Convidado a palestrar no Lide Brazil Conference nesta sexta-feira, 3, em Lisboa, Alexandre de Moraes confirmou as informações sobre o encontro que teve com o senador Marcos do Val no Supremo Tribunal Federal.
O parlamentar apontou a existência de um suposto plano de teor golpista, ocorrido em reunião com Jair Bolsonaro e Daniel Silveira, para gravar ministro e usar o material em eventual golpe de Estado.
— Ele solicitou uma audiência. Recebi o senador no salão branco, atrás do plenário do STF. O que ele me disse foi que o deputado Daniel Silveira o teria procurado e ele teria participado da reunião com o presidente da República e que a ideia genial que tiveram foi colocar uma escuta no senador para que o senador pudesse me gravar e a partir dessa gravação pudesse solicitar a minha retirada da relatoria dos inquéritos — disse Moraes.
Para ele, o caso revelou o despreparo de um ato golpista. — Eu perguntei ao senador se ele colocaria no papel o que ele havia me dito, que eu tomaria o depoimento dele na hora. Ele disse que era uma questão de inteligência e não poderia confirmar — prosseguiu.
— Foi uma tentativa de operação Tabajara que mostra o quão ridículo foi a tentativa de golpe no Brasil — prosseguiu Moraes.
Entre outras coisas, o ministro defendeu a criação de uma legislação internacional que facilite a punição de líderes populistas que atentem contra a democracia.
— Há, no mundo hoje, uma sucessão de eventos populistas e ataques internos à democracia. É preciso fortalecer o regime democrático diante desses ataques. Esse fortalecimento não deve ser realizado somente na legislação interna do país. É preciso pensar em uma legislação internacional em defesa da democracia, do Estado Democrático de Direito e das instituições — acrescentou o magistrado.
Deu no Conexão Política
