A caracterização do golpe anunciado em uma Blitz internacional

 

Por Jaime Rodrigues Sanchez

O Brasil está sofrendo neste momento uma verdadeira blitz internacional, visando a desmoralização do País no exterior, para propiciar a volta do establishment que o levou ao caos político, econômico e social em que se encontra.
Essa escaramuça está claramente configurada em três episódios: a turnêe à Europa do mega ladrão; a presença de altas autoridades do legislativo e do judiciário no IX Fórum Jurídico de Lisboa; e a intenção dos gerentes do “RENAZIZ CIRCUS” de apresentar ao mundo o relatório pré-fabricado do seu espetáculo “CPI da cloroquina”.
Toda essa gente estará viajando de primeira classe, passeando, banqueteando, hospedando-se em hotéis 5 estrelas e, em muitos casos, ganhando diárias, em dólares ou euros, às custas do horário público.
O ex-presidiário irá a Paris receber o título de cidadão honorário daquela cidade, concedido pelo Cônsul de Paris exatamente quando se encontrava preso por alta corrupção na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Em seu discurso, preocupou-se apenas em ofender e caluniar o Presidente da República e depreciar o País.
O ladravaz participará ainda do Festival Lula Livre, no Teatro do Sol, com a presença de Dilma Rousseff, Fernando Haddad, o diretor do MST e outros petralhas convidados.
A seguir, visitará Genebra e Berlim, sempre recebido por lideranças políticas, partidos, sindicatos e intelectuais de esquerda.
Segundo ele, seu giro pela Europa tem o objetivo de “restabelecer a credibilidade do Brasil no exterior “.
Por sua vez, o IX Fórum Jurídico de Lisboa, evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, do qual O “libertador de bandidos” é sócio, tem como foco principal o debate sobre “Sistemas Políticos e Gestão de Crises” e conta com a participação de nada menos que os presidentes do Senado e da Câmara e de ministros da Suprema Corte, que defendem a mudança da forma de governo do Brasil para o “semi-presidencialismo”.
No bojo dessa iniciativa, existem declarações de Temer e Lira sobre a intenção de editar uma PEC com efeito em 2026, alterando a forma de governo, onde Temer sugere a realização de um referendo.
Já foram realizados plebiscitos em 1963 e 1993 sobre o sistema de governo e o brasileiro já deixou claro que quer eleger diretamente seu governante.
Como entregar os destinos de uma Nação a um Congresso corrompido, onde a grande maioria dos parlamentares foi eleito indiretamente pelo voto proporcional e, em muitos casos, apesar do voto direto, é fruto do voto de cabresto e do coronelismo?
Essa nova tentativa, além de ser desnecessária e inoportuna, ainda recairá sobre si a suspeita da possibilidade de fraude que hoje impera sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Essa intenção parlamentarista está contida nas entrelinhas da Constituição Cidadã e já havia sido apresentada pelo então presidente da Câmara Rodrigo Maia em sua visita à Espanha.
De todas as barbaridades que foram propaladas por Gilmar, Pacheco, Lira, Temer e outras hienas presentes ao Fórum , a mais grave foi a confissão do ex-presidente da Suprema Corte Dias Toffoli: “Nós já temos um semi-presidencialismo com um controle de Poder Moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal”.
Essa é a a prova inconteste de mais uma usurpação, desta vez de um papel que sempre foi constitucionalmente destinado às Forças Armadas, até ser retirado na Constituição parlamentarista de 1988.
Nessa cruzada anti-patriota, volta à cena um velho personagem, o parlamentarismo.
As raposas nunca desistiram de administrar o galinheiro. Para entender a razão, basta observar a folha corrida dos protagonistas dessa blitz, onde boa parte não está condenada ou sofreu impeachment, graças à trincheira de proteção mútua que construíram para livrá-los dos crimes cometidos.
Se tivéssemos que eleger uma música tema para representar a realidade dessa blitz internacional, certamente seria: “Se gritar pega ladrão…”.

 

Jaime Rodrigues Sanchez é Major-Brigadeiro da Força Aérea Brasileira

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