Esporte

Arena das Dunas já inicia adaptações para volta dos torcedores ao estádio

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A pandemia de coronavírus está sendo controlada, mas passou a provocar um efeito sensível para os clubes e que está se refletindo no valor dos ingressos para os jogos. O torcedor que passou 18 meses afastado das praças esportivas potiguares, terá de gastar mais para acompanhar as partidas do seu clube. O primeiro grande exemplo desse novo tempo será o confronto entre América x Moto Club-MA, pela terceira fase da Série D, onde os valores cobrados para o setor Premium é de R$ 200 e para o setor leste inferior será de R$ 100. Os valores terão desconto de 50% para idosos, estudantes e o torcedor que apresentar um bilhete do próximo sorteio da Timemania, tendo o Alvirrubro como clube de coração.

O diretor de marketing do América, Antônio Neto, reconhece que o custo do futebol aumentou muito para os torcedores, mas destaca que como o aparato de controle exigido vai passar para o borderô da partida, não há como o América não repassar esses custos para os ingressos. Na temporada de 2019, o torcedor chegou a pagar R$ 15 reais para os jogos do Brasileirão.
“O futebol está tendo de se adaptar aos novos tempos depois dessa pandemia. As exigências de segurança para abrir o estádio para o público passaram a ser grandes demais e isso acaba se refletindo no valor dos ingressos. De nossa parte, estamos fazendo o máximo para deixar os valores num preço acessível, só que não temos como arcar com os aumentos de gastos sozinhos. Isso não é só aqui, está ocorrendo em todas as praças que foram reabertas para o público, os únicos que estarão livres dessa majoração no preços dos ingressos serão os sócios e os sócios torcedores do América, que possuem o direito ao livre acesso e por portões exclusivos”, afirmou Neto.
   Com apenas um terço da arena liberada para o público, o trabalho de isolamento dos locais que não poderão ser comercializados já iniciou. Apesar de todo o aparato de segurança montado, para que nada fuja, o presidente do América, Ricardo Valério, pede a colaboração do torcedor, uma vez que a partida na Arena das Dunas será uma das primeiras abertas ao público, após a liberação da CBF e haverá um foco muito grande na praça esportiva, que já abrigou jogos da seleção brasileira e da Copa do Mundo.
“Todos já estão habituados a conviver dentro das normas de segurança para evitar a propagação da convid, então solicito ao nosso torcedor para cumprir todas essas normas dentro da Arena das Dunas. Não será permitido a ninguém ficar sem a máscara e muito menos a realização de qualquer tipo de aglomeração. Essa partida tem de servir de exemplo para que as autoridades não voltem a encarar o futebol como uma atividade de risco. A espera já foi muito longa e precisamos contar com o apoio de todos”, destacou Ricardo Valério.
O gerente de operações da Arena das Dunas, Matheus Gurgel, explicou que o esquema montado para que não haja uma aglomeração grande pessoas no entorno da praça esportiva, será semelhante ao da Copa do Mundo, só terão acesso à área aqueles que estiverem munidos do ingresso nominal com o documento de identificação.
“Temos uma preocupação grande com a questão da aglomeração, sabemos que o torcedor é habituado a chegar em cima da hora do espetáculo e pedimos que ele antecipe um pouco essa chegada. Os portões estarão abertos duas horas antes da partida e quero lembrar que haverá um grande serviço de checagem. Poderemos vencer um total de 9.437 ingressos, mas optamos por só abrir a venda de um setor, quando a do anterior já estiver esgotada. Todos os portões desses setores liberados estarão abertos para que o torcedor tenha acesso as arquibancadas”, destacou.
Não será permitido o acesso de crianças menores de 12 anos, bem como a venda direta de bebidas nos bares. Pensando em evitar aglomerações, os locatários poderão disponibilizar equipes de vendedores ambulantes para atender ao público. O piso dos banheiros será sinalizado indicando a distância mínima entre os usuários, assim como o das filas nas catracas de acesso a Arena das Dunas. O torcedor poderá ter acesso a praça esportiva até o final do primeiro tempo da partida entre América x Moto Club.
“Nós estamos imaginando que a troca do voucher pelos ingressos seja realizada até o final do expediente do sábado para que domingo não exista nem sinais de torcedores atrasados nessa área externa da Arena das Dunas. Não podemos ter fluxo dessa demanda no dia do jogo. É importante salientar que o pessoal chegue cedo, pois vai ocorrer esse contato com a segurança antes da liberação do acesso”, frisou Antônio Neto.
Informações da Tribuna do Norte
Política

Primeiro Ministro Boris Johnson disse estar “Encantado”, após encontro com Bolsonaro

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A imprensa britânica noticiou nesta segunda-feira (20) que o primeiro-ministro do Reino Unido,Boris Johnson, disse que ficou encantado ao conhecer o presidente Jair Bolsonaro. Eles se encontraram durante a manhã em Nova York, onde participarão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Eles conversaram sobre a Covid-19, e Bolsonaro disse ter desenvolvido uma imunidade “excelente” à doença. Johnson, por sua vez, disse que já teve Covid-19duas vezes, ao que Bolsonaro apontou para si próprio e fez um sinal de negativo, afirmando, por meio de um intérprete, que ainda não contraiu o vírus, pouco antes de rir. Boris também comentou sobre as vacinas e elogiou um imunizante em particular.

“AstraZeneca é uma ótima vacina. Eu tomei a AstraZeneca”, disse o primeiro-ministro britânico. Continua depois da publicidade

Johnson reforçou o apoio ao imunizante quando a imprensa foi conduzida para fora da sala. Na ocasião, Johnson recomendou: “Tomem as vacinas AstraZeneca”.

Outra pauta da conversa dos chefes de Estado foram as mudanças climáticas. O presidente brasileiro foi elogiado pelo compromisso que o país assumiu de acabar com o desmatamento ilegal até o ano de 2030.

Saúde

Piora a saúde mental de 38% dos brasileiros na Pandemia

Foto: Reprodução

Mais uma notícia desanimadora. Quase 4 em 10 brasileiros tiveram piora na saúde mental durante o período da pandemia de covid-19. Segundo pesquisa PoderData realizada de 13 a 15 de setembro de 2021, são 38% os que dizem estar em uma situação pior do que no início da pandemia. Outros 43% relatam estar na mesma situação e 16% consideram ter melhorado.

É a 1ª vez que o PoderData faz este levantamento. O resultado vem durante a campanha Setembro Amarelo, organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina com o objetivo de conscientizar e prevenir suicídios. Em 10 de setembro, celebrou-se o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Segundo do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021 (íntegra – 12 MB), o Brasil registrou 35 suicídios por dia em 2020, ano da pandemia. Foram 12.895 mortes por suicídio registradas no ano, ante 12.745 mortes do tipo contabilizadas em 2019.

Esta pesquisa foi realizada no período de 13 a 15 de setembro de 2021 pelo PoderData, a divisão de estudos estatísticos do Poder360. Foram 2.500 entrevistas em 411 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

DESTAQUES DEMOGRÁFICOS

Os grupos demográficos que mais dizem que a saúde mental piorou na pandemia são os jovens de 16 a 24 anos (53%) e os que cursaram ensino superior (55%). A resposta é menos frequente entre os que estudaram até o ensino fundamental (29%).

O percentual dos que dizem que a saúde mental piorou fica acima dos que dizem que melhorou em todos os recortes demográficos. Leia abaixo os recortes por sexo, idade, região e nível de instrução.

Informações do Poder 360

Saúde

Após internação por covid-19, pacientes enfrentam distúrbios de sono

Inauguração do
primeiro hospital de campanha da rede estadual.
Foto: Mauricio Bazilio

Pesquisadores do Instituto do Sono apontam que pacientes internados com covid-19 podem apresentar distúrbios do sono como manifestação de estresse pós-traumático. Durante o período de internação, é comum a piora na qualidade de sono decorrente do atendimento médico em horários diversos, barulho e iluminação excessiva. E, após o retorno para casa, são relatados casos de pesadelos e dificuldades para retomar um sono sem fragmentação.

“O ciclo circadiano [espécie de relógio interno controlado pela luz] está interrompido, então manter um horário de dormir e acordar é fundamental para que ele possa ter melhora na recuperação”, aponta Priscila Kalil Morelhão, pesquisadora do Instituto do Sono. A definição de um horário para deitar faz parte do que se conhece como “higiene do sono”, que envolve uma série de regras para garantir uma noite reparadora.

“O sono é um comportamento essencial para a nossa vida. A gente precisa dormir para que os reparos musculares e reparos na memória ocorram. Se eu não tenho uma boa qualidade do sono, o meu sistema musculoesquelético pode ser afetado, pode ser, não necessariamente é, por atrofias musculares, além de questões como mau humor, ansiedade e depressão”, explica Priscila. Ela destaca que a boa qualidade do sono é fundamental para a recuperação completa de paciente que tiveram covid-19.

A pesquisadora orienta que o ideal é buscar ajuda profissional para que sejam avaliadas as medidas necessárias em cada caso, mas algumas ações podem ajudar pacientes que já estejam num estágio de maior autonomia. Além de ter horário regular para deitar e acordar, é importante evitar estimulantes a partir do fim da tarde, como café. Atividades físicas também podem ajudar na regulação do sono. “Nós recomendamos não fazer essas atividades próximo do horário de dormir, porque pode ter aumento da adrenalina.”

A ingestão de bebidas alcóolicas também impactam na fragmentação do sono. Não é recomendado ainda o uso de eletrônicos, como televisão e celular, antes de dormir. “Todas essas medidas são importantes para que ele possa ter uma melhora da qualidade do sono e consequentemente uma melhor recuperação”, afirma a pesquisadora.

Em paralelo a essas medidas, profissionais de fisioterapia podem avaliar a necessidade de exercícios motores e cardiorrespiratórios.

O Instituto do Sono sistematizou alguns exercícios que podem ajudar pessoas com dificuldade no sono. Após receber orientação de um profissional, para agilizar o processo de recuperação, o paciente poderá realizar exercícios em casa duas vezes ao dia.

“A pessoa deve começar de forma lenta, bebendo água no intervalo dos exercícios e aumentando a intensidade à medida que sentir mais confiança. Os exercícios devem ser suspensos em caso de febre, palpitações, dor de cabeça e coração acelerado”, alerta o instituto.

 

Exercício de respiração

Respire suavemente, usando o mínimo de esforço possível;

Inspire pelo nariz e expire pela boca, franzindo os lábios como se fosse apagar uma vela;

Tente liberar qualquer tensão em seu corpo a cada expiração;

Gradualmente tente respirar mais lentamente e fechar os olhos para se concentrar na respiração e relaxar.

 

Exercícios motores

Deite-se de lado na cama, dobre a perna de baixo e mantenha a perna de cima esticada;

Levante a perna esticada em direção ao teto;

Abaixe lentamente a perna em direção à cama. Se achar que é muito fácil, segure a perna para cima por 10 segundos.

 

Sentar e levantar

Sentar e levantar 5 vezes de uma cadeira.

 

Fortalecimento de ombro

Sente-se reto em uma cadeira ou fique de pé com os braços ao lado do corpo;

Levante o braço lateralmente até a altura do ombro e lentamente de volta ao seu lado;

Se achar que é muito fácil, segure um peso em suas mãos.

 

Exercícios de perna em pé

Fique de pé com os pés juntos, segurando uma cadeira firme para se apoiar;

Levante a perna de fora para o lado e retorne lentamente à posição inicial;

Repita o exercício levantando a perna para trás ou elevando o joelho para a frente.  Se achar que é muito fácil, repita os movimentos sem segurar na cadeira.

 

FONTE: Agência Brasil

Saúde

Portugal relaxa nesta segunda (13) o uso de máscaras ao ar livre

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Finalmente uma boa notícia. Depois de quase um ano, esta segunda-feira (13), marca o primeiro dia sem a obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre em Portugal. O país está prestes a se tornar o “mais vacinado do mundo”, de acordo com o observatório Our World in Data, da Universidade de Oxford, o que tem favorecido o alívio de certas medidas de combate à pandemia de Covid-19.

Foram exatamente 318 dias de obrigatoriedade desde a aprovação da lei, em 28 de outubro do ano passado, que veio sendo sucessivamente renovada. Agora, com o cenário da pandemia mais controlado e a vacinação a todo vapor, a Direção-Geral da Saúde (DGS), órgão responsável pelas regulamentações na área em Portugal, afirma que vai readequar as orientações, mantendo apenas a recomendação do uso opcional de máscaras ao ar livre em “situações especiais, nomeadamente aglomerados previsíveis ou potenciais de pessoas, contextos específicos e situações clínicas particulares”, diz a nota enviada à imprensa.

A máscara segue sendo obrigatória dentro dos transportes coletivos – como ônibus e metrô – e no interior de órgãos públicos, supermercados, centros comerciais, lojas, cabeleireiros e restaurantes. Nas escolas, o uso é compulsório para educadores e alunos a partir dos 10 anos de idade.

O alívio desta restrição ao ar livre chega junto com o sucesso da vacinação em Portugal. De acordo com os dados do observatório Our World in Data, o país é, neste momento, o segundo do mundo com maior número de pessoas vacinadas com pelo menos uma dose: uma taxa de 87%, atrás apenas dos Emirados Árabes, que tem 89%. No entanto, Portugal já é o campeão da imunização completa, com 80%, enquanto os Emirados Árabes contam com 78% de seus cidadãos duplamente vacinados.

Com o excelente ritmo de imunização que o país conseguiu alcançar, em breve deve assumir a liderança total no ranking. De acordo com a DGS, de 30 de agosto a 5 de setembro, Portugal administrou mais de 500 mil doses de vacinas contra a Covid-19. Desse total, duas em cada três foram segundas doses aplicadas em jovens entre 12 e 24 anos.

Residente em Portugal há três anos, a brasileira Luciana Bianchi comemora. “Tomei as duas doses aqui e o que eu percebi é que foi uma evolução. O processo de vacinação em Portugal foi sendo aperfeiçoado, modificado de acordo com as necessidades e até com o comportamento da própria pandemia, das novas variantes. Então considero que foi um sucesso. Hoje, a situação que nós estamos vivendo é reflexo da adesão das pessoas à vacinação e da velocidade como tudo aconteceu”, conta à RFI.

No momento, a meta do governo é completar o ciclo de imunização nos adolescentes. O país tem três milhões de doses estocadas, o que é mais do que o necessário para atingir a vacinação em massa.

Informações do G1

Saúde

Covid-19 : Fim da pandemia depende do avanço da Delta e da Vacinação

Futuro da pandemia depende do controle da variante Delta e do ritmo da vacinação
Foto: Pixabay

Mesmo com a evolução da vacinação no Brasil, com mais de 56% da população com a primeira dose e 25% com a segunda, o futuro da pandemia por aqui segue incerto. Profissionais da saúde e pesquisadores apontam alguns fatores que causam o clima de dúvidas.

O mais relevante deles são os efeitos que a variante Delta causam no controle da circulação do vírus, no número de novos casos e de óbitos, e como será sua atuação entre não-vacinados.

A cepa que foi registrada pela primeira vez na Índia é mais transmissível que o vírus original e, baseado em dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), tem a possibilidade de se propagar pelo país mais rapidamente do que a Gama, vírus que surgiu no Amazonas e causou o colapso da saúde de Manaus no começo do ano.

Segundo Raquel Stucchi, infectologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a mutação do vírus tem atingido fortemente os não-vacinados. “Pode ter uma mudança de perfil aqui e no mundo. Por exemplo, nos EUA, mesmo com todas as campanhas e até a oferta de dinheiro para as pessoas se vacinarem, eles seguem com 50% de vacinados. Os casos estão acontecendo predominantemente nas pessoas não-vacinadas. Na hora que aumenta o número de casos na população, aumentamos o número de casos também nas crianças, que não têm previsão ainda de serem imunizadas”, alerta a médica.

“Além disso, ainda não sabemos, mas é possível que a Delta cause uma proporção de casos assintomáticos ainda maior nas crianças. Ainda não temos dados científicos concretos sobre isso, mas é possível”, acrescenta ela.

Imunização completa

A alto número de pessoas que não terminaram o esquema vacinal também é determinante para os próximos passos da crise sanitária no país. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 7 milhões de brasileiros não voltaram para receber a segunda dose dos imunizantes. O que não garante a proteção mais eficaz das vacinas.

“O número de pessoas que não voltaram para a segunda dose é preocupante, mas percentualmente comparado pelo número de pessoas vacinadas, não é tão relevante em termos gerais. Mas o surgimento da Delta pode deixar essas pessoas com menos proteção e principalmente quando pensamos na imunidade individual”, explica o epidemiologista Eliseu Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

A infectologista ressalta, também, que não completar o esquema ajuda na circulação do vírus. “Não tomar as duas vacinas, nós sabemos que facilita que a variante Delta ocupe mais espaço. Além de nos preocuparmos com a Delta, que se transmite mais e dá quadro mais grave, nós favorecemos também o aparecimento de novas variantes. Aí, fica em aberto o comportamento dessa possível nova variante frente às vacinas”, diz Raquel.

Estratégias de vacinação dos brasileiros

O ritmo da vacinação do Brasil aumentou nos dois últimos meses, chegando ao ritmo de 1,4 milhões de aplicações por dia em 7 meses de campanha. No entanto, 75% da população ainda precisa completar a imunização.

“A velocidade de vacinação no Brasil é de tartaruga, de lesma. A perspectiva mais otimista nossa é acabar com a vacinação dos acima de 18 anos em novembro. Se você jogar uma porcentagem de 80% da população vacinável imunizada em novembro e dezembro, nós teremos uns 20% da população que foi vacinada em janeiro e fevereiro e estará vacinada aproximadamente há 10 meses e perdendo a proteção”, afirma a infectologista da Unicamp.

A preocupação com os primeiros imunizados, idosos acima dos 70 anos e profissionais de saúde, aumenta à medida em que a duração da proteção ainda não é conhecida pelas farmacêuticas, já que as indústrias tiveram de colocar as vacinas no mercado rapidamente para conter a covid no mundo.

A discussão de uma terceira dose nesse público é extremamente necessária, segundo os especialistas. “Senão, sempre teremos uma quantidade muito grande de pessoas suscetíveis à doença e não terminamos esse ciclo nunca. Talvez, a terceira não seja para todo mundo. Neste momento, é para o grupo que foi vacinado há muito tempo, como os idosos bem idosos, os profissionais de saúde que estão na linha de frente e não podem parar”, salienta Raquel.

Por sua vez, o epidemiologista entende que essa preocupação tem de surgir após a imunização da grande maioria da população brasileira.

“Não conseguimos imaginar qual serão os próximos passos da pandemia no Brasil. Acredito que a partir do ano que vem conseguiremos ter doses suficientes e estudos que apontem quais as melhores estratégias, terceira dose ou reforço, para proteger todas as pessoas. Porém, agora, o pensamento é mesmo concluir a vacinação das pessoas acima dos 18 anos, primeiro com uma dose. A partir daí, pensamos na segunda dose e antecipação, mas só com todos vacinados na primeira. Só então, temos de pensar em terceira dose ou reforço de imunização”, observa o professor da USP.

Efeitos no sistema de saúde

Quando o assunto é o futuro da pandemia, Waldman lembra que ainda não conseguimos precisar como o sistema de saúde reagirá, tanto o SUS (Sistema Único de Saúde), quanto os hospitais e consultórios particulares, às consquências da doença no país.

“Outro tema preocupante é quais serão os efeitos da pandemia na saúde pública do Brasil. As pessoas que tiveram covid longa ou até mesmo sem gravidade apresentam sequelas e nós ainda não sabemos a duração e a gravidade desses efeitos. Foram muitos infectados e ainda temos muitas incertezas. Acredito que o sistema será atingido fortemente, porque essas pessoas precisam e precisarão de atendimento médico pós-covid”, conclui o médico.

Vírus não está perto de ser eliminado

Além disso, pesquisadores se preocupam que o Brasil e o mundo não agem para efetivamente acabar com o vírus e a covid. Os passos tomados indicam que as pessoas terão de conviver com a doença.

Alexandre Naime Barbosa, infectologista e professor Faculdade de Medicina, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Botucatu, interior de São Paulo, é firme ao dizer que as ações não estão sendo tomadas para erradicar a covid do mundo.

“Nós não vamos viver um cenário de eliminação da covid a curto e médio prazos. Vamos ter um cenário de mitigação, de coabitação com o vírus. Não estamos caminhando para um modelo de eliminação da doença como há com o sarampo e a rubéola, porque as vacinas não são efetivas a ponto de evitar a transmissão. Estamos caminhando para um modelo muito mais de coabitação, como acontece, por exemplo, com o vírus influenza”, diz o médico.

 

Fonte : R7