Com alta procura por GNV em veículos, cresce preocupação com acidentes e falta de fiscalização

 

O aumento do preço dos combustíveis nos últimos anos fez com que muitos brasileiros buscassem alternativas. Dados da Secretaria Nacional de Trânsito apontam para um crescimento de mais de 74% nas adaptações de veículos para que possam ser movidos à gás natural (GNV), isso comparando o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2020.

Em 2021, o crescimento foi de 86%. O Caio Nascimento Corrêa é auxiliar de suprimentos, mas também trabalha como motorista por aplicativo, por isso colocou GNV no carro. O custo foi de R$ 4.500, mas ele diz que valeu a pena. “Para mim, por enquanto, está compensando muito trabalhar com o gás. Quando eu coloquei o GNV no meu carro, eu estava pagando R$ 2,89 o metro cúbico. Hoje está chegando a R$ 5,80, mas, mesmo assim, ainda tenho uma economia muito boa com o meu carro”, afirma.

A migração precisa seguir algumas regras. O primeiro ponto é que a instalação dos equipamentos deve ser feita em oficinas registradas pelo Inmetro. Depois vem uma inspeção de segurança. O selo de garantia, que permite a circulação do veículo, tem duração de um ano. Tendo que, periodicamente, ser renovado.

Uma pesquisa da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção, com cerca de 3 mil automóveis que abasteceram em 37 postos da capital paulista e região, constatou irregularidades para maior parte da frota GNV. Cerca de 70% dos veículos não estavam registrados com a alteração. Outros 8% estavam com a inspeção anual atrasada há dois anos ou mais.

Cláudio Torelli é diretor de comunicação da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção e afirma que, após a pesquisa, todas as autoridades de fiscalização foram avisadas sobre os dados preocupantes. Ele garante que os acidentes que ocorrem são com veículos irregulares.

“Historicamente, todas as mortes (são) a partir de veículos adulterados. Nenhuma morte aconteceu por veículos que estavam legalizados. Todos tinham alguma coisa em algum momento. Houve uma manipulação externa que acabou causando o acidente”, diz Claudio. Segundo ele, foi o caso do acidente registrado na Zona Norte do Rio de Janeiro, cujo o cilindro principal foi trocado. Ele defende uma maior fiscalização, mas diz que ajudaria muito uma lei que determinasse os postos abastecer somente mediante documentação atualizada.

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