O grupo terrorista Hamas enviou nesta sexta-feira (15) a Israel uma nova proposta de trégua na Faixa de Gaza dividida em duas fases, na qual mantém o fim definitivo da guerra, mas mostra maior flexibilidade na troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses e na libertação das mulheres.
Na primeira fase do acordo, todas as mulheres, crianças, doentes e idosos israelenses sequestrados seriam libertados em troca de entre 700 e mil prisioneiros palestinos, detalharam fontes relacionadas às negociações sob condição de anonimato.
Além disso, nesta etapa inicial – sem dar detalhes da duração, que anteriormente era de seis semanas – todas as soldados mulheres em cativeiros também seriam libertadas em troca de cerca de 100 prisioneiros palestinos em prisão perpétua. Depois dessa parte, segundo a proposta, seria fixada uma data para um cessar-fogo permanente e para a retirada de Israel da Faixa de Gaza.
Por fim, a libertação de “todos os prisioneiros de ambos os lados”, referindo-se também aos reféns israelenses, ocorreria em uma segunda fase do plano.
Na noite desta quinta (14), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou ter recebido uma “visão integral de um acordo de trégua” proposto pelo Hamas, mas reiterou que as exigências do grupo são mais uma vez “pouco realistas”, segundo um comunicado oficial do governo.
Hoje, Netanyahu deverá abordar a proposta do Hamas de uma maneira mais formal, após sua reunião com o gabinete de guerra na base militar de Kirya, em Tel Aviv. Familiares dos raptados anunciaram protestos nesse mesmo período.
“Pela primeira vez podemos imaginar abraçá-los novamente, por favor conceda-nos este direito”, pediu o grupo familiar a Netanyahu em um comunicado. Os familiares exigem que o primeiro-ministro aceite o acordo para salvar a vida dos 134 “filhas e filhos cruelmente sequestrados, apenas por serem israelenses”.
As eleições em Faro, distrito mais a sul de Portugal, revelaram uma mudança significativa no cenário político local. Desde as legislativas de 1991, o mapa eleitoral por distritos mantinha-se predominantemente bicolor, com as cores do PS. No entanto, a vitória do Chega em Faro trouxe uma lufada de ar fresco, alterando essa dinâmica estabelecida.
A última vez que o mapa eleitoral teve mais de duas cores foi em 1991, quando a CDU adicionou um toque de vermelho ao ganhar em Beja. Este ano, o Chega conquistou a preferência dos eleitores em Faro, que elege nove deputados. Em 2022, o PS havia garantido cinco dessas cadeiras, mas o cenário mudou drasticamente.
O partido Chega, que já havia conquistado um deputado em 2022 com 12,3% dos votos, mais do que duplicou sua performance, atingindo impressionantes 27,1% nas eleições mais recentes. Os três maiores partidos, Chega, Aliança Democrática e PS, agora têm três deputados cada no distrito, mas o Chega lidera em percentagem.
Esse resultado confirma a ascensão do Chega e do líder André Ventura, representando uma noite eleitoral notável para o partido, com um desempenho significativamente superior aos pleitos anteriores.
O presidente argentino, Javier Milei, revogou neste sábado (9), um decreto que aumentava o salário do alto escalão argentino, incluindo o do chefe do Executivo. Em um comunicado publicado nas redes sociais, Milei explicou que foram anulados os aumentos de salário para o chefe de Estado, vice-presidente, ministros e secretários da Administração Pública Nacional. Ainda segundo o comunicado, os aumentos foram automáticos, instituídos ainda durante o governo de Cristina Kirchner.
“Acabo de ser informado que em decorrência de um decreto assinado pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2010, que estabelecia que os dirigentes políticos deveriam ganhar sempre mais que os funcionários da administração pública, foi concedido um aumento automático aos quadros políticos deste governo”, escreveu Milei, em referência ao aumento no salário mínimo dos trabalhadores, anunciado em 21 de fevereiro, que foi seguido por um aumento no salário do presidente, ministros e outros cargos do governo.
De acordo com Milei, que vem adotando uma postura de austeridade e de cortes de gastos desde que assumiu a presidência argentina, “a situação herdada é crítica, e os argentinos estão fazendo um sacrifício heroico. É tempo de os políticos pagarem o custo do que provocaram”, disse Milei.
Já a ex-presidente Cristina Kirchner, mencionada por Milei como autora do decreto de aumento automático de salários, rebateu o libertário, e aproveitou para acusar o presidente argentino de estar “destruindo as pensões e os salários dos argentinos”. “Quero pensar que o senhor lê o que assina, não é? No [decreto sobre aumento] de janeiro, o senhor não incluiu expressamente as autoridades, e no de fevereiro o senhor e os seus funcionários foram incluídos”, escreveu Kirchner, dizendo que o decreto assinado por ela há 14 anos não teria relação com o reajuste salarial do atual presidente.
Portugal enfrenta neste domingo, 10, as eleições legislativas, que acontecem dois anos antes do previsto e podem devolver o poder à direita, após oito anos de governo socialista, abalados por denúncias de tráfico de influência. A votação foi convocada após a renuncia do primeiro-ministro António Costa, em novembro do ano passado, após investigações contra ele de suspostas ilegalidades na administração estatal de grandes projetos de investimento. Esta renúncia marca o fim de Costa à frente do governo português, onde permanecia desde 2015 e em três legislaturas diferentes. Segundo uma pesquisa divulgada nos últimos dias, o conservador Aliança Democrática (AD) deve ser o partido mais votado em Portugal, mas precisaria do Chega, de extrema-direita, para obter maioria absoluta. Vários países da União Europeia (UE), incluindo Itália, Eslováquia, Hungria e Finlândia, são governados por coalizões integradas por partidos de extrema-direita.
Os candidatos com mais chances de suceder Costa, segundo as pesquisas, são o socialista Pedro Nuno Santos – Partido Socialista – e o conservador Luís Montenegro, da Aliança Democrática (AD). A pesquisa, realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa para os veículos de imprensa Público, RTP e Antena 1, mostra que a AD e a Iniciativa Liberal acumulariam 40% dos votos e, na melhor das hipóteses, isso se traduziria em 108 deputados (94 assentos na pior das hipóteses), dos 230 do Parlamento.
O sucessor do primeiro-ministro António Costa como líder dos socialistas, Pedro Nuno Santos, já afirmou que não pretende atuar contra a formação de um governo minoritário de centro-direita. Montenegro, candidato da AD, formada com dois pequenos partidos conservadores, já descartou qualquer acordo com a extrema-direita e espera formar uma maioria estável com a ajuda da legenda Iniciativa Liberal (IL).
Na sexta-feira, os candidtaos encerram sua campanha eleitoral. André Ventura, líder do Chega, aposta no voto dos jovens. Em seu último dia de campanha, ele atacou o presidente português Marcelo Rabelo Souza. “É inaceitável que alguém queira dizer ao povo português que um partido jamais governará”, disse Ventura. Segundo o portal Expresso, o líder portugês não é a favor da formação de um governo com os votos do Chega, um partido jovem – foi fundado em 2019 por um ex-comentarista de futebol que virou o carrasco das elites político-econômicas – e aparece com entre 15 e 20% das intenções de voto. Nas eleições legislativas de janeiro de 2022, a legenda anti-imigração – mas não antieuropeia – recebeu 7,2% dos votos e conseguiu 12 cadeiras em um Parlamento de 230 representantes.
O presidente Rebelo, por sua vez, apelou aos portugueses para que compareçam às urnas e defendeu que neste momento é quando “mais importa” votar, diante dos “tempos muito difíceis” que estão sendo vividos internacionalmente e que se refletem no país. “Os portugueses, em tempos como este, em que as guerras lançaram guerras econômicas e sociais, que esperaríamos superadas pelo fim da pandemia, é nesses momentos que é mais importante votar”, disse Tabelo em uma transmissão ao vivo e recordou que este ano Portugal celebra 50 anos da Revolução dos Cravos que pôs fim à ditadura. Diferente de outros países, a extrema-direita demorou mais que em outras nações para abalar o cenário político, mas a teoria de uma exceção lusitana foi descartada.
Sob o governo socialista desde 2015, quando o Partido Socialista, do ex-primeiro ministro, venceu com mais de 41% dos votos, a economia portuguesa cresceu de maneira sólida aicma dos 2% ao ano, com exceção da queda provocada pela pandemia, em 2020. Contudo, apesar desse resultado positivo, o país segue como um dos mais pobres da Europa.
O governo da Argentina decidiu, nesta segunda-feira (4), fechar 59 centros públicos nos quais se prestava assessoria em serviços sociais, o que resultará na demissão de 600 funcionários.
O Ministério do Capital Humano divulgou em um comunicado que os centros de referência que serão fechados eram ligados ao antigo Ministério do Desenvolvimento Social.
O governo do presidente Javier Milei afirmou que esses setores funcionam como “caixas da política e refúgios” para trabalhadores que são pagos sem prestar serviços, e disse que seu fechamento economizará 5 bilhões de pesos (cerca de R$ 29,6 milhões) por ano para as contas públicas.
Além de demitir 600 funcionários, o fechamento desses centros resultará no fim dos gastos com 50 veículos e 42 telefones celulares, de acordo com o comunicado.
As autoridades disseram que esses locais “recebem poucas consultas por dia, na maioria dos casos não resolvem o procedimento e apenas encaminham as pessoas para outra agência” e “são a imagem mais clara da burocracia do Estado”.
A medida anunciada nesta segunda-feira se insere no contexto dos profundos cortes de gastos ordenados pelo governo de Milei com o objetivo de obter um superávit nas contas públicas este ano.
Javier Milei, presidente da Argentina, discursou nesta sexta-feira, 1º, na abertura do Congresso argentino e se referiu aos parlamentares como “casta”. “Eles precisam aceitar que as pessoas odeiam os políticos”, afirmou Milei à imprensa. Milei iniciou seu pronunciamento às 21h00 em vez do meio-dia, como é a tradição, para coincidir com o horário de maior audiência televisiva e em meio a um forte esquema de segurança. Centenas de pessoas se reuniram em torno do Congresso em repúdio às medidas de ajuste do presidente. A Argentinaestá passando por uma crise econômica com uma inflação interanual de 254% e metade da população vive na pobreza.
Além do aumento acelerado nos preços dos alimentos e medicamentos, a retirada de subsídios nos serviços públicos causou um ajuste abrupto nas tarifas. Dez dias após sua posse, Milei emitiu um decreto presidencial para modificar ou revogar mais de 300 normas, incluindo as leis de aluguéis, abastecimento e controles de preços, mas a iniciativa foi recebida com dezenas de ações judiciais questionando sua constitucionalidade. Depois, tentou a aprovação no Congresso da “Lei Ônibus”, com 664 artigos que buscavam mudanças estruturais, como a privatização de 41 empresas estatais, e outras normas mais curiosas, como exigir que juízes usem toga preta e um martelo. Mas o projeto de lei não teve o sucesso que o governo esperava e o próprio Milei ordenou sua retirada.
Os líderes políticos da oposição que criticaram o DNU foram chamados de “idiotas úteis” pelo presidente. Já os deputados, próprios e alheios, que não aprovaram os artigos da “Lei Ônibus”, foram mencionados um por um por Milei na rede social X e classificados como traidores. O fracasso da lei foi interpretado por Milei como um triunfo, porque, segundo disse a jornalistas, deixou evidente que os governadores provinciais a quem muitos legisladores respondem “são uns delinquentes”.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê uma contração econômica de 2,8% em 2024 para a Argentina, saudou as medidas tomadas pelo governo, mas recomendou que estas sejam calibradas para proteger os setores sociais mais pobres. “Meu ajuste é mais forte que o do FMI”, assegurou Milei à imprensa em diversas ocasiões, referindo-se ao seu compromisso de conseguir um superávit de 3% do PIB este ano, mais do que o exigido pelo Fundo.
Milhares de russos se reuniram nesta sexta-feira, 1º, em frente à igreja em Moscou, na Rússia, onde será realizada a despedida do líder opositor AlexeiNavalny, que morreu há duas semanas em uma prisão no Ártico.
Segundo porta-voz de Navalny, familiares foram até o necrotério para recolher o corpo do político, mas não conseguiram até o momento. “O corpo não foi entregue até agora”, escreveu Kira Yarmish, em publicação no X (antigo Twitter). Os moscovitas formaram uma longa fila em torno da igreja ortodoxa do bairro de Mariino, três horas antes do início da cerimônia fúnebre.
Tanto junto ao templo, como no cemitério, onde será sepultado o político, foram instaladas cercas metálicas e há um significativo efetivo policial. Câmeras de vigilância e outros dispositivos que podem servir como inibidores de sinal de internet e celular também foram colocados nos postes do cemitério.
A família de Navalny denunciou durante nove dias a recusa das autoridades em entregar o corpo do político após a sua morte. Na véspera, foram divulgados avisos de algumas universidades aos seus estudantes para que não participassem em manifestações relacionadas com Navalny sob ameaça de expulsão.
O primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Shtayyeh, apresentou pedido de renúncia do governo da Autoridade Palestina ao presidente Mahmud Abbas. O pedido foi entregue nesta segunda-feira (26).
“Apresentei a demissão do governo ao presidente em 20 de fevereiro e a submeto hoje por escrito”, anunciou ao citar ainda a escalada da guerra na região.
Abbas tem sido duramente criticado pela impotência frente ao conflito envolvendo Israel e os terroristas do Hamas. Países da região e governos ocidentais também pressionam por uma reforma da Autoridade Palestina.
“Faça a Argentina grande de novo!”. Foi assim, parafraseando o próprio slogan, que Donald Trump cumprimentou Javier Milei no primeiro encontro entre os dois – ocorrido neste sábado (24), em Washington (EUA).
O ex-presidente americano e o novo mandatário da Argentina se encontraram nos bastidores da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), considerado o maior evento do gênero no mundo. Ambos discursaram no último dia da programação, iniciada na na quarta-feira (21).
Como era de se esperar, a fala de Trump foi a mais concorrida de todo o fórum, e contou com uma plateia formada por personalidades políticas de direita como Nayib Bukele (presidente de El Salvador), Santiago Abascal (líder do partido de direita espanhol VOX) e o próprio Milei.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, também fez uma participação. Ele denunciou a perseguição do atual governo brasileiro a figuras da oposição como seu pai, a juíza Ludmila Lins Grilo e o jornalista Rodrigo Constantino (colunista da Gazeta do Povo), entre outros.
Trump fez discurso de campanha, enquanto Milei foi mais conceitual
“Um voto em mim é o seu bilhete de volta à liberdade, é o seu passaporte para sair da tirania. É a sua única fuga do caminho rápido para o inferno de Joe Biden e sua gangue!”, afirmou o pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos, em clima eleitoral.
Trump disse que se considera um “orgulhoso dissidente político”, fazendo uma referência ao russo Alexei Navalny, opositor do ditador Vladimir Putin morto no último dia 16. E prometeu: “Tudo em nosso país voltará a funcionar corretamente. Seremos respeitados como nunca fomos antes”.
Javier Milei, por sua vez, concentrou-se em suas ideias econômicas e anti-woke. “Não permitir o avanço do socialismo, não endossar a regulação, não permitir o avanço da agenda assassina e não se deixar levar pelo canto da sereia da justiça social. Eu estou chegando”, afirmou.
Milei ainda pegou o gancho de Trump e disse que não se renderá “até tornar a Argentina grande novamente”. Por fim, soltou o seu bordão que correu o mundo: Viva la libertad, carajo!