Política

Haddad diz que não teme que judicialização da desoneração prejudique o governo no Congresso

Foto: Tom Molina

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não teme que a judicialização da desoneração de 17 setores da economia e de municípios prejudique o governo no Congresso. “Não temo, porque tem dado muito resultado o nosso diálogo com o Congresso e com o Judiciário”, afirmou Haddad, ao chegar ao ministério após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na semana passada, o ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu uma liminar, atendendo ao pedido do governo, que suspendeu a desoneração da folha dos municípios e de setores produtivos até 2027. Até o momento, outros quatro ministros – Flávio Dino, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin – votaram para manter a decisão de Zanin. O ministro Luiz Fux, no entanto, interrompeu o julgamento com um pedido de vista.

Haddad frisou ainda que tem tentado dialogar com os setores e com os municípios desde outubro, ao ser perguntado sobre a possibilidade de o pedido de vista no STF sobre a desoneração ampliar o prazo para negociações com os parlamentares. “Desde outubro estamos tentando conversar com os setores e com os municípios. Está havendo conversas, e o placar do Supremo deixa claro que nós temos que encontrar um caminho para não prejudicar a Previdência”, disse Haddad a jornalistas.

Também nesta segunda, Haddad afirmou que o placar do STF para manter a suspensão da desoneração da folha dos municípios deixa claro que é preciso encontrar um caminho que não prejudique a Previdência. “A reforma da previdência tem uma cláusula que precisa ser considerada, se não daqui a três anos, cinco anos, vai ter que fazer outra reforma se não tiver receita Temos que ter muita responsabilidade com isso, receita da Previdência é sagrada, é para pagar os aposentados, não dá para brincar com essas coisas”, afirmou o ministro.

Haddad ainda se disse “confiante” e afirmou que tem conversado com todos os setores sobre a desoneração. Em relação ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que no final de semana chamou de “desnecessária” a declaração do ministro em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Haddad justificou o que disse, no último sábado “O que eu disse na entrevista é que as mesmas práticas de respeito à lei fiscal deveriam ser de todos, Executivo, Legislativo e Judiciário. Falo desde o começo, vamos fazer um pacto para acertar contas e continuar evoluindo a nota de crédito do Brasil. No ano passado, tivemos boas notícias de agências de risco, a Fitch e S&P. A Moody’s não mudou a nota e está no Brasil. Estamos aguardando posicionamento deles”, explicou o ministro.

Deu no Estadão

Notícias

Sem desoneração impedida por Lula, setores correm risco de demitir 1 milhão de trabalhadores

Foto: Agência Brasil

 

Com a suspensão da desoneração da folha de pagamento solicitada pelo governo Lula e determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin na última quinta-feira (25), os 17 setores que mais empregam no país correm risco de demitir 1 milhão de trabalhadores. A projeção é da UGT (União Geral dos Trabalhadores), que previa corte de 10% dos 9,7 milhões de funcionários desses segmentos, dos quais fazem parte as indústrias têxtil e de calçados (veja todos os setores na arte).

A medida, que seria válida até 2027, é adotada desde 2011 e substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Na prática, a desoneração reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas desses 17 setores, considerados os que mais empregam no país.

Deu no R7

Notícias

Municípios repudiam ação de Lula contra desoneração

FOTO: AGÊNCIA BRASIL

 

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) publicou, nesta quinta-feira (25), um comunicado criticando a ação realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), através da Advocacia Geral da União (AGU), na qual é a desoneração da folha de pagamento de municípios de 17 setores da economia.

ACNM disse que “repudia profundamente” que o governo federal atue pela retirada de uma conquista estimada em R$11 bilhões por ano.

“É lamentável retirar a redução a redução da alíquota para aqueles que estão na ponta, que prestam serviços públicos essenciais à população, enquanto há benefícios a outros segmentos, com isenção total a entidades filantrópicas e parcial a clubes de futebol, agronegócio e micro e pequenas empresas”, diz trecho da nota.

Segundo o movimento municipalista, neste primeiro trimestre a desoneração garantiu uma economia de R$2,5 bilhões, do total de R$11 bilhões estimados para o ano.

Segundo a CNM, a situação da Previdência nos Municípios é hoje um dos principais gargalos financeiros dos administradores municipais, que representaram em 2023 o pior resultado primário da última década. A CNM deverá entrar como amicus curiae na ADI com o escopo de mostrar ao Judiciário a importância da medida e garantir a manutenção da conquista.

Deu no Estadão

Cidade, Comércio

Redução da alíquota do ICMS para 18% vai estimular consumo no RN

Lojistas afirmam que a alíquota menor vai ajudar a baixar o preço das mercadorias e a aumentar as vendas no comércio – Foto: Magnus Nascimento

 

Os comerciantes da capital potiguar comemoraram a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para 18% no Rio Grande do Norte a partir de 2024. Na última terça-feira (12), o projeto de lei do Governo do Estado que previa a manutenção da alíquota atual, de 20%, recebeu 14 votos contrários na Assembleia Legislativa e foi rejeitado na casa. Para as fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE, a redução vai estimular o consumo e permitir investimentos no comércio.

“Para nós que somos comerciantes, foi uma medida muito positiva porque, toda vez que um imposto aumenta, o poder de compra diminui. Temos uma carga tributária muito pesada, então, a população vai ganhar e o comércio também, uma vez que o Rio Grande do Norte vai conseguir atrair empresários de outros estados. E as empresas que estavam fugindo daqui, agora podem começar a retornar”, pontua Gustavo Freire, dono de uma loja de itens para cozinha, no Alecrim.

Para Elizânia Carvalho, gerente de uma loja de roupas infantis do bairro, a alíquota menor vai melhorar o preço das mercadorias, principal gargalo de 2023 para a franquia na qual ela atua. “Agora, a gente vai ter uma situação mais confortável, porque a compra de mercadorias passa a ser feita com melhores preços. Isso é bom para o empresário conseguir investir. Aqui na loja, o aumento da alíquota para 20% em 2023 pesou bastante, o que impactou na hora de comprar mercadoria. Então, de um modo geral, nossa expectativa é que a situação melhore”, detalha.

Francisca Josinete, dona de uma loja de roupas no Alecrim, também avalia que a alíquota menor é bem-vida. “Nossa dificuldade é repassar o valor do imposto que a gente se depara quando compra uma mercadoria para o consumidor. Ainda acho, inclusive, que a carga tributária continua alta. Pago aluguel da loja e, com os altos impostos, o nosso lucro despenca”, diz. O peso dos tributos, segundo ela, gera outros desafios, como a contratação de mão de obra.

“Aqui eu só tenho um funcionário e não dá para contratar mais gente. Mesmo com a alíquota baixa, ainda fica difícil pensar em aumentar mão de obra, mas é um caso a se pensar”, confessa. Francisca disse que tinha mais duas lojas espalhadas pela cidade e teve que fechar as unidades por causa da alta carga tributária. Agora, aponta ela, a situação representa um alívio.

Em dezembro do ano passado, o Governo do Estado sancionou uma lei para o aumento temporário da alíquota, que estava em 18% e foi a 20%. A medida começou a valer em abril deste ano e é válida até o final deste mês, com previsão de retorno para 18% a partir de janeiro de 2024. Sem a maioria dos votos na ALRN, o Governo registrou derrota histórica e o Estado deverá ter nova alíquota de ICMS no próximo ano.

Deu na Tribuna do Norte

Economia, Política

Petista e líderes traíram Lula para derrubar veto à desoneração da folha

No PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos 12 deputados votantes, 11 foram contra o veto. No Senado, três contras e só um favorável. (Foto: Waldemir Barreto/Ag. Senado)

 

Correu frouxa a traição no Congresso na sessão que derrubou o veto à desoneração da folha. No Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), Jorge Kajuru (PSB-GO), Dorinha Seabra (União-TO), Weverton (PDT-MA) e Zenaide Maia (PSD-RN), todos da liderança do governo, não se fizeram de rogados e engrossaram o resultado que desmoralizou o veto de Lula: 60 a 13. Na Câmara, o revés foi ainda pior, 378 a 78. Entre deputados, além de líderes de Lula, até um petista foi seduzido pelo afã da traição.

A surpresa petista ficou por conta de Zé Neto, deputado baiano. O único do PT que não se constrangeu e votou para derrubar o veto de Lula.

Lideranças de Lula na Câmara também traíram: Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT), Waldemar Oliveira (Avante-PE), Marreca Filho (Patriota-MA).

Fecham a lista da Câmara: Josenildo (PDT-AP), Igor Timo (Podemos-MT), José Nelto (PP-GO), Jonas Dozinette (PSB-SP) e Bacelar (PV-BA).

No PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos 12 deputados votantes, 11 foram contra o veto. No Senado, três contras e só um favorável.

Para se manter obediente ao PT, a maioria dos atrasados sindicalistas brasileiros fechou os olhos à ameaça da perda de 600 mil empregos.

O drama foi descrito por Fernando Pimentel, diretor da Abit, a associação do setor: a previsão era que 30 mil seriam demitidos na indústria têxtil.

A medida, que agora será promulgada pelo Congresso sem voltar a Lula, beneficia os 17 setores da economia que mais empregam trabalhadores.

Informações do Cláudio Humberto

Notícias

Setores rebatem Haddad e dizem que benefício gerou novos empregos

 

Empresários e representantes de centrais de trabalhadores rebateram nesta sexta-feira, 24, as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que a desoneração da folha de pagamentos não teria representado a contratação de novos funcionários. Haddad disse ainda que a pressão para a prorrogação do benefício fiscal, com o argumento de manutenção dos atuais empregos, seria “chantagem”.

“Isso não é chantagem. É desespero”, afirmou a empresária Vivien Suruagy, presidente da Feninfra, entidade que representa as empresas do setor de infraestrutura de telecomunicações. “Ou as empresas quebram ou há um desemprego.”

Estudo feito por iniciativa dos setores desonerados, usando dados do Caged (que mede o número de empregos formais no País), mostra que, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022, os 17 setores desonerados contrataram mais de 1,2 milhão de trabalhadores, um crescimento de 15,5% no período. De outro lado, os 13 setores que perderam o mesmo benefício fiscal em 2018 contrataram pouco mais de 400 mil novos trabalhadores, o que equivale a apenas 6,8% de crescimento.

Adotada desde 2011, a desoneração da folha é um benefício que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Na prática, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida por empresas de 17 setores que mais empregam no País. O benefício perde a validade no fim deste ano se Congresso não derrubar o veto presidencial.

O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, diz que a entidade realizou um levantamento do impacto de uma possível reoneração da folha de pagamentos. “O impacto imediato é de uma perda de 20 mil empregos já no primeiro ano. Taxar a geração de empregos vai de encontro à desejada política de reindustrialização do País.” A avaliação no setor calçadista é de que o impacto seria uma carga tributária extra de R$ 720 milhões por ano.

Máquinas

Já no setor de máquinas e equipamentos, a previsão é de que manutenção do veto possa levar a 40 mil demissões, o equivalente a 10% de toda a mão de obra empregada atualmente. “Entendo a preocupação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em buscar o equilíbrio fiscal e em melhorar as contas públicas, mas a desoneração, embora pareça ser uma renúncia fiscal, gera empregos e renda”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso.

Rebatendo outro argumento usado por Haddad, o presidente executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, afirmou que a desoneração é constitucional, pois se trataria de extensão da sua vigência até 2027, e não da criação de um benefício fiscal. “Além disso, o veto ameaça milhares de empregos que foram mantidos ou gerados nesses setores, com alto uso de mão de obra, nos últimos anos. Diante dessas circunstâncias, confiamos na sensibilidade do Congresso para derrubar o veto”, disse ele.

Representantes dos trabalhadores também demonstraram temor com o risco de demissões. Em nota conjunta assinada pela Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), os presidentes das três centrais afirmam que o veto pode colocar milhões de empregos em risco, estimular a precarização no mercado de trabalho e levar ao fim do ciclo, conduzido pelo Ministério do Trabalho, de redução do desemprego. “O resultado será perda de arrecadação, insegurança e empregos de menor qualidade.”

Miguel Torres (Força), Ricardo Patah (UGT) e Antonio Neto (CSB) dizem lamentar a decisão do governo federal e o fato de não terem sido procurados para debater o tema. Para eles, desonerar a folha de pagamento é uma questão de sensibilidade social. “A equipe econômica comete um equívoco ao jogar o ajuste fiscal no setor produtivo e no emprego formal, pois a conta será absorvida pelos trabalhadores seja com o desemprego ou com a informalidade”, assinalam.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Política

Lula veta integralmente a prorrogação da desoneração da folha de pagamento

Foto: Ed Jones

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu vetar integralmente nesta quinta-feira, 23, o projeto que prorrogaria a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia até 2027.

A decisão foi tomada nas últimas horas do prazo estabelecido ao chefe do Executivo. O veto deve ser publicado ainda nesta quinta em edição extra do Diário Oficial da União. Agora, a medida segue para o Congresso, que pode optar por manter ou derrubar a decisão presidencial. A escolha configura como vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que busca recursos para conseguir a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024.

O veto atinge, entretanto, os 17 setores da economia que mais empregam, como confecção e vestuário, calçados, têxtil, entre outros. Há forte pressão das empresas afetadas para que a desoneração da folha de pagamento seja prorrogada, bem como votos suficientes no Congresso para a derrubada do veto. A desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que foi adotado em 2011 e substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, ou seja, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas. A medida, contudo, perde a validade no fim deste ano.

Veja a seguir quais são os setores que contam com a desoneração da folha:

  • Confecção e vestuário
  • Calçados
  • Construção civil
  • Call center
  • Comunicação
  • Empresas de construção e obras de infraestrutura
  • Couro
  • Fabricação de veículos e carroçarias
  • Máquinas e equipamentos
  • Proteína animal
  • Têxtil
  • TI (tecnologia da informação)
  • TIC (tecnologia de comunicação)
  • Projeto de circuitos integrados
  • Transporte metroferroviário de passageiros
  • Transporte rodoviário coletivo
  • Transporte rodoviário de cargas

Deu na JP News