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Estudo mostra que lockdown e máscaras não reduziram mortes por covid-19

Covid

 

As políticas de confinamento e o uso de máscaras não contribuíram para a redução de mortes por covid-19 nos Estados Unidos, mostra estudo publicado na revista científica The Lancet. Segundo o levantamento, apenas as vacinas podem ser associadas a taxas mais baixas de mortalidade.

Em contrapartida, as políticas de confinamento, o uso de máscaras e as vacinas podem ser associados a menores taxas de infecção. O levantamento sugere que o Estado com o nível mais baixo de uso de máscara (Wyoming) poderia ter resultados melhores se adotasse essa política com a mesma intensidade que o Havaí, Estado com o nível mais alto de uso de máscara. A taxa de infecção reduziria 38%, de acordo com os pesquisadores.

Mas não para aí. Se o Estado de Dakota do Sul — com o menor nível de confinamento — aplicasse essa mesma política restritiva como a Califórnia, onde houve o maior nível, as taxas de infecção reduziriam 37%.

O Estado do Alabama, com o menor número de pessoas vacinadas por dia, poderia ter menores taxas de infecção (-35%) se vacinasse como Vermount, Estado com o maior número de pessoas vacinadas por dia. Também haveria 35% de redução nas mortes.

Deu na Oeste

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O tempo está passando mais rápido? Estudo aponta conexão entre batimentos cardíacos e fases da vida

Eletrocardiograma, batimento cardíaco, coração

 

Um novo estudo publicado na revista Psychophysiology revela que as distorções do tempo podem ser geradas pelos batimentos cardíacos. Pesquisadores da Universidade Cornell mediram com precisão a duração de cada batida em estudantes universitários e pediram que eles estimassem a duração de tons de áudio curtos. Eles descobriram que os participantes tendiam a perceber o tom como mais longo após um intervalo de batida mais longo, e como mais curto após intervalos mais curtos. Além disso, os intervalos de batimentos cardíacos dos sujeitos aumentavam após cada tom.

De acordo com Saeedeh Sadeghi, candidato a doutorado na Universidade de Cornell e principal autor do estudo, uma frequência cardíaca mais baixa parecia ajudar na percepção. Ele explica que o batimento cardíaco pode ser um ruído para o córtex cerebral, a parte do cérebro responsável pelo pensamento, julgamento, percepção, movimento voluntário e linguagem. “Você pode assimilar mais o mundo – é mais fácil processar as coisas – quando o seu coração está em silêncio”, afirma Sadeghi.

O estudo fornece mais evidências de que não é apenas uma parte do cérebro ou do corpo que controla o tempo, mas toda uma rede. “O cérebro controla o coração e o coração, por sua vez, afeta o cérebro”, acrescenta o pesquisador. Essas descobertas podem ter implicações importantes em como entendemos a percepção do tempo e como podemos melhorá-la.

Desde o início da pandemia de Covid-19, quando muitas atividades presenciais foram interrompidas e as pessoas em todo o mundo enfrentaram períodos de tempo que não conseguiam diferenciar, houve um aumento no interesse pela percepção do tempo.

Um estudo sobre percepção do tempo realizado durante o primeiro ano de lockdown no Reino Unido descobriu que 80% dos participantes relataram distorções no tempo, em diferentes direções. As pessoas mais velhas e mais isoladas do convívio social relataram que o tempo desacelerou, enquanto pessoas mais jovens e ativas relataram uma aceleração.

A autora do estudo durante o confinamento, Ruth S. Ogden, professora de psicologia na Liverpool John Moores University, explica que nossa experiência do tempo é afetada de maneiras que se assemelham, em geral, ao nosso bem-estar. As pessoas com depressão experimentam uma desaceleração do tempo e essa desaceleração é percebida como um fator que piora a depressão.

O novo estudo da Cornell aborda algo diferente: como percebemos a passagem dos microssegundos. Ogden aponta que entender esses mecanismos pode nos ajudar a lidar com o trauma, cujas experiências instantâneas são lembradas como prolongadas. Ela disse que ao tentar avaliar a importância de uma experiência, “nossos cérebros apenas olham para trás e dizem: ‘Bem, quantas lembranças nós criamos?’”. Quando você tem uma memória muito vívida, mais vívida do que normalmente teria de um período de 15 minutos de sua vida, sua mente pode fazer você acreditar que foi muito longo.

O professor de psiquiatria da Brighton and Sussex Medical School, Hugo Critchley, que estudou como os batimentos cardíacos afetam a memória e a resposta ao medo, afirmou que a pesquisa sobre a percepção do tempo costumava se concentrar em áreas diferentes do cérebro. Segundo ele, os estudos de psicologia anteriores à década de 1990 ignoravam o corpo como um controle do tronco cerebral, situado entre a medula espinhal e o cérebro.

No entanto, Critchley diz que agora há uma compreensão maior de que as funções cognitivas estão intimamente ligadas ao controle do corpo. Pesquisas anteriores exploraram a relação entre a excitação física e o processamento do estresse e estados emocionais, como ansiedade e pânico. Já o novo estudo se concentra no papel do coração não emocional, mas na percepção do tempo, que pode estar ligada a distorções maiores no pensamento.

Segundo Critchley, a função cognitiva não pode ser examinada isoladamente. Ele acrescenta que, ao entender como o cérebro se desenvolve e começa a representar estados mentais internos, as pessoas estão percebendo a importância da informação interna essencial para se manter vivo.

Uma das explicações para a estreita conexão do corpo com a percepção do tempo pode ser atribuída ao fato de que o tempo está diretamente ligado às necessidades metabólicas, afirma Adam K. Anderson, professor de psicologia na Universidade Cornell e co-autor do novo estudo. Ele ainda acrescenta que “o tempo é um recurso”.

Para Anderson, o corpo pode ser comparado a uma bateria ou um tanque de combustível, que tenta constantemente avaliar a quantidade de energia disponível em tempo real. Essa avaliação impacta diretamente na maneira como percebemos a passagem do tempo, que pode parecer mais lenta ou mais rápida, dependendo do nível de energia corporal disponível.

Deu no Conexão Política

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Cabelo branco é reversível, descobrem cientistas dos Estados Unidos

Imagem de capa para Cabelo branco é reversível, descobrem cientistas dos Estados Unidos

 

Cientistas descobriram que o cabelo branco pode ser reversível e pretendem desenvolver um tratamento para interromper o envelhecimento dos fios.

O mistério por trás do aparecimento dos cabelos grisalhos está na falta de células-tronco no fluxo do couro cabelo do indivíduo e é isso que os pesquisadores querem fazer: estimular a ação dessas células.

Os pesquisadores da Universidade de Nova York , nos Estados Unidos, que desvendaram o mistério, publicaram estudo na Revista Nature e disseram que, conforme o cabelo vai envelhece e essas células ficam presas no organismo, elas não sobem mais para o fio, fazendo com que ele perca a coloração natural.

Envelhecimento celular

No estudo, os cientistas afirmam que as células-tronco são camaleônicas, ou seja, são capazes de se converter em diferentes tipos de células e podem se movimentar por diferentes compartimentos de crescimento dos fios.

Com o processo natural de envelhecimento, essa capacidade de andar de um lado para outro vai diminuindo e a principal consequência é o aparecimento dos temidos cabelos brancos, um verdadeiro “monstro” para diversos homens e mulheres por aí!

Felizmente, o novo estudo está vendo as chances para encontrar um tratamento eficaz para o problema. Viva a ciência!

Novo estudo

Procurando entender como poderiam acabar com o cabelo branco, os pesquisadores conduziram uma série de experimentos em células-tronco de melanócitos de camundongos e humanos. No caso, os melanócitos são os principais controladores da pigmentação capilar.

Os pesquisadores descobriram que durante o crescimento dos cabelos, as células giram continuamente entre os compartimentos do folículo piloso em desenvolvimento.

Simplificando, é justamente dentro desses compartimentos que os melanócitos estão expostos aos efeitos que influenciam seu pleno funcionamento.

Os resultados da pesquisa sugerem que no processo constante do fio envelhecer, um número crescente de células-tronco de melanócitos fica presa em um compartimento específico, chamado protuberância do folículo piloso, onde vão se acumulando.

Essa descoberta pode possibilitar tratamentos que estabeleçam o fluxo contínuo de células, que vai sendo interrompido com o passar do tempo.

Isso faz com que possam ser criados novos tratamentos para os cabelos brancos.

Com informações de Nature.

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Beber até duas cervejas por dia não aumenta risco de morte, conclui estudo

Estudo chama atenção para efeitos mais prejudiciais do álcool em mulheres

 

Uma ampla e atualizada revisão de estudos científicos, publicada no JAMA Network Open, da Associação Médica Americana, nesta sexta-feira (31), concluiu que ingerir quantidades baixas ou moderadas de álcool diariamente não impacta no aumento do risco de morte por todas as causas entre homens e mulheres.

Por outro lado, os pesquisadores verificaram que se o consumo for alto, principalmente para mulheres, aumenta-se também a probabilidade de morte por diversas doenças.

Os pesquisadores consideraram os seguintes grupos:

• abstêmios (pessoas que nunca ingerem álcool);

• indivíduos que bebem ocasionalmente (menos de 9,1 g por semana);

• indivíduos que bebem pouco (1,3 g a 24 g por dia);

• indivíduos que bebem moderadamente (de 25 g a 44 g por dia);

• indivíduos que bebem volumes elevados (45 g a 64 g por dia);

• indivíduos que bebem em grande quantidade (acima de 65 g por dia).

As comparações foram feitas entre o grupo que nunca ingeriu álcool e aqueles que bebiam.

Para se ter ideia, uma lata de cerveja (350 ml) com teor alcoólico de 5% tem em torno de 14 g de álcool, quantidade semelhante a uma taça de vinho (90 ml) com teor alcoólico de 12,5%.

Cachaça, vodca, gin ou uísque, por exemplo, têm em torno de 25 g por dose (30 ml).

Desta forma, entende-se como consumo moderado em torno de duas latas de cerveja ou duas taças de vinho ou ainda uma dose e meia de destilado por dia.

A quantidade de álcool segura é tema de muitos estudos científicos, que nem sempre chegam à mesma conclusão.

Há trabalhos que sugerem que qualquer dose aumenta o risco de problemas de saúde.

O artigo publicado no JAMA Network Open hoje utiliza métodos aprimorados de compilação e avaliação qualitativa de dados.

Os pesquisadores revisaram 107 estudos prévios que abordavam a relação entre o consumo de álcool e todas as causas de mortalidade, que incluíam mais de 4,8 milhões de pessoas, publicados entre 1980 e julho de 2021.

O grupo também teve o cuidado de calibrar possíveis vieses dos estudos, como pessoas que já beberam muito na vida, mas não bebiam mais no momento da pesquisa – nestes indivíduos, os efeitos nocivos do álcool em excesso no passado podem ter impacto na mortalidade.

“No modelo totalmente ajustado, houve um aumento não significativo do risco de mortalidade por todas as causas entre os que bebiam de 25 g a 44 g por dia e aumento significativo do risco para os que bebiam de 45 g a 64 g e 65 g ou mais por dia”, escrevem os pesquisadores no artigo.

Os riscos maiores do abuso de álcool entre mulheres – já conhecidos previamente – foram percebidos no estudo.

“Nosso estudo também encontrou diferenças entre os sexos no risco de mortalidade por todas as causas. Um maior risco de mortalidade por todas as causas para as mulheres do que para os homens foi observado ao beber 25 g ou mais por dia, incluindo um aumento significativo no risco de consumo de nível médio para as mulheres que não foi observado para os homens”, observam os autores.

Deu no R7

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Maconha pode encolher testículos e prejudicar fertilidade, diz estudo

 

Pesquisadores da Oregon Health & Science University, nos Estados Unidos, descobriram que o consumo de maconha pode prejudicar a fertilidade masculina, além de diminuir o tamanho dos testículos. Os resultados foram publicados na revista Fertility and Sterility no último domingo (26/3).

Segundo os cientistas, o responsável por essas mudanças é o THC, principal componente da planta cannabis e responsável pelos efeitos alucinógenos. No entanto, os danos podem ser revertidos caso os usuários parem de consumir o composto.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores deram a macacos doses crescentes de THC comestível durante sete meses. Eles mediram as mudanças nos órgãos genitais dos animais e analisaram os seus espematozoides.

Os cientistas concluíram que os testículos dos animais reduziram aproximadamente 12,6 centímetros cúbicos, ou 59% do volume total. A qualidade do esperma também piorou significativamente por causa dos níveis mais baixos de testosterona.

No entanto, quatro meses após a interrupção da exposição ao THC, os efeitos foram parcialmente revertidos. Os testículos voltaram a 73% do tamanho original e o sêmen melhorou de qualidade.

De acordo com Jamie Lo, um dos autores do estudo, entender o efeito da droga sobre a fertilidade é crucial à medida em que mais estados americanos buscam legalizá-la.

“Agora podemos garantir com mais confiança aos pacientes que, ao se abster de THC por pelo menos quatro meses, os impactos da substância na fertilidade masculina podem ser parcialmente revertidos”, pontua.

Já o pesquisador Jason Hedges explica que, mesmo em doses moderadas, o THC pode afetar os resultados de fertilidade, tornando uma preocupação séria para os profissionais da saúde. “Quanto mais entendermos e definirmos esse problema, melhores informações poderemos fornecer aos pacientes para otimizar sua saúde reprodutiva”, finaliza.

Com informações do Metrópoles.

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Estudo descobre medicamento que “bloqueia” metástase após câncer de mama

 

Uma pesquisa publicada na revista científica Nature apontou as causas para células cancerígenas “acordarem” no pulmão depois do tratamento do câncer de mama.

O estudo, conduzido pelo Instituto de Pesquisa do Câncer, do Reino Unido, revelou que é possível bloquear uma proteína do pulmão, onde o tumor se instala, com um remédio usado para tratar leucemia mieloide crônica.

A ginecologista Rosemar Rahal, que integra a Sociedade Brasileira de Mastologia, disse que o estudo faz referência ao tumor na mama mais frequente.

“Mesmo ele sendo descoberto no início, ele evolui com recidiva e metástase, às vezes 20 anos depois e os pesquisadores buscaram entender o porquê dessa volta da doença.”

Segundo a especialista, “alguma célula provavelmente fica adormecida, como no pulmão, e acontece nesse local algo que faz voltar a crescer o tumor.”

“Estudaram, então, o bloqueio do crescimento dessas células”, completou.

Os cientistas, de acordo com a ginecologista, “perceberam que quando utiliza a droga, bloqueia o microambiente de crescimento tumoral, barrando a proliferação de células tumorais.”

O estudo está na fase pré-clínica, ou seja, de testagem em animais e, portanto, haverá demora para o medicamento, caso tenha eficácia comprovada em humanos, seja comercializado.

Rahal lembrou que o câncer de mama é a segunda principal incidência da doença em mulheres, atrás apenas do câncer de pele.

A informação é da CNN Brasil.

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Estudo encontra metais pesados e tóxicos em chocolates de marcas famosas

Chocolate amargo

 

Os estudos e pesquisas mostram que o consumo de chocolates amargos é capaz de proporcionar inúmeros benefícios para a saúde. No entanto, um levantamento publicado na revista científica Consumer Reports, no fim de 2022, trouxe uma informação preocupante.

No estudo, especialistas apontaram a existência de fragmentos de metais pesados e tóxicos em chocolates de marcas famosas como Hershey’s e Lindt. Além disso, em 28 barras de chocolate amargo analisadas, cádmio e chumbo foram substâncias detectadas em todas elas.

De acordo com os autores do estudo, o consumo de alimentos com grandes quantidades desses metais pode acarretar em problemas pulmonares, cognitivos, câncer e até morte precoce, sobretudo quando há exposição por longo período. Além disso, perda de memória, pressão alta, dor abdominal e variações de humor são outros problemas que podem ser desenvolvidos.

Ainda conforme a publicação, as crianças são as mais prejudicadas. Isso porque no público infantil há risco de danos cerebrais e ao sistema nervoso central. Assim sendo, o resultado engloba problemas de aprendizado e comportamento.

De acordo com os cientistas, em 23 das barras verificadas, o consumo de apenas 30 gramas diárias já levaria a uma exposição em um nível considerado prejudicial pelas autoridades de saúde pública.

Embora todas as barras de chocolate analisadas tenham apontado uma taxa mínima de chumbo e cádmio, nem todas tiveram níveis alarmantes da substância. Então, cinco versões foram relativamente baixas para ambos os materiais.

Deu no Metrópoles

Saúde

Impacto de cigarros eletrônicos em índices de câncer é tema de pesquisa da UFRN

O uso crescente de cigarros eletrônicos preocupa profissionais da saúde. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

 

 

Proibidos no Brasil pela Agência Nacional de Agência Sanitária (Anvisa), os cigarros eletrônicos ainda podem ser comprados na internet e em mercados informais. O uso crescente preocupa profissionais de saúde por existir, frequentemente, uma noção popular de que esses produtos seriam menos prejudiciais que os cigarros convencionais.

Com base nisso, estudantes da iniciação científica do curso de medicina, orientados por pesquisadores da UFRN, publicaram pesquisa que elucida o potencial dos cigarros eletrônicos em desenvolver diversos tipos de câncer.

O estudo, intitulado Impact of e-cigarettes as cancer risk: A protocol for systematic review and meta-analysis, foi conduzido por pesquisadores da UFRN e do Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação da Liga Contra o Câncer (IEPI/LIGA). A pesquisa aponta que há um problema na substituição do vício em fumar cigarros convencionais por eletrônicos, já que esses produtos possuem uma taxa de retenção de nicotina de cerca de 99%, em comparação ao tabaco.

Os riscos podem ser explicados pelo aquecimento das substâncias que compõem esses dispositivos, além do poder viciante da nicotina. O aquecimento dos cigarros eletrônicos produz hidrocarbonetos cancerígenos e outras substâncias tóxicas para o organismo, como níquel e óxido de etileno. Esses elementos estão relacionados ao surgimento de neoplasias pulmonares e sinusais, linfomas, mieloma múltiplo e leucemia.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Irami Araújo Filho, o trabalho servirá como um protocolo para futuras pesquisas e estudos sobre o tema. Irami Filho, professor do Departamento de Cirurgia do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, explica que as próximas etapas serão conduzidas pelos próprios estudantes da iniciação científica, abordando tipos específicos de câncer relacionados ao uso de cigarros eletrônicos.

Para isso, o protocolo rege duas metodologias: o estudo de coorte e o estudo de caso-controle. No primeiro, é analisada a relação entre fatores de riscos e o desenvolvimento de enfermidades em certos grupos. Já no estudo de caso-controle, compara-se um grupo que teve um desfecho — nesse caso, o câncer — com um grupo que não o teve, para entender a influência da exposição ao cigarro nos dois grupos. Nas duas metodologias, as pesquisas serão feitas com pessoas maiores de 18 anos, usuários ou não de cigarros eletrônicos, que foram diagnosticados com câncer.

Segundo o professor Irami Araújo, atualmente há mais de 70 alunos na iniciação científica, de diversas universidades e instituições de ensino. A perspectiva é de que, com o protocolo, sejam desenvolvidas mais pesquisas, resultantes em outros artigos, que tragam à tona problemáticas do uso do cigarro eletrônico em diversas enfermidades.

Participaram também do estudo, como condutores, os pesquisadores Edilmar de Moura Santos (IEPI/LIGA), Amália Rêgo (IEPI/LIGA) e Kleyton Medeiros (IEPI/LIGA).

Informações da AGECOM/UFRN

Saúde

Consumo moderado de vinho remodela flora intestinal e beneficia coração, diz estudo

Pesquisa envolveu 42 pacientes com doença arterial coronariana
Pesquisa envolveu 42 pacientes com doença arterial coronariana  Foto: Ashley Byrd/Unplash

 

O consumo moderado de vinho tinto ajuda a remodelar em poucas semanas a microbiota intestinal, cujo papel nas doenças cardiovasculares é cada vez mais reconhecido pela ciência. É o que revela um estudo publicado no periódico The American Journal of Clinical Nutrition.

A pesquisa envolveu 42 pacientes com doença arterial coronariana. Intitulado “Wine Flora Study”, o trabalho contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Assinam o artigo pesquisadores das universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp), de Verona (Itália), de Brasília (UnB), de Harvard (Estados Unidos) e do Instituto de Tecnologia Austríaco (Áustria).

Os cientistas usaram no ensaio clínico uma estratégia conhecida como cross over, ou seja, cada um dos participantes (homens com idade média de 60 anos) passou por duas intervenções: durante três semanas, consumiam diariamente 250 mililitros de vinho tinto (com 12,75% de concentração alcoólica e produzido com uva merlot pelo Instituto Brasileiro do Vinho especialmente para o estudo) e, pelo mesmo período, abstinham-se de álcool.

Ambas as intervenções foram precedidas por um washout de duas semanas (pausa no consumo de determinadas substâncias para que seus traços sejam totalmente eliminados do organismo), sem consumo de bebidas alcoólicas, alimentos fermentados (iogurte, kombucha, lecitina de soja, kefir e chucrute, por exemplo), prebióticos (incluindo insulina), probióticos, fibras e derivados do leite.

“Nesse tipo de trabalho, cada pessoa é o controle de si mesmo e, com isso, eliminamos fatores de confusão”, explica Protásio Lemos da Luz, professor do Instituto do Coração (InCor) da USP que estuda os efeitos do vinho tinto há mais de 20 anos e já demonstrou experimentalmente que o consumo por animais (coelhos), associado a uma dieta rica em colesterol, reduz a formação de placas ateroscleróticas.

Outra estratégia para afastar eventuais fatores de confusão foi submeter todos os participantes a uma dieta controlada e sem outros componentes presentes no vinho – por exemplo, polifenóis também encontrados nos chás, no morango e no suco de uva.

A cada intervenção, a microbiota intestinal foi analisada por sequenciamento de alto rendimento 16S rRNA, tecnologia que permite a identificação genética de espécies de bactérias pelo gene 16S, que está presente em todas.

Também foram analisados os metabólitos presentes no plasma (metaboloma plasmático), como resultado da metabolização de compostos químicos e alimentos, por meio da técnica LC-MS/MS, que separa os compostos em um sistema de cromatografia líquida e depois os analisa em um espectrômetro de massas.

Um dos metabólitos de interesse dos pesquisadores é o chamado TMAO (N-óxido de trimetilamina), que é secretado por microrganismos da flora a partir de alimentos ricos em proteínas e tem sido associado ao desenvolvimento de doença ateroesclerótica.

O que mudou

Os pesquisadores observaram que a microbiota intestinal sofreu remodelação significativa após o período de consumo da bebida – com predominância dos gêneros Parasutterella, Ruminococcaceae, Bacteroides e Prevotella. Tais microrganismos são fundamentais na homeostase humana, ou seja, no funcionamento normal do organismo.

Também foram observadas mudanças significativas na metabolômica plasmática, consistentes com a melhoria da homeostase redox. É esse processo que garante o equilíbrio das moléculas oxidantes e antioxidantes, evitando o chamado “estresse oxidativo”, que induz doenças como a aterosclerose.

Com esses resultados, os pesquisadores concluíram que a modulação da microbiota intestinal pode contribuir para os supostos benefícios cardiovasculares do consumo moderado de vinho tinto.

“Quando o assunto é aterosclerose, temos basicamente duas vias de tratamento: uma é usar estatinas, medicamentos que diminuem os eventos cardiovasculares, e a outra é modificar o estilo de vida, praticando exercícios, evitando o tabagismo, cuidando de fatores de risco, como hipertensão, e controlando a dieta – e isso inclui o consumo moderado de vinho”, diz da Luz.

“Mostramos que uma intervenção habitual [usada por várias populações, como as da Espanha, França, Itália, de Portugal e do sul do Brasil] pode interferir na flora intestinal e na metabolômica plasmática, explicando em parte os efeitos benéficos do vinho observados em estudos ao longo dos anos. No entanto, alertamos que o consumo excessivo de álcool, isto é, maior do que 30 gramas [no caso do vinho, 250 ml] por dia, é maléfico e está associado a aumentos na mortalidade por cânceres, acidentes e mortes violentas.”

O pesquisador informa ainda que, no caso do metabólito TMAO, cujos efeitos na saúde ainda precisam ser mais bem investigados, as análises indicaram que os níveis plasmáticos não foram diferentes durante o consumo e a abstenção de vinho.

“Considerando outros estudos recentemente publicados, que identificam o aumento da substância como marcador de eventos cardiovasculares em longo prazo, nossa interpretação é que o período de três semanas é muito curto para que uma modificação significativa pudesse ocorrer”, conclui da Luz.

 

10 motivos para beber vinho com mais frequência

Deu na CNN

 

 

 

Notícias

Café com leite pode ser um aliado no combate a inflamações, afirma estudo

Café com leite é rico em polifenóis e aminoácidos, combinação investigada no estudo

 

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostra que uma bebida apreciada por muita gente pode trazer benefícios para a saúde. O café com leite demonstrou potencial efeito anti-inflamatório.

O café é rico em polifenóis, um conhecido antioxidante. Já os aminoácidos, que formam as proteínas, estão presentes em abundância no leite. Foi a relação entre esses dois componentes que os cientistas resolveram estudar.

Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (30) no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

O grupo de pesquisadores investigou o efeito anti-inflamatório da combinação de polifenóis com proteínas ao provocar uma inflamação artificial em células do sistema imunológico.

Algumas células receberam várias doses de polifenóis, que reagiram com um aminoácido. Outras receberam apenas polifenóis, enquanto um grupo de células não recebeu nada.

Ao fim, eles perceberam que as células imunes que haviam recebido polifenóis e aminoácidos (equivalentes ao café com leite) eram duas vezes mais eficazes no combate à inflamação do que as que haviam recebido somente os polifenóis (café).

“No estudo, mostramos que, quando um polifenol reage com um aminoácido, seu efeito inibitório sobre a inflamação nas células imunológicas aumenta. Como tal, é claramente imaginável que esse coquetel também possa ter um efeito benéfico contra a inflamação em humanos. Nós agora vamos investigar mais, inicialmente em animais. Depois disso, esperamos receber financiamento de pesquisa que nos permita estudar o efeito em humanos”, comentou em comunicado a professora Marianne Nissen Lund, do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade de Copenhague, que liderou o estudo.

O autor sênior do trabalho, o professor Andrew Williams, do Departamento de Ciências Veterinárias e Animais da Faculdade de Saúde e Ciências Médicas, afirmou que os resultados abrem caminho para experimentos mais avançados.

“Isso só nos deixou mais interessados ​​em entender esses efeitos na saúde com mais detalhes. Então, o próximo passo será pesquisar os efeitos em animais.”

Um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) em 2017, com 550 pessoas, na capital paulista mostrou que o consumo de uma xícara de café por dia pode ser benéfico para a saúde do coração.

E tudo tem a ver com os polifenóis. Apesar de eles serem encontrados em frutas e verduras, o café “acaba tendo maior contribuição nutricional porque o consumo diário dele é mais frequente”, afirmou na ocasião a pesquisadora Andreia Miranda.

“Cerca de 70% dos polifenóis ingeridos por meio dos alimentos pelos paulistanos têm como fonte o café”, disse.

Os polifenóis atrasam a oxidação de substâncias químicas saudáveis no nosso corpo. Dessa forma, protegem órgãos e tecidos de danos ou destruição.

Deu no R7