, o pedido da Defensoria Pública de São Paulo foi pela descriminalização do porte para consumo de todas as drogas. Assim também havia votado inicialmente Gilmar Mendes, relator da ação, em 2015. Só depois, por influência de Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, ele reajustou o voto para limitar-se à cannabis.

Na decisão, embora tenha descriminalizado o porte para uso pessoal, o STF não retirou o caráter ilícito da maconha. Por isso, se uma pessoa for flagrada na rua fumando, terá a droga apreendida, será levada para uma delegacia e um juiz poderá determinar que compareça a um curso educativo e lhe dará uma advertência sobre os malefícios.

Muneratti, por sua vez, é favorável não apenas à descriminalização, mas também à legalização da maconha, o que permitiria o cultivo, a produção e a comercialização da droga sob supervisão estatal. Seu argumento é o mesmo de outros ativistas pró-cannabis: o de que a clandestinidade só favorece o crime organizado, que monopoliza o fornecimento.

“Você vai estar comprando uma maconha de origem conhecida. Você vai estar comprando uma maconha que gera emprego formal, que gera imposto para o governo, que não vai te fazer mal como a do traficante e você vai tirar esse dinheiro do tráfico. Quem puder comprar na farmácia, vai comprar na farmácia, não vai na boca de tráfico, pegar de traficante”, afirma.

Ele não leva em conta, porém, que a legalização não impede o tráfico, que continua fornecendo o produto a preços mais baixos por não recolher impostos. É o caso por exemplo do contrabando de cigarros, que são legais mas representam um dos principais produtos de contrabando no país.

Descriminalização é parte de uma estratégia, diz secretário antidrogas do governo Bolsonaro

Opositores da descriminalização já alertavam, muito antes da conclusão do julgamento sobre a maconha, que esse seria, de fato, um primeiro passo do movimento pró-legalização. É o que diz o médico psiquiatra Quirino Cordeiro, que entre 2019 e 2022, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocupou o cargo de secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas.

“Existe uma marcha em curso. Essa descriminalização da maconha, sem dúvida alguma, é uma ponta de lança. Por conta de declarações e posicionamentos, há ministros do STF favoráveis à redução do controle das substâncias psicoativas. A gente pode estar diante de uma marcha para algo maior. Se a sociedade não reagir, os próximos passos vão acontecer. Dificilmente se consegue legalizar todas as drogas, mas não tenho dúvida que é objetivo final. Mas há necessidade de ser passo a passo, para que reação da sociedade não seja tão contundente, é uma estratégia. A sociedade tem que ficar atenta para brecar essa marcha”, diz Cordeiro.

Para ele, apesar de avançar no Congresso a proposta de emenda à Constituição 45/2023, que criminaliza a posse e o porte de drogas, independentemente da quantidade, há outras frentes, no próprio Legislativo e na Anvisa, para legalizar e regulamentar o cultivo da cannabis. Na Câmara, tramita o Projeto de Lei 399/2015. Originalmente concebido para “viabilizar a comercialização de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta Cannabis sativa em sua formulação”, ele foi substancialmente alterado, em 2021, para ampliar a permissão da produção de maconha para diversos produtos à base da planta.

Ele conta que, nos quatro anos que trabalhou no governo federal, batalhou não apenas no STF – para evitar a conclusão do julgamento – mas também no Congresso e na Anvisa para brecar essas iniciativas. A diferença para ele é que, agora, o atual governo não se opõe à pauta.

“No governo Bolsonaro, atuamos de maneira muito firme junto ao STF, junto ao Legislativo, junto à Anvisa, e acabamos conseguindo êxito, porque não foi liberado o plantio de maconha. Infelizmente hoje isso não acontece no governo do presidente Lula. Vários membros do governo, inclusive, têm posição favorável à descriminalização. É uma questão muito importante, porque a participação do Executivo em todas essas frentes é muito importante. A gestão do presidente Lula criou clima favorável para a decisão do STF”, diz.

Cordeiro diz que a decisão do STF aumentará o consumo da maconha, causando males não apenas para o usuário, mas para a sociedade, na saúde e na segurança pública. “O sistema de saúde mental já é fragilizado no país e, com o aumento do consumo, crescerá a dificuldade para atendimento das pessoas. Na segurança, países que flexibilizaram, como o Uruguai e alguns estados americanos, viram um aumento na taxa de crimes, tanto que alguns estão voltando atrás, como o Oregon”, afirma.

Quanto ao uso pessoal, ele alerta para os malefícios da maconha. “Um usuário crônico de maconha tem síndrome amotivacional, dificuldade de se engajar em tarefas, e aumenta em muito o risco de transtornos mentais, como esquizofrenia, depressão e ansiedade. O uso crônico ainda impacta o desempenho cognitivo, leva a redução do quociente intelectual. É extremamente negativo para a saúde mental”, afirma o psiquiatra.

Deu na Gazeta do Povo

Judiciário

Dino rebate Lula sem citá-lo: STF é ‘metido em muita coisa’ por causa da conflagração social

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) à decisão da Corte que descriminalizou o porte da maconha. O magistrado argumentou que o tribunal é instado a decidir sobre temas polêmicos por causa da “conflagração” social.

Na última quarta-feira, 26, o presidente Lula disse que “a Suprema Corte não tem que se meter em tudo”. Ainda de acordo com o petista, a decisão da Corte no caso da descriminalização da maconha cria “rivalidade” com o Congresso.

“Ela precisa pegar as coisas mais sérias sobre tudo o que diz respeito à Constituição e virar senhora da situação, mas não pode pegar qualquer coisa e ficar discutindo, porque aí começa a criar uma rivalidade que não é boa”, disse Lula.

Já Dino argumentou nesta sexta-feira, 28, em palestra no Fórum de Lisboa, evento promovido pelo ministro Gilmar Mendes, também do STF, que temas em conflito na sociedade brasileira têm desaguado no Poder Judiciário, o que obriga os magistrados a agir.

“Quando as situações conflituosas caminham por aquela praça (dos Três Poderes) e não encontram outra porta, acham o prédio do Supremo mais bonito, a rampa é menor, e lá elas entram. Lá chegando, nós (ministros) não podemos jogar os problemas no mar ou no Lago Paranoá, e nos não podemos prevaricar”, afirmou Dino.

“É por isso que o Supremo Tribunal Federal ‘se mete em muita coisa’. Nós somos metido em muita coisa justamente em face dessa conflagração que marca a sociedade brasileira”, completou o ministro.

A posição do ministro se alinha a de outros integrantes da Corte. Dias Toffoli afirmou na última quinta-feira, 27, que “se tudo vai parar no Judiciário, é falência dos outros órgãos decisórios”.

Na quinta-feira, 27, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, evitou polemizar com Lula por conta das críticas que o presidente da República fizera à decisão da Corte sobre descriminalização da maconha para porte pessoal. “Não sou sensor do que fala o presidente e menos ainda fiscal do salão. O que posso dizer é que o Supremo julga as ações que chegam ao plenário, inclusive os habeas corpus e recursos extraordinários de pessoas que são presas com pequenas quantidades de drogas”, rebateu Barroso.

Durante o julgamento do processo sobre porte de maconha, o ministro Luiz Fux destacou o risco de a Corte avançar em temas que fogem a sua competência. Fuz disse que “o Brasil não tem governo de juízes”.

“As críticas em vozes mais ou menos nítidas e intensas de que o poder Judiciário estaria se ocupando de atribuições próprias dos canais de legítima expressão da vontade popular, reservadas apenas aos poderes integrados por mandatários eleitos. Nós não somos juízes eleitos, o Brasil não tem governo de juízes”, afirmou Fux.

Deu no Estadão

Judiciário

STF gera discussão entre descriminalizar e legalizar porte de maconha

A recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de descriminalizar o porte de maconha no Brasil tem gerado um intenso debate sobre os impactos práticos dessa medida e a necessidade de políticas públicas que apoiem a liberação de um limite para a droga. A decisão da Corte levanta questionamentos sobre uma possível reação política do Congresso, que pode legislar em sentido contrário. Henderson Fürst, presidente da Comissão de Bioética da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo, esclarece a diferença entre descriminalização e legalização. Segundo ele, descriminalizar significa deixar de punir, mas não elimina outras consequências, como multas administrativas. Fürst explica que, embora não haja mais inquérito penal, pode haver inquérito administrativo, com medidas como cursos de conscientização para os usuários. Ele menciona que 25 países já adotaram normas semelhantes às que passarão a vigorar no Brasil, e cinco deles legalizaram totalmente o uso da maconha: Uruguai, Canadá, Malta, Luxemburgo e Alemanha.

Deu na JP News

 

Judiciário, Saúde

Quantidade de maconha liberada pelo STF pode render quantos ‘baseados’?

Foto: Uarlen Valerio / O Tempo

A quantidade de maconha estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para diferenciar usuários de traficantes, 40 gramas, produz de 40 a 133 cigarros.

Um baseado normalmente pesa de 0,3 grama a 1 grama, segundo especialistas. Tudo depende da espessura desejada, se um “fininho ou uma tora”, e da habilidade do usuário para enrolar, afirma Francisney Nascimento, do Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana).

Além disso, a potência da maconha também costuma influenciar o tamanho do baseado. Um tipo de maconha com alta concentração de THC (tetrahidrocanabinol), principal substância psicoativa da cannabis, por exemplo, pode render mais cigarros do que uma versão mais fraca, diz Nascimento.

“Um grama de uma erva com 2% de THC terá um determinado efeito. A mesma quantidade com 20% de THC será mais forte. Analisando isso, o usuário vai saber se faz um beck [baseado] com mais ou menos gramas, depende do efeito que ele busca”, afirma.

O STF concluiu nesta quarta-feira (26) o julgamento sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e fixou a quantidade de até 40 gramas ou seis plantas fêmeas para configurar consumo individual – e assim diferenciar um usuário de um traficante.

Essa definição, porém, é válida até que o Congresso Nacional legisle sobre o tema e defina os parâmetros.

Além da quantidade de droga, outros fatores podem ser avaliados pela autoridade policial para concluir que alguém é traficante, ainda que esteja portando menos de 40 gramas.

Um exemplo citado pelos ministros para enquadrar alguém como traficante: caso a pessoa esteja, por exemplo, usando uma balança de precisão. Outro item que eventualmente pode ser considerado prova é uma caderneta de endereços.

O resultado oficial do julgamento foi proclamado nesta quarta pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso.

Na tese final aprovada no plenário, ficou definido que “não comete infração penal quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, a substância cannabis sativa”.

A conduta, porém, continua sendo irregular, com “apreensão da droga e aplicação de sanções de advertência sobre os efeitos dela e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo”.

As sanções serão aplicadas por um juiz em um procedimento de natureza não penal. Ou seja, não haverá registro de antecedentes criminais ou de reincidência caso alguém seja abordado portando a substância.

Deu na Folha de São Paulo

Judiciário

Câmara tem maioria razoável a favor da PEC das drogas, diz Lira

 

Foto: Divulgação                                                         

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta 4ª feira (26.jun.2024) que há uma maioria na Câmara dos Deputados que “se coloca razoavelmente favorável” à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45 de 2023, que criminaliza o porte e a posse de todas as drogas, em qualquer quantidade. Na 3ª feira (25.jun), o deputado determinou a criação de uma comissão especial para analisar o texto.

Lira está em Portugal para participar do 12º Fórum Jurídico de Lisboa. O evento é promovido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes em Portugal. Em entrevista a jornalistas, o Poder360 questionou o presidente da Câmara se havia consenso para a aprovação do texto na Casa. Lira respondeu: “Não existe consenso na política para nada. O que existe, eu penso, é uma maioria que, hoje, se coloca razoavelmente favorável à PEC. Mas isso a gente só vai ver quando e se a PEC estiver pronta para ir para o Plenário”.

A decisão de Lira de criar a comissão especial foi assinada em 17 de junho, entretanto, só foi divulgada pela assessoria de imprensa do deputado alagoano na 3ª feira (25.jun), depois de o STF formar maioria para liberar o porte de maconha para uso pessoal. Ao falar com os jornalistas em Lisboa, Lira afirmou que a tramitação da PEC é “normal” e “independente do que ocorre” em outro Poder. A tramitação, segundo ele, “não será apressada e nem será retardada”. O presidente da Câmara disse que “não opina” sobre a questão. “Não faz parte da minha obrigação a função de comentar decisões do STF”, declarou.

Depois da comissão especial, a PEC poderá ser analisada no plenário da Casa Baixa. Serão indicados 34 nomes titulares e 34 suplentes para integrar o grupo. Os nomes ainda serão definidos pelos partidos. Segundo o regimento interno da Casa Baixa, comissões especiais têm 40 sessões para debater o texto. O presidente do colegiado é o responsável por pautar os encontros.

Em 12 junho, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou a PEC das drogas. O texto recebeu 47 votos a favor e 17 contra.

“GILMARPALOOZA”

O 12º Fórum de Lisboa, promovido por Gilmar em Portugal, é uma tradição e foi batizado de “Gilmarpalooza” –junção dos nomes do decano e do festival de música Lollapalooza originado em Chicago (EUA) e cuja versão brasileira é realizada todos os anos em São Paulo com uma multitude de bandas de muitos lugares.

Anfitrião do evento lisboeta, Gilmar convidou todos os ministros do STF –que se dividiram: 5 recusaram – André Mendonça, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux e Nunes Marques; 5 aceitaram – Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Flávio Dino e o presidente da Corte, Roberto Barroso.

A programação inicial contava com todos os ministros do STF. O documento oficial com todos os painéis do fórum e seus participantes havia sido publicado pelo Poder360 em 13 de junho. Depois da publicação, os organizadores do evento procuraram este jornal digital e disseram que se tratava de lista ainda preliminar e passível de alterações –embora não houvesse nenhuma ressalva no arquivo a respeito dessa possibilidade.

A seguir, os números atualizados do “Gilmarpalooza” –entre parênteses, o número de autoridades de cada esfera do poder que constavam na programação inicial: 5 ministros do STF (eram 10); 12 ministros do STJ (continuam sendo 12); 2 ministros do TCU (eram 7); 1 ministro do TSE (eram 5); 5 ministros de Lula (eram 14); 4 governadores de Estado (eram 9); 5 senadores (eram 8); Arthur Lira + 5 deputados (eram 7).

QUEM PAGA O STF

tem reiteradamente declarado que não paga os custos de viagens particulares de ministros, que são livres para aceitar convites para palestras e seminários. Não fica claro desta vez se cada autoridade presente no fórum pagará suas despesas ou se os organizadores vão bancar passagens, hospedagens e alimentação.

O que cabe à Corte é pagar pela segurança dos ministros, não importa onde estejam. Mesmo em caso de viagem para uma atividade privada, todos os 11 magistrados têm direito a ser acompanhados por algum agente policial. Barroso havia dito em 10 de junho que há uma “falta de compreensão” com as viagens dos ministros e que eles vivem “encastelados”. Chamou de “implicância” as críticas a Toffoli, que foi para Londres assistir à final da Champions League e levou um segurança –ao custo de R$ 39.000.

Em 2021, o Poder360 mostrou que os magistrados do Supremo contavam com 32 seguranças em Brasília, 16 em São Paulo, 4 no Rio e 7 no Paraná. O custo anual era de R$ 7,9 milhões por ano. Atualmente, porém, os valores não estão claros no site do STF e não se sabe exatamente onde cada ministro esteve com seus seguranças. No Brasil, os ministros da mais alta Corte do país não são obrigados a divulgar anualmente os relatórios de suas atividades privadas, diferentemente do que é feito nos Estados Unidos.

Os magistrados da Suprema Corte dos EUA têm sido pressionados sobre a relação mantida com a iniciativa privada. Editoriais de jornais norte-americanos e a sociedade civil têm sido críticos sobre como os magistrados atuam em atividades privadas. Há um sentimento crescente sobre a atuação dos juízes poder representar conflito de interesses.

QUEM ORGANIZA O FÓRUM IDP

(Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa) – fundado por Gilmar, Paulo Gonet Branco (procurador-geral da República) e Inocêncio Mártires Coelho (ex-procurador-geral da República); LPL (Lisbon Public Law), da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

O tema do fórum de 2024 é “Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, econômicas, socioambientais e digitais”.

Deu no Poder360

Judiciário

Lira diz que PEC das Drogas terá trâmite normal e afirma “não ter opinião” sobre decisão do STF

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta quarta-feira (26), que a PEC das Drogas seguirá o trâmite normal na Casa, sem caráter de urgência.

O parlamentar, que está em Lisboa, comentou sobre o projeto um dia depois de a descriminalização do porte de maconha, para uso pessoal, ter sido aprovada no Supremo Tribunal Federal (STF).

“[A proposta] Nem será apressada, nem será retardada, como eu sempre falei. Ela terá um trâmite normal no aspecto Legislativo para que o Parlamento possa se debruçar ou não sobre esse assunto que veio originalmente do Senado Federal”, disse.

Lira também disse que há uma “maioria” de deputados que são favoráveis à PEC, mas não fez previsão em relação a uma eventual votação no plenário – uma Proposta de Emenda Constitucional precisa de três quintos dos votos para ser aprovada na Câmara.

Sobre a decisão do Supremo, Lira evitou comentar. “Não tenho opinião porque você não opina a respeito de decisões judiciais. Ou você recorre, ou você legisla. Não faz parte da minha obrigação opinar, comentar decisões do STF”, comentou o presidente da Câmara.

O projeto de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é visto como uma resposta do Congresso para revogar a decisão do STF de descriminalizar o porte da maconha. A matéria já foi aprovada pelos senadores, em abril.

Lira fez a declaração a jornalistas durante participação durante o 12º Fórum de Lisboa, que é organizado pelo ministro Gilmar Mendes em Portugal.

Na terça-feira (25), o presidente da Câmara determinou a instalação da comissão especial para analisar a PEC das Drogas. A decisão veio logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para descriminalizar o porte da maconha.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em 12 de junho e aguardava a criação da comissão especial.

Deu na CNN Brasil