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DENÚNCIA: USP apaga notas de alunos que não apresentaram comprovante de vacina contra Covid-19

 

A USP (Universidade de São Paulo) deve reprovar estudantes que não tomaram vacina contra a Covid-19 ou não apresentaram o comprovante de vacinação. O Portal R7 recebeu uma denúncia de que as notas e os registros de presença daqueles que estão em uma dessas situações foram apagados do sistema.

 

Durante uma reunião de congregação da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), uma professora alertou os colegas: “Ficamos sabendo, na última reunião do conselho de graduação, que houve uma decisão, que não foi deliberada, não foi discutida nem debatida com a comunidade, e parece que não veio da Comissão Assessora de Saúde, de que 936 estudantes da universidade, que não apresentaram comprovante de vacinação no Sistema Júpiter, terão suas notas e frequência invalidadas”.

A reunião foi gravada e está disponível no canal da FFLCH no YouTube.

Segundo docentes ouvidos pelo R7, os estudantes foram avisados de que precisavam anexar os comprovantes no sistema da universidade. No entanto, muitos não conseguiram realizar a operação. O problema ainda é maior no caso dos ingressantes que, sem nota nem presença, podem ser jubilados (ter a matrícula cancelada e perder a vaga no curso).

Ainda der acordo com a denúncia, antes da decisão de retirar as notas do sistema já havia uma orientação de marcar, na lista de presença, o nome dos estudantes que não tinham apresentado o comprovante de vacina.  Na sequência, veio outra orientação, enviada por meio de um comunicado interno, para os professores não lançarem (no sistema) as notas desses estudantes. Por fim, a ordem, agora, é apagar o registro de notas e presenças.

Os professores foram ouvidos na condição de anonimato. A reportagem entrou em contato com a USP, que, até o fechamento do texto, não se pronunciou sobre o assunto.

Saúde

Estudo identifica substância que pode conter avanço de Parkinson

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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram substância capaz de barrar o avanço da doença de Parkinson. A AG-490, constituída à base da molécula tirfostina, foi testada em camundongos e impediu 60% da morte celular. Ela inibiu um dos canais de entrada de cálcio nas células do cérebro, um dos mecanismos pelos quais a doença causa a morte de neurônios. Não há cura para o Parkinson, apenas controle dos sintomas. 

“Estamos sugerindo que é esse composto que pode um dia, depois de muita pesquisa, que inclusive estamos continuando, ser usado na medicina humana”, explica o professor Luiz Roberto Britto, que coordena o projeto em conjunto com pesquisadores do Instituto de Química da USP e da Universidade de Toronto, no Canadá. Os resultados foram publicados na revista Molecular Neurobiology.

A doença de Parkinson é caracterizada pela morte precoce ou degeneração das células da região responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor. A ausência ou diminuição da dopamina afeta o sistema motor, causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita. A doença pode provocar também alterações gastrointestinais, respiratórias e psiquiátricas.

“A doença é progressiva, os neurônios continuam morrendo, esse é o grande problema. Morrem no começo 10%, depois 20%, mais um pouco, aliás o diagnóstico só é feito praticamente quando morrem mais de 60% naquela região específica do cérebro”, explica Britto. A identificação dessa substância pode estabilizar a doença em certo nível. “Não seria ainda a cura, mas seria, pelo menos, impedir que ela avance ao longo dos anos e fique cada vez mais complicado. O indivíduo acaba morrendo depois por complicações desses quadros.”

Substância

Britto explica que a AG-490 é uma substância sintética já conhecida da bioquímica. A inspiração para o trabalho veio de um modelo aplicado no Canadá, que mostrou que a substância teve efeito protetor em AVC, também em estudos com animais. Ele acrescenta que não são conhecidos ao certo os mecanismos que causam a doença, mas há alguns que favorecem a morte de neurônios. “Acúmulo de radicais livres, inflamação no sistema nervoso, erros em algumas proteínas e excesso de entrada de cálcio nas células”, cita.

O estudo, portanto, começou a investigar esse canal de entrada de cálcio que se chama TRPM2. Pode-se concluir, com a pesquisa, que quando o canal é bloqueado, a degeneração de neurônios, especificamente nas regiões onde eles são mortos pela doença, diminuiu bastante. “A ideia é que, talvez, se bloquearmos esses canais com a substância, ou outras que apareçam, poderemos conseguir, pelo menos, evitar a progressão da doença depois que ela se instala”, diz o pesquisador.

As análises seguem e agora um dos primeiros passos é saber como a substância se comporta com uma aplicação posterior à toxina que induz à doença. Britto explica que no modelo utilizado, a toxina e o composto foram aplicados quase simultaneamente. Os pesquisadores querem saber ainda se o composto administrado dias depois da toxina levará à proteção dos neurônios.

“Outra coisa que a gente precisa fazer, e já conseguiu os animais para isso, é usar um modelo de camundongo geneticamente modificado, que não tem esse canal TRTM2. Esperamos que os animais que não têm, geneticamente, esses canais para cálcio, sejam teoricamente mais resistentes a esse modelo de doença de Parkinson”, acrescenta.

Também será necessário avaliar possíveis efeitos colaterais. “Esses canais de cálcio estão em muitos lugares do sistema nervoso e fora do sistema nervoso também. Bloqueando os canais, pode ser que se tenha alguma repercussão em outros lugares. Precisamos avaliar isso”. As análises seguem com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Com informações de Agência Brasil

Notícias, Política

Máscaras não afetam respiração ou trazem risco nos exercícios, afirma USP

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo aponta que o uso de máscaras não afeta a respiração ou traz riscos para pessoas saudáveis na prática de exercícios físicos. Para o estudo foram avaliados 17 homens com idade média de 30 anos e 18 mulheres com faixa etária média de 28 anos, todos saudáveis.

“A gente fez com o objetivo de investigar se o uso das máscaras durante o exercício atrapalhava o desempenho, o funcionamento do corpo em pessoas que fazem atividade física regular, mas não são atletas”, explica o professor Bruno Gualano, responsável pelo estudo. Para isso, os participantes da pesquisa correram em uma esteira com e sem máscara de proteção, com monitoramento da respiração, oxigenação do sangue e função cardíaca.

Para o trabalho, os participantes usaram uma máscara de pano com três camadas, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Os exercícios foram realizados em diversas intensidades.

Nos níveis de esforço moderado e intenso foi verificada apenas uma pequena alteração no esforço de inspiração. “Nós observamos, especificamente, com o uso da máscara um aumento na capacidade inspiratória. O indivíduo tinha que inspirar mais com a máscara do que sem ela”, explica Gualano. Fora isso, porém, o corpo se adapta ao item de proteção e não houve mudanças na resposta do corpo das pessoas. “Não alterou débito cardíaco ou saturação de oxigênio, que era uma preocupação que se tinha”, acrescenta o professor.

No esforço considerado crítico, que é a máxima carga de exercício que a pessoa consegue desenvolver, o estudo apontou que houve perda de desempenho. De acordo com Gualano, ao contrário do que acontece nas outras intensidades, o corpo não consegue compensar a dificuldade adicional que a máscara impõe à respiração. Assim, as pessoas acabam chegando ao limite mais rápido do que chegariam sem o uso da proteção facial.

Porém, nem mesmo nesse nível de esforço foram constatadas alterações significativas na oxigenação do sangue ou na função cardíaca. “Não tem nenhuma alteração fisiológica sugestiva que possa incorrer em risco à saúde do praticante”, enfatiza o professor da Faculdade de Medicina.

O nível chamado de crítico de esforço é quando, explica Gualano, a pessoa que está se exercitando é incapaz de falar durante a tarefa. Nos níveis moderado e intenso, o praticante conseguiria falar, ainda que ofegante.

Para manter a boa saúde e até por razões estéticas, os níveis moderado e intenso são, segundo o professor suficientes. “Essa intensidade é suficiente para promover todos os benefícios que a gente conhece do exercício físico”, ressalta.

Apesar dos resultados dos testes mostrarem que o uso de máscara afeta pouco fisicamente os praticantes de exercício, no questionário aplicado aos participantes foram registradas diversas queixas em relação ao item de proteção.
No geral eles se sentiam muito mal com o uso da máscara. As pessoas reclamavam que com a máscara sentiam mais calor, desconforto, maior fadiga, resistência”, enumera o pesquisador.

informações da ABr

 

Ciências

USP apresenta vacina contra a covid em spray para Anvisa

 

Uma ótima notícia vem da ciência brasileira.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) se reuniram com representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira,19,  para apresentar uma pesquisa em andamento para desenvolver uma vacina contra a covid-19 utilizando o dispositivo da aplicação por spray.

O projeto encontra-se na chamada fase pré-clínica. Este nome é dado quando uma pesquisa está na etapa de análises em laboratório e em testes com animais.

Depois disso, o produto poderá ser avaliado em exames clínicos com humanos. Mas, segundo a Anvisa, a equipe de pesquisadores da USP não informou aos representantes da agência quando esse avanço para as novas fases deverá ocorrer.

Os integrantes da Anvisa tiraram dúvidas e elencaram requisitos e parâmetros técnicos necessários para a submissão de solicitação de autorizações e ou registros definitivos junto ao órgão regulador.