Economia

Petrobras anuncia nova descoberta de petróleo na Margem Equatorial

 

A Petrobras descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá. O poço está situado próximo à fronteira entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, a cerca de 190 km de Fortaleza e 250 km de Natal, em profundidade d’água de 2.196 metros, na Margem Equatorial brasileira.

Esta é a segunda descoberta na Bacia Potiguar em 2024 e foi precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, localizado na Concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá. Tais descobertas ainda merecem avaliações complementares. A Petrobras é a operadora de ambas as concessões e detém 100% de participação.

Segundo a companhia, as atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética. A nova campanha foi executada em linha com o histórico da Petrobras de excelência e segurança absoluta, sem qualquer incidente.

“A companhia possui um histórico de quase 3 mil poços perfurados em ambiente de águas profundas e ultraprofundas, sem qualquer tipo de intercorrência ou impacto ao meio ambiente, o que, associado à capacidade técnica e experiência acumulada em quase 70 anos, habilitam a companhia a abrir novas fronteiras e lidar com total segurança suas operações na Margem Equatorial” afirmou o presidente da Petrobras Jean Paul Prates.

Poço Exploratório Anhangá
Poço está a cerca de 190 km de Fortaleza e a 250 km de Natal, a 2.196 metros de profundidade

 

 

Além das atividades na Margem Equatorial brasileira, a companhia adquiriu, em 2023, novos blocos na Bacia de Pelotas, no Sul do Brasil, e participações em três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, país da costa oeste da África.

A constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar e foi realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, que serão posteriormente caracterizados por meio de análises de laboratório. A Petrobras dará continuidade às atividades exploratórias na Concessão POT-M-762_R15, visando avaliar a qualidade dos reservatórios, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação.

Para avaliar as descobertas, a Petrobras aplica soluções tecnológicas de geologia e geofísica, somadas à expertise e excelência do corpo técnico da companhia, bem como sua liderança mundial em operações de águas profundas e ultra profundas.

A estatal diz que a perfuração deste segundo poço exploratório foi igualmente concluída com total segurança, dentro dos mais rigorosos protocolos de operação em águas profundas, reafirmando que a empresa está preparada para realizar com total responsabilidade atividades na Margem Equatorial.

Para obter a licença de perfuração desse poço, a Petrobras realizou uma avaliação pré-operacional (APO), na qual demostrou ao Ibama estar preparada para atuar com segurança na região. Veja aqui vídeo sobre esse exercício simulado de emergência. O sucesso exploratório na Guiana e no Suriname corroboram a importância de a companhia continuar sua campanha nas Bacias da Margem Equatorial brasileira, conforme previsto no seu Plano Estratégico 2024-2028.

“Com o avanço da pesquisa exploratória da Margem Equatorial brasileira, aumentamos o conhecimento desta região, considerada como uma nova e promissora fronteira em águas ultra profundas, que será fundamental para o futuro da companhia, garantindo a oferta de petróleo necessária para o desenvolvimento do país”, afirma o diretor de Exploração e Produção Joelson Mendes.

Investimentos
A Petrobras pretende investir US$ 7,5 bilhões em exploração até 2028, sendo US$ 3,1 bilhões na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Está prevista a perfuração de 50 novos poços exploratórios no período, sendo 16 na região da Margem Equatorial.

Novas reservas de óleo e gás são estratégicas para o país e essenciais para a garantia da segurança e soberania energética nacional, no cenário da transição energética justa. A Petrobras diz que a abertura dessa nova fronteira também está alinhada com o pilar estratégico da companhia em maximizar o valor do portfólio com foco em ativos rentáveis, repor as reservas de petróleo e gás, aumentar a oferta de gás natural e promover a descarbonização das operações.

Caso o Brasil mantenha a demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o país poderá se tornar um importador de petróleo, daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono.

Informações da Agência Petrobras

Notícias

Justiça afasta ex-ministro petista do conselho de administração da Petrobras

 

A 21ª Vara Federal de São Paulo determinou nesta segunda-feira (8) a suspensão de Sérgio Machado Rezende do Conselho de Administração da Petrobras.

A decisão foi baseada em uma suposta inobservância de requisitos do estatuto social da estatal na indicação de Rezende.

A informação foi divulgada pela petrolífera que afirmou ainda que vai recorrer da decisão.

“A Petrobras buscará a reforma da referida decisão por meio do recurso cabível. Fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente divulgados ao mercado”, destacou a empresa em comunicado.

Ex-ministro da Ciência e Tecnologia (entre 2005 e 2011), Sérgio Machado Rezende foi indicado pela União para uma vaga no Conselho de Administração da Petrobras em abril de 2023.

Irregularidades

Em outubro do ano passado, a Justiça de SP negou um pedido do deputado federal Leonardo Siqueira (Novo-SP), que moveu uma ação popular denunciando supostas irregularidades em nomeações para conselhos na estatal.

Deu no Diário do Poder

Notícias

Ex-ministros de Dilma fazem fila para chefiar BDNES

 

Dois ex-ministros e um ex-presidente de banco, todos da gestão Dilma Rousseff (PT), disputam a vaga de Aloizio Mercadante para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outro ex-ministro da Fazenda de Dilma, que tampouco deixou saudades, Nelson Barbosa, e a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, também querem o cargo, tanto quanto Alexandre Abreu, ex-Banco do Brasil. Mercadante é o nome de Lula para presidir a Petrobras.

Atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ex-senador do PT, balança no cargo após o desempenho desastroso na petroleira.

Prates obedeceu a Lula em questões como o “beiço” nos dividendos, mas o presidente precisa se um bode expiatório para os próprios erros.

Aliados de Prates tentam mantê-lo no cargo. A Petrobras até anunciou novo pagamento de dividendos retidos, mas não é garantia de emprego.

Luiz Navarro Britto, chefe da Controladoria-Geral da União em 2016, é mais uma autoridade do governo Dilma com boquinha no BDNES.

Deu no Diário do Poder

Política

Petrobras nega substituição de Prates no comando da Petrobras

Foto: Tomaz Silva

 

Em resposta a questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras afirmou, nesta sexta-feira (5), que não há conhecimento de decisão sobre a substituição do presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Uma série de notícias veiculadas nesta semana indicava a troca e afirmava que a mudança provocaria instabilidade no mercado com queda nas ações da companhia.

A saída de Prates foi dada como certa e “iminente” por veículos de imprensa ainda na quarta-feira (3) após aumentarem os rumores à insatisfação e críticas recebidas por Prates fora e dentro do próprio governo após decisão, tomada no mês passado, de não fazer a distribuição de dividendos extraordinários.

As informações preliminares indicavam que a função de CEO poderia ser ocupada pelo atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante.

A manifestação da Petrobras à Superintendência de Relações com Empresas da Comissão de Valores Mobiliários veio depois de a CVM anunciar abertura de investigação para apurar notícias envolvendo a Petrobras e a possível troca em seu comando.

A Comissão indagou a companhia sobre a possível substituição também de outros nomes na linha de comando, a queda no preço das ações da companhia reforçada pelos rumores, as críticas e “frituras” a Prates por membros do governo desde a decisão de não distribuir os dividendos extraordinários, e as manifestações dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira e da Casa Civil, Rui Costa, contra o CEO da companhia.

“Em atendimento ao Ofício em referência, a Petrobras esclarece que não tem conhecimento de qualquer decisão de substituição do atual CEO da Companhia, Jean Paul Prates. Pelas razões expostas acima, a Companhia entende que não há qualquer fato relevante sobre o tema a ser divulgado até o presente momento”, diz o comunidado da empresa.

Deu no Diário do Poder

Notícias

Jean Paul Prates falta a reunião do Conselho de Administração da Petrobras

 

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não compareceu nesta sexta-feira (5) na reunião do Conselho de Administração da estatal.

O colegiado é controlado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que lidera no governo as críticas públicas a gestão de Prates na Petrobras.

A discussão sobre a permanência de Prates no cargo surgiu após ser levantada a possibilidade da Petrobras não pagar quase R$ 44 bilhões em dividendos extraordinários a acionistas.

O governo federal avalia a situação como instável após a escalada nas especulações sobre sua substituição no cargo. Prates acumula atritos que se intensificaram nas últimas semanas, com as discussões sobre os dividendos.

Desgaste de Prates entre integrantes do governo é antigo. Eles criticam o fato de o presidente da Petrobras tomar decisões sem consultar o setor, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o da Casa Civil, Rui Costa, responsável pela articulação política do governo. Também há uma percepção de que Prates não está conseguindo ter um papel de liderança à frente da empresa.

‘Rivais’ de Prates são favoráveis ao pagamento de dividendos. Antes resistentes, Alexandre Silveira e Rui Costa se alinharam ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e agora concordam com a distribuição de dividendos extras, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. O tema ainda será analisado pelo presidente Lula (PT), que está em viagem pelo Nordeste.

Na quinta-feira (4), a Petrobras divulgou um comunicado para afirmar que ainda não há decisão sobre os dividendos extras. A estatal diz que o pagamento de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários será discutido e votado na Assembleia Geral de Acionistas marcada para 25 de abril.

Deu no UOL

Economia, Política

Ministros acertam que Petrobras deve pagar os dividendos retidos

 

Em meio ao cabo de guerra pela presidência da Petrobras, os ministros Rui Costa(Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda)e Alexandre Silveira (Minas e Energia)acertaram o pagamento dos dividendos extraordinários que foram retidos em decisão do conselho de administração da empresa em março. O valor bloqueado chega a R$ 43,9 bilhões. Caberá a Costa levar a proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta de pagamento precisa ser levada pelo conselho de administração para avaliação dos acionistas, que voltam a se reunir em assembleia no próximo dia 25. Em nota divulgada nesta quinta-feira (4) depois do fechamento do mercado, a Petrobras diz que não há decisão nova sobre os dividendos. A petrolífera citou que, no fato relevante divulgado no início de março, o conselho de administração propôs à assembleia que o valor de R$ 43,9 bilhões fosse integralmente destinado à reserva de remuneração do capital. Dessa forma, “a competência para aprovar a destinação do resultado, incluindo o pagamento de dividendos, é da assembleia geral de acionistas, que será realizada no dia 25 de abril deste ano”.

Em março, o assunto expôs o racha no governo, uma vez que Silveira e Costa opinaram por não fazer a distribuição, e Prates disse a investidores que preferia ter distribuído 50% do valor, mas foi voto vencido. No fim, ele se absteve na votação. A decisão de reter os dividendos coube a Lula em uma reunião que os auxiliares do presidente avaliaram como confusa. O assunto não parecia estar suficientemente maduro, narrou um dos que acompanham o tema de perto em Brasília. O episódio foi criticado por investidores, que apostavam na distribuição de dividendos a partir de sinais emitidos por Prates; eles acusam o governo de intervencionismo. Auxiliares do presidente avaliavam ontem que era preciso fazer o pagamento, uma vez que mais estudos avançaram e concluíram que não haveria prejuízo para os investimentos da companhia – com os quais o governo espera gerar empregos e turbinar a economia.

Na equipe econômica, há uma torcida para que os dividendos sejam pagos o mais rapidamente possível. Uma vez que a União é a maior acionista da estatal, isso iria reforçar o caixa do Tesouro, que luta para conseguir atingir a meta de déficit zero neste ano. Esses recursos também ajudariam no financiamento de obras do PAC. No último relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado no fim de março, o programa – bandeira do governo Lula – foi atingido pelo bloqueio de R$ 2,9 bilhões no Orçamento. Os dividendos extraordinários da estatal não estão previstos no Orçamento de 2024, apenas os ordinários, que já foram distribuídos. Mas, diante de um cenário de dúvidas em relação às medidas de arrecadação aprovadas pelo Congresso e de incertezas sobre futuras votações de pautas que têm potencial de gerar perda de receitas, esse seria um reforço valioso para a Fazenda.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, disputavam espaço no governo mesmo antes da nomeação de ambos. Prates era cogitado para o MME, mas decidiu abrir mão do mandato de senador pelo Rio Grande do Norte para assumir o comando da estatal mais poderosa do País. Em junho do ano passado, uma desavença em relação à política da Petrobras para o gás natural virou um bate-boca público. Silveira fez reiteradas críticas à opção da empresa por reinjetar gás em reservatórios de petróleo para aumentar a produção de óleo. Gás – No dia 16 daquele mês, Silveira disse que Prates era “no mínimo negligente”. “Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, prefiro que ele feche a cara.” A resposta veio na sequência: “Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto”. Preços – Em novembro, Silveira cobrou de Prates a redução do preço dos combustíveis por conta da queda nas cotações internacionais do petróleo. “Já esperava uma manifestação para que a Petrobras tivesse apresentado uma redução mais significativa dos preços.” Prates voltou a rebater: “Jamais o presidente Lula me pediu para baixar ou aumentar o preço de combustíveis”. Dividendos – No mês passado, a briga teve impacto direto nas ações da Petrobras. Numa decisão dividida, o conselho optou por reter dividendos extraordinários de R$ 49,3 bilhões. Prates defendia uma solução de meio-termo – a distribuição imediata de 50% dos dividendos -, e se absteve. A retenção de 100% era defendida por Silveira. Assim, a empresa perdeu R$ 55 bilhões em valor de mercado em um único dia.

Deu na JP News

Notícias

Ações da Petrobras caem com possibilidade de Aloizio Mercadante assumir a presidência

O plano de Lula para Aloizio Mercadante - Congresso em Foco

 

As ações da Petrobras (PETR4) operaram em baixa na manhã desta quinta-feira, 4, com os rumores da saída de Jean Paul Prates da estatal e com a possibilidade de Aloizio Mercadante,  presidente do BNDES, assumir ao cargo. Por volta das 11h50, as ações caíam 1,09%, sendo cotada na casa dos R$ 38.

A informação foi divulgada pela CNN. A Globonews também publicou que o presidente do BNDES é cotado para a vaga. A Folha de S. Paulo informou que Prates pediu uma audiência com Lula para discutir sobre a sua permanência na companhia.

Notícias

Prates se irrita com ‘bombardeio’ e pede que Lula arbitre conflito com ministro; saída não está descartada

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, conversa com jornalistas ao lado do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

 

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, parece não estar aguentando a pressão no entorno da estatal. O petista afirmou a interlocutores, nos bastidores, que cabe a Lula (PT) arbitrar o ‘tiroteio’ em torno de sua vaga.

As pressões contra Prates vêm do Centrão – que busca colocar alguém mais alinhado ao grupo no cargo – e de uma ala do governo Lula, que defende o nome de Aloizio Mercadante, hoje presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Segundo o portal G1, Prates repete a aliados que não consegue parar sua agenda para responder a Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, toda vez que o ministro insiste em atacá-lo publicamente — o que tem se intensificado.

De acordo com a jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o ex-senador está inconformado e pretende dar um basta na situação. A saída da estatal está entre as possibilidades consideradas por ele, embora seu desejo maior seja o de que o presidente da República manifeste forte apoio por sua permanência — o que não vem acontecendo.

Nos bastidores, o presidente da estatal tem reiterado que não há trégua em torno da disputa da vaga, mas entende que caberá ao governo a decisão final, por isso não debaterá outras críticas na mídia.

Prates ganhou uma sobrevida — apoiado por Fernando Haddad. Já o ministro Alexandre Silveira conta com apoio de Rui Costa. Uma nova conversa entre Lula e Prates pode ocorrer nos próximos dias.

Notícias

Empresa suíça admite nos EUA propina na Petrobras, que não se pronuncia

Petrobras

 

A multinacional suíça Trafigura, uma das maiores empresas de comércio de commodities do mundo, se declarou culpada e pagará mais de US$ 126 milhões para encerrar uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. No Brasil, um processo aberto em 2018, que acusa ex-executivos da companhia de pagar propina de US$ 1,5 milhão a um ex-dirigente da estatal, está parado.

Em dezembro de 2018, a Operação Lava Jato apresentou uma denúncia contra dois ex-executivos da Trafigura, um operador financeiro e um ex-gerente da Petrobras. O Ministério Público Federal apontou pagamento de propina de US$ 1,5 milhão em 31 operações de compra e venda de óleo combustível entre a estatal e a empresa.

Foram acusados os ex-executivos da Trafigura Mariano Marcondes Ferraz e Marcio Pinto de Magalhães, o operador financeiro Carlos Herz e o ex-gerente de Comércio Externo de Óleos Combustíveis da Petrobras Marcus Alcoforado. O pagamento de propina ocorreu, segundo a acusação, para a multinacional “obter facilidades, preços mais vantajosos e operações de trading de óleo combustível e derivados de petróleo com maior frequência”.

A gerência ocupada por Marcus Alcoforado estava vinculada à diretoria de Abastecimento, cuja influência para escolher a chefia ficava a cargo do partido Progressistas. Durante as investigações, Mariano Marcondes Ferraz fechou delação premiada com a Lava Jato e também firmou um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O processo da Lava Jato foi suspenso em maio de 2022 quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou outro caso, que teria relação com a ação sobre os ex-executivos da Trafigura, para a Justiça Eleitoral. “Até que ultimada (a competência para julgar a ação), fica sobrestada a análise de eventuais pendências”, afirmou o então juiz responsável por julgar processos da operação, Luiz Antonio Bonat, na 13ª Vara Federal de Curitiba.

A ação está parada desde então. Em setembro do ano passado, o ex-executivo do grupo Trafigura Marcio Magalhães pediu à Justiça Federal que fosse “declarada a imprestabilidade de todo o acervo probatório”. Dentre as justificativas da defesa, estão as mensagens trocadas entre o ex-juiz federal Sérgio Moro e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol, tornadas públicas pelo site The Intercept Brasil no caso que ficou conhecido como Vaza Jato.

Segundo os advogados de Marcio Magalhães, houve “práticas espúrias de parte dos Procuradores da República, integrantes da força-tarefa Lava Jato, e da autoridade judiciária, reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal como contaminadoras de sua atuação e das provas por eles produzidas”. Sérgio Moro deixou a Justiça Federal em novembro de 2018 e não analisou este caso.

A defesa citou ainda uma decisão do ministro do Supremo Dias Toffoli que tornou nulas, em setembro de 2023, “todas e quaisquer provas obtidas dos sistemas Drousys e My Web Day B utilizadas a partir do acordo de leniência celebrado pela Odebrecht”. Procurada, a Petrobras não comentou.

Deu no Estadão

Política

Petrobras não é só para ter lucro para acionistas, diz ministro

 

O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) falou nesta 2ª feira (1º.abr.2024) sobre as divergências entre os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre a divisão dos dividendos extraordinários –pagamento extra que as empresas fazem aos seus investidores– da estatal. Em entrevista à GloboNews, Silveira afirmou ser preciso reconhecer que as empresas privadas e de capital misto são importantes para criar renda, mas elas têm “deveres sociais” com o Brasil.
“Nós não podemos admitir que a Petrobras tenha um único exclusivo objetivo de ter lucros exorbitantes para poder distribuir a seus acionistas. Nós queremos que ela tenha muito lucro, nós queremos que ela seja altamente competitiva”, declarou. “Nós vamos trabalhar para isso”, continuou. Em 7 de março, o Conselho da Petrobras aprovou a proposta de encaminhar à AGO (Assembleia Geral Ordinária), marcada para 25 de abril, uma distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões, ou seja, o mínimo previsto em sua política. Outros R$ 43 bilhões serão retidos em reserva estatutária, mecanismo criado em 2023 com a aprovação de um novo estatuto da estatal. O ministro disse ficar “extremamente preocupado e até indignado” com o fato de o mercado chamar o governo de intervencionista, visto que o Executivo é “controlador da Petrobras”.

Ele declarou: “Nós nada mais fizemos do que exercer o nosso direito de discutir com os nossos conselheiros –indicados pelo governo, dentro da lei, respeitada a governança da Petrobras, respeitada essa natureza jurídica– a destinação correta dos dividendos extraordinários”. O Planalto orientou os conselheiros governistas a votar contra a distribuição dos proventos extras. Silveira disse que a distribuição dos dividendos ordinários, “que são aqueles que obrigatoriamente devem ser distribuídos aos acionistas”, foi feita de forma rigorosa.

“Os extraordinários foram encaminhados para uma conta de contingência que serve exclusivamente para pagar dividendos”, disse o ministro. Segundo ele, “existe uma clara demonstração de uma resistência do mercado em consequência da boca torta” que empresários “adquiriram nos últimos anos e, em especial, nos 4 anos” do governo de Jair Bolsonaro (PL). Durante esse período, “eles faziam o que queriam com o Brasil”.  “Agora, o que nós não podemos é deixar de fiscalizar, por exemplo, o que a diretoria da Petrobras está fazendo do ponto de vista do cumprimento do seu plano de investimento aprovado pelo conselho de administração”, completou.

Informações do Poder 360