Petrobras deve transferir ou desligar pelo menos 550 funcionários no RN

 

A Petrobras deu início, esta semana, a mais um Plano de Pessoal para transferir ou demitir, até abril de 2023, pelo menos 550 trabalhadores concursados da empresa no Rio Grande do Norte. A informação é do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do RN (Sindipetro-RN).

A estatal confirmou o plano, mas sem informar os números. Segundo Pedro Lúcio Góis, dirigente do Sindipetro-RN e da Federação Única dos Petroleiros, o Plano significa “praticamente o encerramento das atividades no Estado”. Desde o início do processo de desinvestimento da companhia, em 2017, 2,8 mil trabalhadores já foram demitidos ou transferidos.

Pedro Góis explica que o Plano de Pessoal oferece aos funcionários concursados a oportunidade de transferência para outros estados. O destino tem a ver com a função exercida por cada trabalhador. Se esse trabalhador não quiser ser alocado, o caminho é a demissão voluntária. “A Petrobras já teve outros planos de Pessoal, mas este chama atenção porque, após ele, não vai sobrar praticamente nada no Estado. Portanto, trata-se de um Plano decisivo para o futuro da Petrobras no RN”, aponta o sindicalista.

“Dentro desse Plano, a empresa garante a transferência de todos os seus trabalhadores. A depender da função, o funcionário pode ir para a Bacia de Campos [área que vai do Espírito Santo, na altura da capital, Vitória, até Arraial do Cabo, no litoral Norte do Rio de Janeiro], por exemplo, ou para outros lugares”, indica Góis, em seguida. De acordo com o dirigente, o processo conta com a inscrição dos trabalhadores nas vagas disponibilizadas pela empresa.

Depois de inscrito, o trabalhador passa por uma seleção e, somente após isso, o destino de locação é definido. O processo, conforme afirmou Pedro Lúcio Góis, foi aberto na segunda-feira (29). “Após ter a vaga definida, o funcionário terá a opção de ir [para o local onde foi transferido] ou de pedir demissão”, explica o dirigente do Sindipetro-RN. O processo não inclui os trabalhadores terceirizados. Nesses casos, explica Góis, eles encerrarão as atividades com a Petrobras.

Segundo o Sindipetro, atualmente, são 4 mil terceirizados (em 2017 eram 10 mil). “Talvez esses funcionários possam ter relação com as novas empresas que entrarem nas áreas desmobilizadas totalmente. E no caso de áreas fechadas, os postos de trabalho serão encerrados”, explica Pedro Lúcio Góis. “Todo o impacto da saída da Petrobras se dá diretamente na vida desses trabalhadores. Muitos terceirizados tiveram que mudar de profissão” acrescenta.

Em nota, a Petrobras afirmou que “garante a realocação dos empregados abrangidos pelo desinvestimento do Polo Potiguar que optarem por permanecer na Companhia, por meio de um Plano de Pessoal que oferece alternativa de mobilidade para outras unidades da empresa, suprindo a necessidade interna de efetivo especializado em outras áreas”.

A empresa informou ainda que “há ainda um processo estruturado de gestão de mudança voltado a esses empregados, com foco na realocação e adaptação dos profissionais nas novas localidades de destino” e que “como alternativa à realocação, aqueles, que desejarem, poderão aderir ao Programa de Desligamento Voluntário Específico”.

Deu na Tribuna do Norte

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