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De volta ao Brasil, Moro deve ter conversa essa semana com o novo partido União Brasil

Sérgio Moro deve se filiar ao Podemos no dia 10 de novembro Foto: Divulgação

 

Depois de desembarcar no Brasil nesta segunda-feira,1º, após rescindir seu contrato com a Alvarez & Marsal, o ex-ministro Sérgio Moro começa a articular sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.

Em um de seus compromissos, o ex-juiz da Operação Lava Jato vai se reunir com a cúpula do União Brasil, partido que resultará da fusão do PSL com o DEM. Moro deve se encontrar com o deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP), vice-presidente nacional do PSL, na quinta-feira, 4, em Brasília. O ex-integrante do governo Bolsonaro também irá se reunir com dirigentes do Podemos, partido ao qual deve se filiar no dia 10 de novembro.

Bozzella é um entusiasta da candidatura de Moro e tem conversado frequentemente com o ex-juiz. A interlocução, diz o parlamentar, se intensificou no último mês. Esta será a primeira conversa “olho no olho” entre os dois, desde que o ex-ministro deixou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em abril de 2020. “Percebo que ele está bem animado, sinto um sentimento de desprendimento e de dedicação ao país, no sentido de aproximar as forças políticas. Dentro da minha linha de raciocínio, é a candidatura que mais se sustenta dentro do polo democrático”, disse Bozzella à Jovem Pan. Além de Moro, o União Brasil tem outros dois pré-candidatos à Presidência da República: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o jornalista José Luiz Datena (PSL), da TV Bandeirantes.

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Sérgio Moro deve anunciar candidatura a presidente no próximo mês; Ex- ministro aposta nos orfãos da Lava a jato

Foto. Reprodução

 

A chegada do ex-ministro Sérgio Moro é dada como certa por integrantes do partido Podemos. O partido espera a filiação até novembro, quando Moro prometeu responder ao convite formal feito pela sigla. Se tudo correr conforme o figurino e o partido imagina, o ex-ministro será a aposta da agremiação nas eleições de 2022.

A legenda aposta que o nome de Moro é o mais viável entre os que já surgiram para encarnar a chamada terceira via, ou seja, uma alternativa diante do cenário de polarização entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), que vem conversando com o PP sobre a possibilidade de retornar aos quadros da legenda.

No Podemos, a candidatura do ex-ministro de Bolsonaro é vista como uma forma de angariar os votos dos “órfãos” da Lava Jato, ou seja, pessoas que defenderam a extinta força-tarefa liderada por Moro, em Curitiba.

“Eleitores nem-nem”

Consulta espontânea interna já realizada pelo partido indicou o ex-juiz como o nome mais viável da chamada terceira via. O resultado do primeiro levantamento feito pela legenda identificou 40% de possíveis eleitores contrários à polarização, incluindo outros candidatos, entre eles o pedetista Ciro Gomes (CE), visto como um fator negativo para as chances de Lula.

Desse percentual, 24% de eleitores disseram que não votariam de jeito nenhum em Lula ou em Bolsonaro. Nesse segmento dos “nem-nem”, a consulta identificou Moro com 10% de intenções de voto, pontuação considerada pelos integrantes do partido como excelente para um nome ainda não colocado. Outros 8% não responderam e 6% disseram não saber ainda em quem votar.

O partido encomendou uma nova rodada de pesquisa qualitativa, e os resultados serão conhecidos nas próximas semanas.

Encontro e estratégias

Há cerca de duas semana, Moro teve uma reunião, em Curitiba, com membros do Podemos. Participaram do encontro a deputada Renata Abreu (SP) e os senadores Flávio Arns (PR), Álvaro Dias (PR) e Oriovisto Guimarães (PR).

Moro ficou de dar a resposta ao partido até o dia 15 de novembro, ou seja, duas semanas depois do término do contrato do ex-juiz, nos Estados Unidos, com a consultoria empresarial Alvarez e Marsal, que não permite atividade política durante a vigência.

Integrantes do partido tentaram convencer o ex-ministro de que há uma demanda pelo seu nome no país e de recuperação do discurso anticorrupção. A cúpula da sigla já prepara um evento para divulgar sua filiação.

O encontro serviu, inclusive, para esboçar argumentos em relação à campanha, com o objetivo de arrebatar votos de quem propaga o discurso antipetista e anticorrupção e dos decepcionados com o presidente Bolsonaro, que, em 2018, foi o principal beneficiado por votos desse nicho.

Entre pontos que devem ser enfatizados em uma eventual candidatura, estão medidas apresentadas por Moro no início do governo Bolsonaro, o chamado pacote anticorrupção, o fim do foro privilegiado e críticas a propostas hoje discutidas no Congresso, como a PEC 5, que muda escolha para integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

“Voto útil”

Em reservado, membros do Podemos já traçam estratégias para alavancar Moro diante de eleitores hegemonicamente antipetistas e parcialmente bolsonaristas.

Uma delas é enfatizar o chamado “voto útil”, adotando o discurso de que votar em Bolsonaro seria apoiar a polarização e teria como consequência principal colocar Lula no segundo turno.

A aposta seria no convencimento de que o atual presidente não terá condições de bater o petista.

 

Informações do Metrópolis