Política

Oposição fortalecida no Congresso, herança de Bolsonaro e impeachment: As pedras no caminho de Lula

Luiz Inácio Lula da Silva

 

Em 30 de outubro deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para o seu terceiro mandato à frente da Presidência da República. O petista governou o país de 2003 a 2010, quando venceu José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), agora vice-presidente eleito. Consagrado vitorioso com 50,9% dos votos válidos, no segundo turno das eleições de 2022, o petista volta ao Palácio do Planalto 20 anos após sua primeira eleição ao cargo e deve encontrar um Brasil dividido, fruto da intensa disputa política que se desenhou nos últimos 12 meses.

Em seu discurso da vitória, Lula prometeu governar pelos 215 milhões de brasileiros e afirmou: “Não existem dois Brasis, somos um só país, uma só grande nação”. Entretanto, na visão de especialistas, não são poucos os desafios que o presidente eleito deve enfrentar, seja no aspecto econômico, seja no campo social e até mesmo de governança. Neste cenário, o site da Jovem Pan ouviu cientistas políticos, economistas e pesquisadores para explicar: Quais os desafios do futuro governo Lula?

Congresso Nacional

Considerando a próxima formação do Congresso, com renovação de 40% dos parlamentares, o primeiro desafio do terceiro mandato de Lula na Presidência será a capacidade de diálogo com o Parlamento. Essa dificuldade já foi evidenciada com a tramitação da PEC ‘fura-teto’. Ainda que o texto tenha sido aprovado com folga no Senado Federal, entre os deputados a matéria sofreu maiores resistências e a aprovação custou ao presidente eleito uma de suas promessas de campanha: o fim do Orçamento Secreto. Paulo Niccoli Ramirez, cientista político da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), enxerga que a tendência é que Lula enfrente ainda mais resistência e dificuldades para formação de uma maioria, o que deve obrigar o petista a ceder cargos e buscar alianças com antigos caciques da política, tudo em nome da governabilidade. “E aí voltamos para a velha política do ‘toma lá, dá cá’ do fisiologismo político, do Centrão”, afirmou em entrevista ao site da Jovem Pan.

Impeachment

Com a falta de maioria entre os congressistas, Ramirez pontua que outro desafio de Lula será justamente sobreviver ao fisiologismo político. O cientista político lembra que todos os ex-presidentes desde o processo de redemocratização do Brasil foram “reféns” da velha política, o que pode conferir governabilidade, mas tem seus riscos. “O Collor não seguiu, levou ao impeachment. A Dilma também não seguiu e sofreu impeachment. E todos os demais presidentes, inclusive o Lula, tiveram que ceder. Essa política de coalizão faz parte da democracia, mas tem um preço”, pontua o especialista. Considerando apenas os atuais aliados (PT, PV, PC do B, PDT, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade), Lula terá, a partir de 2023, o apoio de 122 dos 257 deputados necessários para atingir maioria simples, quórum exigido, por exemplo, para aprovar projetos de lei. As emendas constitucionais exigem 308 votos em dois turnos. No Senado Federal, a base lulista soma 16 senadores, enquanto as principais matérias a serem aprovadas exigem, no mínimo, 41 votos favoráveis.

União da Frente Ampla

Para além das dificuldades com o Congresso e os riscos da velha política, a economista Simone Pasianotto, da Reag Investimentos, pontua que um desafio de Lula em 2023 será manter “unida e atuante” a frente democrática constituída durante a campanha para criar o “alicerce” de governabilidade, ao mesmo tempo que apresenta os primeiros resultados à população. “Composição dos ministérios, seus objetivos, justificando as escolhas. O sucesso dos primeiros 100 dias é fundamental, então esse momento aqui é bastante crítico. Para manter sua sustentabilidade, Lula vai tentar se apoiar na sua base eleitoral, cuja renda familiar não ultrapassa os dois salários mínimos. Então ele vai definir quais políticas e programas serão implementados, com vista a elevar a renda da população e reduzir seus graus de vulnerabilidade”, afirmou a economista, que espera uma transformação do Bolsa Família, ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e implementação do programa de renegociação de dívidas como primeiras apostas.

Ascensão da direita e a ‘herança’ de Bolsonaro

Ainda nos aspectos políticos, outro desafio apontado para o terceiro mandato de Lula na Presidência é enfrentar a “herança” do governo Bolsonaro, que é a ascensão do próprio bolsonarismo. A bancada do Partido Liberal será a maior do Legislativo, composta por 99 deputados e 15 senadores. Com isso, o entendimento é que mesmo com a derrota nas eleições 2022, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mantenha influência e capital político, e o aumento da base direitista na Câmara e no Senado pode tumultuar o Congresso, criando mais entraves para o governo Lula e levando ao Parlamento um embate entre lulismo e bolsonarismo. “Isso pode criar polêmicas, desvios de foco e travar todas as propostas de Lula. Além disso, foram muitos benefícios que os militares, por exemplo, receberam do Bolsonaro com a publicação de portarias, como a que permitiu ultrapassar o teto salarial do funcionalismo público. Isso pode criar uma comparação e mal-estar para Lula. Esses imbróglios podem, de fato, cair nos braços do Lula e prejudicá-lo”, conclui Ramirez.

Promessas de campanha x responsabilidade fiscal

A economista Patrícia Krause, da Coface América Latina, vai além das dificuldades de governabilidade e aponta que um desafio-chave para o presidente eleito será conciliar o combate à pobreza e aumento dos programas sociais e acenos ao mercado. Na visão de Krause, Lula terá que definir como cumprir suas promessas de campanha – como o Bolsa Família de R$ 600 mensais com adicional de R$ 150 por criança e isenção do IR até R$ 5 mil, por exemplo – e manter a responsabilidade fiscal. “É um momento desafiador não só para o Brasil, mas globalmente”, pontua a economista. Na contramão das promessas de campanha, Patrícia Krause enumera que as prioridades do mercado para 2023 incluem a reforma tributária e a construção do novo arcabouço fiscal. “O prazo é agosto de 2023. Então, apresentar um novo arcabouço fiscal que seja crível também pode ser um sinal positivo”, justifica.

Recessão global

Do ponto de vista econômico, Alessandro Azzoni, economista e membro do Conselho Deliberativo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), acredita que um dos principais desafios será o impacto da economia global. Ele cita projeção de aumento de 43% das commodities a partir de 2023, o que pode refletir na inflação; aspectos da guerra entre Rússia e Ucrânia; e a desaceleração da economia dos Estados Unidos e da Europa como pontos de atenção para o futuro governo. “Vamos começar a sentir agora no primeiro semestre a desaceleração. Esses aspectos são muito agravantes para a situação econômica brasileira, além do cenário interno”, pontua, citando também aumento do risco fiscal, o que indica “fragilidade” ao mercado. A economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ouroinvest, endossa a preocupação com o cenário mundial. “Temos uma guerra em curso, desaceleração do crescimento na China, risco de recessão global. Tudo isso acaba afetando o Brasil porque somos um país emergente. Dependemos muito de outros países, sobretudo da China e Estados Unidos. Se eles não crescem ou crescem menos, a gente tem um efeito ruim para a nossa economia também”, acrescenta.

PIB negativo, juros altos e inflação

Já para o cenário nacional, Cristiane Quartaroli enumera outros desafios do governo Lula. Em uma leitura para 2023, ela cita projeções de juros altos e inflação também em patamar elevado, reconhecendo ainda as estimativas de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Neste cenário, a economista defende que o governo alinhe as expectativas com o mercado. “Grande desafio vai ser reconquistar essa confiança, principalmente do empresariado, para que o país possa crescer de forma sustentável. Estamos em um ciclo econômico difícil. O mundo inteiro está com risco de recessão, então não é um cenário fácil. O ministro da Fazenda vai encontrar desafios com o mercado e com a economia”, conclui. Para 2023, o relatório de mercado Focus, do Banco Central, divulgado em 12 de dezembro, indica projeção de crescimento do PIB de 0,75%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação, em 5,08% e a Selic – que representa a taxa de juros – em 11,75%.

Deu na Jovem Pan.

Política

Escalação ministerial feita por Lula não garante governabilidade no Congresso

Escalação ministerial feita por Lula não garante governabilidade no Congresso

 

A distribuição de ministérios a nove partidos em nome da governabilidade pode não surtir efeito neste começo de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avaliam políticos e especialistas. Além do próprio PT, os principais partidos contemplados foram o MDB, o PSD e o União Brasil. Cada uma das siglas indicou três ministros.

A escalação dos partidos de centro — não apenas das siglas que o ajudaram na eleição — é um esforço de Lula para formar um governo capaz de aprovar com mais facilidade os temas que terá de negociar com o Congresso.

O União Brasil é um exemplo. Lula entregou ao partido os ministérios das Comunicações, do Turismo e da Integração e Desenvolvimento Regional — esse último ficará com o atual governador do Amapá, Waldez Góes, que vai trocar o PDT pelo União Brasil, e teve seu nome indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O partido tem uma das maiores bancadas da Câmara — 59 deputados. Apesar de ter ajudado o futuro governo na aprovação da PEC do estouro, o alinhamento à gestão petista não é automático.

O presidente do partido, Luciano Bivar, afirma que o União Brasil não está na base do governo. “A gente está com essa deferência especial do presidente, mas o partido continua independente. Esse é o posicionamento de agora e em um momento oportuno vamos conversar”, afirmou ao R7.

O PSD, que elegeu 42 deputados para a próxima legislatura, se manteve neutro nas eleições, mas vai compor a base de Lula na Câmara dos Deputados. “A temperatura no PSD é favorável [a Lula], mas isso não significa que o partido vai aprovar tudo. Assim como aconteceu no governo Bolsonaro, estamos comprometido com as pautas que são boas para o Brasil”, comentou o deputado Darci de Matos (PSD-SC), vice-líder do partido na Câmara.

Fundador e presidente da organização não governamental Contas Abertas, o economista Gil Castello Branco avalia que o resultado dessa distribuição deve aparecer nos três primeiros meses de mandato, quando o governo ainda está acomodando sua estrutura.

“Mesmo que entrem juntos nessa, existem posições contrárias dentro dos próprios partidos e, provavelmente, os entraves vão continuar existindo. Pode ser um apoio maior, mas não é algo que desde já esteja resolvido”, afirma. “Esse teste de governabilidade veremos ali por volta do mês de março, até que ponto os partidos se consideram atendidos, mas sabemos que nem todos ficam satisfeitos”, completa.

Para o advogado e cientista político Nauê de Azevedo, mesmo que Lula tenha aberto o diálogo e contemplado os partidos de centro, não há garantias de que o loteamento da Esplanada dos Ministérios seja revertido em votos no Congresso.

“A composição ministerial, neste primeiro momento, pode ser a chave para auxiliar o novo governo a estabelecer pontes de diálogo para ter alguma maioria em matérias que não sejam alterações constitucionais. Mas, ainda assim, vai ser necessário compatibilizar interesses com outros grandes partidos que, neste primeiro momento, não integram a base formal do governo”, analisa.

Segundo escalão

O PT pretende acomodar aliados a partir de agora na formação do segundo escalão. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disse que partidos que ficaram de fora nesse primeiro momento — como Avante, PV, Solidariedade e PROS — ainda serão atendidos.

“Vamos começar agora a discussão das composições do segundo escalão. Nenhum ministério é porteira fechada. Vai ter sempre composição, foi isso que o presidente pediu que fizéssemos e esses partidos são prioridade para nós”, afirmou Gleisi.

Segundo o presidente eleito, será agendada uma reunião com todos os ministros para alinhar as expectativas do governo para cada área. Na sequência, essa articulação será com os governadores. “Para que a gente possa compartilhar a construção e o financiamento e trabalhar”, declarou Lula.

Com informações do Portal R7.

Política

INCOMPETÊNCIA: Rodrigo Pacheco boicotou lei que estimulava energia solar

 

No final da sua presidência no Senado, Rodrigo Pacheco acumula um passivo impressionante de projetos que, já aprovados na Câmara ou apresentado por senadores, continuam engavetados. Um exemplo de como o roda-presa do Senado prejudica os cidadãos que o sustentam é sua recusa de pautar o projeto da Câmara, aprovado no início do mês, que prorroga a data fatal de 7 de janeiro para entrar em vigor regras que reduzem as vantagens de instalação de energia fotovoltaica ou solar.

Produto do lobby milionário de distribuidoras e geradoras de energia, a nova lei é conhecida como a “taxação do sol”.

A atitude de Pacheco contra a geração limpa de energia é inacreditável no país atormentado por escassez hídrica e tarifas de bandeira vermelha.

A lei que Rodrigo Pacheco age para manter, alegrando distribuidoras e geradoras, conspira contra energia solar em um país de Sol abundante.

O projeto do deputado Beto Pereira (PSDB-MS), aprovado na Câmara, adiaria por 6 meses, para julho de 2023, o início de vigência da lei 14300.

 

Novo Mandato

Apesar de toda incompetência, o nobre senador Pacheco é candidato à reeleicão para a presidência do Senado.

E o pior: Tem tudo para ser reeleito.

Realmente esse Brasil não é para amadores !

 

Informações do Cláudio Humberto

Política

União Brasil recebe 3 Ministérios de Lula mas já tem um pé pra pular fora do governo: “seremos oposição moderada”

União Brasil recebe 3 Ministérios de Lula mas já tem um pé pra pular fora do governo: “seremos oposição moderada”

 

O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar, disse à CNN que o partido não será base formal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva apesar de ter aceitado três ministérios. “A gente não faz parte do governo Lula. Vamos votar com o governo o que for de interesse do Brasil”, ressaltou Bivar.

Segundo ele, há na legenda ainda muitos setores contrários a adesão mesmo com o recebimento dos ministérios. Parte do partido se rebelou internamente pelo veto do PT para que o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento, assumisse uma pasta.

“O partido ainda tem muita gente contrária a adesão ao governo Lula. Não vamos bater de frente com eles. Quando chegar no momento oportuno vamos debater isso internamente”, explica Bivar.

O presidente do União Brasil disse ter deixado essa posição claramente a Lula em reunião na manhã desta quinta-feira (29). “Eu disse a ele que os ministérios oferecidos não significava que seríamos base. Eu disse para não colocar isso na conta do partido. Ele aceitou.”

O União Brasil tem 59 deputados eleitos e deve ter dez senadores. Nos ministérios, foram anunciados Daniela de Souza Carneiro (“Daniela do Waguinho”) para o Turismo e Juscelino Filho para as Comunicações. Já Waldez Goés, que é do PDT, foi indicado pelo União Brasil, segundo Lula, e comandará a pasta de Integração Nacional.

Com informações da CNN Brasil,

Política

ÚLTIMO MINUTO: PF pede ao STF que Senado libere provas da CPI contra Bolsonaro e aliados

ÚLTIMO MINUTO: PF pede ao STF que Senado libere provas da CPI contra Bolsonaro e aliados 

 

 

A Polícia Federal (PF) pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso que interceda junto ao Senado para que seja compartilhado o material probatório levantado pela CPI da Pandemia.

O pedido foi feito há duas semanas dentro de um dos inquéritos que têm o presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados como alvo sob a acusação de incitarem a população a cometer crime de infração de medida sanitária preventiva, como disseminar fake news sobre medidas preventivas, defenderem a cloroquina e colocarem sob suspeita a eficácia da vacina contra a Covid-19.

Além do presidente, estão sendo investigados o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-FF), Osmar Terra (MDB-RS), Ricardo Barros (PP-PR) e Carlos Jordy (PL-RJ), além do ex-ministro Onyx Lorenzoni.

De acordo com documento obtido pela CNN, os policias pediram a Barroso que ou determine ao Senado que encaminhe diretamente à PF o conjunto probatório ou autorize que um analista examine o material dentro das dependências da Casa.

“Com o fito de se passar ao largo de qualquer questionamento sobre cadeia de custódia e validade das provas eventualmente produzidas, entendo, s.m.j., que seria mais adequado do que se obter o material disponibilizado pela PGR e se proceder à laboriosa sistematização da documentação apresentada pela Comissão Parlamentar de Inquérito seja receber cópia integral de todo o acervo digital produzido pela CPI da Pandemia diretamente do Senado, ou, havendo alguma impossibilidade técnica ou outro impedimento, que nos seja dado acesso a todo o acervo digital produzido pela CPI no próprio Senado, de forma que peritos ou analistas designados por este signatário possam realizar as pesquisas e extrações de dados entendidas apropriadas e cabíveis”, diz o documento.

Na sequência, a PF diz ainda que “dessa forma, encaminho o presente ao Exmo. Ministro Relator para apreciação da sugestão apresentada, tomando-se a seguir este procedimento o rumo então definido, uma vez que desde maio se aguarda pelo acesso à documentação para que seja realizado seu devido processamento”.

O pedido decorre de arestas entre os órgãos de investigação sobre as investigações decorrentes da CPI. A PGR nunca remeteu o material probatório para que fossem analisados pelos policiais a despeito de a PF já ter feito dois pedidos, um no dia 19 de agosto outro no dia 4 de outubro.

A justificativa oficial da PGR, confirmada à CNN por fontes do órgão, é a inconsistência das provas. A PGR inclusive já pediu ao STF o arquivamento desta investigação. Procurado, Barroso não se manifestou.

Deu no Terra Brasil Notícias.

Política

Lula sobe rampa com Polícia Federal, dia 1º, por não confiar no Exército

Presidente eleito Lula, do PT. Foto: Ricardo Stuckert

 

Lula subirá a rampa do Planalto, dia 1º, protegido pela Polícia Federal, afastando o Exército de sua segurança. Situação curiosa para quem será o Comandante Supremo das Forças Armadas. Treinados para a missão, os militares farão a proteção “periférica” da posse no entorno da Planalto. Ex-chefe da segurança de Lula e virtual chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, “GDias”, é criticado no Exército por “falta de personalidade” e por não defender a própria Casa.

O impasse revela a dificuldade do futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de identificar militares que mereçam a confiança do presidente.

A alegação petista é de “não confiar” no GSI, que até o governo FHC se chamava Gabinete Militar. Mas a desconfiança é em relação ao Exército.

O GSI é apenas uma repartição com status de ministério. A questão não é perda de confiança na repartição e sim no Exército Brasileiro.

Nos dois mandatos, teve militar de confiança chefiando do GSI, oficial general que escolhe a dedo cada um dos seguranças presidenciais.

Informações do Cláudio Humberto

 

 

Política

Paulinho Freire é o nome do União Brasil para Prefeito de Natal

 

“Paulinho Freire é um dos quadros mais qualificados do União Brasil para disputar qualquer cargo”, afirmou o presidente estadual do partido, José Agripino Maia, sobre a possibilidade do deputado federal eleito Paulinho Freire vir a disputar a Prefeitura de Natal em 2024.
Curtindo as férias de fim de ano em viagem familiar, o ex-senador afirmou que o atual presidente da Câmara Municipal da Capital é o nome cogitado pela legenda, com potencial eleitoral testado e aprovado nas urnas eletrônicas durante as eleições gerais deste ano.
Para Agripino, o nome de Paulinho Freire é “extremamente forte para concorrer à Prefeitura da Capital”, em sucessão ao atual chefe do executivo municipal, Álvaro Dias (Republicanos). Mas que, as discussões e definições sobre a candidatura deste somente serão feitas no ano das eleições municipais, quando a maioria dos demais concorrentes deve ser definido pelos partidos.

“Esse assunto só será apreciado em 2024”, disse o presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte, lembrando ainda os 77,9 mil votos obtidos por Freire para a Câmara dos Deputados, sendo, destes, praticamente 24,3 mil votos conquistados junto ao eleitorado natalense.
“Paulinho Freire é um candidato muito forte do nosso sistema, é sim. Agora, ele é deputado federal eleito e vai, na hora certa, avaliar a viabilidade da vitória e a conveniência de deixar o mandato de deputado federal para disputar o lugar que ele realmente anseia, que é a Prefeitura de Natal”, afirmou Agripino, recentemente.

CONCORRÊNCIA GRANDE

Faltando ainda um ano e dez meses para as eleições municipais de 2024, a corrida pela sucessão na Prefeitura de Natal promete ser bem acirrada, visto a quantidade de nomes que já foram projetados para o pleito, como o da deputada federal reeleita com 157 mil votos Natália Bonavides (PT); o próprio Paulinho Freire e ainda o comunicador Bruno Giovanni (sem partido) e o deputado estadual eleito e não diplomado Wendel Lagartixa (PL), que se mostrou interessado o cargo de prefeito da Capital.

O embate ainda sequer começou, vem muitos nomes por aí …

Informações do Diário do RN

Política

Equipe de segurança de Lula planeja trajeto com carro blindado na posse; entorno do presidente eleito resiste

 

A menos de uma semana da posse, uma etapa emblemática da cerimônia do início do novo governo segue indefinida: o desfile de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Esplanada dos Ministérios. A equipe de segurança do presidente eleito defende que ele não trafegue em carro aberto, mas o entorno mais próximo de Lula diz que ele resiste à ideia de percorrer o trajeto em carro blindado no domingo.

Lula estaria disposto a manter a tradição de desfilar em carro aberto mas, para policiais da equipe de segurança, a bomba encontrada no aeroporto de Brasília no sábado influencia neste planejamento, que é dinâmico e se molda conforme o cenário. A avaliação é de que com o cenário de hoje, Lula deve utilizar o carro blindado.

Caberá ao presidente eleito decidir. Policiais preparam análises técnicas para apresentar as duas possibilidades a Lula: os riscos de fazer o trajeto com carro aberto e a possibilidade o percurso ser feito em carro blindado.

Se for feito com carro aberto, o trajeto na Esplanada inicia na Catedral de Brasília vai até o Congresso e do Congresso segue até o Palácio do Planalto.

Policiais federais que trabalham na proteção do presidente eleito já tinham identificado o risco antes do episódio da bomba no aeroporto de Brasília e incluíam este tipo de ameaça no planejamento.

Outra dúvida quanto ao trajeto de Lula é a de que, se ele optar por fazer em carro aberto, o Rolls Royce presidencial será usado ou não. Em coletiva de imprensa no começo de dezembro, a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, afirmou que o veículo estaria com o banco danificado, o que, segundo ela, teria ocorrido na posse de Jair Bolsonaro (PL) em 2018.

Será necessário, portanto, verificar as condições do carro para ver se haverá condições de Lula utilizá-lo para desfile em carro aberto. A Polícia Federal também fará uma inspeção no veículo nesta semana. O objetivo dos agentes é oferecer todas as possibilidades para que Lula decida.

O entorno de Lula acredita que, mesmo com a recomendação da PF, Lula não aceitará desfilar carro blindado pelo perfil popular da festa e pelo desejo do próprio presidente eleito de percorrer o trajeto próximo às pessoas que estarão na Esplanada. Essa avaliação, porém, não é unânime. Petistas mais pragmáticos ouvidos pelo GLOBO entendem que Lula deveria atender a recomendação da PF pelo atual cenário.

Quem defende o desfile em carro aberto argumenta que esse modelo faz parte da tradição das posses e de que é preciso confiar na organização das polícias e nos monitoramentos de inteligência. O entendimento é de que as ações terroristas são amadoras e que o esquema de segurança que vem sendo preparado será profissional, reforçado, com atiradores de elite e agentes infiltrados entre o público. Petistas também estão empenhados a não deixar que o clima de medo desmobilize a militância — são esperadas 300 mil pessoas na posse de Lula.
Deu no Globo

Política

Cotado para ministério de Lula usou gráfica de fachada nas eleições

 

O deputado federal Elmar Nascimento, líder da União Brasil na Câmara dos Deputados e cotado para ser ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gastou R$ 702 mil em uma gráfica de fachada para a campanha de sua reeleição neste ano.

Declaração de gastos feita pelo deputado à Justiça Eleitoral aponta que ele gastou 23% dos recursos de campanha para imprimir cerca de 17 milhões de santinhos e outros materiais gráficos com a empresa Waldyr Rodrigues dos Santos.

A empresa, contudo, não tem endereço fixo nem maquinário para impressão de materiais de campanha.

Waldyr Rodrigues dos Santos é pai de Fábio Dias dos Santos e Márcio Dias dos Santos, sócios da Qualigraf Serviços Gráficos e Editora —fundada em 1995 e que está impedida de celebrar contratos com a Administração Pública baiana desde maio de 2021 por fraudar licitações.

Além do gasto com a gráfica, Elmar Nascimento contratou uma empresa na qual é sócio junto com seu irmão, o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento (União Brasil). A N2 Distribuidora de Bebidas foi contratada por R$ 82,5 mil para arrendamento de um helicóptero.

Procurado, o deputado reeleito disse que não cuida pessoalmente da contratação de empresas para a campanha e afirmou que recebeu o material pelo qual pagou. Também disse que as contas da sua campanha eleitoral foram aprovadas sem ressalvas pelo TRE-BA (Tribunal Regional Eleitoral da Bahia).

O deputado afirmou ainda que a empresa foi contratada em outras campanhas e que o material foi entregue no prazo e com preço de mercado. “Sempre fazemos cotações antes de contratarmos os serviços e os preços deles foram melhores.”

Sobre a contratação da aeronave que pertence a uma empresa do próprio deputado, sua assessoria informou que o pagamento foi feito com recursos de doação de pessoa física e que não foi usado nenhum centavo de dinheiro público do fundo eleitoral nesse contrato.

Segundo os autos do processo administrativo que tramitou no âmbito do Governo da Bahia, a Qualigraf estabeleceu esquema que removia concorrentes dos pregões e os recompensava distribuindo parte do valor pago pelo Estado, superfaturando os preços dos serviços a serem prestados.

A gráfica Waldyr Rodrigues dos Santos foi aberta em outubro de 2021 –cinco meses após a sanção imposta à Qualigraf– com o nome fantasia de WR Comunicação e Impressão. A gráfica foi registrada com capital social de R$ 10 mil e optou pelo Simples Nacional, sistema de simplificação tributária para companhias de pequeno porte.

Mesmo registrada como uma microempresa, a gráfica fechou contratos com 17 candidatos nas eleições deste ano, arrecadando um total de R$ 2,7 milhões.

Dentre eles está o estadual eleito Junior Nascimento (União Brasil-BA), primo de Elmar, que gastou R$ 271 mil com a empresa. Ele afirmou que “não há ilicitude na contratação da gráfica”, destacou que todos os gastos de campanha foram devidamente declarados e as contas foram aprovadas sem ressalvas.

“Todos os materiais contratados na empresa foram entregues no prazo combinado. Se há alguma irregularidade na empresa, não é do meu conhecimento.”

A Folha visitou o endereço que consta no registro da Waldyr Rodrigues dos Santos, em Salvador, mas no local funciona um escritório de contabilidade. A Qualigraf, por sua vez, possui capital social de R$ 20 milhões e é registrada como uma empresa de pequeno porte, possuindo endereço fixo.

Fábio Dias dos Santos, sócio da Qualigraf, disse à Folha que a gráfica Waldyr Rodrigues dos Santos é virtual, não possuindo escritório físico nem materiais de impressão, e que terceiriza a produção para outras gráficas, o que, segundo ele, não gera ilicitude.

Afirmou também que a empresa de seu pai, Waldyr, fatura de forma regular para diversos clientes, e não foi criada para burlar nenhuma contratação com a administração pública. A reportagem não conseguiu contato direto com Waldyr.

Segundo dados do portal da transparência, a Qualigraf já recebeu mais de R$ 160 mil do governo federal e já prestou o equivalente a R$ 988 mil em serviços gráficos, tanto ao governo baiano quanto a instituições como a UFBA (Universidade Federal da Bahia), o Instituto Chico Mendes, o Comando do Exército, dentre outras.

Na campanha de 2018, Elmar gastou R$ 91 mil com essa gráfica, que à época era autorizada a celebrar contratos junto a entes públicos. Naquele ano, a empresa arrecadou R$ 166 mil com a impressão de materiais gráficos eleitorais.

Segundo Ana Claudia Santano, coordenadora da ONG Transparência Eleitoral Brasil, mesmo sem haver necessariamente um desvio de dinheiro ou de função, a contratação de uma empresa de fachada é uma irregularidade eleitoral, o que pode levar à rejeição das contas prestadas pelo candidato e possíveis ações civis e penais.

Para além da gráfica de fachada, Elmar ainda despendeu R$ 1 milhão em outras empresas para a impressão de adesivos, santinhos de diversos tamanhos, banners e placas em formato pirulito para a candidatura.

O gasto total com esse tipo de material chega a quase 56% de todo o valor disponível para o candidato no pleito deste ano.

Elmar Nascimento é o líder da União Brasil na Câmara dos Deputados e um dos nomes mais próximos a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa. Desde que a União Brasil indicou que vai apoiar o governo Lula, passou a ser cotado para assumir um ministério.

O parlamentar ganhou evidência ao dizer que a Câmara poderia retaliar o STF (Supremo Tribunal Federal), restringindo o orçamento, caso a corte decida pela inconstitucionalidade das emendas de relator.

Ele ainda havia dito que se o presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse reeleito, nada mudaria, e que se Lula vencesse e tentasse extinguir as emendas, seria derrotado.

Reportagem da Folha antes da eleição, em outubro, mostrou a entrega de cisternas compradas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e instaladas nas casas marcadas com o nome dele.

O deputado tem influência no governo Bolsonaro como líder da União Brasil na Câmara, tendo sido ele o responsável pela indicação do atual presidente nacional da Codevasf e de seu superintendente regional na Bahia.

Deu na Folha de São Paulo