Política

Dallagnol diz que terceira acusação de corrupção contra Lula nunca foi julgada

Deputado federal eleito, Deltan Dallagnol: 'Talvez seja a acusação mais escancarada de todas' | Foto: Reprodução/YouTube

 

O ex-procurador da Operação Lava Jato e agora deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou que uma terceira acusação de corrupção contra o ex-presidente e agora candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nunca foi levada à Justiça.

“Talvez fosse a mais escancarada de todas, mas não deu tempo de julgar porque o Supremo anulou antes”, relatou o ex-procurador em entrevista ao podcast Flow, na noite de segunda-feira 24, da qual também participou o ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro (União Brasil), e agora senador eleito pelo Paraná.

O caso estava sob investigação quando o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba incompetente para julgar os processos de Lula na Lava Jato e anulou toda a investigação.

Segundo Dallagnol, neste caso, o dinheiro saía da Odebrecht, era transferido ao Instituto Lula e, então, foi utilizado para comprar o apartamento ao lado de onde o ex-presidente morava, em São Bernardo do Campo (SP)e que Lula teria desviado R$ 12,4 milhões que a construtora Odebrecht repassou ao Instituto Lula e usado esse dinheiro para comprar um apartamento em São Bernardo do Campo (SP). De acordo com o ex-procurador, corrigido para os dias atuais, o valor movimentado pelo ex-presidente chegaria à casa dos R$ 30 milhões.

“Esse terceiro processo envolvia dinheiro que saía da Odebrecht e ia parar no apartamento do lado de onde ele vivia em São Bernardo do Campo. Ele quebrou a parede e passou a ocupar o apartamento. E nesses imóveis estavam envolvidos coisa de R$ 12,4 milhões. Se você somar esses benefícios pessoais e atualizar, o valor dá R$ 30 milhões. Fora o fato de que ele foi condenado por corrupção no esquema maior, da Petrobras”, disse Dallagnol.

Em decorrência das investigações da Lava Jato, Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em dois processos: o do sítio de Atibaia e do triplex do Guarujá. Mas as duas condenações foram anuladas e a investigação sobre o terceiro fato não pode ser retomada, disse o procurador:

“Esse [terceiro] processo foi derrubado antes de ser julgado por conta de decisão do Supremo. Esses processos não têm jeito de ser retomados porque quando a decisão do Supremo anula tudo, inclusive as buscas e apreensões, impede que você use documentos que você apreendeu. E não tem como restituir aqueles documentos. Você não vai devolver para o réu e conseguir apreender de novo”, disse Dallagnol.

Política

PGR pede arquivamento de inquérito da Lava Jato contra Renan Calheiros

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento de um inquérito contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL) na Operação Lava Jato. A investigação era referente ao pagamento de propinas da Odebrecht ao parlamentar.

A solicitação da PGR contraria um relatório da Polícia Federal (PF) que, em julho de 2021, condenou Calheiros por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em um suposto pagamento de R$ 1 milhão pela empreiteira.

“Os elementos de convicção obtidos ao longo da presente investigação não são suficientes para o oferecimento de denúncia em face do senador Renan Calheiros”, escreveu Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República. “Diante da atual falta de perspectiva de obtenção de novos elementos e considerando que os fatos investigados remontam ao ano de 2012, forçoso reconhecer a ausência de justa causa para a ação penal.”

Agora, cabe ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), despachar o pedido de arquivamento. No relatório da PF foi apontado que a propina teria sido paga em 2012, em dinheiro em espécie, para o motorista de um suposto operador do senador.

A acusação está estruturada nos registros internos do sistema de pagamentos de propina da empreiteira, que nomeou como “justiça” o repasse a Calheiros. Conforme o sistema, o motorista recebeu o pagamento de 31 de maio de 2012, no entanto, ao ser ouvido, ele disse que não se recordava de nada. De acordo com a PGR, não houve comprovação do pagamento.

Em seu depoimento a PF, o parlamentar afirmou que apoiou o projeto da empreiteira, mas negou receber pagamentos indevidos. No ano passado, quando ele foi indiciado, Calheiros disse que o ato se referia a uma retaliação do governo contra ele, por sua participação na CPI da Covid. Além disso, que a PF não tinha competência para indiciar um senador.

“Essa é outra investigação inepta que se encerra por ausência de elementos mínimos de autoria e materialidade”, informou em nota enviada ao jornal O Globo, a defesa do senador. “Como foram homologadas as delações, em especial da Odebrecht, infelizmente sem o rigor que se pedia, gerou processos infundados e despidos de justa causa.”

Deu na Revista Oeste

Notícias

Moro diz que Lava Jato vive e promete “chacoalhar” Brasília novamente

 

Ao agradecer seus eleitores em uma postagem no Twitter, na noite de domingo (2), Sergio Moro (União Brasil-PR) disse que a Lava Jato vive e vai “chacoalhar Brasília novamente”.

O ex-juiz da operação foi um dos 27 senadores escolhidos no pleito deste domingo (2). Moro recebeu mais de 1,9 milhão de votos no estado pelo qual concorreu, o Paraná.

Ao longo de sete anos, a força-tarefa da operação condenou mais de 174 pessoas em 1ª ou 2ª instâncias e determinou 1.455 mandados de busca e apreensão.

Mundo

Lava Jato no Panamá: Financiada pelo BNDES, Odebrecht bancava amantes de ex-presidente

 

A Lava Jato acabou, mas as investigações da roubalheira dos governos do PT seguem no Panamá, estimuladas pelos Estados Unidos. A juíza panamenha Baloisa Marquínez interrogou envolvidos na denúncia de que a Odebrecht, financiada pelo BNDES, dava boa vida às quatro amantes do ex-presidente Ricardo Martinelli. André Rabello, ex-diretor da empreiteira pagava contas e cartões das amantes, conhecidas pelos codinomes Periquito 1, Periquito 2, Periquito 3 e Periquito 4.

De onde saía

Rabello usava dinheiro desviado das obras do metrô da Cidade do Panamá (US$1 bilhão) e da via Madden-Colón (US$152,8 milhões).

Dinheiro na veia

O governo Lula criou programa malandro para o BNDES: financiava aqui obras para serem executadas pela Odebrecht no exterior, sem licitação.

Banco da farra

Foram abertas no banco PKB as contas que a Odebrecht usava para garantir o luxo das “periquitos” a serviço do ex-presidente Martinelli.

Lugar merecido

O pilantra panamenho também passou uma temporada em cana, mas em Miami, acusado de usar dinheiro público para espionar 150 pessoas.

Informações do Diário do Poder

Política

Lula diz que Estado terá que indenizá-lo por prisão pela Lava Jato

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em ato no Rio de Janeiro, neste domingo (25), que o Estado terá que “devolver” e lhe “pagar os prejuízos que eles causaram” em sua vida enquanto ele esteve preso.

As declarações foram dadas no momento em que Lula dizia que foi absolvido nos processos da Lava Jato em que respondia na Justiça.

O petista recordou declaração do jornalista William Bonner durante sabatina no Jornal Nacional, em agosto, em que ele relembrou os julgamentos do ex-presidente na Lava Jato e o fato de ele ter tido suas condenações anuladas.

“Achei honroso o William Bonner no dia que fui na entrevista da Globo, ele teve a grandeza de dizer: ‘Presidente, o senhor não deve mais nada à Justiça desse país’. E quem deve são eles a mim. Porque em algum momento o Estado vai ter que devolver e me pagar os prejuízos que eles causaram na minha vida”, disse Lula em ato na quadra da Portela, no Rio de Janeiro.

Deu no Terra Brasil

Judiciário

Juiz suspende condenação contra ex-procurador da Lava Jato

 

O juiz Augusto César Pansini Gonçalves, da 6ª Vara Federal de Curitiba, suspendeu o acórdão do Tribunal de Contas da União que condenou o ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-chefe da extinta Operação Lava Jato e hoje candidato a deputado federal, a devolver R$ 2,8 milhões gastos pela força-tarefa com passagens aéreas e diárias. Em despacho assinado na noite deste domingo, 18, o magistrado apontou que ‘abundam e são manifestas as ilegalidades’ contidas na decisão da Corte de Contas.

A decisão foi dada no bojo de uma ação anulatória movida por Deltan contra o acórdão do TCU. Ao requerer a liminar – decisão provisória, dada em casos urgentes – o ex-procurador sustentou que o prazo para a apresentação de recurso contra a condenação se encerrava nesta segunda-feira, 19.

O julgamento que condenou Deltan se deu no dia 9 de agosto, sendo que o ex-procurador-chefe do Ministério Público no Paraná João Vicente Beraldo Romão também atingido pela sentença da Corte de Contas. No início do mês, os ministros da 2.ª Câmara Ordinária mantiveram o entendimento e rejeitaram recursos dos ex-procuradores.

O juiz acolheu o pedido argumentando que antes mesmo de Deltan apresentar o recurso ‘já se debate a possibilidade do ex-integrante do Ministério Público Federal se tornar inelegível nas próximas semanas, situação que atesta a necessidade de atuação urgente em defesa dos direitos’ do ex-chefe da Lava Jato.

A decisão também suspende o prazo para Deltan recorrer do acórdão do TCU. O despacho tem validade até uma decisão de mérito do juízo da 6ª Vara Federal de Curitiba sobre o caso. Quando a íntegra dos pedidos do ex-procurador for analisado, o magistrado também vai decidir sobre a necessidade de uma nova perícia no bojo da tomada de contas que tramita no TCU.

Ao suspender a condenação, Gonçalves sustentou que não estava ‘se imiscuindo em atribuições alheias ou violando a ordem pública ao afastar evidentes nulidades no processo instaurado pelo TCU’. O magistrado elencou e detalhou as manifestas ilegalidades’ que a corte de Contas teria cometido no processo contra o ex-procurador, a começar por ‘falhas na motivação do acórdão condenatório’.

A indicação se dá em razão da avaliação do juiz no sentido de que Bruno Dantas ‘desconsiderou’ recomendações da área técnica do TCU e do Ministério Público que atua junto à Corte de Contas, além de ‘desprezar’ parte das assertivas antes feitas pelos denunciados durante o curso do processo de tomadas de conta especial.

Segundo Gonçalves, o montante que Deltan foi condenado a ressarcir aos cofres públicos, proposto pelo ministro relator Bruno Dantas, ‘é uma estimativa mal feita dos valores que poderiam ser economizados’ caso a extinta força-tarefa da Lava Jato tivesse adotado um outro modelo de gestão.

A avaliação do TCU ao condenar o ex-chefe da Lava Jato foi a de que o modelo da Operação ‘viabilizou uma indústria de pagamento de diárias e passagens a certos procuradores escolhidos a dedo’, ponderando que outras opções de gestão, como a realização de remoções, teria implicado em um gasto menor pelo erário.

Na avaliação do juiz da 6ª Vara Federal de Curitiba, ‘em flagrante omissão’, o ministro Bruno Dantas ‘não cogitou fazer ajustes em seus cálculos para verificar o impacto que custos extras significativos teriam sobre a economicidade do modelo de remoções’. Segundo o magistrado, o ‘ministro nem refutou tais custos, preferindo recorrer a argumentos genéricos, abstratos e prolixos’.

O juiz também sustentou que a Deltan ‘conferida a oportunidade’ de produzir a sua contraprova pericial, embora ela tenha sido solicitada. Assim, na avaliação do magistrado, o acórdão do TCU está contaminado por essa ostensiva ilegalidade.

Além disso, outra ‘ilegalidade’ apontada pelo magistrado foi o fato de que foi proferida uma ‘decisão-surpresa’ no caso do ex-procurador, ‘desrespeitando-se o contraditório e a ampla defesa’.

Segundo Gonçalves, quando Deltan foi citado no bojo da tomada de contas do TCU, a imputação ao ex-chefe da Lava Jato dizia respeito ‘ao momento primevo de constituição da força-tarefa’. Posteriormente, segundo o juiz, ‘em clara falta de congruência, fatos que só se sucederam durante a maturidade da Operação Lava Jato foram tomados em alta conta’ por Dantas para condenar Deltan.

Suspensão

Em junho, dois meses antes da condenação de Deltan, o juiz Augusto César Pansini Gonçalves, chegou a suspender a tramitação do processo no TCU que cobra a restituição de valores pagos em diárias e viagens durante a operação. Na ocasião, o magistrado também apontou ‘ilegalidades’ no procedimento contra o ex-chefe da Lava Jato.

Deu na 98 FM

Política

ABSURDO: Além de Lula, pelo menos 25 alvos da Lava Jato são candidatos nas eleições deste ano

 

Além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao menos outros 25 antigos alvos da Operação Lava Jato disputam as eleições deste ano. A grande maioria (19 candidatos) busca se eleger como deputado federal, dois tentam o Senado e apenas um almeja uma cadeira na Assembleia Legislativa do seu Estado. Outros três nomes se candidataram ao cargo de governador.

Depois de passar um ano e sete meses na prisão após ser condenado na Operação Lava Jato a cumprir pena de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá, Lula recuperou os direitos políticos e agora tenta voltar ao Palácio do Planalto.

A Lava Jato foi deflagrada em março de 2014, por ordem do então juiz federal Sérgio Moro, candidato ao Senado pelo Podemos no Paraná. Até ser extinta, em 2021, a operação viveu 80 fases e levou para o banco dos réus empreiteiros, doleiros, lobistas e políticos.

Entre os 26 políticos que agora registraram suas candidaturas na Justiça Eleitoral, alguns foram acusados criminalmente pela força-tarefa de Curitiba ou pela Procuradoria-Geral da República (PGR) – nos casos de detentores de prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça ou no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, em vários desses casos, as denúncias foram rejeitadas judicialmente, por inépcia ou insuficiência de provas, e os acusados nem réus se tornaram.

A prisão do ex-presidente petista marcou o auge da operação, que começou a declinar com a decisão de Moro de deixar a magistratura e virar ministro da Justiça e da Segurança Pública do presidente Jair Bolsonaro, eleito em 2018 no rastro do discurso de combate à corrupção

SALDO – Refletido também na disputa eleitoral deste ano, o saldo da Lava Jato é uma oposição entre críticos e defensores contundentes da operação. Entre os algozes, a avaliação é de que, em nome do enfrentamento da corrupção, a Lava Jato permitiu e autorizou todos os meios disponíveis, inclusive os ilegais durante as investigações e processos. Seus defensores, protagonizados pelo ex-coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, e o próprio Moro – que também são candidatos a cadeiras no Congresso Nacional –, afirmam que a operação foi alvo de um movimento orquestrado de desmonte, que livrou acusados que agora tentam voltar à cena política.

A complexidade da operação resultou numa disputa pelo “espólio” da Lava Jato, tanto pelos agentes dos mecanismos de controle, quanto pelos que foram investigados e presos, destaca Clodomiro Bannwart, advogado e pós-doutor em Filosofia pela Unicamp. Ele avalia que, neste cenário de discursos que flertam com o rompimento institucional, “a corrupção parece engalfinhada nas entranhas do estado de direito, maculando e pervertendo as instituições por dentro”.

‘ATESTADO’ – Como aponta Silvana Batini, professora da FGV do Rio de Janeiro e doutora em direito público pela PUC, embora a participação de ex-alvos da Lava Jato nas eleições “faça parte do jogo”, “a lei não dá um atestado de idoneidade”. Pela legislação eleitoral vigente, ficam impedidos de concorrer apenas os candidatos que possuam condenação transitada em julgado (sem possibilidade de recurso) por alguns crimes. “A pessoa pode estar respondendo a vários inquéritos, pode estar até condenada numa primeira instância, e ela continua elegível”, afirma Battini.

Na avaliação da professora, uma possibilidade para a formação do voto nestas eleições, é que “o eleitor construa os seus próprios critérios políticos de elegibilidade”.

Na lista está o deputado federal e candidato à reeleição, Aguinaldo Ribeiro (PP). Em 2017  ele foi investigado por supostamente participar de uma organização criminosa junto de outros parlamentares do PP. Contudo, em 2021, o STF arquivou o inquérito.

Em alguns casos, políticos precisam enfrentar batalhas nos tribunais para garantir a candidatura. Na semana passada, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha teve seu registro de candidatura autorizado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por quatro votos favoráveis e dois contrários. Após ficar preso de 2016 a 2021 no âmbito da Lava Jato, ele tenta voltar ao Legislativo federal pelo PTB. O caso deverá parar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“A Lava Jato expôs ao Brasil um esquema de corrupção sem precedentes, tanto em relação ao montante roubado dos cofres públicos quanto ao número de autoridades envolvidas”, disse Dallagnol, que atuou como coordenador da extinta força-tarefa em Curitiba e também busca na política um novo caminho. Ele é candidato a uma cadeira na Câmara pelo Podemos.

Coordenador jurídico da campanha de Lula, o advogado Cristiano Zanin se tornou um dos críticos mais ácidos da Lava Jato e da atuação de Moro e “determinados” ex-procuradores nos processos que condenaram o ex-presidente. “Vencemos 26 procedimentos jurídicos que foram indevidamente abertos contra Lula na Justiça brasileira e também o comunicado que fizemos ao Comitê de Direitos Humanos em 2016.”

Sobre os candidatos investigados na operação, Dallagnol é enfático: “Acredito que essas pessoas não tenham idoneidade nem reputação ilibada”. Confira a seguir a lista com 26 candidatos que foram mencionados, indiciados, processados ou condenados na operação. A reportagem fez contato com cada um, por meio de seus advogados e assessores. Contudo, até a conclusão da reportagem, nem todos responderam aos questionamentos realizados.

Informações do Estadão

Política

Em sabatina, Lula chama Moro de “pilantra” e critica Lava Jato

 

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente e candidato ao Planalto, criticou a operação Lava Jato, força-tarefa que o investigou e o condenou à prisão. A declaração foi feita nesta segunda-feira (12/9), em entrevista à CNN. As condenações de Lula foram invalidadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou o coordenador da extinta operação, o ex-juiz Sergio Moro, parcial no julgamento do petista.

“É importante dizer para você que quase todo mundo que foi condenado foi solto e saiu com muito dinheiro porque a delação premiada fez com que muita gente ficasse rico. O processo de investigação poderia ser mais sério se o juiz não fosse um pilantra que foi e não tornasse a Lava Jato uma questão política para me impedir de ser candidato, para me prender”, disse Lula.

Agronegócio

Durante a entrevista, Lula ressaltou que, apesar de representantes do setor do agronegócio no Congresso apoiarem o presidente Jair Bolsonaro, existe uma parte que ainda é a favor de sua vitória. No entanto, o candidato apontou que o descontentamento do setor com o PT parte de questões ambientais.

“Nunca o agronegócio teve tanto financiamento quanto no governo PT. O fato deles não gostarem do PT não é por falta de financiamento. O problema deles conosco hoje é porque eles sabem que no governo do PT não vai ter desmatamento na Amazônia”, declarou.

Questionado, Lula afirmou que há “pessoas irresponsáveis no agro”, mas que não pode resumir o setor a eles. “Tem muita gente que sabe que necessita produzir, que tem que ter uma política de preservação ambiental, que tem que respeitar a questão do clima, porque o mundo comercial vai cobrar do Brasil. Você tem muita gente responsável, que cuida do meio ambiente, que está tentando preservar, que não quer invasão no pantanal, em nenhum bioma. Essa gente vai continuar trabalhando e conosco ganhou muito dinheiro”, disse.

Informações do Metrópoles

Política

Campanha de Lula já mandou R$ 1,2 milhão para advogados da Lava Jato

 

O escritório de Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos processos da Lava Jato, foi contratado para prestar consultoria jurídica ao PT na campanha presidencial deste ano. O gasto do partido com advogados em 2022 já supera os 12 meses de 2018, quando Fernando Haddad representou o PT no pleito nacional.

Até quinta-feira (8), o escritório Teixeira Zanin Martins já tinha recebido R$ 1,2 milhão, segundo a prestação de contas da campanha de Lula para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O mesmo valor também foi pago à banca Aragão & Ferraro, de outro velho conhecido da sigla: Eugênio Aragão, ministro da Justiça de Dilma Rousseff (PT) por dois meses em 2016.

PT eleva gasto com advogados. Só entre janeiro de 2021 e agosto de 2022, o escritório de Zanin recebeu R$ 2 milhões do PT. Além do R$ 1,2 milhão para a campanha deste ano —retirado do Fundo Eleitoral— Zanin foi remunerado em R$ 332 mil (entre janeiro e junho deste ano) e em R$ 516 mil (ao longo de 2021), mas de outras fontes de recursos: o Fundo Partidário.

Deu no Terra Brasil Notícias

Judiciário

STJ mantém condenação de ex-coordenador da Lava Jato por apontar Lula como líder de organização criminosa

 

Em julgamento virtual, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve ontem (09) a condenação de Deltan Dallagnol (Podemos), ex-coordenador da Lava Jato, ao ex-presidiário Lula (PT) em R$ 75 mil por danos morais.

A condenação foi no âmbito do caso do PowerPoint em que Deltan aponta o petista ex-presidiário como líder de uma organização criminosa.

Ao UOL, a assessoria do ex-procurador da República disse apenas que a “decisão já era esperada”.

Ontem, a 2ª Câmara do TCU (Tribunal de Contas da União) também condenou Deltan, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-chefe da Procuradoria da República no Paraná José Vicente Beraldo Romão a indenizarem os cofres públicos em mais de R$ 3,43 milhões.

Em março, por 4 votos a 1, a Quarta Turma do STJ já havia condenado o ex-procurador da República a pagar a indenização de R$ 75 mil ao ex-chefe do Executivo no caso do PowerPoint.

À época, os ministros concluíram que houve “excesso” na divulgação da denúncia contra Lula e que o ex-procurador ofendeu a honra e a reputação do ex-presidente.

Já ontem, a Quarta Turma analisou os recursos especiais abertos pela defesa do ex-chefe do Executivo, pela Associação Nacional dos Procuradores da República e pelo próprio ex-procurador.

Segundo o site do STJ, os três recursos não foram acolhidos por unanimidade do colegiado da Corte, que mantiveram a decisão dos ministros proferida em março.