Esporte

Botafogo tem rombo de R$ 267 mi e contrai dívida por dinheiro para Textor

Para investir forte no futebol, o Botafogo SAF gastou mais do que arrecadou e gerou um rombo de R$ 267 milhões em 2023. Esse é o valor do tamanho do prejuízo se desconsiderada a venda de 20% dos direitos do Brasileiro a investidores da Liga Forte União (LFU) – veja mais abaixo. Oficialmente, o clube registrou como déficit R$ 101 milhões.

Durante o ano, houve uma operação de empréstimo do Botafogo com a XP Investimentos no valor de R$ 340 milhões. Esse mútuo teve como garantia direitos creditórios cedidos a John Textor. O dinheiro foi jpara o empresário norte-americano e para o clube belga RWD Molembeek, e aumentou endividamento da SAF Alvinegra. A informação no documento é de que o montante será quitado.

Os números estão expostos no balanço alvinegro do ano passado, divulgado nesta semana.

Desde sua chegada, em 2022, o norte-americano John Textor vem acelerando nos investimentos e gastos com o futebol do Botafogo. Segundo o balanço, foram R$ 252 milhões só em contratações nos últimos dois anos. Isso não inclui a recente aquisição de Luiz Henrique, que já ocorreu em 2024.

Houve, sim, um aumento de receita do Botafogo na gestão de Textor. O clube arrecadou R$ 388 milhões em 2023, o que representa mais do que dobro dos R$ 151 milhões de 2022. Melhoraram rendas de vendas de jogador, patrocínio e Matchday (ingressos e sócio-torcedor). São resultados de iniciativas profissionais da gestão da SAF e da boa campanha alvinegra na temporada passada.

Só que os gastos foram bem maiores. Os custos das atividades (gasto com futebol) atingiram R$ 412 milhões. Houve ainda despesas administrativas e financeiras. No total, o custo do Botafogo SAF atingiu R$ 656 milhões. Assim, faltaram R$ 267 milhões para empatar a conta.

O Alvinegro decidiu aderir à Liga Forte União e vender 20% dos seus direitos de TV do Brasileiro por 50 anos – válido a partir de 2025. Na prática, trata-se de um adiamento. O balanço financeiro registrou o valor líquido da operação em R$ 165 milhões.

Esse montante não entrou todo em 2023. No total, o clube recebeu R$ 77 milhões dos investidores da Liga Forte União (LCP e GA). O restante será pago em duas parcelas nos próximos anos.

O Botafogo registrou esse valor obtido com a venda como outras receitas operacionais. Mas uma orientação do Conselho Federal de Contabilidade aponta que o registro do dinheiro da Liga Forte como receita está equivocado.

“Esse assunto foi amplamente discutido em 2017 e 2018 no âmbito de um grupo de trabalho estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade. A própria APFUT (Autoridade Pública do Futebol – órgão do governo) à época elaborou e divulgou um manual de boas práticas contábeis, fruto das discussões que aconteceram nesse grupo, e não restou dúvidas de que esse registro deve ser feito no passivo da entidade, e somente ser reconhecido como receita nos anos em que os campeonatos forem ocorrendo”, explicou Benny Kessel, ex-presidente da Apfut e contador.

Além disso, a empresa não pagou parte dos impostos da SAF. A dívida tributária da empresa do Botafogo saltou para R$ 147 milhões em 2023, quase R$ 100 milhões a mais do que o montante do final de 2022.

Nas notas explicativas, está descrito que o débito refere-se a FGTS de meses de 2022 e 2023. Além disso, há impostos de renda e INSS.

Somados os dois anos de SAF, 2022 e 2023, o Botafogo sob John Textor teve prejuízo de R$ 515 milhões.

Mas o endividamento aumentou principalmente por conta da operação de crédito feita com a XP Investimento no valor de R$ 340 milhões. O montante do empréstimo ficou como dívida para o Botafogo, mas o dinheiro foi para outros lugares do grupo de Textor.

Pela notas explicativas, o empresário norte-americano ficou com R$ 295,7 milhões. Além disso, foram destinados R$ 44 milhões para o clube belga do grupo RWD Molembeek.

Na explicação da operação, o Botafogo SAF afirmou que o dinheiro será devolvido à empresa para pagamento do empréstimo. A nota sobre a transação afirma que o risco é compartilhado entre a SAF do Alvinegro e Textor.

“Durante o exercício, houve operações envolvendo empresas do grupo, especialmente uma transação financeira entre a SAF Botafogo e a XP Investimentos, com a Cessão Fiduciária dos Direitos Creditórios ao Sr. John Textor. Importante destacar que essa operação apresenta os riscos compartilhados entre a SAF Botafogo e o Sr. John Textor, pois os valores envolvidos serão assumidos pelo acionista majoritário. Esses valores foram movimentados entre empresas do grupo e serão devolvidos à SAF Botafogo para liquidar a transação com a XP Investimentos”, diz o balanço alvinegro.

No documento, o empresário norte-americano destacou o crescimento de receita e expressou otimismo no futuro da empresa:

“Completamos dois anos de SAF. O ano de 2022 foi de ascensão e estabilização. Foram realizados investimentos substanciais para mover um clube que vinha de um passado de desgastes e tensões antes da era SAF. Em 2023, no entanto, ao passo em que continuamos a investir, alcançamos marcas expressivas que nos trazem confiança para muito sucesso no futuro.”

O UOL enviou perguntas para o Botafogo SAF sobre o balanço financeiro, mas não recebeu resposta.

Deu no UOL

Notícias

América emplaca sequência de 10 jogos de invencibilidade

 

O América chegou à importante marca de 10 jogos de invencibilidade na temporada 2024. Na sequência invicta estão jogos por três competições diferentes: Campeonato Potiguar (onde foi campeão do 1° turno e segue invicto), Copa do Brasil (duas vitórias e vaga garantida na terceira fase) e Copa do Nordeste.

Os número dentro de campo atestam o bom momento: no ano, são 19 jogos (9 vitórias, 7 empates e 3 derrotas). Na sequência invicta até aqui, são 5 vitórias e 5 empates, com o último revés no dia 15/02 diante do Bahia pela Copa do Nordeste.

A boa fase é reflexo, também, da movimentação fora das quatro linhas. Investimentos em profissionais especializados em todas as áreas, melhorias em praticamente todos os setores e na infraestrutura do CT Dr. Abílio Medeiros e Arena América. Melhores condições de trabalho e equipamentos e estrutura de qualidade também significam proporcionar melhor rendimento dentro de campo e suporte para que o trabalho seja desempenhado da melhor maneira possível.

E a tendência é de crescimento ainda maior. As melhorias continuam e devem permitir um trabalho ainda mais qualificado, com o objetivo de gerar mais resultados positivos no presente e no futuro.

Notícias

SAF do América é finalizada e planejamento para 2024 é iniciado

 

Após um longo período de espera, o América oficialmente se tornou SAF. Os documentos finais da transferência do controle acionário da SAF para a HI.PE Participações S.A forma assinados na tarde desta quarta-feira (20).

O processo de negociação até a assinatura foi longo, levando meses para que o acordo fosse firmado e o clube passe a ser administrado pela HI.PE.

A partir de agora, o América já pensa na temporada de 2024. Os novos administradores estão na busca de um novo Diretor Executivo e em seguida irá em busca de um novo técnico para a próxima temporada.

Mesmo sem ter a confirmação com a assinatura dos documentos, o clube já havia iniciado o processo de reformulação. Grande parte dos jogadores que defenderam o América na atual temporada não terão seus contratos renovados com exceção daqueles que possuem contrato mais longo com o clube.

Deu no Portal da 98

Esporte

SAF será a solução para o futebol brasileiro ? Entenda

 

A chegada das SAF’s (Sociedade Anônima do Futebol) trouxe uma nova lógica de governança para os clubes que se assemelham a empresas privadas tradicionais, eliminando o modelo associativo tradicional.

Na prática, para um clube se tornar uma SAF ele precisa ter parte de seus direitos vendidos a investidores interessados, além de ter essa decisão passada por todos os órgãos do clube e ser aprovada pelos associados com direito a voto.

Gabriel Seijo, sócio do escritório Cescon Barrieu, banca que assessorou o Bahia Futebol Clube no seu processo de transformação em SAF, ressalta que elas vão revolucionar o futebol brasileiro. “O modelo facilitará a atração de investimentos e a introdução de mecanismos de governança, gerando ganhos imediatos e a longo prazo. Elas envolvem desafios incomuns em operações de M&A”. O advogado alerta que a mudança deve levar em conta o respeito à paixão de milhares ou milhões de torcedores, e é preciso cuidado com as cláusulas de identidade e memória. “No ambiente da SAF, o clube se torna um acionista peculiar: seu principal interesse não é financeiro – por exemplo, o recebimento de dividendos ou a valorização das ações para futura venda –, mas sim a melhoria dos resultados esportivos, a perpetuação da entidade e a preservação de seus laços com a comunidade”, diz.

“Esse processo pode fortalecer os principais times da série A e dar um impulso para as equipes da série B”, explica Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM, prosseguindo: “porém, a expectativa é que tais métodos impactem de forma relevante a maneira de gerenciar que se conheceu até aqui, mas os resultados de qualquer forma sempre serão construídos por pessoas, daí a importância da seleção dos profissionais com afinidade a nova cultura, sejam eles existentes nos clubes ou trazidos de fora, não somente uma mudança no modelo”.

No campo do investidor, o maior desafio é alinhar interesses econômicos vislumbrados pelos sócios aos desejos de resultado desportivo do clube. Segundo Daniel Laudisio, sócio do Cescon Barrieu, embora à primeira vista esses interesses possam parecer colidentes, eles têm inúmeras intersecções que permitem um formato de transação que, embora seja um pouco distinta de uma fusão e aquisição tradicional, alinhe os interesses das partes de forma harmônica. “É possível manter um futebol competitivo ao mesmo tempo que o investidor tenha proteção e retorno de seu investimento”.

Martinho alerta que ganhar faz parte da missão de qualquer entidade esportiva competitiva, porém avaliar os riscos do investimento, medir seu respectivo retorno e se responsabilizar por eventuais fracassos muda a maneira como tais decisões serão tomadas.

Agora resta você torcedor, analisar se a SAF pode trazer benefício ou não para o seu clube.

Notícias

Conselho Deliberativo aprova SAF do América/RN

 

O Conselho Deliberativo do América Futebol Clube aprovou na noite desta terça-feira, 9, com cerca de 90% dos votos, a proposta vinculante de compra da Sociedade Anônima de Gutebol – SAF, enviada pela Hipe com condicionantes que precisarão ser incorporadas pela investidora à oferta.

Um dia histórico. Sem dúvida, um alívio para torcida, pois na hora da confirmação da aprovação houve comemoração com fogos de artificio em frente à sede social.

Também nas redes sociais do clube houve demonstração de felicidade total da torcida, parabenizando o presidente Souza e dando um sinal de que a decisão pode ter efeito no clássico de amanhã, com expectativa de mais de 15 mil torcedores na Arena das Dunas para a final do Campeonato Potiguar contra o ABC.