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Mulher cristã é presa enquanto orava em silêncio em frente a uma clínica de aborto

 

Uma mulher cristã pró-vida foi presa no início deste mês enquanto fazia uma oração silenciosa do lado de fora de uma clínica de aborto em Birmingham, no Reino Unido.

O caso envolve Isabel Vaughan-Spruce, líder do movimento “Marcha Pela Vida”. Avistada em frente à clínica abortiva da cidade, ela foi abordada pelos agentes policiais, que alegaram que ela violou uma ordem protetora de reduto público e, por isso, seria levada sob custódia.

Em imagens que circulam nas redes sociais, ela é perguntado se o ato fazia parte de algum protesto. Em resposta, ela diz que não. Na sequência, os policiais questionaram se ela estava orando, para o que ele disse, respondendo outra vez, que poderia estar fazendo isso de modo silencioso, em pensamento.

O agente prossegue e indaga se Isabel estaria disposta a ser encaminhada para um interrogatório: “Se eu tiver uma escolha, então não”, enfatizou ela. “Você está presa”, sustentou o policial, informando que ela passaria a ser acusada de não cumprir a Ordem de Proteção de Espaços Públicos.

De acordo com relatos que circulam na imprensa local, Isabel Vaughan-Spruce praticou comportamentos enquistados como me irracionais e persistentes que afetaram a qualidade de vida de seus residentes. O ato, no entanto, foi pacífico e sem nenhuma reação que embase as alegações feitas contra ela.

O episódio alcançou os assuntos mais comentados do Twitter na quinta-feira (22) e tem gerado posicionamento de internautas, personalidades da mídia e autoridades políticas.

Deu no Conexão Política

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Esquerda impede votação de projeto contra o aborto

Deputados conservadores temem que não seja possível concluir a votação este ano

 

Deputadas de esquerda conseguiram barrar o avanço de um projeto contra o aborto. Na quarta-feira 14, parlamentares conservadores tentaram, em vão, votar o Estatuto do Nascituro, que protege a vida desde a concepção.

O relator do texto, Emanuel Pinheiro (MDB-MT), decidiu adiar a sessão, ao acolher um projeto de lei apensado ao estatuto na véspera da votação. A medida é de autoria das congressistas Érika Kokay (PT-DF), Luiza Erundina (Psol-SP), Áurea Carolina (Psol-MG), Vivi Reis (Psol-PA), Fernanda Melchiona (Psol-RS), Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ), da “bancada feminista”.

Conforme a esquerda, objetiva-se garantir a “autonomia da gestante para decidir livremente sobre seu corpo” e seus “direitos sexuais e reprodutivos”.

A sessão aprovaria o estatuto, visto que a bancada conservadora desfez todas as manobras regimentais. Mas, no momento da votação do mérito da proposta, o relator acabou cedendo e solicitou a retirada do parecer de pauta.

“Não acho justo e nem tenho como me manifestar sobre um novo projeto sem ter a devida discussão”, disse Pinheiro. “Uma sessão a mais é necessária para que eu possa apreciar e, se for o caso, rejeitar todos projetos apensados.”

Deu na Oeste

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Comissão da Câmara vota hoje projeto contra o aborto

No Brasil o aborto é permitido em três situações: estupro, risco de vida para a mulher e em casos de anencefalia

 

Comissão dos Direitos da Mulher vai votar nesta quarta-feira, 7, às 10 horas, o projeto de lei (PL) que cria o Estatuto do Nascituro e qualifica o crime de aborto como hediondo. O texto é de autoria dos deputados Luiz Bassuma (Avante-PR) e Miguel Martini (sem partido-ES).

O PL ainda transforma em crime “causar culposamente a morte de um embrião ou feto, fazer publicamente apologia do aborto ou de quem o praticou ou incitar publicamente a sua prática e induzir mulher grávida a praticar aborto ou oferecer-lhe ocasião para que o pratique”.

Também o PL criminaliza a interrupção da gravidez de fetos anencéfalos e de gestações fruto de estupro. “O aborto, por outro lado, não é um ato que deve ser protegido pelo ordenamento jurídico nem abarcado pela autonomia da vontade e pela liberdade individual”, informa trecho do projeto.

A ideia de deputados governistas é aprovar o texto quanto antes a tempo de enviar ao presidente Jair Bolsonaro, visto que um texto com esse conteúdo teria dificuldades de ser sancionado por Lula.

No Brasil o aborto é permitido em três situações: estupro, risco de vida para a mulher e em casos de anencefalia.

Deu na Oeste

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Em carta a evangélicos, Lula recua e agora diz ser contra o aborto

 

A campanha de Lula divulgou uma carta aos evangélicos, em um hotel na cidade de São Paulo, nesta quarta-feira, 19. No documento, o ex-presidente se compromete com a liberdade religiosa e diz ser, pessoalmente, contra o aborto. “Nosso projeto de governo tem compromisso com a vida plena em todas as suas fases”, afirmou o petista. “Para mim, a vida é sagrada, obra das mãos do Criador, e meu compromisso sempre foi e será com sua proteção”, completou.

No início deste ano, durante uma palestra na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, Lula deu uma declaração pró-aborto: “Mulheres pobres morrem tentando abortar, enquanto madames vão a Paris”. “No Brasil não faz aborto porque é proibido, quando deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha”, disse Lula. “Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que cuide.”

A elaboração da carta contou com a articulação da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que é da Igreja Assembleia de Deus.

Veja a carta na íntegra:

Meus amigos e minhas amigas, nesta reta final do segundo turno, decidi escrever esta Carta Pública ao Povo Evangélico.

A grande maioria dos brasileiros e brasileiras que viveram os oito anos em que fui Presidente da República, sabe que mantive o mais absoluto respeito pelas liberdades coletivas e individuais, particularmente pela Liberdade Religiosa.

Como todos devem se lembrar, no período de meu governo, tivemos a honra de assinar leis e decretos que reforçaram a plena liberdade religiosa. Destaco a Reforma do Código Civil assegurando a Liberdade Religiosa no Brasil, o Decreto que criou o dia dedicado à Marcha para Jesus e ainda o Dia Nacional dos Evangélicos.

Mantenho o mesmo respeito e o mesmo compromisso que me motivou a apoiar essas conquistas do povo evangélico.

E o nosso povo sabe também que cuidei, com especial carinho, dos mais pobres e injustiçados e assim, sob as Bênçãos de Deus, meu governo contribuiu para melhorar a vida de milhões de famílias brasileiras. Sempre penso, neste sentido, no trecho bíblico que diz: “a verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades…” (Tiago, 1,27)

Vivemos, entretanto, um período em que mentiras passaram a ser usadas intensamente com o objetivo de provocar medo nas pessoas de boa fé, e afastá-las do apoio a uma Candidatura que justamente mais as defende. Por isso senti a necessidade de reafirmar meu compromisso com a liberdade de culto e de religião em nosso País.

Todos sabem que nunca houve qualquer risco ao funcionamento das Igrejas enquanto fui Presidente. Pelo contrário! Com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso Governo que as Igrejas mais cresceram, principalmente as Evangélicas, sem qualquer impedimento e até tiveram condições de enviar missionários para outros países.

Não há por que acreditar que agora seria diferente. Posso lhes assegurar, portanto, que meu Governo não adotará quaisquer atitudes que firam a liberdade de Culto e de Pregação ou criem obstáculos ao livre funcionamento dos Templos.

Envio-lhes esta mensagem, portanto, em respeito à Verdade e ao apreço que tenho a esse Povo crente no Verdadeiro Deus da Misericórdia e a seus dedicados pastores e pastoras.

Se Deus e o povo brasileiro permitirem que eu seja eleito, além de manter esses direitos, vou estimular sempre mais a parceria com as Igrejas no cuidado com a vida das pessoas e das famílias brasileiras.

Sei muito bem que em todas as regiões do Brasil há Igrejas com Irmãos e Irmãs que trabalham ativamente nas suas comunidades com a propagação do Evangelho e com o cuidado do povo, dedicando-se a tornar mais leve os fardos espiritual e social de milhões de pessoas.

Declaro meu respeito e minha admiração pela fé, dedicação e amor com que os evangélicos realizam sua missão, seja na área da difusão do evangelho, seja na área da assistência social, proteção da infância, da juventude, das mulheres, dos idosos e das pessoas com deficiência. Da mesma forma é bem-vinda a participação de Evangélicos nas diversas formas de participação social no Governo, como Conselhos Setoriais e Conferências Públicas.

Em meio a este triste escândalo do uso da Fé para fins eleitorais, assumo com vocês este compromisso: meu Governo jamais vai usar símbolos de sua Fé para fins político-partidários, respeitando as leis e as tradições que separam o Estado da Igreja, para que não haja interferência política na prática da Fé.

Esse é um ensinamento que a própria Bíblia nos dá: andar pelo caminho da Paz com todos. Jesus nos mostra que a casa dividida não prospera. A religião é para ser respeitada e vivida de acordo com a livre escolha de cada pessoa.

Portanto, a tentativa de uso político da fé para dividir os brasileiros não ajuda ninguém, nem ao Estado, nem às igrejas, porque afasta as Pessoas da mensagem do Evangelho. Jesus Cristo nos ensinou Liberdade e paz, respeito e união, disso precisamos. E os cristãos evangélicos têm dado mostras, ao longo da História, de seu compromisso com a paz, seguindo o que Jesus ensinou: “Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus” (Mateus, 22,21).

Outro compromisso que assumo: fortalecer as famílias para que os nossos jovens sejam mantidos longe das drogas. Nós queremos nossa Juventude na escola, na iniciação profissional, realizando atividades esportivas e culturais para que tenham mais oportunidades e exerçam cidadania de forma produtiva, saudável e plena.

O respeito à família sempre foi um valor central na minha vida, que se reflete no profundo amor que dedico à minha esposa, aos meus filhos e netos. Por isso compreendo o lugar central que a família ocupa na fé cristã.

Também entendo que o lar e a orientação dos pais são fundamentais na educação de seus filhos, cabendo à escola apoiá-los dialogando e respeitando os valores das famílias, sem a interferência do Estado.

A preocupação com as Famílias Brasileiras deve ser integral. O povo brasileiro está numa condição de desespero, e precisaremos muito da ajuda das Igrejas para, o quanto antes, reverter esta situação. De nada adianta se dizer defensor da Família e ao mesmo tempo destruí-las pela miséria, pelo desemprego, pelo corte das políticas sociais e de moradia popular.

Queremos dar às famílias, prosperidade e segurança. O Lar é a garantia de proteção. É inaceitável que milhões de brasileiros e brasileiras não tenham um teto. Por isso, vamos retomar o vitorioso programa Minha Casa Minha Vida, com toda intensidade, para que todas as Famílias brasileiras tenham uma casa onde possam viver com segurança e dignidade.

Nosso governo implementará políticas públicas consistentes para que nenhuma família brasileira enfrente o flagelo da fome. Sobretudo, não pouparei esforços para que possam adquirir os necessários e suficientes meios, para viver dignamente por seu trabalho, sem ter que depender da ajuda do Estado.

Nosso Projeto de Governo tem compromisso com a Vida plena em todas as suas fases. Para mim a vida é sagrada, obra das mãos do Criador e meu compromisso sempre foi e será com sua proteção. Sou pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo Presidente da República e sim pelo Congresso Nacional.

Meus Queridos e Minhas Queridas, peço que recebam essas palavras como uma demonstração de meu desejo sincero de servir, de ajudar e trabalhar pelo bem de nosso país. E estejam certos de minha estima e meu compromisso com todo o povo cristão de nosso país. Reitero meu compromisso, que é o mesmo de vocês: paz, união e fraternidade entre todos os brasileiros e brasileiras.

Com as bênçãos de Deus, haveremos de honrar nossa dupla condição, de cidadãos e cristãos, pois não há contradição entre elas quando o propósito é servir, buscando a paz e o entendimento. E digo tudo isso com muito amor pelo nosso querido Brasil e pelo Povo Brasileiro: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes Amor uns pelos outros!” (João,13,35).”

Política

Alckmin contradiz esquerda e afirma que agora ele e Lula são contra aborto

 

O candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin (PSB) disse que ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto, são contra o aborto. Em entrevista a um podcast voltado ao público religioso, alegou que nem sequer é tarefa do governo federal debater o assunto.

“O povo precisa ter todas as informações. Então, aborto, o presidente Lula é contra eu sou contra. Ele foi presidente oito anos e não mudou lei nenhuma, nenhuma, nenhuma. O que é dever fazer você fazer são políticas públicas de saúde. É preciso os jovens terem educação e informação até para não ter gravidez indesejada. E oferecer possibilidade pra evitar, métodos contraceptivos. Não há hipótese e nem é tarefa do governo. Isso é assunto do congresso nacional e nem acredito que vá mudar nada da lei atual”, disse Alckmin ao podcast SIMpodCRER, voltado para o público evangélico.

Em abril deste ano, durante um debate na Fundação Perseu Abramo, Lula saiu em defesa do aborto. “Deveria ser transformado em uma questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha”, disse o petista.

Deu no Terra Brasil

Judiciário

Barroso se reúne com ex-juiz pró-aborto da Suprema Corte dos EUA

 

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua filha, a advogada Luna van Brussel Barroso, reuniram-se na última sexta-feira (16) com Stephen Breyer, juiz aposentado da Suprema Corte dos Estado Unidos.

O encontro aconteceu na Universidade de Yale em uma conferência que reúne integrantes de supremas cortes de todo o planeta.

Stephen Breyer foi indicado ao cargo em 1994 pelo ex-presidente Bill Clinton e deixou o cargo no início de 2022 após quase 30 anos no posto.

Ele é considerado um magistrado com visões de esquerda e já votou favoravelmente ao aborto.

Em julho, após a Suprema Corte revogar a lei Roe V. Wade, que permitia a interrupção da gravidez, Breyer divulgou uma carta lamentando que “milhões de mulheres americanas perderam uma proteção constitucional fundamental”.

De saída, ele foi substituído por Ketanji Brown Jackson, a primeira mulher negra do Tribunal, indicada pelo presidente Joe Biden em julho deste ano.

Deu no Conexão Política

Polícia

Feto é encontrado em lixo de condomínio na Zona Sul de Natal e casal é preso suspeito de provocar aborto

 

Um feto foi encontrado por uma catadora de materiais recicláveis no lixo de um condomínio em Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, nesta terça-feira (19).

Após investigação preliminar, a Polícia Civil identificou os possíveis autores do crime e prendeu um casal em flagrante delito suspeito da prática do crime de aborto.

Um homem de 27 anos e uma mulher de 25 foram presos por volta das 9h por agentes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A DHPP informou que a investigação preliminar apontou que o crime foi praticado por meio de remédio abortivo.

Segundo a Polícia Civil, o casal estava em um quarto alugado no condomínio – que fica na Rua das Algas – e teve como motivação para o aborto esconder a gravidez indesejada.

Após o uso da medicação e a grávida expelir o feto, o suspeito foi o responsável por colocá-lo no lixo do condomínio.

Uma terceira suspeita que estava com o casal foi conduzida até a delegacia e liberada após prestar depoimento.

O caso continuará sob investigação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Deu no G1

Política

“Governo Bolsonaro é contra aborto e respeita as exceções da lei”, diz ministro da saúde

 

Em audiência no Senado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a dizer que o Governo Federal respeita as exceções à proibição do aborto. “O governo do presidente Bolsonaro é contra o aborto. Respeita as exceções da lei, mas a defesa da vida é intransigente. E não há defesa da vida do concepto sem defesa da vida da mãe”, afirmou Queiroga.

Os parlamentares questionaram Queiroga sobre o desmonte da Rede Cegonha, que ampliou a assistência ao parto humanizado visando diminuir a mortalidade materna. O governo criou no lugar a rede do acolhimento materno-infantil e vem desativando os centros de parto normal. Queiroga disse que a pasta entende que esses lugares não devem ser estimulados.

“Esse centro funciona em um ambiente hospitalar. Ele não é dissociado do ambiente hospitalar. Tem um aqui em Brasília que, pelo que eu ouvi de notícia, há o interesse em desativar. No Rio de Janeiro tem um centro que realiza 1 parto por dia. Porque? Porque as pessoas buscam as maternidades”afirmou o ministro.

Queiroga também voltou a defender a episiotomia, procedimento que consiste em um corte no períneo da mulher para ampliar o local de passagem do bebê, prática não recomendada por especialista.

“Nenhum profissional de saúde vai tratar de maneira desumana o seu semelhante que chega lá. Por exemplo, episiotomia. Ontem eu fui na Câmara dos Deputados e (falaram que) ‘é uma violência obstétrica terrível’. Bom, quem vai decidir se vai fazer é o médico. Não pode ser uma conduta sistemática, mas não posso tirar a autonomia do médico de adotar uma situação como essa”, concluiu o ministro.

Em maio, o Ministério Público pediu que o Tribunal de Contas da União investigasse o Ministério da Saúde pelo lançamento da caderneta da gestante, documento que defende a episiotomia e diz que não há aborto legalizado. A legislação permite que a gestação seja interrompida em alguns casos específicos, como estupro e se a gravidez coloca em risco a vida da mãe.

Informações da Jovem Pan

Saúde

“Matar bebês dentro da barriga não é normal”, diz secretário da Saúde

 

O secretário de Atenção Primária à Saúde do governo federal, Raphael Câmara Parente, afirmou, nesta terça-feira (28), que “matar bebês de 7, 8, 9 meses dentro da barriga” não é normal.

A declaração foi dada durante a audiência pública que discute o manual do Ministério da Saúde para atendimento e conduta de profissionais em casos de aborto.

O tema ganhou repercussão na última semana, após a publicação do documento elaborado pela equipe de Câmara. O texto recebeu críticas de grupos de ativistas e defensores da saúde materna, por anunciar que “todo aborto é um crime” e por enfatizar, em diferentes trechos, a posição “pró-vida” do governo federal.

Nesta terça, o secretário criticou os comentários negativos sobre o documento. Ele citou um artigo que lista benefícios legais, éticos e emocionais da assistolia fetal (procedimento que induz o óbito do feto) em situações especiais.

“Peguei algumas críticas feita em relação ao nosso manual – algumas interessantes, outras não. Isso, como obstetra, não dá. Essa sociedade que acha que é normal matar bebês na barriga com 7, 8, 9 meses. Não quero fazer parte dessa sociedade. Em nenhum momento a gente falou em benefício de saúde. Sabe por quê? Não tem. Mostrei diversos artigos dizendo que há o ‘feticídio’, o termo que a gente utiliza. Ele não melhora a progressão do procedimento de interrupção da gravidez”, pontuou Câmara.

O secretário contestou a teoria de que o aborto constitui um problema de saúde pública no Brasil. Ele mencionou outros problemas que motivam mortes maternas, como hemorragias e infecções — que podem ou não ocorrer em procedimentos de interrupção da gravidez.

Câmara continuou: “Muitas das mulheres que morrem por aborto morrem por hemorragia, por não ter acesso adequado a uma maternidade. Com isso, a gente vai resolver – não como foi durante anos, que só se falava sobre aborto, aborto, aborto, e não sobre infecção, hipertensão, que é o que realmente mata as mulheres no nosso país”, disse.

Conhecido por suas opiniões antiaborto e pró-vida, o médico defende que, a depender da idade gestacional, o procedimento ideal seria um parto, a fim de que a criança fosse encaminhada para a adoção. Segundo Câmara, levar a gravidez indesejada a termo não faria diferença para a mulher vítima de violência. O secretário afirma ainda que o aborto ilegal não deve ser considerado um problema de saúde pública.

Deu no Metrópoles

Notícias

Após entregar filho para adoção , atriz explica suas razões

A notícia de que a atriz Klara Castanho entregou para adoção o bebê ao qual dera à luz explodiu nas redes sociais e a obrigou a se manifestar em sua conta no Instagram neste sábado (25/06). A atriz pretendia manter o assunto em reservado, sem dar publicidade.

Segundo Klara, o bebê foi gerado a partir de um estupro. A atriz publicou uma carta aberta com um relato enorme e completo sobre o abuso sexual que sofreu e sobre a decisão que tomou. A lei brasileira permitiria que Klara assassinasse o bebê no ventre por ter sido vítima de um estupro. Mas em atitude de coragem e dignidade, ela decidiu levar a gestação adiante, não matar o filho e entregá-lo à adoção.

 

Leia a carta aberta de Klara na íntegra abaixo:

Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando verses sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim. Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família nem dos meus amigos. Estava completamente sozinha. Não, eu não fiz boletim de ocorrência”, iniciou a atriz.

Tive muita vergonha, me senti culpada. Tive a ilusão de que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu. As únicas coisas que tive forças para fazer foram: tomar a pílula do dia seguinte e fazer alguns exames. E tentei, na medida do possível e da minha frágil capacidade emocional, seguir adiante, me manter focada na minha família e no meu trabalho. Mas mesmo tentando levar uma vida normal, os danos da violência me acompanharam. Deixei de dormir, deixei de confiar nas pessoas, deixei uma sombra apoderar-se de mim”.

Uma tristeza infinita que eu nunca tinha sentido antes. As redes sociais são uma ilusão e deixei lá a ilusão de que a vida estava ok enquanto eu estava despedaçada. Somente a minha família sabia o que tinha acontecido. Os fatos até aqui são suficientes para me machucar, mas eles não param por aqui. Meses depois, eu comecei a passar mal, ter mal-estar. Um médico sinalizou que poderia ser uma gastrite, uma hérnia estrangulada, um mioma. Fiz uma tomografia e, no meio dela, o exame foi interrompido às pressas. Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando eu soube. Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga. Naquele momento do exame, me senti novamente violada, novamente culpada. Em uma consulta médica contei ter sido estuprada, expliquei tudo o que aconteceu. O médico não teve nenhuma empatia por mim. Eu não era uma mulher que estava grávida por vontade e desejo, eu tinha sofrido uma violência”, revelou a atriz.

A atriz vai adiante com o desabafo e dá detalhes do processo de gestação que passou até chegar à conclusão de que iria doar o bebê: “E mesmo assim esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo. Essa foi mais uma da série de violências que aconteceram comigo. Gostaria que tivesse parado por aí, mas, infelizmente, não foi isso o que aconteceu. Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher. Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que ela merece ter. Entre o momento que eu soube da gravidez e o parto se passaram poucos dias. Era demais para processar, para aceitar e tomar a atitude que eu considero mais digna e humana”.

Eu procurei uma advogada e conhecendo o processo, tomei a decisão de fazer uma entrega direta para adoção. Passei por todos os trâmites: psicóloga, ministério público, juíza, audiência – todas as etapas obrigatórias. Um processo que, pela própria lei, garante sigilo para mim e para a criança. A entrega foi protegida e em sigilo. Ser pai/e ou mãe não depende tão somente da condição econômica-financeira, mas da capacidade de cuidar. Ao reconhecer a minha incapacidade de exercer esse cuidado, eu optei por essa entrega consciente e que deveria ser segura. No dia em que a criança nasceu, eu, ainda anestesiada do pós-parto, fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: ‘Imagina se tal colunista descobre essa história‘”.

Eu estava dentro de um hospital, um lugar que era para supostamente para me acolher e proteger. Quando cheguei no quarto já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. Eu não tive tempo de processar tudo aquilo que estava vivendo, de entender, tamanha era a dor que eu estava sentindo. Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar. Um outro colunista também me procurou dias depois querendo saber se eu estava grávida e eu falei com ele”.

“Mas apenas o fato de eles saberem, mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança”.

“Bom, agora, a notícia se tornou pública, e com ela vieram mil informações erradas e ilações mentirosas e cruéis. Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei. A criança merece ser criada por uma família amorosa, devidamente habilitada à adoção, que não tenha as lembranças de um fato tão traumático. E ela não precisa saber que foi resultado de uma violência tão cruel. Como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam.”

Ter que me pronunciar sobre um assunto tão íntimo e doloroso me faz ter que continuar vivendo essa angústia que carrego todos os dias. A verdade é dura, mas essa é a história real. Essa é a dor que me dilacera. No momento, eu estou amparada pela minha família e cuidando da minha saúde mental e física. Minha história se tornar pública não foi um desejo meu, mas espero que, ao menos, tudo o que me aconteceu sirva para que mulheres e meninas não se sintam culpadas ou envergonhadas pelas violências que elas sofrem. Entregar uma criança em adoção não é um crime, é um ato supremo de cuidado. Conto com a compreensão de vocês para me ajudar a manter a privacidade que o momento exige”, completou a atriz.