Guerra

Hamas anuncia retirada das negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza

Foto: JACK GUEZ / AFP/AFP

O grupo islamista Hamas anunciou neste domingo, 14, que abandonou as negociações para um cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza, um dia após um bombardeio israelense que teve como alvo o comandante militar do grupo.

O movimento, no entanto, “está disposto a retomar as negociações quando Israel demonstrar seriedade para concluir um acordo de cessar-fogo” e sobre a libertação dos reféns em Gaza, em troca de presos palestinos detidos em Israel, afirmou uma fonte do Hamas.

O anúncio aconteceu depois que, segundo o Hamas, bombardeios israelenses mataram 92 palestinos no sábado no campo de deslocados de Al Mawasi, sul do território, perto de Khan Yunis, e 20 pessoas no campo de Al Shati na Cidade de Gaza, norte do território.

Alvos de Israel

Israel informou que tinha como alvos na área de Khan Yunis dois líderes do Hamas, Mohammed Deif e Rafa Salama – chefe do braço armado e comandante em Khan Yunis, respectivamente -, apresentados como “dois cérebros do massacre de 7 de outubro”, dia em que o movimento islamista executou um ataque em território israelense que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

“O bombardeio aconteceu em uma área fechada, administrada pelo Hamas, onde, segundo nossas informações (…) não havia civis”, afirmou o Exército israelense, que garantiu que “a maioria das vítimas era de terroristas”.

Repercussão internacional

Uma fonte de alto escalão do Hamas informou à AFP neste domingo a decisão do movimento de abandonar as negociações indiretas para um cessar-fogo, lideradas pelos países mediadores – Catar, Egito e Estados Unidos, e denunciou os “massacres” israelenses “contra civis desarmados”.

O líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, informou os mediadores e participantes regionais sobre a decisão, acrescentou a fonte.

Declarações de liderança

Outra fonte do movimento anunciou que o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, está vivo. “Ele está bem e supervisiona as operações da Brigadas al Qasam (braço armado do Hamas) e da resistência”, declarou.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou no sábado que não havia certeza se Mohammed Deif e Rafa Salama foram “eliminados”.

Situação atual

A guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro, quando comandos islamitas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses.

O Exército de Israel calcula que 116 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, 42 das quais teriam morrido.

Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma ofensiva que já matou 38.584 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.

Crise humanitária

O movimento islamista denunciou um “massacre terrível” no campo de Al Mawasi, um bombardeio em que morreram essencialmente mulheres e crianças, segundo a Defesa Civil. Catar e Egito também condenaram o ataque.

Para Netanyahu, a operação de sábado envia “uma mensagem de dissuasão” aos inimigos de Israel e contribui para enfraquecer o Hamas.

Impacto nas negociações

Mohammed Deif, um dos comandantes do grupo islamista mais procurados por Israel há vários anos, foi o homem que anunciou em uma mensagem de áudio divulgada pelo Hamas o início do ataque na manhã de 7 de outubro. Deif conseguiu escapar de pelo menos seis tentativas de eliminação.

Ao mesmo tempo, o Exército de Israel prossegue com as operações na zona de Rafah, no sul, e na Cidade de Gaza, no norte do território, onde as tropas “eliminaram vários terroristas”.

Pelo menos oito pessoas morreram durante a noite na cidade, após bombardeios contra vários edifícios, segundo serviços de Emergência e Defesa Civil.

Reação internacional

Após meses de apelos internacionais por um cessar-fogo, a decisão do Hamas de sair das negociações representa um duro golpe nos esforços dos mediadores para garantir uma trégua no território cercado, onde a situação humanitária é desastrosa.

As tentativas diplomáticas começaram depois que, na semana passada, o Hamas aceitou negociar a libertação dos reféns sem um cessar-fogo permanente com Israel, que era uma das exigências do movimento.

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Netanyahuh no sábado de querer bloquear um cessar-fogo com “massacres odiosos”, segundo um comunicado do movimento.

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Netanyahuh no sábado de querer bloquear um cessar-fogo com “massacres odiosos”, segundo um comunicado do movimento.

“A posição israelense (…) consiste em impor obstáculos que impeçam alcançar um acordo”, denunciou Haniyeh, que, ao mesmo tempo, destacou o que chamou de “resposta positiva e responsável” do Hamas aos esforços dos mediadores.

Netanyahu sempre afirmou que pretende continuar com a guerra até obter a destruição do Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, e conseguir a libertação de todos os reféns.

Deu na Revista Exame

Guerra

Moscou afirma que destruiu 50 drones ucranianos na Rússia em zonas ocupadas

Anton Vaganov / POOL /AFP 

As forças russas destruíram 50 drones ucranianos nas regiões de Krasnodar e Rostov do Don, e também em Zaporizhzhia, na Ucrânia, que a Rússia afirma ter anexado, anunciou nesta sexta-feira  (5) o Ministério da Defesa de Moscou. O governador da região russa de Krasnodar, Veniamin Kondratiev, informou que uma criança morreu e cinco pessoas ficaram feridas em um bombardeio ucraniano com drones nesta área do sudoeste do país. O ministério informou que drones foram destruídos em Krasnodar e Rostov do Don, na Rússia, assim como em Zaporizhzhia, na Ucrânia, que Moscou afirma ter anexado. A Rússia reivindicou em setembro de 2022 a anexação da região de Zaporizhzhia, mas, embora ocupe amplas faixas territoriais, não a controla totalmente. “Os sistemas de defesa antiaérea destruíram 14 drones sobre Krasnodar, 26 sobre a região de Zaporizhzhia e 10 sobre a região de Rostov”, afirma um comunicado publicado no Telegram. Na quinta-feira (4), as autoridades ucranianas afirmaram que um bombardeio russo deixou dois mortos em Zaporizhzhia.

*Com informações da AFP

publicado por Tamyres Sbrile

Guerra

Ministros de Rússia e EUA conversam por telefone sobre a Ucrânia

 

Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS

Os ministros da Defesa da Rússia e dos Estados Unidos, Andrei Belousov e Lloyd Austin, respectivamente, conversaram por telefone nesta terça-feira (25) sobre a situação na Ucrânia, anunciou o ministério russo. Belousov “citou o risco de uma nova escalada na situação devido às armas americanas fornecidas às Forças Armadas ucranianas”, indicou o ministério russo, acrescentando que o telefonema foi uma iniciativa de Washington. O Pentágono também informou sobre a conversa, a primeira entre as duas autoridades desde a nomeação de Belousov, no mês passado. Austin “ressaltou a importância de manter as linhas de comunicação no contexto da guerra”, informou o porta-voz do secretário de Defesa, Pat Ryder. A Rússia considera que Washington se tornou parte do conflito na Ucrânia ao autorizar Kiev a usar mísseis americanos de longo alcance contra províncias russas e a Crimeia.

*Com informações da AFP

Deu na JP News

Guerra

Hamas ataca comboio da ONU com ajuda humanitária para palestinos

 

O Exército israelense informou nesta terça-feira (25) que o Hamas lançou um ataque com morteiros contra suas tropas durante uma escolta para entrega de ajuda humanitária do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) à população palestina.

“Durante a atividade coordenada, a organização terrorista Hamas disparou um projétil na rota humanitária perto do comboio de ajuda da UNICEF e dos soldados das FDI que protegiam a área”, afirmou num comunicado as Forças de Defesa (FDI).

Um vídeo divulgado pelo serviço militar israelense mostrou pelo menos um morteiro a poucos metros de soldados e de um veículo das Nações Unidas.

Depois do ataque, as FDI disseram que o comboio seguiu a rota conforme planejado e não houve feridos na ação terrorista.

Israel destacou no comunicado que há esforços para aumentar a chegada de suprimentos no enclave palestino, no entanto o Hamas explora o povo sob sua administração na Faixa e dificulta novas atividades humanitárias.

“Apesar das tentativas das FDI de aumentar a ajuda humanitária e as atividades para os residentes de Gaza, o Hamas continua a explorar esses esforços e a pôr em perigo as vidas dos civis de Gaza”, acrescentaram os militares.

Essa não foi a primeira ação do grupo terrorista nesse sentido. Outros episódios foram denunciados por Israel durante os meses de guerra, como no roubo de um grande carregamentos de ajuda em maio.

Naquela ocasião, o grupo islâmico radical roubou diversos itens de primeiros socorros que entraram em Gaza através da passagem israelense recém-aberta de Erez.

O Hamas também é denunciado por utilizar zonas civis para lançar ataques contra o território vizinho. Alguns exemplos são hospitais, escolas, residências e estruturas da ONU.

Deu na Gazeta do Povo

Guerra

Líderes europeus manifestam preocupação após ameaças do Hezbollah: “inaceitável”

Foto: REUTERS/Mohamed Azakir

O chefe da política externa europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira (24) que o Oriente Médio estava perto de ver o conflito expandir-se para o Líbano poucos dias depois de o Hezbollah, apoiado pelo Irã, ter ameaçado Chipre, que é um país-membro da União Europeia.

“O risco desta guerra afetar o sul do Líbano e espalhar-se é cada dia maior”, disse Borrell aos jornalistas antes de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros no Luxemburgo.

“Estamos às vésperas da expansão da guerra”.

O Hezbollah, apoiado pelo Irã, começou a atacar Israel pouco depois do ataque do Hamas, em 7 de outubro, ter desencadeado a guerra em Gaza. O Hezbollah disse que não iria parar até que houvesse um cessar-fogo em Gaza.

No início de junho, o Hezbollah teve como alvo cidades e instalações militares israelenses com repetidos ataques de foguetes e drones, ampliando a ofensiva depois de um ataque israelense ter matado um comandante graduado do Hezbollah.

O chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse na semana passada que nenhum lugar em Israel estaria seguro se uma guerra total eclodisse entre os dois inimigos, e também ameaçou pela primeira vez Chipre, membro da UE, e outras partes do Mediterrâneo.

“É absolutamente inaceitável fazer ameaças contra um Estado soberano da União Europeia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros grego, George Gerapetritis. “Apoiamos Chipre e estaremos todos juntos em todos os tipos de ameaças globais provenientes de organizações terroristas”.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que a situação entre Israel e o Hezbollah era muito preocupante e que ela viajaria para o Líbano em breve.

“Uma nova escalada seria uma catástrofe para as pessoas da região”, disse ela.

Deu na CNN Brasil

Guerra

Guerra intensa em Gaza “está prestes a terminar” e foco deve ser no Líbano, diz Netanyahu

Foto: Tomer Appelbaum/Reuters

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (23) que a “fase intensa da guerra com o Hamas [na Faixa de Gaza] está prestes a terminar”, e que o foco dos militares poderia então mudar para a fronteira norte de Israel com o Líbano, onde os combates com o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã, intensificou-se nas últimas semanas.

Netanyahu, no entanto, prometeu que Israel continuaria a operar em Gaza até que o grupo militante Hamas fosse eliminado.

“Isso não significa que a guerra vai acabar, mas a guerra na sua fase atual vai acabar em Rafah. Isto é verdade. Continuaremos cortando a grama mais tarde”, disse Netanyahu ao Canal 14 de Televisão em sua primeira entrevista individual à mídia local israelense desde 7 de outubro.

Mais de um milhão de palestinos estavam abrigados em Rafah antes de Israel iniciar a sua operação aérea e terrestre na cidade do sul de Gaza, desafiando os apelos da comunidade internacional para não prosseguir.

Desde então, cerca de 800 mil pessoas foram deslocadas de Rafah, onde as condições foram descritas pela agência alimentar das Nações Unidas como “apocalípticas”.

A passagem fronteiriça da cidade com o Egito – um ponto de entrada vital para a ajuda humanitária – permaneceu fechada desde que os militares israelitas a tomaram no início do mês passado.

E a pressão internacional sobre as ações de Israel em Gaza aumentou desde que o país iniciou a sua operação em Rafah.

No mês passado, o tribunal superior da ONU ordenou que Israel suspendesse imediatamente a sua controversa operação militar naquele país, qualificando a situação humanitária de “desastrosa”.

Na sua entrevista, Netanyahu disse que está pronto para fazer “um acordo parcial” com o Hamas para devolver alguns reféns ainda mantidos em cativeiro em Gaza, mas reiterou a sua posição de que a guerra ainda continuará após um cessar-fogo “para atingir o objectivo de eliminar” o Hamas.

“Não estou pronto para desistir disso”, disse Netanyahu.

O primeiro-ministro enfrentou protestos em todo o país em Israel pedindo um cessar-fogo em Gaza e o retorno de todos os reféns.

No sábado, as famílias dos reféns participaram nos protestos antigovernamentais em curso, incluindo em Tel Aviv, Jerusalém, Herzliya, Cesareia, Raanana, Be’er Sheva, Kiryat Gat e na cidade de Pardes Hanna-Karkur. Muitos manifestantes exigiram que o governo aceitasse o acordo de libertação dos reféns.

Um plano de cessar-fogo em três fases apoiado pelos EUA propõe “um fim permanente das hostilidades, em troca da libertação de todos os outros reféns que ainda estão em Gaza, e uma retirada total das forças israelitas de Gaza”.

As fissuras também parecem estar se aprofundando entre o governo israelense e os seus militares.

Netanyahu tem estado sob pressão crescente de membros do seu governo e dos aliados de Israel, incluindo os Estados Unidos, para conceber uma estratégia para o governo de Gaza no pós-guerra, após o devastador bombardeamento de Israel contra o enclave.

Em resposta aos comentários do primeiro-ministro, o Hamas disse que as palavras usadas por Netanyahu mostram que ele procura apenas um acordo parcial e não o fim da guerra em Gaza.

As posições de Netanyahu são “uma confirmação clara da sua rejeição da recente resolução do Conselho de Segurança e das propostas do presidente dos EUA, Joe Biden”, disse o Hamas num comunicado.

O Hamas continua insistindo que qualquer acordo inclua “uma afirmação clara de um cessar-fogo permanente e uma retirada completa da Faixa de Gaza”.

Mudando para o norte

Netanyahu também disse ao Canal 14 de Televisão que “após o fim da fase intensa, teremos a possibilidade de transferir parte do poder para o norte, e faremos isso”.

“Em primeiro lugar, para fins de proteção e, em segundo lugar, para trazer também os nossos residentes para casa. Se pudermos fazer isso politicamente, isso seria ótimo. Se não, faremos de outra forma, mas vamos trazer todos de volta para casa – todos os moradores do norte e do sul”, acrescentou.

O Hezbollah, um movimento islâmico apoiado pelo Irã e com uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio, tem concretizado ataques mortais a partir do sul do Líbano, visando áreas no norte de Israel, desde 8 de outubro, um dia após os ataques do Hamas a Israel.

Israel respondeu aos ataques do Hezbollah com bombardeios que mataram militantes do grupo, entre eles comandantes seniores.

Dezenas de milhares de israelenses foram evacuados de suas casas no norte de Israel devido ao conflito em curso. Aldeias no sul do Líbano também ficaram vazias.

O aumento dos ataques transfronteiriços nas últimas semanas intensificou as preocupações sobre a possível eclosão de outro conflito de pleno direito no Oriente Médio.

Autoridades israelenses disseram aos EUA que planejavam transferir recursos do sul de Gaza para o norte de Israel, em preparação para uma possível ofensiva contra o grupo, disseram autoridades dos EUA à CNN na quarta-feira.

As implicações de uma guerra mais ampla entre Israel e o Hezbollah podem ser devastadoras, disse anteriormente um alto funcionário dos EUA à CNN.

As autoridades norte-americanas têm sérias preocupações de que, no caso de uma guerra total entre Israel e o Hezbollah, o grupo militante apoiado pelo Irã possa sobrecarregar as defesas aéreas de Israel no norte – incluindo o muito alardeado sistema de defesa aérea “Iron Dome” (ou Domo de Ferro, em português).

Netanyahu também foi questionado na entrevista se a sua solução para acabar com o conflito com o Hezbollah seria através de um acordo ou da guerra.

O primeiro-ministro respondeu: “Olha, se houver um acordo, será um acordo conforme os nossos termos. Os nossos termos não são acabar com a guerra, abandonar Gaza e deixar o Hamas intacto. Recuso-me a deixar o Hamas intacto. Precisamos eliminá-los”.

Israel lançou a sua guerra em Gaza após os ataques do Hamas de 7 de outubro, quando militantes mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram mais de 250 reféns. Desde então, a campanha israelita matou mais de 37 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Deu na CNN Brasil

Guerra, Mundo

Houthis atacam porta-aviões Eisenhower, dos EUA, no Mar Vermelho

 

Os Houthis anunciaram um novo ataque contra o porta-aviões Eisenhower, dos Estados Unidos, que lideram os esforços para conter as ofensivas do grupo iemenita no Mar Vermelho desde o fim de 2023. A informação foi compartilhada pelo porta-voz do grupo, Yahya Saree, neste sábado (22/6).

O grupo, que controla boa parte do Iêmen, disse que o navio de guerra dos EUA foi atingido por mísseis balísticos e de cruzeiro, em uma operação que “alcançou seus objetivos com sucesso”. A data e possíveis vítimas, no entanto, não foram divulgadas.

Até o momento, o governo dos EUA também não se pronunciou sobre o assunto.

A reivindicação do ataque contra o porta-aviões norte-americano surge um dia após o Instituo Naval dos EUA afirmar que o Eisenhower recebeu ordens de voltar para casa. Um outro navio do mesmo tipo, provavelmente operando na região do Pacífico, deve ocupar o lugar da embarcação na região.

Além do porta-aviões dos EUA, os Houthis assumiram a autoria do ataque contra o navio Transworld Navigator, com bandeira da Libéria, no mar árabe.

A justificativa do grupo iemenita para o ataque contra a embarcação foi a mesma usada em outras ações semelhantes.

“O navio foi alvo porque a empresa proprietária violou a decisão de proibição de entrada nos portos da Palestina ocupada”, disse o comunicado.

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, os Houthis têm realizado uma espécie de bloqueio no Mar Vermelho e região, além de diversos ataques contra navios em solidariedade ao povo da Palestina.

Guerra

PF retém suspeito de integrar Hamas em Guarulhos; defesa diz “desconhecer” ligação

Foto: Carla Carniel/Reuters

Uma decisão liminar da Justiça Federal, neste sábado (22), impediu temporariamente a Polícia Federal (PF) de repatriar um cidadão palestino e três familiares. O grupo, que iniciou a viagem em Kuala Lumpur, capital da Malásia, foi impedido de entrar no país no Aeroporto de Guarulhos, onde desembarcou na tarde de sexta-feira (21) em um voo da Qatar Airways, que partiu de Doha, capital do Catar.

Os agentes brasileiros afirmam que há a suspeita de que o palestino de 37 anos integre o alto escalão do Hamas. Ele seria um dos porta-vozes autorizados a falar em nome do grupo que promoveu os ataques terroristas em 7 de Outubro contra Israel.

Ainda de acordo com os investigadores, o homem integra a lista do FBI – a polícia federal americana – que monitora suspeitos de integrar grupos terroristas: a Terrorist Screening Center (TSC).

Muslim M. A Abuumar está acompanhado da mulher – grávida de 7 meses – um filho de 6 anos e a sogra, de 69 anos. Abuumar emitiu no dia 13 de junho um visto de 90 dias para permanecer no Brasil. Já os outros três familiares são cidadãos malaios e não precisam de visto para entrar no país.

A suspeita dos investigadores é que Abummar tenha vindo ao Brasil para que a mulher tenha o filho. Deste modo, a criança nasceria brasileira, o que garantiria a naturalização e a permanência dos familiares no território brasileiro.

Para a PF, esse “modus operandi” foi observado em outras pessoas suspeitas de estarem vinculadas a organizações responsáveis por atos terroristas e que o cenário justifica o impedimento para entrarem no país.

Neste sábado, porém, a juíza plantonista Millena Marjorie Fonseca da Cunha, da subseção judiciária de Guarulhos, atendendo o pedido da defesa – que alegou que a PF não explicitou os motivos para impedir a entrada da família no Brasil – determinou que a extradição não fosse feita até “melhor compreesão dos fatos.”

A magistrada deu 24 horas para que a PF preste informações sobre o caso e ainda determinou que sejam tomadas providências necessárias para garantir atendimento médico-hospitalar para a mulher grávida.

Fontes da PF afirmaram à CNN que a família permanece em um hotel em Guarulhos com assistência da companhia aérea até a decisão final da Justiça.

De acordo com o pedido feito à Justiça pelo advogado Bruno Henrique de Moura, Mulsim M.A Abuumar foi abordado por agentes da PF ainda na porta da avião. “No ato, agente que não foi identificado, questionou suas predileções políticas, se ele apoia a resistência palestina à ocupação da faixa de gaza pelo Estado de Israel e suas motivações para viajar até o Brasil”, diz a petição.

A defesa ainda cita que Muslim não foi acompanhado por tradutor ou por advogado. “A Polícia Federal não apresentou qualquer documento ou prova de que ele infrinja alguma normativa nacional ou que tenha sofrido condenação judicial por algum Estado reconhecido pelo Brasil”, alegou a defesa.

O advogado informou ainda à Justiça que família tem passagem de volta comprada para a Malásia para o dia 9 de julho. Além disso, argumenta que Abuumar teve o visto renovado pelo Brasil no dia 13 de junho pelo prazo de um ano.

“Desconheço ligação com o Hamas e, caso exista, que a Polícia Federal apresente provas de que o vínculo não seja apenas filosófico, mas concreto. Do contrário, o impedimento será de índole política, o que a Lei de Imigração proíbe”, disse à CNN o advogado Bruno Henrique Moura.

Muslim M. A Abuumar tem um irmão que mora em São Bernardo do Campo (SP) e veio pela primeira vez ao Brasil em janeiro de 2023, quando passou 15 dias. Na época, segundo a PF, ele não constava na lista de suspeitos do FBI.

Deu na CNN Brasil

Guerra

Manifestantes protestam contra Netanyahu em Tel Aviv com cartazes de ‘Ministro do Crime’

Foto: ABIR SULTAN/EFE/EPA

Manifestantes entoaram, neste sábado (22), em Tel Aviv, palavras de ordem contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Segundo a organização Hofshi Israel, que convocou o protesto, a concentração de hoje foi a maior até o momento, com cerca de 150.000 participantes. Eles exigiram novas eleições e o retorno dos reféns mantidos em Gaza pelo movimento islamista Hamas. Todos os sábados ocorrem protestos deste tipo na capital financeira de Israel contra a gestão governamental da guerra em Gaza, que estourou há quase nove meses.

Os participantes tremulavam bandeiras israelenses e muitos exibiam cartazes com palavras de ordem como “Ministro do Crime” e “Pare a Guerra”. Alguns manifestantes deitaram no chão cobertos de tinta vermelha na Praça da Democracia para denunciar o que consideram “a morte da democracia” sob o governo de Netanyahu. Em um discurso, um ex-chefe da agência de segurança interna de Israel Shin Bet, Yuval Diskin, classificou Netanyahu de “pior primeiro-ministro” da história de Israel.

Muitos manifestantes acusam a coalizão de conservadores, nacionalistas e religiosos ultraortodoxos no poder de prolongar a guerra na Faixa de Gaza e colocar em perigo a segurança do país e os reféns. A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando combatentes islamistas do Hamas mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço baseado em dados oficiais israelenses.

O Exército israelense estima que 116 pessoas permanecem retidas em Gaza, 41 das quais teriam morrido. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que deixou pelo menos 37.551 mortos até agora, também civis na maioria, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Publicado por Carolina Ferreira

Deu na JP News

Guerra

Maduro pode invadir a Guiana após a eleição

Foto: EFE/Rayner Peña R

Um relatório do think tank americano Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) divulgado em maio apontou a possibilidade de a Venezuela invadir a vizinha Guiana após a eleição presidencial de 28 de julho, com o objetivo de tirar do foco a indignação nacional e internacional diante de um (provável) resultado fraudulento.

A Venezuela alega ter soberania sobre o Essequibo, uma região de quase 160 mil quilômetros quadrados que corresponde a 70% do território da Guiana.

Analistas ponderam que o ditador Nicolás Maduro dificilmente teria condições de promover uma guerra contra os guianenses, mas a escalada da retórica do regime chavista vem aumentando a preocupação de que ocorra uma ofensiva militar.

O relatório do CSIS descreve a hipótese levantada por muitos analistas de que o discurso agressivo pela tomada do Essequibo visa desviar a atenção da crise política, social e econômica na Venezuela.

“A partir desta premissa, [especialistas] argumentam que a importância do Essequibo pode diminuir após a ‘reeleição’ de Maduro. Pelo contrário, o curso de ação que Maduro seguirá depois de 28 de julho pode revelar-se ainda mais perigoso”, alertou o think tank americano.

“Em vez de moderar a retórica, Maduro pode se sentir tentado a intensificar tanto a retórica como a ação relacionadas ao Essequibo, numa verdadeira estratégia para fabricar uma crise regional no rescaldo de uma eleição roubada”, afirmou o CSIS.

“Num tal cenário de crise pós-eleitoral, a retórica da Venezuela corre o risco de cruzar um Rubicão para além do qual não poderá regressar sem tomar algum tipo de ação contra a Guiana”, acrescentou.

No mesmo relatório, o CSIS disse que o inflamado discurso chavista sobre o Essequibo, a construção de infraestruturas e a alocação de tropas e equipamentos militares que a Venezuela está realizando perto da fronteira com a Guiana estão “colaborando para institucionalizar um sentimento de perpétua posição pré-guerra”.

Tensão com a Guiana aumentou em maio

Uma decisão internacional do final do século XIX determinou que o Essequibo era do Reino Unido, de quem a Guiana obteve independência em 1966. Nesse ano, foi assinado um acordo para que a disputa com a Venezuela fosse resolvida por uma corte internacional, o que nunca aconteceu.

Uma demanda da Guiana para que o caso seja decidido pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) tramita desde 2018.

A disputa se tornou mais tensa a partir de dezembro do ano passado, quando, num referendo questionado, a Venezuela aprovou medidas para a anexação do Essequibo. Desde então, o chavismo aprovou a criação de um estado venezuelano e de uma área de segurança na área, entre outras medidas.

Em maio, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou o envio de “patrulhas aéreas” depois que os Estados Unidos anunciaram o sobrevoo de dois aviões da Marinha sobre Georgetown, capital da Guiana, e seus arredores. O governo guianense em seguida colocou suas agências em alerta.

O relatório do CSIS apontou que a Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb), as forças armadas da Venezuela, acumularam muito poder sob o chavismo, e que Maduro “espera receber várias coisas em troca” dessa proeminência.

Essas “recompensas” incluiriam a repressão de opositores e “garantir a segurança do seu regime” após uma provável vitória eleitoral fraudulenta em 28 de julho. Por outro lado, retroceder na demanda pelo Essequibo poderia fazer a Fanb se voltar contra ele, argumentou o CSIS.

“Mesmo que Maduro conseguisse um acordo desigual com a Guiana para o acesso a blocos petrolíferos offshore, provavelmente não conseguiria desescalar facilmente e desmantelar rapidamente instituições como a nova Zona de Operações de Defesa Integral encarregada de gerir o Essequibo”, explicou o think tank.

“Fazer isso provocaria uma resistência feroz por parte das forças armadas, que viram a sua estatura crescer na política e na sociedade venezuelanas, ao mesmo tempo que abraçaram avidamente o seu papel como vanguarda das reivindicações de soberania da Venezuela sobre um território há muito negado”, afirmou.

Ou seja, mesmo que estivesse disposto a reconsiderar a questão, o ditador ainda poderia ser empurrado para o conflito. “Ele despertou paixões nacionalistas sem fornecer uma válvula de escape”, justificou o CSIS.

Analista militar não acredita que Venezuela invadirá a Guiana

Porém, analistas militares discordam do think tank americano e seguem céticos sobre a possibilidade de a Venezuela invadir a Guiana.

No ano passado, quando o referendo sobre a anexação do Essequibo foi anunciado pela ditadura chavista, o coronel da reserva e analista militar Paulo Roberto da Silva Gomes Filho disse à Gazeta do Povo que não acreditava numa ofensiva venezuelana por três razões principais: a estrutura sucateada da Fanb, a provável reação dos Estados Unidos em caso de invasão e o fato de dois grandes aliados de Maduro (Rússia e Irã) estarem focados em outros conflitos, na Ucrânia e no Oriente Médio.

Em nova entrevista à reportagem, Gomes Filho manteve essa avaliação. “Não acredito que a Venezuela tenha a intenção de invadir a Guiana, uma vez que as condições não se alteraram significativamente desde o ano passado”, explicou.

Sobre a mobilização descrita no relatório do CSIS, o analista afirmou que ela “tem o objetivo de apresentar as forças armadas da Venezuela, perante a opinião pública do próprio país, como um instrumento militar capaz de atuar em consonância com a retórica do regime”.

“Ou seja, como um instrumento militar capaz de garantir a anexação da região do Essequibo. Não faria sentido que a retórica inflamada dos líderes políticos não fosse acompanhada de uma atuação militar correspondente”, disse Gomes Filho. Ou seja: o objetivo seria fazer propaganda, não preparativos reais para uma guerra.

Embora não acredite numa invasão, o especialista apontou que há chance de o chavismo tentar emplacar algum factoide relacionado ao Essequibo antes da eleição.

“Não descarto a possibilidade de, durante a campanha eleitoral, haver algum anúncio bombástico, ou a exploração/fabricação de algum incidente que possa gerar uma movimentação militar – a exemplo do que se viu no ano passado – de modo a galvanizar o sentimento patriótico/nacionalista às vésperas do pleito eleitoral”, explicou.

Com as pesquisas e a pressão internacional gerando ao chavismo o maior risco em anos de finalmente ser destronado, a disputa pelo Essequibo pode ter capítulos decisivos nas próximas semanas.

Deu na Gazeta do Povo