Professores não aceitam proposta do governo Fátima: “Categoria segue em greve”

 

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte-RN), a greve dos professores do Rio Grande do Norte continua. Ele afirmou que a última proposta feita pelo Governo do Estado também foi recusada pelos representantes da categoria. Esta, aliás, é a segunda vez que Sindicato declina uma oferta do Executivo estadual. Em entrevista nesta segunda-feira, 3, o coordenador do Sinte-RN, Bruno Vital, afirmou que o principal entrave é em relação ao pagamento retroativo.

A proposta do governo é que ele seja pago apenas a partir de maio de 2024. Na próxima sexta-feira 7 a greve dos professores do Rio Grande do Norte chega à marca dos 30 dias. Categoria critica ação e diz que acumulado pode virar uma “bola de neve”. “Nós seguimos na greve porque a proposta do piso salarial continua sendo uma proposta nos moldes que não foram aceitos pela categoria. Ela traz no ano de 2024 parte do pagamento do piso salarial e consequentemente cria aquela situação de bola de neve que a categoria sempre está criticando: juntar o retroativo de um ano mais o do outro. Então, ainda não foi aceita a proposta e a categoria segue em greve.”

Segundo Vital, a maior reclamação por parte dos professores na nova proposta é em relação ao pagamento parcelado para o ano seguinte. “A categoria gostaria de que ele fosse pago de forma integral. Ainda não veio nenhuma proposta nesse sentido. A maior reclamação, de fato, é quanto a essa implementação ficar para o ano seguinte”, disse à rádio 94 FM.

De acordo com o coordenador, a categoria se reúne internamente nesta terça 4 para discutir sobre uma nova deliberação, mas diz que novo diálogo com o governo ainda não está agendado. “Tivemos uma reunião na semana passada [com o governo] e essa semana nós não temos uma nova. Nós recebemos um documento do estado e amanhã nós temos a assembleia da categoria para poder fazer a avaliação do documento informando sobre a deliberação da greve e a manutenção da proposta do estado”, adiantou.

O entrave com a implementação do piso da categoria ocorre não só em relação ao Estado, mas com gestores dos municípios, aponta. “No estado todo, cerca de 50 municípios já apresentaram propostas ou já estão pagando a atualização. Ainda faltam 110 municípios que não apresentaram propostas ou não negociaram. Nós não representamos todos os municípios, mas já temos esse levantamento. Em Natal, por exemplo, nós ainda não tivemos audiência de negociação.”

Apesar da legitimidade dos grevistas, Vital reconhece o prejuízo inicial aos alunos causado pela parada dos professores, mas afirma que as aulas serão repostas. “As aulas têm que ser repostas porque nós precisamos cumprir os dias letivos, que são direito do estudante. Então a gente vai ter que fazer um calendário de reposição das escolas dentro da realidade, porque tem escolas que conseguem repor no sábado e tem escola que consegue repor no contraturno, mas a gente vai precisar fazer essa reposição”, disse.

A liderança sindical afirma que todas as reivindicações caso sejam aprovadas passam a integrar também para os aposentados e pensionistas. “Todas as propostas apresentadas levam em consideração o pagamento igual para os ativos e os aposentados. Inclusive essa variável dos aposentados é a mais complexa no sentido de discussão de propostas. Isso porque o valor do pagamento dos aposentados é maior do que o pagamento dos ativos e também porque são pontos de recursos diferentes. Para os ativos, temos o Fundeb e para os aposentados são de receitas do estado de uma forma geral”, pontua.
Deu no Agora RN

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