Economia

Lucro da Petrobras dispara no 1º trimestre e atinge R$ 44,5 bilhões

 

A disparada nas cotações do petróleo, acentuada após a invasão da Ucrânia pela Rússia, turbinou os resultados financeiros da Petrobras no primeiro trimestre. A estatal teve lucro líquido de R$ 44,561 bilhões no período, um salto de 3.718% frente ao igual período de 2021. A receita total, incluindo de vendas de combustíveis no mercado nacional às exportações de petróleo, somou R$ 141,641 bilhões, 64,4% a mais do que no primeiro trimestre de 2021.

A Petrobras também informou que pagou quase R$ 70 bilhões em impostos, royalties e participações governamentais nos primeiros três meses do ano – e que pagará R$ 48,5 bilhões em dividendos (a parte do lucro que cabe aos acionistas), referentes tanto a valores remanescentes do lucro de 2021 quanto a uma antecipação da remuneração de 2022. O pagamento é antecipado porque, pela legislação, poderia ser feito só em 2023, quando os resultados deste ano serão fechados. A estatal informou que os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais em junho e julho. Além da União, em torno de 700 mil acionistas brasileiros receberão os valores.

A companhia informou que o a distribuição dos lucros está alinhada à política de remuneração aos acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras poderá direcionar para os detentores de ações 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos). Além disso, a política prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada.

Em nota, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, disse que, “por anos”, a companhia deixou de pagar dividendos para União e demais acionistas e “praticou investimentos que não geraram resultados”. “Agora vivemos uma nova realidade, com foco em eficiência.” Nos comentários sobre os resultados, a companhia afirma que as receitas cresceram no primeiro trimestre devido a uma alta de 27% nas cotações do petróleo tipo Brent, ao aumento das exportações e das vendas da matéria-prima bruta – agora que a Petrobras fornece para uma refinaria privada, com a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, concluída em 30 de novembro de 2021.

Bolsonaro vê rentabilidade abusiva

Pouco antes da divulgação do resultado da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro fez apelos para que a empresa não volte a aumentar o preço dos combustíveis no Brasil. Aos gritos, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente afirmou que os lucros registrados recentemente pela empresa são “um estupro”, beneficiam estrangeiros e quem paga a conta é a população brasileira. Contudo, ele descartou interferir na companhia. “Se tiver mais um aumento (nos preços dos combustíveis), pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende, ou não quer entender. A gente sabe que têm leis. Mas a gente apela para a Petrobras que não aumente os preços”, disse Bolsonaro, que também chamou o lucro da estatal de “abusivo” e o classificou como “crime”. “Se aumentar de novo o preço dos combustíveis, o nome da Petrobras vai para a lama”, acrescentou.
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Bolsonaro diz que lucro da Petrobras durante a crise é ‘estupro’ e aumento do combustível vai ‘quebrar o Brasil’

 

O presidenteJair Bolsonaro (PL) subiu o tom com a Petrobras durante uma live nesta quinta-feira, 5, e afirmou que o lucro da estatal durante a crise é “um estupro”. “Eu não posso entender a Petrobras faturar horrores durante a crise da pandemia e agora guerra lá fora. O lucro da Petrobras é maior com a crise. Isso é um crime, é inadmissível.

Eu posso estar equivocado, mas não consigo entender. Quem paga a conta desse lucro é a população brasileira”, declarou. “O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem aumentar mais o preço dos combustíveis”, acrescentou. Bolsonaro também reafirmou que não vai interferir na estatal e disse que um eventual reajuste no valor dos combustíveis pode quebrar o Brasil.

“Muitas petroleiras mundo afora reduziram o preço, abaixaram a margem de lucro. Para que isso? Para ajudar o país a não quebrar. Mais um aumento de combustível pode quebrar o Brasil, e o pessoal da Petrobras não entende ou não quer entender. Só estão de olho no lucro”, ressaltou. “A gente apela para a Petrobras, não reajuste os preços dos combustíveis. Vocês estão num lucro absurdo. Se continuar tendo lucro dessa forma e aumentando o preço, vai quebrar o Brasil”, completou Bolsonaro.

Deu na Jovem Pan

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Bolsonaro encontra Guedes e outros ministros para debater preço dos combustíveis

 

Em meio às discussões dentro do governo sobre qual a fórmula a ser adotada para evitar o repasse do salto do petróleo no mercado internacional às bombas de combustíveis no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar sua agenda desta quarta-feira (9) em Duque de Caxias (RJ) para ficar em Brasília e convocou reunião para as 11h no Palácio do Planalto com pesos-pesados da Esplanada.

De acordo com a agenda oficial do presidente, divulgada no final da noite de terça-feira, estarão na reunião os ministros Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Ciro Nogueira (Casa Civil). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também deve participar, informa o governo, mas o compromisso ainda não consta da agenda do chefe da autoridade monetária.
O cancelamento de agenda em Duque de Caxias foi confirmado pela Secretaria Especial de Comunicação (Secom) do governo ao Broadcast Político, mas ainda não havia sido oficializado pelo Planalto até o fim da noite de terça. Bolsonaro iria ao município fluminense realizar entrega de aparelhos auditivos.
Inesperada nos bastidores do Executivo, a mudança repentina de planos ocorre após Guedes, Ciro e Bento não chegarem a consenso em reunião desta terça sobre qual é a melhor forma de evitar um reajuste acentuado nos preços dos combustíveis. Enquanto a ala política segue em defesa de um subsídio temporário, a Economia prefere mudanças estruturais na tributação, como rever a cobrança de ICMS por Estados.
Fiel da balança em casos de divergências na Esplanada, Bolsonaro não participou da agenda desta terça com os ministros, apesar de a questão dos combustíveis ser considerada um grande problema para o governo. No mesmo horário, o presidente estava reunido com lideranças evangélicas no Palácio da Alvorada.
Até o momento, todas as opções seguem sobre a mesa, de acordo com técnicos e ministros que participaram das tratativas ocorridas mais cedo. O petróleo está em escalada no exterior por conta da guerra na Ucrânia e das sanções econômicas aplicadas à Rússia.
Nesta semana, Bolsonaro reiterou críticas à política de preços da Petrobras, que firma paridade entre reajustes do petróleo no mercado internacional e alterações de preço nos combustíveis no País.
Estadão Conteúdo