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Professoras da UFRN são presas por maus-tratos e torturas contra as próprias filhas na Grande Natal

 

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte, por meio da Delegacia Especializada de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA/Parnamirim), deu cumprimento a dois mandados de prisão em desfavor de duas mulheres investigadas por crimes de torturas, maus-tratos e violência psicológica contra uma criança e uma adolescente. As prisões aconteceram nas primeiras horas desta sexta-feira (2), no bairro Parque das Nações, em Parnamirim, na Grande Natal.

Na última sexta-feira (26), um boletim de ocorrência foi registrado em uma cidade do interior do RN sobre possível crime de maus-tratos contra uma criança e uma adolescente. As mulheres e mães das vítimas, foram ouvidas pela autoridade policial e negaram os crimes. Contudo, de acordo com o laudo pericial do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) e da vasta prova testemunhal, foram constatadas lesões corporais nas vítimas. O caso está sendo investigado sob sigilo pela DPCA Parnamirim e até o momento 17 pessoas foram ouvidas. Outras testemunhas poderão ser ouvidas durante as diligências policiais.

A Polícia Civil é comprometida na proteção das crianças e adolescentes vítimas, bem como com a investigação séria e dentro dos parâmetros da legislação brasileira.

Deu no Portal da 96

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UFRN inicia cadastramento de aprovados no Sisu 2024

 

Começa nesta sexta-feira o cadastramento dos candidatos convocados na chamada regular da edição 2024 do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), para as vagas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O prazo termina no sábado (3).

Os documentos devem enviados pelos candidatos pela internet. A relação da documentação necessária está disponível no edital retificado disponível no site SiSU-UFRN.

No cadastramento, o candidato deverá enviar a documentação requerida para verificação de conformidade com as exigências para ingresso na UFRN. O procedimento é obrigatório para todos os aprovados dentro do número de vagas, tanto para o primeiro (2024.1) quanto para o segundo (2024.2) período letivo.

Após o envio da documentação, a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd-UFRN) realizará a análise de cada documento para classificá-lo com a situação validada ou negada. Em caso de validação de todos os documentos, o cadastramento do estudante será realizado. Já se a situação for negada ou houver a falta de algum documento, as retificações poderão ser efetuadas nos dias 5 e 6 de fevereiro.

Os candidatos convocados para ocupar vaga em ação afirmativa associada ao critério étnico-racial, que se autodeclararem pretos ou pardos, passarão por análise da Banca de Heteroidentificação. Já os candidatos que forem convocados para ocupar vaga em ação afirmativa associada à condição de pessoa com deficiência e tenham toda a documentação validada, serão convocados, em momento posterior ao cadastramento, para entrevista presencial com a Banca de Validação, em data e horário definidos por agendamento.

Cabe ao candidato acompanhar e verificar, no SIGPS, o resultado da análise da documentação, assim como providenciar as retificações necessárias.

Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail sisu@ufrn.br ou pelo número telefônico (84) 99193-6306 (whatsapp). A informação é do G1.

Sisu-UFRN

A UFRN oferta 7.186 vagas via Sisu, distribuídas em 4.902 para o primeiro semestre e 2.284 para o segundo semestre, nos campi de Natal, Macaíba, Santa Cruz, Currais Novos e Caicó. O número foi acrescido de 50 vagas em comparação a 2023, em virtude da criação do novo curso de Relações Internacionais, vinculado ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA).

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Potiguar perde vaga em Direito na UFRN após problema no Sisu

 

Após um dia de atraso devido a problemas técnicos, o Ministério da Educação (MEC) finalmente divulgou nesta quarta-feira (31) os resultados dos candidatos selecionados no processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2024. Vale ressaltar que esta será a única edição do programa neste ano.

O anúncio ocorreu após um episódio de expectativas frustradas, já que um resultado preliminar foi divulgado na manhã da terça-feira (30). Muitos estudantes receberam a notícia de aprovação inicialmente, apenas para descobrir posteriormente que não alcançaram a nota necessária para ingressar no ensino superior em sua primeira opção.

Um exemplo disso foi a experiência da estudante Clara Letícia, residente em Natal. Através das redes sociais, Clara compartilhou sua situação, revelando como teve seu sonho de cursar Direito na UFRN frustrado após o resultado oficial.

No site do Sisu, Clara aparecia como “aprovada” na manhã de terça-feira 30. Entretanto, após a divulgação oficial, sua segunda opção de curso (Relações Internacionais da UFRN) foi ativada, uma vez que ela não conseguiu uma das seis vagas destinadas a estudantes que, independentemente da renda, cursaram o ensino médio em escola pública.

“Perdi minha vaga em Direito na federal (UFRN). Obrigada por ser um pesadelo, SISU, obrigada pelo sonho estragado! Sonhei com minha aprovação à toa”, desabafou Clara nas redes sociais.

Fonte: Agora RN

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Polícia nega resgate de jovens vítimas de trabalho análogo à escravidão em casa de professoras da UFRN

 

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte divulgou neste fim de semana uma nota de esclarecimento negando a realização de uma operação de resgate de adolescentes vítimas de trabalho análogo à escravidão no bairro Parque das Nações, em Parnamirim, na Grande Natal. Na sexta-feira (26), o caso ganhou as redes sociais com a informação de que teria ocorrido na casa de duas mulheres professoras da UFRN.

“A Polícia Civil do RN reforça mais uma vez que não houve operação e recebeu com surpresa as notícias veiculadas nas redes sociais. O que ocorreu, de fato, foi um registro de Boletim de Ocorrência (BO), em uma cidade do interior do RN,  sobre possível crime de maus-tratos contra duas adolescentes. No momento, não existe comprovação dos fatos noticiados por alguns blogs e portais nas redes sociais. O caso está sendo investigado sob sigilo”, afirmou a Polícia Civil.

“Repudiamos veementemente a exposição das adolescentes, da residência e ainda da profissão e o local de trabalho das investigadas na internet. A instituição é comprometida com a verdade, na proteção das crianças e adolescentes vítimas, bem como com a investigação séria e dentro dos parâmetros da legislação brasileira”, acrescentou a instituição.

Fonte: Portal da 96

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Professoras da UFRN mantinham duas adolescentes em trabalho análogo à escravidão

 

 

A Polícia Civil deflagrou uma operação em um condomínio em Parnamirim nesta sexta-feira (26). De acordo com a própria polícia, Ministério Público e Conselho do Tutelar, duas mulheres, ambas professoras da UFRN teriam adotado duas garotas no Rio Grande do Sul.

As professoras teriam colocado as garotas, de 12 e 15 anos, para trabalhar em situação análoga à escravidão, cumprindo todos os afazeres domésticos e ainda eram maltratadas. As meninas tinham vários hematomas pelo corpo.

De acordo com informações do Conselho Tutelar, enquanto as meninas eram maltratadas, som alto era colocado na casa para que vizinhos não pudessem ouvir nada que levantasse suspeita.

Recentemente as mulheres haviam viajado para Europa e deixado uma senhora com as garotas. A senhora relatou uma situação de calamidade dentro desta casa de luxo, informou a reportagem do Via Certa Natal.

As meninas foram resgatadas e levadas para uma casa de abrigo em Natal. As duas professoras não foram presas e devem responder em liberdade.

Créditos: Blog do BG.

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GRAVE: Bolsista da UFRN é acusado de assediar alunas

 

Um bolsista, que apresenta um programa na Rádio Universitária, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foi acusado, neste sábado (20), de assediar outras alunas da instituição.

Em relatos divulgados nas redes sociais, três jovens expuseram situações em que alegam ter sofrido assédio por parte do bolsista.

Em todas as publicações, as estudantes da instituição revelam toques do rapaz em suas partes íntimas e masturbação, após um evento na Arena das Dunas.

Confira abaixo um dos relatos:

Fonte: Portal da 96

Educação, Política

UFRN começa 2024 com um déficit de R$ 4,2 milhões

Foto: Magno Nascimento

 

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) começa 2024 com um déficit de R$ 4,2 milhões no orçamento, conforme divulgado pela própria instituição, cenário que preocupa em razão do receio de que o valor previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano, de R$ 1,9 bilhão, não seja suficiente para o custeio das atividades. A LOA 2024 será sancionada até o próximo dia 22. Atualmente, os pagamentos de bolsas e auxílios estudantis, bem como o de trabalhadores terceirizados da limpeza da UFRN, estão em atraso, mas não há relação com o déficit registrado, de acordo com a Universidade.

A universidade explicou que, no caso das bolsas e auxílios, o problema se dá por conta do “recadastramento dos bolsistas e dos procedimentos de encerramento e abertura de exercício”, que ocorrem em janeiro. Já em relação aos terceirizados, a universidade disse ter verificado “que a empresa contratada ainda não efetuou o pagamento” dos salários e negou a existência de “atraso no repasse de verba por parte da UFRN”.

Na semana passada, a instituição disse à TRIBUNA DO NORTE que a redução nos próprios recursos “afeta o desenvolvimento de todas as atividades acadêmicas e administrativas das universidades”, uma vez que o chamado orçamento de custeio é utilizado para pagamentos de contratos como vigilância, limpeza e manutenção, contas de energia elétrica e água, bolsas e auxílios estudantis, dentre outros.

De acordo com a universidade, o orçamento de 2024, com o déficit estimado em R$ 4,2 milhões, será insuficiente para assegurar os pagamentos relacionados aos custos das atividades. “A UFRN prioriza os pagamentos de bolsas/auxílios a estudantes e contratos de terceirização. Neste caso, outros compromissos também essenciais, como por exemplo, contas de energia elétrica e manutenção predial, ficam prejudicados, caso não haja suplementação de recursos”, afirmou a universidade ao justificar como a redução pode afetar o próprio funcionamento.

A instituição reforçou, no entanto, que os atrasos registrados atualmente, não estão relacionados ao déficit. Em dezembro do ano passado, uma reportagem publicada pela TN apontava que a UFRN precisava de um aporte de R$ 12 milhões para cumprir com as obrigações financeiras de 2023. A universidade disse, sem detalhar valores, que após a publicação, algumas complementações foram feitas e o déficit para este ano ficou em pouco mais de R$ 4 milhões.

O montante necessário para cumprir as obrigações de 2023 se dava em função dos cortes drásticos que a universidade sofreu em 2022. Para o déficit atual, afirma a Universidade, não há, no escopo da LOA, previsão de recomposição. “Até o momento não há recomposição, pelo contrário, a LOA, da forma que foi enviada para sanção, está reduzindo o orçamento das Universidades Federais para patamares inferiores ao de 2023”, diz a UFRN.

Em 2023 as universidades federais contaram com um orçamento de R$ 6.268.186. 880,00, via PEC da Transição. Para 2024, os recursos definidos pelo Congresso Nacional no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) 2024 são da ordem de R$ 5.957.807.724,00, redução de 4,9%.

Números

R$ 4,2 mi

Valor que UFRN tem déficit acumulado do ano passado

R$ 1,9 bi

Valor que deve ser o orçamento da instituição para o ano de 2024

Sindicato faz protesto na UFRN

Nesta segunda-feira (15), o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Urbana do RN (Sindlimp-RN) reuniu funcionários terceirizados da empresa Criart que atuam na UFRN, para protestar contra a falta de pagamento referente ao mês de dezembro. O grupo ocupou a reitoria do campus universitário, no bairro de Lagoa Nova, enquanto o presidente do Sindicato se reuniu a portas fechadas com representantes da universidade.

A UFRN disse que repassou à empresa o valor equivalente ao pagamento em dia e que o processo para depósito na conta dos funcionários está em trâmite. “Recebemos a nota fiscal [de pagamento] no dia 28 de dezembro de 2023, mas verificamos que a empresa não efetuou o repasse aos trabalhadores”, esclareceu Izabel Coelho, pró-reitora adjunta de Administração da universidade. Fernando Lucena, presidente do Sindlimp-RN, disse, após reunião com a instituição, que a expectativa é que o pagamento seja efetuado até esta terça-feira (16).

“O dinheiro será liberado da conta vinculada do exercício de 2023, o que corresponde ao pagamento de 90% do que está em aberto. A empresa irá complementar o dinheiro que falta, segundo a universidade nos repassou. A UFRN disse que o atraso ocorre por conta da empresa, a Criart, tanto é que a outra terceirizada da limpeza pagou normalmente aos funcionários”, disse Lucena. A conta vinculada é um garantia feita em contrato onde a instituição retém um percentual do valor contratual até que compromissos da empresa sejam quitados.

A UFRN explicou que liberou recentemente o valor da garantia referente ao pagamento do 13º, que foi pago em dia pela empresa. “Com isso, a gente espera que esse valor seja usado para pagar o salário em atraso”, disse Izabel Coelho, da Pró-Reitoria de Administração. A TRIBUNA DO NORTE procurou a Criart, mas a empresa não retornou às tentativas de contato. Por causa dos atrasos, que segundo o Sindlimp, são constantes, os funcionários da terceirizada suspenderam as atividades na universidade desde a quinta-feira passada.

“Vamos aguardar o pagamento nesta terça. Os trabalhadores só voltam ao serviço se ele for efetuado”, detalha o presidente do Sindilimp, Fernando Lucena. De acordo com ele, são cerca de 170 funcionários afetados.

Bolsistas
Já entre os bolsistas, o número de estudantes que ainda não receberam o pagamento referente a dezembro chega a 1,6 mil (ao todo, são 2,7 mil, entre apoio técnico, pesquisa e extensão). A UFRN esperava o repasse dos valores faltantes para o pagamento das bolsas ainda nesta segunda-feira, mas até o final da manhã, isso não tinha acontecido.

“A questão dos bolsistas é um trâmite que ocorre todo mês de janeiro, em todos os anos. Por causa do recadastramento dos alunos, a UFRN fica aguardando o repasse do MEC”, sublinhou a universidade. Os estudantes reclamam. “As dificuldades não são de hoje. Desde que houve o reajuste no valor das bolsas – de R$ 400 para R$ 700 – que atrasos e até desligamentos são registrados. A gente atribui isso à má gestão da universidade e, agora, ao déficit orçamentário. Este mês nos prometeram várias datas para o pagamento, que geralmente ocorre até o dia 5 de cada mês, e nada. A próxima data prevista é a quinta-feira (18)”, diz a estudante de Direito e bolsista Letícia Correa.

Deu na Tribuna do Norte

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Terceirizados da UFRN ocupam reitoria em protesto por atrasos em pagamento de salário

 

A crise na administração do MEC de Lula segue o rumo do desastre. Trabalhadores do setor de limpeza da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ocupam a reitoria da instituição na manhã desta segunda-feira (15) em protesto contra o atraso no pagamento do salário da categoria.

De acordo com o Sindlimp, a folha de dezembro ainda está em aberto para cerca de 170 funcionários terceirizados. O sindicato cobra uma resposta da UFRN.

Os trabalhadores se reuniram mais cedo no Centro de Convivência da Universidade e depois seguiram para a reitoria. As informações iniciais dão conta de que atrasos ocorrem pela terceira vez consecutiva.

“A UFRN tem contrato com duas empresas para os serviços de limpeza e higienização. Uma delas pagou aos funcionários, mas a outra, não. Nós queremos entender porquê, só que a universidade não nos dá nenhuma informação. Quem sabe agora, ocupando a reitoria, nós somos recebidos?”, diz Fernando Lucena, presidente do Sindlimp.

Estudantes da UFRN se somaram aos trabalhadores terceirizados no protesto. Faixas também foram confeccionadas em cobrança aos salários atrasados.

Deu na Tribuna do Norte

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No Governo Lula, UFRN atravessa crise financeira severa, mas fica em silêncio

 

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) enfrenta uma crise silenciosa, agravada pela falta de ação daqueles que outrora criticavam a gestão do MEC sob o governo Bolsonaro. Agora, sob novas circunstâncias e alinhamento ideológico, esse silêncio se torna ensurdecedor.

Iniciando com os terceirizados paralisados por atrasos salariais, a situação da UFRN revela um cenário mais amplo de dificuldades financeiras. Dívidas com serviços essenciais e atrasos em bolsas de estudo e pesquisa revelam uma crise institucional preocupante. A espera por recursos do orçamento de 2024 para quitar pendências de 2023 aponta desafios orçamentários que podem se estender.

O reitor da UFRN, Daniel Diniz, já havia expressado preocupação com a situação financeira da universidade em 2023, em uma iniciativa coordenada pela ANDIFES. Contudo, a falta de engajamento e repercussão dessa ação indica uma apatia preocupante em relação aos problemas da instituição, uma apatia que não se limita apenas à administração, mas se estende à comunidade estudantil.

O silêncio e a inércia do Diretório Central dos Estudantes (DCE), dominado por membros ligados a partidos de esquerda, em face desses desafios, revelam uma politização da crise que sacrifica o bem-estar dos estudantes em nome de interesses partidários. Esta situação, agravada por problemas administrativos e orçamentários nos centros e diretórios acadêmicos, limita severamente a capacidade de mobilização estudantil.

A assembleia estudantil convocada pelo movimento dos bolsistas da UFRN é um sinal de resposta ativa, mas também destaca a fragmentação e a falta de coordenação entre os diferentes grupos estudantis.

Este cenário expõe uma preocupante desconexão entre as críticas passadas à gestão federal da educação e a realidade atual, marcada por desafios que exigem mais do que retórica política. A crise na UFRN pede uma resposta coesa e estratégica, que parece estar faltando tanto nas esferas administrativas quanto entre os próprios estudantes e a comunidade acadêmica.

Deu no Blog do Dina

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Drone desenvolvido na UFRN pode ser ferramenta para exploração em outros planetas

 

Tendo como principal diferencial ser equipado com uma tecnologia híbrida para a geração de energia, a qual permite sua utilização em grandes distâncias como uma possível locomoção até o planeta Marte, um grupo de inventores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) criou um drone. O mecanismo tem capacidade autônoma que concilia as características de uma asa voadora e um multirrotor com apenas um conjunto motopropulsor coaxial, ou seja, ora funciona como um avião, ora utiliza a lógica de funcionamento de um helicóptero, mas usando o mesmo conjunto de motores no voo.

Alysson Nascimento de Lucena identifica que somente essas duas características já conferem ao equipamento, tecnicamente um Veículo Aéreo Não Tripulado Híbrido (Vant), a capacidade de decolagem e pouso vertical pelo multirrotor e de deslocamento para longas distâncias em voo horizontal com sustentação pela asa. “Contudo, nesse projeto desenvolvemos uma tecnologia híbrida para a geração de energia, que pode ser tanto por células fotovoltaicas que cobrem a superfície superior da asa quanto pelo conjunto motopropulsor, também híbrido, capaz de gerar empuxo durante o voo ou gerar energia quando em repouso”, situa o hoje pós-doutorando no Programa de Pós-graduação de Engenharia Eletrônica e Computação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

Ainda segundo o pesquisador, o que dá capacidade ao conjunto motopropulsor para gerar energia é o controle de passo das hélices de cada motor. Esse comando permite, quando a aeronave estiver em repouso, posicionar uma pá perpendicularmente à direção do vento, enquanto a pá oposta está paralela, proporcionando melhor aproveitamento na geração de energia eólica.

“Esse Vant nos coloca em uma nova categoria de aplicação, a de longas distâncias por vários dias, devido a essa capacidade de recarregar a matriz energética. O tempo de operação está condicionado à vida útil da bateria e ela pode ser eficiente por anos. Essa característica nos possibilita operar em outros planetas, como Marte, bastando existir a oferta de ventos ou raios solares”, frisa Alysson Lucena.

Luiz Marcos Garcia Gonçalves, orientador do projeto quando do seu início, então vinculado aos programas de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica que os dispositivos enviados para outros planetas normalmente geram energia somente por células fotovoltaicas. Nesse caso, o acúmulo de poeira é um problema que implica a diminuição da sua eficiência com o tempo.

Ele lista alguns exemplos. Um deles foi enfrentado pela Nasa, em 2021, quando a sonda InSight deixou de receber a energia necessária devido ao acúmulo de poeira nos painéis fotovoltaicos. Outra situação aconteceu recentemente, quando o Vant Ingenuity ficou sem contato com a base na Terra devido ao mesmo problema.
“A nossa tecnologia permite o recarregamento por meio das células fotovoltaicas e por energia eólica durante o tempo em que a aeronave permanece em repouso, evitando a falha da missão por falta de energia. Além disso, durante o voo vertical, o fluxo de ar incidente nos painéis fotovoltaicos que cobrem a asa atua fazendo uma faxina na poeira”, pontua o professor do Departamento de Engenharia de Computação e Automação.

Além dos dois, o desenvolvimento da tecnologia contou com as contribuições intelectuais de Neusa Maria Franco de Oliveira e Raimundo Carlos Silvério Freire Júnior. O depósito de pedido de patente aconteceu no mês de dezembro e recebeu o nome: Veículo aéreo não tripulado com sustentação híbrida e conjunto motopropulsor híbrido com hélice de passo variado para operação em atmosfera terrestre e não terrestre.

A tecnologia está na fase de elaboração do primeiro protótipo, mais precisamente no desenvolvimento do conjunto motopropulsor, que vai necessitar de usinagem de alta precisão para evitar folgas e vibrações. Paralelamente, os inventores estão trabalhando no sistema autônomo de controle da aeronave. Esses dois sistemas são os mais complexos para o projeto. Quando dominados, será o momento de os ensaios de voo ocorrerem.

“Os conhecimentos que estão sendo adquiridos no desenvolvimento do Vant híbrido no pós-doutorado em que estou agora serão muito importantes para a aeronave entrar em operação. Outro projeto em desenvolvimento com potencial de inovação é um Vant com asas de geometria variável”, destaca Alysson Lucena. O pós-doutorado citado é feito sob orientação da professora Neusa Franco e é fruto de uma chamada pública da Agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Uma mão cheia de patentes

Uma caminhada nordestina, recheada pela ânsia de criar, pelo voluntarismo e pela resiliência. As contribuições de Alysson na área da inovação aeroespacial dentro da UFRN merecem algumas linhas adicionais. Com outras quatro patentes depositadas, das quais duas já tiveram seu mérito analisado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e foram concedidas definitivamente, ir para São José dos Campos, cidade no estado de São Paulo que responde por mais de 90% da cadeia produtiva da indústria aeroespacial e de defesa no Brasil, pareceu ser o caminho natural. Ainda que típica, uma via que enseja sacrifícios a Myrtz Lucena e Gabriel Lucena, esposa e filho do pesquisador.

“Estou também trabalhando na Equatorial Sistemas, uma empresa do Grupo Akaer Engenharia, na qual estamos desenvolvendo um Vant híbrido VTOL com peso total de decolagem de 200 kg, que usará hidrogênio para a matriz energética. Esse projeto tem grande potencial inovativo, é uma subvenção da Finep e ocorre sob orientação de César Ghizoni, referência mundial na área aeroespacial, com frequentes palestras e consultorias na UFRN, tendo, inclusive, participado de fóruns para o Parque Tecnológico Augusto Severo, em Macaíba. Nisso tudo, fazendo uma alegoria com minha área, o suporte familiar é o motor que propulsiona minhas atividades e que mantém meu voo estável”, fala o engenheiro mecânico de formação.

Para ele, a Universidade tem papel fundamental nessa trajetória, sobretudo no patenteamento, pois, além de proporcionar o conhecimento para o desenvolvimento de novas tecnologias, oferece total apoio para que tudo seja feito de forma rápida e eficiente. “O processo é longo e necessita de pessoas especializadas e competentes e a UFRN nos oferece um trabalho de excelência por meio da sua Agência de Inovação (Agir), apoiando todas as etapas, desde a busca por anterioridade, passando pela produção de texto e figuras, depósito e acompanhamento, até chegarmos a concessão”, finaliza o inventor.