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Saiba mais sobre o IBS, novo imposto previsto na reforma tributária

 

A reforma tributária que será promulgada nesta quarta-feira (20) estabelece parâmetros para a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que vai unificar o ICMS e o ISS. O objetivo da proposta (PEC 45/19) ao criar o IBS é simplificar o sistema tributário e evitar distorções presentes no regime atual.

De acordo com o texto aprovado, do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o IBS terá uma única legislação válida para todo o País, não integrará sua própria base de cálculo e não será objeto de incentivos e benefícios, exceto os regimes diferenciados previstos na reforma.

O IBS será não cumulativo, compensando-se o imposto devido com o crédito obtido na compra de bens e serviços necessários à atividade da empresa; não incidirá sobre as exportações, assegurado ao exportador a manutenção dos créditos e seu ressarcimento; e incidirá nas importações.

Alíquotas
Cada estado e município poderá ter sua própria alíquota, mas uma alíquota de referência fixada pelo Senado será o patamar mínimo para viabilizar a transição de rateio da arrecadação até 2077.

Até essa data, nenhum ente federativo poderá fixar alíquota própria em substituição se for menor que a de referência.

Arrecadação
O texto estabelece que qualquer mudança na legislação que impacte a arrecadação do IBS deverá ser compensada pela elevação ou redução da alíquota de referência pelo Senado Federal a fim de preservar a arrecadação dos entes federativos.

Cashback
Com o objetivo de reduzir desigualdades de renda, a reforma tributária prevê um mecanismo de devolução a pessoas físicas do IBS e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Esse mecanismo de cashback também será detalhado em lei, inclusive os limites e beneficiários.

A devolução do imposto não será considerada na base de cálculo de vinculações constitucionais para saúde e educação, por exemplo, tampouco na repartição de estados para municípios, ou mesmo no conceito de receita corrente líquida no caso da União.

No entanto, o texto determina que o cashback do IBS será obrigatório nas operações de fornecimento de energia elétrica e de gás de cozinha ao consumidor de baixa renda, permitindo à lei complementar determinar seu cálculo e concessão no momento da cobrança.

Integração
Em relação ao IBS, a proposta prevê o exercício conjunto de certas competências administrativas de estados e municípios por meio de representantes no Comitê Gestor, ao qual caberá uniformizar a interpretação e a aplicação da legislação do imposto.

Caberá ao comitê arrecadar o IBS e, em acordo com a União, poderão ser implantadas soluções integradas para a cobrança e administração dos dois tributos: IBS e CBS.

Composição
A instância máxima de deliberação terá representantes de todos os estados e do Distrito Federal e outros 27 membros representando o conjunto de municípios e o Distrito Federal, devido à sua competência acumulada quanto a tributos estaduais e municipais.

Os integrantes que representarão os municípios serão escolhidos por eleição, sendo 14 deles com base nos votos de cada município, com valor igual para todos; e outros 13 com base nos votos dos municípios ponderados pelas respectivas populações. Já o presidente do Comitê Gestor deverá ter conhecimentos notórios de administração tributária.

As deliberações dependerão, cumulativamente, dos votos da:

  • maioria absoluta dos representantes dos estados e do voto de seus representantes que correspondam a mais de 50% da população do País;
  • maioria absoluta dos representantes dos municípios.
    Esse órgão será financiado por percentual do produto da arrecadação do imposto destinado a cada ente federativo e funcionará como entidade pública sob regime especial, com independência técnica, administrativa, orçamentária e financeira.

No entanto, para sua instalação a União entrará com o custeio, a ser posteriormente ressarcido.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Maioria dos deputados do RN foi favorável à Reforma Tributária

 

A maioria dos deputados potiguares votou favorável ao texto da Reforma Tributária (PEC 45/19), aprovada na Câmara dos deputados na última sexta-feira (15), mas nem todos se pronunciaram após a votação. As críticas ficaram para membros de Oposição ao Governo Lula, que conseguiram retirar do texto o chamado ‘imposto do pecado’ sobre armas e munição.

Votaram “sim” o deputado João Maia (PP), os petistas Natália Bonavides e Fernando Mineiro, além do líder da bancada federal Benes Leocádio (União) e Robinson Faria (PL). Os outros deputados do PL, General Girão e Sargento Gonçalves, foram contrários à matéria. Já o deputado Paulinho Freire (União), esteve ausente, apesar de ter apresentado voto favorável na votação em primeiro turno.

A Reforma Tributária simplifica impostos sobre o consumo, prevê fundos para o desenvolvimento regional e para bancar créditos do ICMS até 2032, além de unificar a legislação dos novos tributos. Foi aprovada em primeiro turno por 371 votos a 121, e em segundo turno por 365 a 118. O texto aprovado é uma mistura entre a versão da Câmara, do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e a versão do Senado, do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Dessa forma, será possível promulgar a proposta sem outra votação. A publicação está prevista para esta quarta (19).

Nenhum dos senadores potiguares se manifestou após a votação da sexta-feira, mas quando o projeto passou por lá, apenas o deputado Rogério Marinho (PL) votou contra, sendo favoráveis Zenaide Maia (PSD) e Styvenson Valentim (Podemos).

Entre os deputados, houve comemoração da parte dos petistas que foram para as redes sociais logo após a sessão na qual o projeto foi aprovado. “Após intenso trabalho, o governo Lula fecha o ano aprovando a reforma tributária que garantirá redução no preço dos alimentos. Seguimos nas lutas para que a justiça tributária avance também no sentido de cobrar mais dos que ganham mais”, declarou a deputada Natália Bonavides em suas redes sociais.

Nem todos estão de acordo. O deputado Sargento Gonçalves (PL) frisou que foi contrário à proposta. “Infelizmente passou. Somos oposição, mas não maioria. Alguns danos foram evitados com a intensa obstrução”, relembrou.

O parlamentar se refere à exclusão do dispositivo que determinava a incidência do imposto seletivo sobre armas e munição, considerada uma derrota para o Governo, imposta pela chamada “Bancada da Bala”. O destaque, que é uma sugestão de alteração no texto, foi apresentado pelo PL, partido de Gonçalves, e foi rejeitado no primeiro turno da votação.

“Conseguimos suprimir o texto que aumentaria o imposto sobre armas e munições, que veio do Senado. Uma vitória para esse seguimento que vem sendo tão atacado por esse desgoverno”, criticou o parlamentar.

Esse também foi o único ponto comemorado pelo General Girão (PL). Ele considerou a supressão desse imposto como uma “vitória para os defensores da liberdade”. “Conseguimos um grande feito na Câmara dos Deputados, evitando a inclusão de um novo imposto sobre armas e munições na proposta de reforma tributária. Essa conquista reflete o compromisso contínuo com os direitos individuais e a segurança”, apontou.

Deu na Tribuna do Norte

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Serviços devem ficar mais caros com reforma tributária de Lula

 

A reforma tributária poderá encarecer os serviços em geral. Sem cadeia produtiva longa, o setor se beneficiará menos de créditos tributários e será tributado com uma alíquota de IVA dual, estimada em 27,5%, mais alta que os atuais 9,25% do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) cobrado sobre empresas com lucro presumido, situação que engloba a maioria das empresas prestadoras de serviço.

Alguns tipos de serviço, no entanto, terão alíquota diminuída em 60%. Na primeira votação, em julho, a Câmara havia concedido a redução para serviços de transporte coletivo, de saúde, de educação, cibernéticos, de segurança da informação e de segurança nacional.

O Senado incluiu na lista os segmentos de comunicação institucional e de eventos. Serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos serão isentos. Os serviços de transporte coletivo intermunicipal e interestadual migraram da alíquota reduzida para regime específico, com impostos a serem definidos apenas após a reforma tributária.

O Senado também incluiu agências de viagem, serviços de saneamento e de telecomunicações em regimes específicos, que preveem sistema de coleta e alíquotas diferenciadas. Os senadores proibiram ainda a incidência do Imposto Seletivo sobre os serviços de energia e de telecomunicações.

Na segunda votação na Câmara, na sexta-feira (15), os deputados retiraram os seguintes segmentos dos regimes específicos: saneamento básico, concessão de rodovias, transporte aéreo, microgeração e minigeração de energia, telecomunicações e bens e serviços “que promovam a economia circular”.

Em audiência na Câmara dos Deputados no fim de junho, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, afirmou que outros elementos deverão compensar as alíquotas mais altas. Primeiramente, ele citou o crescimento econômico decorrente da reforma tributária como fator de geração de empregos e de negócios.

Além da expansão da economia, Appy afirmou que o fim da cumulatividade (tributação em cascata) trará ganhos às empresas de serviços, que poderão usar créditos tributários não aproveitados atualmente. Ele também citou a simplificação do sistema e a redução do litígio e do custo do investimento como fatores que estimularão os serviços. Na cerimônia de instalação da Comissão Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, no último dia 4, o secretário disse que a carga tributária para alguns tipos de serviço cairá de 7% a 13% com a reforma tributária.

Serviços de internet
Assim como para os serviços em geral, as empresas de streaming (exibição de vídeos, filmes e séries) de internet pagarão alíquota maior. O mesmo ocorre com aplicativos de transporte e de entrega de comidas. O Ministério da Fazenda assegura que a redução do preço da energia elétrica compensará esses aumentos, resultando em pouco impacto para o consumidor.

Imposto Seletivo
A reforma tributária institui a possibilidade de criação do Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Na prática, essa tributação atingirá bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos com excesso de açúcar ou de sal.

Assim como o IVA dual, a alíquota do Imposto Seletivo será determinada posteriormente à reforma tributária. Para os cigarros e as bebidas alcoólicas, não deverá haver grandes alterações de preços, porque esses produtos há décadas pagam grandes alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como política de saúde pública.

Para os demais produtos com riscos sanitários e ambientais, o Imposto Seletivo resultará em encarecimento. A inclusão dos agrotóxicos e defensivos agrícolas, no entanto, ainda será discutida em lei complementar. Para facilitar a aprovação da reforma tributária pela bancada ruralista, o governo concordou em excluir do Imposto Seletivo os insumos agrícolas, inclusive os agrotóxicos, que se beneficiam da alíquota de IVA reduzida em 60%.

O Senado tinha incluído o Imposto Seletivo sobre armas e munições, exceto as compradas pela Administração Pública. No entanto, na aprovação do último destaque no segundo turno de votações nesta sexta-feira, a Câmara retirou o tributo sobre esses produtos.

Heranças
Atualmente, as heranças e doações no Brasil pagam Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Cada estado define a alíquota, mas o imposto médio correspondia a 3,86% em 2022, sem progressividade (alíquotas maiores para heranças maiores) na maioria das unidades da Federação.

A reforma tributária estabelecerá que a alíquota será progressiva, para que as famílias mais ricas paguem mais e também permitirá a cobrança sobre heranças e doações vindas de outros países. Para facilitar as negociações, no entanto, o relator Aguinaldo Ribeiro isentou a transmissão para entidades sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos. Uma lei complementar definirá as condições para essas isenções.

Cashback
A reforma prevê a possibilidade de cashback, devolução parcial do IVA dual a mais pobres, a ser definido por meio de lei complementar. Ainda não está claro se o mecanismo abrangerá apenas as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou se abrangerá limite maior de renda, como famílias com renda de até três salários mínimos.

No Senado, o mecanismo foi aperfeiçoado. As famílias mais pobres também receberão cashback na conta de luz e no botijão de gás. Nos dois casos, o ressarcimento ocorreria no momento da cobrança, entrando como desconto na conta de luz ou como abatimento na compra do botijão. Os detalhes serão regulamentados pela lei complementar.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados em março, Appy apresentou sugestões sobre como ocorreria essa devolução. Segundo ele, o cashback poderia ter como base o Cadastro de Pessoa Física (CPF) emitido na nota fiscal, com o valor da compra e a inscrição no Cadastro Único sendo cruzadas para autorizar a devolução.

O secretário citou o exemplo do Rio Grande do Sul, que implementou um sistema de devolução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2021 a famílias inscritas no Cadastro Único com renda de até três salários mínimos, por meio de um cartão de crédito.

Inicialmente, o governo gaúcho devolvia um valor fixo por família e agora começou a devolver por CPF, com base no cruzamento de dados entre o valor da compra e a situação cadastral da família. Em locais remotos, sem acesso à internet, Appy sugeriu um sistema de transferência direta de renda, complementar ao Bolsa Família.

Deu na Agência Brasil

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Reforma tributária será promulgada na próxima semana

 

Por 365 votos a favor, 116 contra e uma abstenção, a Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, o texto-base da reforma tributária sobre o consumo. Os parlamentares votaram dois destaques antes de concluir a sessão. O primeiro manteve o texto original, mas o segundo retirou as armas e munições do imposto seletivo, por 293 votos a favor e 193 contrários.

Como a reforma tributária não sofreu alterações de mérito em relação ao texto aprovado pelo Senado, o Congresso promulgará a emenda constitucional da reforma tributária na próxima semana, anunciou mais cedo o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do Governo na Câmara. Com o fim da votação, o Congresso conclui mais de 30 anos de discussões, após sucessivas propostas que não prosperaram nas últimas décadas.

“Neste momento histórico em que muitos de nós perguntamos se está acontecendo, o parlamento brasileiro entregou um novo sistema tributário. Esse sistema que nós temos está falido há muito tempo. A carga [tributária] é altíssima no país, mas estamos reduzindo porque aumentamos a base de arrecadação. Hoje, quem paga são os que menos têm e mais precisam”, declarou o relator da reforma e líder da maioria na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Deu no Diário do Poder

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Bolsonaro fala em ‘expurgar’ traidores que votaram a favor da reforma tributária

 

Durante evento do PL Mulher, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro reclamou de aliados do Partido Liberal (PL) que ‘se venderam’ ao apoiar a reforma tributária no Congresso.

“Se Jesus tinha 12, um traiu. Nós temos 99, uns dez vão trair também. Mas, lá na frente vamos expurgando essas pessoas”, disse.

Dez é, exatamente, o número de ‘melancias’ -termo utilizado para designar traidores partidários- contado por levantamento recente da oposição na Câmara dos Deputados.

O líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), disse que o número trata de deputados ‘adesistas’ que pensavam que Bolsonaro seria eleito, mas não integram a ala dos leais ao ex-presidente, visando cargos e emendas do atual governo.

Na Câmara e no Senado o PL fez orientação contrária a proposta de reforma tributária apoiada pelo governo Lula. O ex-presidente Bolsonaro tem sido um crítico contumaz da matéria, que contou com forte lobby para estabelecer exceções tributárias.

Essa semana, uma nova reunião da legenda deve ocorrer para deliberar sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) em sua segunda passagem pela Câmara.

A passagem de Bolsonaro por Porto Alegre se encerrou com manifestação, no Parcão, além de parlamentares da ala bolsonarista, o ex-presidente atraiu multidão de apoiadores.

Deu no Diário do Poder

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Ciro Gomes resume reforma tributária de Lula: “Foi apenas um aumento de imposto”

 

Ciro Gomes segue fazendo oposição ao Governo Lula. Nesta quinta-feira (9), divulgou um vídeo afirmando que a reforma tributária do petista Lula não reformou nada. Foi, basicamente, um aumento de imposto que atingiu, principalmente, o setor de serviços.

“Como a nossa newsletter já tinha anunciado em julho deste ano, não está acontecendo reforma tributária! E agora em novembro foi confirmada a farsa. A proposta em discussão visa apenas ajustar um dos impostos sobre consumo, ignorando a urgência de uma tributação progressiva sobre grandes patrimônios e rendas, a principal falha do sistema tributário brasileiro”, afirmou.

A proposta do Governo Lula passou pelo Senado nesta semana, apesar dos alertas feitos pela oposição.

Economia

Reforma Tributária: alíquota de novos tributos deve ficar em até 27,5% e se tornar a maior do mundo; ENTENDA

 

O Senado aprovou nesta quarta-feira (8), em dois turnos, a proposta de reforma tributária que já tramita desde 2019 no Congresso Nacional, após décadas de tentativas frustradas de uma mudança ampla do atual sistema de impostos brasileiro, em vigor desde a Constituição de 1988.

Apoiada pelo governo, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/2019 tem como principal premissa a criação de um sistema de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), modelo já adotado em 174 países. A particularidade brasileira ficará por conta da alíquota, que deve ser a mais elevada do mundo, em torno de 27,5%, segundo estimativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Entre analistas, a projeção chega a até 33,5%.Nos dois turnos de votação, o placar foi o mesmo: 53 votos favoráveis e 24 contrários, nenhuma abstenção foi registrada.

A aprovação da PEC pode ser considerada uma vitória do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem na reforma do sistema de impostos uma de suas prioridades na área econômica. Para conquistar o apoio mínimo – eram necessários pelo menos 49 votos –, no entanto, houve uma série de concessões a parlamentares independentes e de oposição.

Em razão das alterações desde que chegou ao Senado, o texto ainda precisará voltar à apreciação da Câmara dos Deputados, onde versão anterior foi aprovada em julho, antes de poder ser promulgada. O relator da PEC no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), acatou seis emendas de plenário durante a discussão do texto nesta tarde, ampliando as exceções.

Entre as mudanças previstas nas emendas de plenário estão: a inclusão do setor de eventos nas categorias beneficiadas com redução de 60% na alíquota total (emenda 825), apresentada pela vice-líder do governo, Daniella Ribeiro (PSD-PB); e a possibilidade de equiparar a remuneração dos servidores de “servidores de carreira das administrações tributárias” municipais e estaduais com o que é recebido por servidores da União (emenda 807).

Com uma grande modificação no atual modelo de tributaçãosobre o consumo de bens e serviços, a PEC trata-se, na verdade, da primeiraetapa de uma modernização do arcabouço tributário brasileiro. O Executivo aindapretende encaminhar, a partir de 2024, uma reforma na tributação sobre renda epatrimônio.

Pela proposta, serão extintos os atuais ICMS, ISS, PIS,Cofins e IPI. No lugar, entram a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), decompetência da União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), cujaresponsabilidade será compartilhada entre estados e municípios. Juntos os dois tributoscomporão um sistema de IVA “dual”, tendo mesmos fatores geradores e bases decálculo.

Os impostos também obedecerão aos princípios de não cumulatividade(cobrança em uma única etapa da cadeia de produção) e de recolhimento nodestino, de modo a acabar com a “guerra fiscal” promovida pelos estados paraatrair investimentos. A legislação do IBS será única para todo o Brasil,acabando com as milhares de leis que regem os atuais impostos sobre bens eserviços em cada município e cada unidade federativa do país.

Cada tributo terá um período de transição diferente, com a vigência integral do novo modelo para o contribuinte e o consumidor alcançada em 2033. As regras para a distribuição do IBS entre estados e municípios, no entanto, terão um período de transição maior, de 50 anos.Na discussão dos destaques do primeiro turno de votação, a emenda 804 que prevê a criação do Fundo de Sustentabilidade dos Estados da Amazônia Ocidental e do Amapá – que inclui Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima – foi aprovada após um acordo de redação feito no plenário. Os valores para o novo fundo, voltado para o desenvolvimento da região, serão definidos por meio de uma lei complementar. Os demais destaques foram rejeitados, incluindo a emenda 806, apresentada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que previa um teto de 25% no Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Exceções devem aumentar alíquota padrão

A ideia original da reforma era simplificar a tributaçãosobre consumo, extinguindo ou reduzindo ao máximo a quantidade de isenções ou benefíciostributários concedidos a determinados áreas da economia.

A pressão de representantes de diversos setores, no entanto, fez crescer a cada etapa da tramitação da PEC a lista de exceções, o que deve fazer com que a alíquota padrão de IBS e CBS aumente, afetando diretamente setores que não entraram na lista de beneficiados.

O agronegócio e prestadores de serviço em geral, por exemplo, devem ter aumento de carga tributária ao fim a transição para o novo modelo. O porcentual que será cobrado de cada um dos impostos ainda será definido posteriormente à promulgação da emenda constitucional por meio de lei complementar.

A lista de categorias beneficiadas com redução de 60% na alíquotatotal inclui serviços de saúde e educação, dispositivos médicos, medicamentos, produtosvoltados à saúde menstrual, transporte coletivo, alimentos, produtos de higienepessoal, insumos agropecuários, produções artísticas, entre outros.

Profissionais liberais submetidos a conselho federal, como médicos, advogados, contadores e engenheiros também terão desconto, porém de 30%, sobre a tributação. Já incentivos a montadoras de automóveis instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste serão prorrogados.

Outros itens ficarão isentos dos impostos, como os que compõema cesta básica; dispositivos médicos no caso de aquisição pela administraçãopública; serviços de educação de ensino superior nos termos do ProgramaUniversidade para Todos (Prouni) e os prestados por entidades de inovação,ciência e tecnologia (ICTs) sem fins lucrativos.

Há ainda a previsão de regimes especiais de tributação paradeterminados setores. Combustíveis e lubrificantes, por exemplo, terãoincidência do imposto uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade. Poderáhaver alíquotas diferenciadas por produto, mas elas deverão ser uniformes emtodo o país.

Outros setores que terão tributação diferenciada incluemserviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de saúde e concursosde prognósticos; cooperativas; hotelaria, parques de diversão e temáticos,agências de viagens e turismo, bares e restaurantes e aviação regional; operaçõesalcançadas por tratado ou convenção internacional; serviços de saneamento econcessão de rodovias; entre outras.

Para manter a neutralidade da reforma, ou seja, evitar o aumento de carga tributária total, o relator da PEC no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM) inseriu no texto um dispositivo que obriga a redução das alíquotas da CBS em 2030 se as receitas com o tributo medida em 2027 e 2028 na proporção do Produto Interno Bruto (PIB) forem maiores que do que a média da arrecadação com PIS/Pasep, Cofins e IPI de 2012 a 2021.

Em 2035, haverá outro período de reavaliação, em que todos os tributos criados pela PEC poderão ser reduzidos se a receita medida entre 2029 e 2033 for maior que a média da arrecadação, entre 2012 e 2021, dos impostos extintos. Ambos os cálculos levarão em consideração o PIB.

Imposto seletivo e cashback

O texto prevê ainda a criação de um Imposto Seletivo (IS),de caráter regulatório e natureza extrafiscal, voltado a desestimular o consumode determinados produtos ou serviços considerados prejudiciais à saúde ou aomeio ambiente. O rol de produtos que devem ser sobretaxados, no entanto, ainda deveser definido por lei complementar.

 

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Entenda como a reforma tributária terá impacto no seu dia a dia

 

O texto da reforma tributária foi aprovado por 53 votos a 24 votos nesta quarta-feira, 8, no plenário do Senado, conforme mostrou o site da Jovem Pan. O texto-base apresentado pelo relator da proposta senador Eduardo Braga (MDB-AM) já havia sido aprovado na terça-feira, 7, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por 20 votos a 6 – os cinco destaques apreciados foram rejeitados.

Na atual tributação brasileira existem três impostos federais (IPI, PIS e Cofins), um estadual (ICMS) e um municipal (ISS). Com a reforma, os cinco impostos dariam lugar a dois Impostos sobre Valor Agregado (IVA), também chamados de IVA Dual. O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) substituirá o ICMS e o ISS; a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) unificará os tributos federais IPI, PIS, Cofins.

Atualmente, o imposto é cobrado na origem do produto, mas, com a aprovação da PEC, ele será cobrado no local de consumo do bem ou serviço, com a desoneração de exportações e investimentos. Além dessas novas tributações, outro pronto que ganha destaque com a aprovação da reforma tributária é o Imposto Seletivo, que ficou conhecido durante a tramitação do texto como “Imposto do Pecado“. Esta tributação incidirá sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços que possam ser prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente como, por exemplo, cigarros e bebidas alcoólicas. O Imposto Seletivo também poderá incidir sobre armas e munições (exceto quando esses itens forem destinados à administração pública).

Veja o que muda no dia a dia com a aprovação da reforma tributária:

  • De acordo com o governo federal,  a PEC não aumentará a carga tributária total. Alguns bens e serviços devem ter os impostos reduzidos ou zerados, enquanto outros podem aumentar;
  • O Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional será criado juntamente com a reforma tributária. Por meio dele, haverá a distribuição de recursos mediante critérios para reduzir as desigualdades regionais e para estimular a geração de emprego em renda. Ele está sendo criado para compensar a perda de incentivos tributários concedidos pelos Estados para atrair empresas para suas regiões. O relator da reforma ampliou o fundo para R$60 bilhões;
  • A reforma cria dois tipos de cesta básica. A primeira, chamada de cesta básica social, possuirá alíquota zero com produtos de primeira necessidade, contemplando entre 30 e 35 produtos, ainda não definidos. A segunda, chamada de cesta básica estendida, terá a cobrança de uma alíquota reduzida de 40% em relação à alíquota padrão, com mecanismo de cashback na devolução do imposto para famílias inscritas no Cadastro Único de assistência social (CadÚnico);
  • O cashback devolverá parte do imposto já pago para a população de baixa renda em itens como conta de luz e botijão de gás;
  • Os defensores da reforma argumentam que ela trará mais transparência para o consumidor, que conseguirá visualizar de forma clara o quanto está pagando em imposto em cada produto ou serviço.

Informação da Jovem Pan

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Saiba como votou cada senador do RN na Reforma Tributária

 

A reforma tributária foi aprovada em primeiro turno e segundo turno no Senado, na noite desta quarta-feira (8). Foram 53 votos a favor e 24 contra nos dois turnos. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a aprovação exigia voto favorável de três quintos dos parlamentares, ou seja, pelo menos 49 votos.

Os senadores Styvenson Valentim (Podemos) e Zenaide Maia (PSD) votaram a favor da reforma, enquanto o senador Rogerio Marinho (PL) se posicionou contra. Veja demais votos.

A favor: 53 votos

Alan Rick (União)

Marcio Bittar (União)

Sérgio Petecão (PSD)

Fernando Farias (MDB)

Renan Calheiros (MDB)

Rodrigo Cunha (Podemos)

Davi Alcolumbre (União)

Lucas Barreto (PSD)

Randolfe Rodrigues (Rede)

Eduardo Braga (MDB)

Omar Aziz (PSD)

Plínio Valério (PSDB)

Angelo Coronel (PSD)

Jaques Wagner (PT)

Otto Alencar (PSD)

Augusta Brito (PT)

Leila Barros (PDT)

Fabiano Contarato (PT)

Jorge Kajuru (PSB)

Vanderlan Cardoso (PSD)

Ana Paula Lobato (PSB)

Eliziane Gama (PSD)

Weverton (PDT)

Jayme Campos (União)

Margareth Buzetti (PSD)
Carlos Viana (Podemos)

Nelsinho Trad (PSD)

Beto Faro (PT)

Jader Barbalho (MDB)

Zequinha Marinho (Podemos)

Daniella Ribeiro (PSD)

Efraim Filho (União)

Veneziano Vital ddo Rêgo (MDB)

Fernando Dueire (MDB)

Humberto Costa (PT)

Teresa Leitão (PT)

Ciro Nogueira (PP)

Jussara Lima(PSD)

Marcelo Castro (MDB)

Flávio Arns (PSB)

Confúcio Moura (MDB)

Chico Rodrigues (PSB)

Paulo Paim (PT)

Ivete da Silveira (MDB)

Alessandro Vieira (MDB)

Laércio Oliveira (PP)

Rogério Carvalho (PT)

Giordano (MDB)
Mara Gabrilli (PSD)

Eduardo Gomes (PL)

Professora Dorinha Seabra (União)

Contra: 24 senadores

Eduardo Girão (Novo)

Damares Alves (Republicanos)

Izalci Lucas (PSDB)

Magno Malta (PL)

Marcos do Val (Podemos)

Wilder Morais (PL)

Wellington Fagundes (PL)

Cleitinho (Republicanos)

Soraya Thronicke (Podemos)

Tereza Cristina (PP)

Oriovisto Guimarães (Podemos)

Sergio Moro (União)

Carlos Portinho (PL)

Flávio Bolsonaro (PL)

Romário (PL)

Jaime Bagattoli (PL)

Dr. Hiran (PP)

Mecias de Jesus (Republicanos)

Hamilton Mourão (Republicanos)

Luis Carlos Heinze (PP)

Esperidião Amin (PP)

Jorge Seif (PL)

Astronauta Marcos Pontes (PL)