Fátima e os 7 Alves !

Por Renato Cunha Lima

Uma curiosidade cerca a governadora Fátima neste ano eleitoral, a quantidade cabalística de aliados com o sobrenome “Alves”.

Supersticiosamente são sete “Alves”, assim como são sete as notas musicais, sete às cores do arco-íris, sete às maravilhas do mundo e sete os pecados capitais.

A Bíblia conta que Deus descansou no sétimo dia após a criação, mas a poderosa e insaciável Fátima não. A governadora não sossegou enquanto não atraiu todos os “Alves”.

Verdade que Fátima já contava com seus “Alves” de estimação, não parentes entre si, como o Secretário Chefe do Governo, Raimundo Alves e a Samanda Alves, sua auxiliar pessoal e pré-candidata a deputada federal.

Quanto aos “Alves” de alta plumagem, Fátima precisou pintar o sete, desfazendo e disfarçando o tanto que já criticou a família do inesquecível Aloísio na sua trajetória política.

Principalmente Carlos Eduardo Alves, ex-prefeito de Natal e rival nas eleições de 2018, não o impedindo de ser agora pré-candidato a senador com apoio da petista.

Carlos Eduardo, inclusive, lembra o Zangado, um dos sete anões da Branca de Neve, anda brigando com todo mundo, com petistas, com a imprensa, com prefeitos, com correligionários, com adversários e com parentes, a exemplo do vereador Felipe Alves, também aliado de Fátima, que saiu do PDT para o União Brasil em movimento conjunto com outros vereadores.

O sete é o único número que não é múltiplo e nem divisor de nenhum outro algarismo entre um e dez. Uma pista, talvez, para o agente 007 entender o motivo do ex-senador Garibaldi Alves e seu filho deputado federal, Walter Alves, resolverem topar essa aliança com Fátima.

Não é incrível? Ambos estão de olho estritamente no poder e não se incomodam com a presença do desafeto Henrique Alves e muito menos se constrangem em subir no mesmo o palanque de Lula, incluindo os petistas que ainda lhes ofendem.

Afinal, candidato a vice na chapa de Fátima, Walter Alves tem a perspectiva, em caso de vitória, de ser governador do Rio Grande do Norte em 2026, na condição de Fátima renunciar para concorrer ao Senado.

Para Henrique Alves a situação é diferente, na prática é um recomeço precisando da magia das sete esferas do dragão ou de um dos sete livros da saga Harry Potter para promover uma amnésia coletiva.

Os petistas e simpatizantes precisariam esquecer a aliança de Henrique Eduardo Alves com Eduardo Cunha no processo de impeachment de Dilma, que o alçou a ministro do governo de Michel Temer.

Eis então, com todo esse arranjo familiar, a escalação do time, com Samanda, Raimundinho, Garibaldi, Walter, Henrique, Felipe e Carlos Eduardo, todos “Alves”, levando o discurso de “Gopi” e anti-oligarquia para o passado.

No banco de reserva o senador Jean-Paul, o deputado federal Rafael e o vice-governador Antenor Roberto, que adorariam trocar seus respectivos sobrenomes, Prates, Motta e o Soares de Medeiros pelo sobrenome “Alves”.

Rememorando o poeta inglês John Dryden, resta saber se essa união é um dos sete sacramentos ou um dos sete pecados mortais. O tempo responderá.

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

 

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