Não contem as favas! Não precisa !

Por Renato Cunha Lima

A expressão “são favas contadas” surgiu há milhares de anos, na época do império romano, onde nas votações utilizavam as favas brancas, que significavam o sim e as favas pretas, que simbolizavam o não.

Hoje a expressão segue muito utilizada quando se quer dizer que algo está consumado e no caso das eleições presidenciais de 2022 nem precisa contar as favas para profetizar o resultado.

Assim como no futebol, toda final de campeonato começa com a escolha do juiz que irá apitar o jogo e no caso das eleições do ano que vem, dois ministros do STF dividirão a presidência do TSE- Tribunal Superior Eleitoral.

Primeiro o TSE será presidido até o mês de agosto pelo ministro Edson Fachin, indicado por Dilma Rousseff, apoiador do MST, que na pandemia decidiu proibir que a polícia realizasse operações contra o narcotráfico nas favelas cariocas.

Depois assume nada mais, nada menos que o ministro Alexandre Moraes, indicado por Michel Temer, ex-advogado da cooperativa Transcooper que tem ligações com o PCC e ex-secretário de segurança do ex-governador Geraldo Alckmin, que namora com Lula para compor a chapa que disputará a eleição na condição de vice.

Com essa “isenção” toda a gente já começa a ver que o jogo será desequilibrado em campo e no VAR.

Como dizer que Alexandre Moraes vai ser isento na hora de presidir julgamentos inerentes ao pleito eleitoral, quando ele, como ministro do STF, perseguiu, censurou e prendeu bolsonaristas ilegalmente?

O presidente Bolsonaro ficou muito preocupado com as urnas eletrônicas, mas a fraude possível e em curso não é no mundo eletrônico, mas no mundo da política, do sistema, do establishment, do judiciário, da imprensa e tendo como aliado maior o Covid.

A pandemia proporcionou a tempestade perfeita, tanto que o ex-presidiário Lula comemorou a praga que vitimou mais de 600 mil pessoas no Brasil.

Uma tempestade perfeita que serviu para o STF retirar Lula da cadeia e anular suas sentenças condenatórias. Que serviu a reboque para anular em série condenações de Eduardo Cunha, Palocci, Sérgio Cabral, Geddel Vieira, Henrique Alves e outros tantos, incluindo condenações de réus confessos.

Conseguiram na pandemia a incrível façanha de criminalizar quem combateu o maior esquema de corrupção da história do país. Tudo isso, pasmem, com o apoio vexatório da mídia.

O sistema todo está unido entorno da volta do ex-presidiário ao poder, ontem o Lula jantou com o ex-adversário Geraldo Alckmin, o mesmo que chegou a dizer que jamais teriam seu apoio para voltar a cena do crime. Pasmem, veremos a chapa Lula e Alckmin emergindo das catacumbas.

Do que adiantou tanta luta, milhões de pessoas nas ruas contra a corrupção no Brasil, com bilhões recuperados, com finalmente bandidos poderosos na cadeia? Para todos os ladrões voltarem ao poder como santos?

A união de Lula e Alckmin representa a união de 30 anos de roubalheira que unem tucanos e petistas, falsos rivais, no domínio de um país violento, o país do narcotráfico, onde ser honesto e trabalhador é sinônimo de ser otário.

Não é brincadeira, tudo está dominado, o TSE para começar aprovou a regulamentação da propaganda eleitoral das eleições de 2022. Em trecho da resolução é prevista a prisão de candidatos que divulgarem “fake news”, transformando à justiça eleitoral em uma espécie de tribunal da verdade, em órgão censor como o antigo DOI-CODI.

Como atestar que algo dito por determinado candidato é “FakeNews” no meio de uma enxurrada de narrativas para todos os lados? Transformar um juiz eleitoral tendencioso em julgador da verdade é um escândalo que macula as eleições.

As mentiras tem pernas curtas, aprendemos com a vovó. Deixem o eleitor livre para julgar o que é verdade ou mentira, o Estado não pode ser o tutor da avaliação do cidadão a respeito dos candidatos e suas narrativas, o eleitor precisa ser livre para uma escolha de voto.

O TSE não tem como peneirar e garimpar toda a verdade suprema, o que vão fazer é influenciar no resultado das eleições. A ameaça consiste em prisão mínima de dois meses, podendo chegar a um ano.
Portanto, do jeito que vai, nem precisa ter eleições, nem precisa contar as favas, as eleições de 2022 tendem para um faz de contas. Está tudo dominado, a democracia morreu ou da pior forma estamos descobrindo que ela nunca existiu.

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

Deixe um comentário