Alimentos têm disparada nos preços e consumidores buscam alternativas

 

Quando a dona de casa Verúcia Nascimento vai ao mercado, não se trata do simples ato de fazer as compras de casa. Ela, na verdade, está driblando a alta dos preços dos produtos, alguns destes, que subiram mais que o dobro da inflação este ano. “Sempre aumenta. Então, eu venho quando vejo que tem promoção, fico observando e, quando anunciam, faço a lista apenas daquilo que devo aproveitar porque os preços de alguns alimentos realmente estão muito altos”, conta ela. Em janeiro e fevereiro, o custo da comida em casa subiu 2,95%, contra 1,25% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o IBGE. O IPCA é o índice oficial de inflação do País.

A estratégia adotada pela dona de casa é recomendada para quem deseja aliviar o impacto da inflação de alguns gêneros alimentícios. Itens que são a base da dieta brasileira, como os feijões (carioca e preto) e arroz, subiram acima dos 10%. Mas é nos alimentos perecíveis que os consumidores estão se assustando. “É surpreendente um quilo de cebola por R$ 8, quando eu estava comprando por até R$ 4. Daí a gente acaba tendo que substituir por produtos menos saudáveis pra dar gosto a comida, como os temperos completos, por exemplo”, relata Verúcia Nascimento.

Além da cebola, em fevereiro, a alta de preços também foi puxada por batata-inglesa, frutas, arroz e leite longa vida. No ano, o preço da batata-inglesa já subiu 38,24 e da cenoura, 56,99%. Ao divulgar os dados da inflação de fevereiro, André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, explicou que os preços dos alimentos, principalmente in natura, têm sido impactados pelo clima desde o fim do ano passado. O fenômeno El Niño afetou colheita e os preços vêm, disparando desde outubro do ano passado. Já há uma desaceleração das altas, mas ainda assim os alimentos têm ficado mais caros.

Cesta básica
De acordo com a pesquisa mensal da cesta básica de alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Natal teve em fevereiro o quarto menor custo entre as 17 cidades pesquisadas, ficando em R$ 579,31. Contudo, o valor representa aumento de 0,63% em relação a janeiro.

Ante fevereiro de 2023, a cesta reduziu 7,48% e acumulou alta de 4,18% nos dois primeiros meses deste ano.
Entre janeiro e fevereiro de 2024, metade dos doze produtos da cesta básica tiveram aumento nos preços médios: arroz agulhinha (9,44%), tomate (6,02%), banana (5,49%), feijão carioca (2,87%), manteiga (2,41%) e açúcar refinado (0,22%). Nos demais, houve redução: farinha de mandioca (-3,69%), carne bovina de primeira (-3,24%), leite integral UHT (-1,19%), pão francês (-0,99%), óleo de soja (-0,66%) e café em pó (-0,10%). No mês passado, o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.996,36 ou 4,95 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.412,00.

Deu na Tribuna do Norte

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