Suprema Onipresença

Um dos poderes divinos é ser onipresente, presente em todos os lugares, em todas as partes, assim como o ministro Luis Roberto Barroso na CPI do Covid no Senado da República.
Segundo o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo,  o ministro que abriu a fórceps a CPI do Covid, atuou também como consultor jurídico de luxo, aconselhando estratégias na feição do relatório do senador Renan Calheiros.
No futebol seria o mesmo que bater o escanteio e correr para cabecear e pior, será o mesmo ministro Barroso que depois poderá julgar os possíveis indiciados no STF.
Não é novidade a onipresença suprema  ultimamente, os divinos ministros são incríveis. O Dias Toffoli, por exemplo, julgou a validade de delação premiada do Sérgio Cabral, que o acusava de venda de sentenças na justiça eleitoral, sem nenhum constrangimento.
Poderoso mesmo é o ministro Alexandre de Morais que aparece nestes inquéritos ilegais com gênese no STF, com a proeza de atuar na personagem de vítima, de promotor e de juiz.
O negócio anda tão brabo, que quem ousou criticar os onipresentes ministros acabou censurado ou preso sem a reação devida do Senado da República, que a Constituição diz ser o freio e o contrapeso do STF.
Também pudera, dezenas de senadores, envolvidos em toda sorte de crimes, respondem processos e inquéritos no STF e na justiça eleitoral que os ministros supremos não julgam nunca, os condenado a servidão plena.
O próprio relator da CPI do Covid no Senado, Renan Calheiros, responde a mais de 25 processos e inquéritos que o acusam ou investigam em suspeitas de crimes de corrupção, formação de quadrilha, entre outros.
As bizarrices déspotas dessa atual composição do STF são cotidianas, tanto que a  piada de salão mais ouvida é aquela que diz que só vai preso no Brasil quem não pagar pensão alimentícia e quem falar mal de ministro do STF.
O comum não pode jamais ser considerado normal, não podemos assimilar que o mesmo judiciário que concede a liberdade a todo tipo de marginal,  até de líder do PCC,  seja o mesmo que ordena a prisão de seus críticos.
Embora sejam onipresentes muitas vezes, os investidos de capa preta não são  oniscientes e onipotentes para se autodeclararem Deuses.
Como nos ensina a terceira Lei de Newton,  para toda força de ação existe uma força de reação e no amanhã será bem diferente, mesmo que demore o amanhecer de um país com justiça.

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

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