Economia

Paulo Guedes diz que Lula “chutou o balde” ao tirar o teto de gastos e inchar Estado

Foto: Fábio Rodrigues

 

O ex-ministro Paulo Guedes, da Economia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou a condução da política econômica brasileira pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que ele chutou o balde ao retirar o teto de gastos para adotar o novo arcabouço fiscal.

Ele ainda acusou o atual governo de inchar o tamanho do Estado que “caminha para o totalitarismo”, e que o excesso de gastos pressiona o aumento de impostos e leva a um “endividamento em bola de neve”.

“Assim que o governo chegou, tirou o teto, tirou tudo, e falou: ‘vou chutar o balde, vou fazer o que eu quiser. Aí foi para o outro extremo”, disse Guedes durante o evento com investidores em São Paulo.

A fala contra a política econômica de Lula ocorreu após Guedes fazer um retrospecto de como conduziu o ministério, utilizando o mecanismo do teto de gastos criado durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Ele reconheceu que Bolsonaro precisou furar o limite, mas justificou que não era possível cumprir em meio à pandemia da Covid-19.

“Como você vai respeitar o teto se é obrigado a combater uma doença”, questionou Guedes justificando como um “teto retrátil”.

Apesar das críticas, Guedes destacou que não estava atacando o governo atual, mas sendo teórico e “socrático”. Ele pediu desculpas à plateia por não ser mais direto, mencionando a necessidade de ser cuidadoso com as palavras devido à sua experiência.

O ex-ministro questionou a plateia sobre os efeitos do aumento de gastos do governo atual nos juros e comentou sobre a elevação da arrecadação para equilibrar as contas públicas.

“Na hora que o excesso de gasto começa a pressionar aumento de impostos, aí fica todo mundo irritado, aí vem endividamento em bola de neve, juro alto, fica todo mundo irritado de novo”, explicou.

Paulo Guedes criticou o inchaço do Estado e defendeu que o governo se responsabilize por segurança pública e não por atividades como produção de “chapa de aço”. Ele sugeriu desinvestimentos e privatizações de empresas públicas.

“Quando o Estado começa a ficar grande demais, ele caminha para o totalitarismo”, afirmou Guedes, mencionando o controle da mídia e perseguição de pessoas.

Para o equilíbrio fiscal, Guedes propôs a criação de uma meta de dívida pública, uma regra que, segundo ele, deve valer para qualquer governo. Ele defendeu que os governos sejam obrigados a desestatizar, desalavancar e desobrigar o Estado de gastos em caso de estouro da meta de dívida.

“Não preciso cortar gastos, só não posso deixar subir. Em situação de crise, eu sou obrigado a fazer isso. ‘Ah, mas acabou tudo [a crise] de novo’. Ok, pode até criar mais quatro estatais aí, se tiver juros baixinhos, economia crescendo e a dívida pública na faixa de baixo, cria aí estatal”, concluiu.

Deu na Gazeta do Povo

Economia

Risco de bandeira vermelha: conta de luz pode ficar ainda mais cara nos próximos meses

Foto: André Coelho

 

Depois de 26 meses de bandeira verde, sem cobrança extra na conta de luz, este mês de julho foi de bandeira amarela, já com adicional tarifário. Para os próximos meses, especialistas acreditam que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tende a manter o adicional ou mesmo elevá-lo, passando para a bandeira vermelha. A expectativa é de que a Aneel anuncie nesta sexta-feira (26) a bandeira válida para o mês de agosto.

A cobrança extra se deve ao volume de água abaixo do ideal nos reservatórios das hidrelétricas e à expectativa de que não haja grande melhora até o fim do ano. A previsão de chuvas até dezembro é abaixo da média histórica – em torno de 50%, segundo a Aneel. Essas usinas costumam responder 70% da geração de energia no país.

As classificações por cores variam conforme o custo do sistema para substituir a energia hidrelétrica, com o aumento da geração térmica, que é mais cara.

A bandeira amarela, em vigor atualmente, determina um acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos. Com isso, uma conta de luz de R$ 100 passa para R$ 102,60. A bandeira vermelha se divide em patamar 1, cujo valor extra é de R$ 4,46 a cada 100 kWh, e patamar 2, com adicional de R$ 7,88.

Deu na Gazeta do Povo

Economia, Política

Lula diz que imposto sobre herança no Brasil é “nada”; reforma pode elevar alíquota

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça (23) que o imposto sobre herança cobrado no Brasil — o ITCMD — é “nada” se comparado ao tributado nos Estados Unidos, onde empresários costumam doar bens para instituições de ensino.

A fala ocorre em meio à discussão da regulamentação da reforma tributária que já passou pela Câmara dos Deputados e agora será analisada pelo Senado. Entre as mudanças está a elevação da alíquota, que se tornará progressiva de acordo com o valor entre 2% e 8%.

“Nos Estados Unidos, quando uma pessoa tem herança e ela morre, 40% da herança é paga de imposto. Uma fazenda dessa, se fosse vendida pelos herdeiros, 40% era de imposto. Então, nos Estados Unidos, como o imposto é caro, você tem muitos empresários que fazem doação de patrimônio para universidade, para instituto, para laboratório, para fundações”, disse Lula.

A declaração de Lula ocorreu durante uma cerimônia no campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Buri (SP), que teve o terreno doado pelo escritor Raduan Nassar. A doação foi mencionada pelo presidente em referência à prática comum entre os americanos.

“Aqui, no Brasil, você não tem ninguém que faça doação porque o imposto sobre herança é nada, é só 4%. Então, a pessoa não tem interesse em devolver o patrimônio dela”, completou.

No mesmo discurso, Lula voltou a repetir – como costuma reafirmar constantemente – que dinheiro aplicado em educação “é investimento, e não gasto”. Ele ainda citou as políticas educacionais que vêm fazendo, como mais universidades e institutos federais de educação, e que tem “obsessão por educação”.

“País importante não é aquele que só exporta soja, milho e minério de ferro. É aquele que exporta inteligência, aquele que exporta conhecimento, aquele que exporta gente para produzir coisas de valor agregado. É com esse país que eu sonho. E por sonhar eu digo para os meus ministros: não utilize nunca a palavra gasto quando estiver falando de educação”, completou.
Neste momento da discussão sobre a elevação do imposto sobre herança, cada estado tem suas próprias regras, em torno de 4%. Embora o texto da reforma tributária eleve a alíquota progressiva para até 8%, já há projetos de lei em paralelo no Senado que buscam ampliar para até 20%.

Economia

Governo piora projeção e estima déficit de R$ 28,8 bilhões em 2024, no limite para cumprir a meta

 

Depois de anunciar um congelamento de despesas de R$ 15 bilhões, na última semana, o governo federal piorou, nesta segunda-feira (22), a projeção de déficit para 2024. Agora, a estimativa é de que as contas públicas vão fechar no vermelho em R$ 28,8 bilhões – no piso da banda (intervalo de tolerância), já que o centro da meta é déficit zero. Isso porque a meta tem uma margem de tolerância de 0,25% do PIB, para cima e para baixo. O déficit de R$ 28,8 bilhões, portanto, é o limite inferior para o cumprimento da meta. No segundo bimestre, a previsão era de um bloqueio menor, de R$ 14,5 bilhões. As despesas primárias foram revistas para cima em R$ 20,7 bilhões, enquanto as receitas foram cortadas em R$ 6,4 bilhões. Sem o contingenciamento da última semana, de R$ 3,8 bilhões (também houve bloqueios de R$ 11,2 bilhões), o déficit estimado seria de R$ 32,6 bilhões – o que levaria a um descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Também houve aumento na projeção de despesas de R$ 1 bilhão com pessoal e encargos sociais, R$ 800 milhões em complementação do Fundeb e R$ 100 milhões com o programa Proagro. Em créditos extraordinários, houve aumento de R$ 14,2 bilhões, em virtude das medidas de socorro ao Rio Grande do Sul. Essa despesa, contudo, não é contabilizada no cumprimento da meta. Na visão da equipe econômica, contudo, os gastos continuam controlados, em 19,4% do PIB – pouco acima da média de 19,2% do PIB, entre 2015 e 2023, excluindo o ano de 2020, da pandemia. “Quando a gente olha a evolução das despesas primárias, no valor total, ao longo dos anos, na série histórica, vemos que ela se mantém sob controle, no patamar de 19,4% do PIB. A média é de 19,2% do PIB”, disse Montes.

Desoneração da folha

O governo também ampliou as renúncias previstas com na arrecadação da Previdência Social, em razão da desoneração das folhas de pagamentos dos municípios – houve uma redução de R$ 5,2 bilhões. Após um embate com o Legislativo contra a medida, o governo recorreu ao STF e obteve uma liminar suspendendo os efeitos da desoneração. Paralelamente, porém, a equipe econômica abriu uma negociação com senadores para a votação de um projeto de lei que contemple uma fonte de financiamento para a política pública, que atende também setores econômicos intensivos em mão de obra. Juntos, eles incluem milhares de empresas que empregam 9 milhões de pessoas.

O projeto de lei tinha previsão para ir à votação antes do recesso parlamentar, mas não houve acordo entre os senadores e a equipe econômica sobre as medidas de compensação. Pouco antes do recesso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco(PSD-MG), pediu para estender o prazo para se chegar a um acordo. A nova data é dia 11 de setembro. Entre as medidas apresentadas pelo Senado estão a repatriação de valores investidos por brasileiros no exterior e uma espécie de refis para dívidas de empresas com agências reguladoras. O Ministério da Fazenda tem sustentado que as ações são insuficientes para cobrir toda a despesa com a desoneração, inicialmente estimada em pouco mais de R$ 26 bilhões neste ano. O Senado tem uma projeção menor de renúncias, ao redor de R$ 17 bilhões.

Economia

Lira recomenda a Haddad mudar a pauta e encarar controle de gastos

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido aconselhado a investir em temas que tratem do controle e redução de gastos públicos, deixando de lado o discurso do aumento das receitas.

Segundo apurou o Estadão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse ao ministro que ninguém mais aguenta ouvir falar em arrecadação e que há espaço para discutir o fim da correção automática dos benefícios sociais junto com o salário mínimo. O debate sobre o aumento da arrecadação transbordou a esfera política com a proliferação de memes e piadas nas redes sociais se referindo ao ministro da Fazenda como “Taxadd”.

Há fadiga também entre parlamentares, e a avaliação é de que não se trata de uma ressaca apenas da “taxação das blusinhas”, como foi apelidada a tributação de compras em sites asiáticos, mas também das investidas da equipe econômica na limitação de créditos do PIS/Cofins de grandes empresas e na reforma tributária. Por isso, Haddad está sendo aconselhado pelo presidente da Câmara a mudar a pauta.

A alternativa, porém, enfrenta dificuldades dentro do próprio governo, com manifestações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a revisão de gastos que tratem de benefícios sociais e da Previdência. Em maio, quando a ministra do Planejamento, Simone Tebet, falou em discutir a correção automática de benefícios sociais bancados pela Previdência que são atrelados ao reajuste do salário mínimo, Haddad se apressou em dizer que o assunto não estava na pauta do governo. Destacou, ainda, que não via espaço para essa discussão.

Nas semanas e meses seguintes, Lulareforçou o discurso em defesa da política de reajuste anual do salário mínimo, criada no seu primeiro mandato e restaurada no ano passado. O problema, segundo economistas, é que quando o salário mínimo sobe, corrige também os gastos públicos com programas sociais, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), o auxílio-doença, o seguro-defeso e o abono salarial, criando uma dinâmica de alta constante das despesas públicas, acima até da capacidade de se arrecadar mais.

Assim, uma preocupação começou a aparecer no radar da classe política. Com o aumento dos gastos da Previdência, o temor é ter de enfrentaruma nova reforma do sistema de aposentadorias em menos de dez anos– a última foi feita em 2019, no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL), sob intenso debate público que mobilizou o Congresso. O assunto poderia voltar antes mesmo de se avançar em outras frentes, como a reforma administrativa – ignorada pelo governo Lula, mas defendida por Lira.

Políticos do Centrão dizem acreditar que o governo deve iniciar a discussão por causa de uma questão matemática: o crescimento dos gastos está mais rápido do que o das receitas. E, ainda que Haddad sustente que o esforço feito neste momento é para recuperar uma arrecadação perdidacom renúncias fiscais concedidas nos últimos anos, é preciso sinalizar um ajuste também nas despesas.

Lira tem dito, nos bastidores, que a revisão de gastos da Previdência não se choca com a política de valorização do salário mínimo, que é uma bandeira de Lula, defendida por ele em todas as campanhas eleitorais. E que a indexação dos benefícios ao salário mínimo é algo que pode ser tratado no debate político, assim como o aumento automático (vinculado ao crescimento da receita) dos pisos para despesas com saúde e educação.

Este segundo tema é também espinhoso para o PT, que criticou o antigo teto de gastos, criado no governo Michel Temer (MDB), por congelar despesas sociais do governo. Com a extinção do teto e a criação do novo arcabouço fiscal, no ano passado, os gastos com saúde e educação voltaram a obedecer a regra constitucional de reajuste vinculado ao crescimento das receitas.

Especialistas em contas públicas afirmam que, com a regra, os pisos de gastos estabelecidos para as duas áreas começarão acomprimir os demais setores do governocom mais intensidade no ano que vem, tornando o ajuste das contas públicas mais difícil. Nesta segunda-feira (22), o governo oficializa a contenção de R$ 15 bilhões de despesas discricionárias (não obrigatórioas) do Orçamento, com o objetivo de cumprir a meta de zerar o déficit público neste ano. Deste total, o governo está bloqueando R$ 11,2 bilhões para fazer frente a um aumento de despesas da Previdência. Está contingenciando outros R$ 3,8 bilhões em razão de frustrações de receitas.

Na quinta-feira, pouco antes do anúncio destes números, Tebet disse em entrevista a um programa de rádio estatal que a tarefa de acomodar os gastos em 2025 será “uma ginástica um pouco difícil” resumindo o desafio à frente.

Lira tem dito, em conversas reservadas, que o aperto é resultado das escolhas feitas pelo governo Lula, de optar pelas vinculações e indexações de despesas, tentando resolver o problema com o aumento de receitas. Para o presidente da Câmara, o sinal tem que ir na direção oposta.

Deu na Tribuna do Norte

Economia

Mercado aumenta previsão da inflação e a cotação do dólar

 

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve aumento, passando de 4% para 4,05% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (22), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2025, a projeção da inflação permaneceu em 3,9%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro de tolerância, que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 no patamar que está hoje, em 10,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida, novamente, para 9% ao ano, para os dois anos.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 2,11% para 2,15%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,93%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2%, para os dois anos.

Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi 3%.

A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,30 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,23.(Com ABr)

Informações do Diário do Poder
Economia

Congelamento de R$ 15 bi no Orçamento será oficializado nesta segunda

Foto: Rafa Neddermeyer

A equipe econômica oficializará, nesta segunda-feira (22), o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024. A suspensão dos valores constará do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, a ser enviado na tarde de segunda ao Congresso Nacional.

Na última quinta-feira (18), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou o anúncio do congelamento, em meio à disparada do dólar às vésperas do envio do relatório. Dos R$ 15 bilhões a serem suspensos, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados; e R$ 3,8 bilhões, contingenciados.

Tanto o contingenciamento como o bloqueio representam cortes temporários de gastos. O novo arcabouço fiscal, no entanto, estabeleceu motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem mais que o limite de 70% do crescimento da receita acima da inflação. O contingenciamento ocorre quando há falta de receitas que comprometem o cumprimento da meta de resultado primário (resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública).

A distribuição dos cortes pelos ministérios só será divulgada no fim do mês, quando for publicado um decreto presidencial com os limites de gastos por ministérios. Pela legislação, o detalhamento do congelamento deverá ser publicado até dez dias após o envio do relatório ao Congresso.

Em março, o governo tinha bloqueado R$ 2,9 bilhões em gastos discricionários (não obrigatórios) do Orçamento. O bloqueio foi necessário para garantir o cumprimento do limite de gastos do arcabouço fiscal.

Com a aprovação da lei que retomou a cobrança do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (Dpvat), o governo havia liberado os R$ 2,9 bilhões em maio. Isso ocorreu porque a lei continha um “jabuti” que liberou R$ 15,8 bilhões do teto de gastos. A liberação do dinheiro estava prevista no arcabouço fiscal, caso a arrecadação tivesse crescimento acima do previsto. Em política, o termo jabuti significa a inserção, em uma proposta legislativa, de um assunto sem relação com o texto original.

Agência Brasil

Economia

Brasil suspende exportações de carne de aves e seus produtos

Foto: Arquivo/Agência Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reviu a certificação para exportações de carnes de aves e seus produtos, após a confirmação de um foco da Doença de Newcastle (DNC) em estabelecimento de produção avícola comercial, no município de Anta Gorda,no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (19). A restrição varia de acordo com os mercados, mas afeta as vendas para 44 países.

A certificação para exportação é um acordo bilateral entre países parceiros e, por isso, o ministério modificou preventivamente o Certificado Sanitário Internacional (CSI) de forma a atender às garantias e os requisitos acordados.

“Seguindo-se as regras internacionais de comércio de aves e seus produtos, a suspensão da certificação temporária é conduzida pelo Brasil, de forma a garantir a transparência do serviço oficial brasileiro, frente aos países importadores dos produtos. Desta forma, as suspensões estão relacionadas a área ou região com impedimento de certificação, que varia desde a suspensão por pelo menos 21 dias para todo território nacional ou até mesmo a restrição circunscrita a um raio de 50 quilômetros (km) do foco identificado”, explicou a pasta.

Suspensão nacional

Segundo o governo, para países como China, Argentina, Peru e México, a suspensão vale para todo o Brasil, por enquanto. Nesse caso, os produtos com restrições são carnes de aves, carnes frescas de aves e seus derivados, ovos, carne para alimentação animal, matéria-prima de aves para fins opterápicos, preparados de carne e produtos não tratados derivados de sangue.

Suspensão estadual

Do estado do Rio Grande do Sul, ficam restritas as exportações para África do Sul, Albânia, Arábia Saudita, Bolívia, Cazaquistão, Chile, Cuba, Egito, Filipinas, Geórgia, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kosovo, Macedônia, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Polinésia Francesa, Reino Unido, República Dominicana, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Ucrânia, União Europeia, União Econômica Euroasiática, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.

Entre os produtos estão carne fresca, resfriada ou congelada de aves; ovos e ovoprodutos; carnes, produtos cárneos e miúdos de aves; farinha de aves, suínos e de ruminantes; cabeças e pés; gorduras de aves; embutidos cozidos, curados e salgados; produtos cárneos processados e termoprocessados; e matéria-prima e produtos para alimentação animal.

Suspensão regional

Em um raio de 50 km do foco não podem ser exportados carnes de aves, farinha de aves, penas e peixes para uso na alimentação animal e produtos cárneos cozidos, termicamente processados, não comestíveis derivados de aves, para o Canadá, Coreia do Sul, Israel, Japão, Marrocos, Maurício, Namíbia, Paquistão, Tadjiquistão, Timor Leste. Os certificados para esses destinos com data de produção até 8 de julho não entram nas restrições e poderão ser emitidos, informou o ministério.

Sem restrições

Ainda segundo o comunicado do Mapa, produtos submetidos a tratamento térmico como termoprocessados, cozidos e processados destinados a Argentina, África do Sul, Chile, União Europeia e Uruguai não têm qualquer limitação e poderão ser normalmente certificados.

O ministério informou que “as regras de suspensão são revisadas diariamente, tendo em vista as tratativas em curso com os países parceiros, nas quais são apresentadas todas as ações que estão sendo executadas para erradicar o foco”.

Exportação

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil, ficando atrás do Paraná e de Santa Catarina. Nos primeiros 6 meses do ano, o estado vendeu para o exterior 354 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 630 milhões. Essas exportações representaram 13,82% dos US$ 4,55 bilhões gerados pelo país e 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no mesmo período.

No primeiro semestre, os principais destinos da carne de frango gaúcha foram os Emirados Árabes Unidos (48 mil toneladas/US$ 94 milhões), Arábia Saudita (39 mil toneladas/US$ 77 milhões), China (32 mil toneladas/US$ 52 milhões) e Japão (20 mil toneladas/US$ 43 milhões).

Agência Brasil

Economia

Haddad anuncia contingenciamento de R$15 bilhões

Foto: Divulgação

 

O ministro da Fazendo, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (18) que o governo federal vai contingenciar R$15 bilhões do Orçamento federal.

No anúncio de Haddad, ao lado dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão), o ministro informou que serão bloqueados R$11,2 bilhões e outros R$3,8 bilhões contingenciados neste ano, para assegurar o cumprimento do arcabouço fiscal.

Segundo o ministro, o objetivo é evitar “especulações”. O governo vem sofrendo constantemente pressão do mercado e do Congresso para que demonstrem alternativas de diminuição de despesas para cumprir o arcabouço fiscal.

Deu no Diário do Poder
Economia

Gasolina se aproxima dos R$ 6 e bate recorde no governo Lula

Foto: Sérgio Lima/Poder360

A gasolina foi negociado a R$ 5,97 o litro nos postos brasileiros na semana passada. O valor representa a maior alta do combustível no 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em comparação à semana anterior, o preço aumentou R$ 0,12. Os dados são da pesquisa semanal de combustíveis da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

O óleo diesel também registrou alta no período analisado pela agência. De 7 a 13 de julho, foi vendido a R$ 5,94 nas distribuidoras, o valor mais alto nas últimas 14 semanas. O diesel S10 foi negociado a R$ 6,01 o litro.

O aumento no preço da gasolina já era esperado por causa do reajuste anunciado pela Petrobras em 8 de julho. A estatal aumentou o valor da gasolina em R$ 0,20 o litro, o que representa um crescimento real no preço do combustível de R$ 0,15 devido à mistura obrigatória de etanol na gasolina utilizada nos veículos brasileiros.

O Estado com a gasolina mais cara foi o Acre, onde o combustível foi negociado a uma média de R$ 7,02. Já o Estado com a gasolina mais barata foi o Amapá, com o litro do combustível sendo vendido a R$ 5,69.

Poder360