“Governo não perde arrecadação com redução do ICMS”, afirma presidente do Sincopetro

 

Nesta terça-feira, 28, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para falar sobre a possibilidade de redução do preço dos combustíveis nas bombas após a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 25% para 18%, sobre a gasolina, anunciada pelo governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), na última segunda.

Segundo ele, “com certeza” os postos de combustíveis vão repassar a redução no preço para o consumidor final, nas bombas. Entretanto, a redução deve ser gradual e não de uma única só vez. Gouveia também criticou o pronunciamento do governo de São Paulo de que iria perder arrecadação. Segundo ele, o Estado só vai deixar de ganhar um valor extra que estava sendo computado no ICMS.

“Eu acho que faltou um pouquinho de atenção do governo, porque o preço alto significa muito mais imposto, então quando se vem para a televisão e se fala que vai perder arrecadação, é uma arrecadação que não era real, porque os preços que estão no mercado não são os preços reais, é um preço superalto, e o imposto vem junto. Quanto mais caro o produto, mais imposto se colhe. De repente o governador vem e diz que vai perder dinheiro, não, não vai. Ele vai deixar de receber um a mais que ele estava recebendo”, afirmou.

Questionado sobre o repasse da redução na ponta da linha, nos postos de combustíveis, para o consumidor, Gouveia disse acreditar que ela ocorrerá, mas explicou que deverá ser gradual.

“Com certeza os postos vão repassar esse valor de queda no ICMS. Existe uma cadeia que é desconhecida do consumidor, na maioria, onde primeiro a gente tem que ter a baixa da Petrobras para as distribuidoras e das distribuidoras para os postos de gasolina. Isso não é de imediato. Aí alguém pode questionar ‘e quando sobe?’. Não, quando sobe é de imediato. Elas aumentam no mesmo dia. Ninguém vende um produto tendo prejuízo. Se eu paguei mais caro, não tenho como vender tomando prejuízo. Senão, eu acabo com o meu capital de giro”, explicou.

“O valor de [redução nas bombas de] R$ 0,48, alguns falam até R$ 0,50, isso não existe. O número certo é R$ 0,41. Essa é a diferença correta. Se as coisas forem se acomodando aos poucos, o consumidor fica ávido pela redução, com toda razão, porque esse preço que está aí, realmente, é para ‘tirar o couro’ do consumidor e de quem usa produtos. Mas deve-se ter um pouquinho de paciência, porque não é no posto que se deve reclamar só. O posto vive de acordo com o mercado. E esse mercado não tem só o posto. O mercado tem a Petrobras, os  importadores, as distribuidoras, os governos e o dono do posto, no fim da fila. O dono do posto não mexe com preço, isso eu garanto, o dono do posto mexe com margem de lucro. Ele define qual é a margem de lucro que ele tem que trabalhar. Em média, os postos estão em R$ 0,45, o lucro bruto por litro de gasolina. Ele agrega esse valor e passa a vender o produto’, disse o presidente do Sincopetro.

Deu na Jovem Pan

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