Jogo jogado

Por Ney Lopes de Souza

Ferve a política do RN.

Dois personagens se sobressaem: Carlos Eduardo Alves, ex-prefeito de Natal e Rogério Marinho, ministro da República.

O traço marcante foi a ousadia de ambos se lançarem candidatos ao senado, sem a confirmação prévia das decisões partidárias e composições.

Carlos – O ex-prefeito não gaguejou, ao dizer que está em progresso sua aliança política com Fátima Bezerra.

No mesmo dia, o chefe da Casa Civil do governo declarou que a governadora “ainda” nada decidiu.

Porém, quem conhece Carlos Eduardo sabe que ele não falou no vazio. O entendimento está em marcha galopante para unir o PDT ao PT.

Estilo Fátima – Recordar é viver! Em 2018 na composição política de Fátima para o governo do estado, houve episódio semelhante.

O PCdoB para apoiar Fátima condicionou a aprovação do nome do geólogo Gutemberg Dias, como vice.

Em silêncio, (como hoje) a governadora optou pelo seu preferido Antenor Roberto.

Rogério – O ministro Rogério Marinho fez como Carlos Eduardo: definiu-se candidato ao senado, com silentes ressalvas, em relação ao presumido concorrente Fábio Faria.

Não faria isso, numa véspera de visita presidencial ao RN, se não fora pelo menos “pré combinado”, em Brasília.

Aparência – Pelo que se vê, tanto Carlos, quanto Rogério, parecem estar com o “jogo jogado” nos bastidores.

No caso do PT, o que Fátima deseja é ter Antenor Roberto novamente como seu vice.

Ela disputará o senado em 2026.

Na hipótese do PL, sabe-se a absoluta prioridade de Fábio, por várias razões, para eleger o seu pai deputado federal.

O caminho é apoiar Rogério para o Senado.

Diferença – A única incógnita ainda é no PL-RN e aliados: quem disputará o governo do estado?

Será que com a hipótese do PSDB aliar-se ao MDB, o quadro se inverterá, com Ezequiel para governador e Walter Alves vice?

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

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