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Ministro viaja para Mundial de Clubes sem aval de Lula e às custas da Fifa

 

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, viajou para o Mundial de Clubes 2023 com passagens e hospedagem pagas pela Fifa, que organiza o campeonato, e sem autorização formal de Lula (PT) para deixar o país.

Torcedor do Fluminense, Lupi está na Arábia Saudita acompanhando o torneio. O tricolor carioca disputa a final contra o Manchester City nesta sexta-feira (22).

Após contato do Painel, o ministro afirmou que vai ressarcir ao erário o salário referente aos cinco dias que passou fora do país em caráter pessoal.

Viagens oficiais de ministros precisam de autorização da Presidência, publicada no Diário Oficial. O documento é necessário para que seja nomeado um substituto interinamente enquanto o titular estiver fora.

Segundo autoridades a par da situação, Lupi encaminhou o pedido de autorização alguns dias antes de viajar, na última sexta-feira (15), mas não recebeu resposta —aliados afirmam que Lula não quis assinar o decreto.

Nesta quarta-feira (20), Lupi foi o único ministro que não participou da reunião realizada por Lula com toda a equipe.

Deu na Folha de SP

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Esposa de ministro de Lula é acusada de corrupção no Piauí

 

A Polícia Federal investiga no Piauí o que chamou de “maior esquema criminoso nas contratações de transporte escolar que se tem notícia no país”. A lista dos beneficiários do esquema é encabeçada por Rejane Dias, ex-primeira-dama do Piauí e esposa de Wellington Dias (PT), ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula.

A revelação foi publicada pela revista Veja neste sábado (16), e traz a informação de que Rejane foi denunciada pelo Ministério Público por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com a reportagem, a descoberta se deu pela Controladoria-Geral da União (CGU) ao apurar que algumas propostas feitas em um pregão para fornecimento de transporte escolar no Piauí haviam sido desclassificadas sem nenhuma razão aparente. Os técnicos acabaram descobrindo um indício de superfaturamento, uma vez que os preços oferecidos pelos vencedores da licitação estariam cerca de 40% mais altos em relação aos valores de referência.

A investigação começou em 2015, quando Wellington Dias era o governador do Piauí pelo PT. Durante seu governo, sua esposa foi secretária da Educação do estado. De acordo com a Polícia Federal, entre 2015 e 2018, foram assinados contratos milionários para transportar alunos das escolas públicas.

Em resumo, o esquema funcionava da seguinte forma: um grupo de empresários combinava os preços, contava com a ajuda de funcionários do governo estadual para vencer a licitação e, depois, rateava entre todos os lucros do negócio. Além de Rejane, a lista de beneficiários também continha os nomes do irmão e de um ex-­asses­sor da mulher de Wellington.

Embora o escândalo tenha ocorrido em sua gestão, Wellington Dias não é investigado. No entanto, o ministro da pasta que é uma das vitrines do governo Lula, não escapou de passar por algumas situações constrangedoras. Em 2020, por exemplo, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca em sua casa. O então governador do Piauí classificou o episódio como “ um espetáculo”.

Rejane Dias foi empossada conselheira do Tribunal de Contas do Piauí no início deste ano, quando já era investigada por corrupção. Ela integrou o grupo de cinco esposas de ministros do governo Lula escolhidas para cargos de confiança com salários de R$ 37,5 mil. Antes do cargo, Rejane já foi deputada federal e estadual pelo PT.

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Moro rebate Ministro dos Direitos Humanos: “Está com tempo para ameaçar parlamentares”; Entenda

 

O senador Sergio Moro usou as redes sociais neste sábado (23) para rebater uma declaração do ministro dos Direitos Humanos de Lula, Silvio Almeida, sugerindo que “serão tomadas as providências” contra o ex-juiz por uma publicação sobre banheiro unissex.

“Temos um Ministro dos Direitos Humanos que se cala quando seu chefe Lula adula Putin e Maduro, ataca o TPI e ignora a importância de mulheres no STF. Mas está com tempo para ameaçar parlamentares por criticarem o Governo”, escreveu Moro no X, o antigo Twitter.

Silvio Almeida acusou os deputados Nikolas Ferreira e Filipe Barros de divulgarem informação falsa sobre banheiros unissex. O ministro citou também publicações de Moro e do ex-deputado estadual Arthur do Val.

“Serão também tomadas providências contra outros propagadores de Fake News, dentre os quais um sujeito que já teve seu mandato cassado por desrespeitar mulheres de um país em guerra e outro, um Senador da República que quando juiz de direito envergonhou o Poder Judiciário”, escreveu Silvio Almeida.

Na sexta-feira, Moro afirmou que o governo Lula impôs “banheiros unissex para todas as escolas públicas do país”. O ex-juiz se refere a uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos.

Fonte: O Antagonista.

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Barroso decreta bloqueio de bens do ministro Juscelino Filho em investigação sobre fraudes na Codevasf

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decretou o bloqueio de R$ 835 mil do ministro das Comunicações Juscelino Filho (União Brasil-MA) para possibilitar a recuperação de valores supostamente desviados da Codevasf, estatal comandada pelo Centrão.

A Polícia Federal deflagrou operação nesta sexta-feira para apurar desvios de uma emenda parlamentar destinada por Juscelino à Prefeitura de Vitorino Freire, no Maranhão, comandada por sua irmã Luanna Rezende.

Barroso não autorizou o cumprimento de busca e apreensão nos endereços de Juscelino Filho, mas considerou haver indícios suficientes para justificar o bloqueio de bens do ministro.

A investigação detectou pagamentos de propina a uma empresa ligada ao ministro e obteve diálogos que mostram como o empresário Eduardo José Barros Costa montou o edital de licitação.

O valor do bloqueio de bens se baseou no prejuízo detectado pela própria Codevasf na obra realizada em Vitorino Freire. A emenda parlamentar tinha valor de R$ 1,5 milhão e repassou valores via Codevasf para a prefeitura da irmã do ministro. O objeto do contrato era a execução de pavimentação asfáltica.

A ordem de bloqueio de bens também atinge outros investigados do caso, como a prefeita Luanna Rezende (que foi afastada do cargo), a empreiteira Construservice (responsável pela obra) e o empresário Eduardo José Barros Costa. O bloqueio deve atingir bens imóveis e ativos financeiros dos alvos.

As apurações detectaram três formas de repasse dos pagamentos de propina destinados a Juscelino Filho.

A primeira delas foi por meio de uma empresa ligada a ele. De acordo com as investigações, Juscelino Filho indicou ao empresário uma empresa comandada por um laranja para receber os pagamentos de propina.

Essa empresa seria a Arco Construções e Incorporações, que formalmente pertence a Antônio Tito Salém Soares, marido de uma ex-funcionária de Juscelino. A PF apontou que ele é um testa de ferro do ministro no comando da empresa. Essa empresa teria sido subcontratada pela Construservice para escoar os recursos ilícitos.

A investigação também detectou transferências bancárias para terceiros, que teriam sido indicados por Juscelino Filho para o recebimento de propina. Há, por último, suspeitas de pagamentos em dinheiro vivo para o ministro.

Nos diálogos, Juscelino orientou Barros Costa a procurar uma empresa de consultoria ligada à prefeitura de Vitorino Freire para viabilizar a fraude na licitação que beneficiaria o empresário.

A PF também encontrou registros de que o edital de licitação da prefeitura foi montado em conjunto com a equipe de Barros Costa. Seus funcionários orientaram a inclusão de itens e a subcontratação, que seria necessária para o repasse da propina.

Deu na CNN

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Irmã de ministro de Lula é alvo de operação da PF sobre fraudes e desvios na Codevasf

Segundo apurações do jornal Folha de S.Paulo, a corporação apura obras da construtora Construservice contratadas pela Codevasf. (Reprodução/Instagram/@luanna.rezende e Ed Alves/CB/DA.Press)

 

A Polícia Federal abriu na manhã desta sexta-feira (01), a Operação Benesse contra uma quadrilha responsável por fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Um dos alvos da investigação é Luanna Rezende, prefeita de Vitorino Freire (MA) e irmã do ministro das Comunicações de Lula, Juscelino Filho. Ela foi afastada do cargo e é alvo de busca e apreensão.

Os federais tentaram ampliar a batida e pediram ao Supremo Tribunal Federal a inclusão de Juscelino como alvo da operação, mas a solicitação foi negada por Luís Roberto Barroso, ministro do STF.

Em janeiro, o Estadão revelou que Juscelino Filho direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a prefeitura de Vitorino Freire asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, no município maranhense. A pedido de Juscelino, durante seu mandato como deputado federal pelo União Brasil, os recursos foram parar na prefeitura da irmã.

A empresa contratada pelo município para tocar a obra é de um amigo de longa data dele. E o engenheiro Codevasf que assinou o parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação foi indicado por seu grupo político. Loteada pelo Centrão, a Codevasf operacionalizou a distribuição de verbas do orçamento secreto. Como mostrou o Estadão, ao menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro ganharam mais de R$ 36 milhões em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire.

Segundo a PF, a ofensiva é um desdobramento da Operação Odoacro, que já teve duas fases ostensivas abertas – em julho e outubro do ano passado. As diligências cumpridas hoje miram o ‘núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense’, indicou a corporação.

Ao todo os agentes vasculham doze endereços nas cidades de São Luís, Vitorino Freire e Bacabal. As ordens foram expedidas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que ainda decretou afastamentos de função pública, suspensão de licitações e bloqueio de bens dos investigados.

A investigação se debruça sobre supostos crimes de fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva. O nome da ofensiva, Benesse, está ligado aos indícios de que o ‘líder do núcleo público da organização criminosa ora investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio’.

“Denominou-se esta fase investigativa de “benesse”, que segundo o dicionário Oxford significa ‘vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho'”, indicou a PF.

Deu no Diário de Pernambuco

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Ex-sócios de novo ministro nomeado por Lula no TSE doaram para Boulos

 

A campanha para deputado de Guilherme Boulos (Psol-SP) recebeu generosas doações ao menos de dois ex-sócios de André Ramos Tavares, nomeado pelo presidente Lula (PT) como ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Fernando Marcelo Mendes e Walfrido Jorge Warde Junior injetaram dinheiro na campanha do ex-sem-terra. Além de Boulos, a campanha do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), hoje ministro de Desenvolvimento Agrário do governo Lula, também foi agraciada.

Fernando Mendes fez para Boulos um pix no valor de R$38,9 mil. Ocupa a sexta posição entre os maiores doadores individuais do político.

Warde Junior abriu a carteira e doou mais, R$200 mil para o líder do MTST, virando o maior doador individual da campanha de Boulos.

Além dos R$200 mil para o deputado que ganhou fama invadindo propriedades, Warde Junior deu R$50 mil à campanha de Paulo Teixeira.

Os dois foram sócios de André Tavares no Observatório de Justiça, empresa aberta em 2018, mas encerrada em janeiro deste ano.

Deu na Coluna de Cláudio Huberto, do Diário do Poder

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Moraes vota para anular condenação por peculato de ministro de Lula

peculato Waldez Góes

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para anular a condenação do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou Góes, ex-governador do Amapá, a seis anos de prisão por peculato. Segundo o acórdão, ele desviou recursos destinados ao pagamento de empréstimos consignados de servidores do Estado entre 2009 e 2010.

Moraes, no entanto, entendeu que o então governador usou esses valores para atender a outras prioridades públicas, sem proveito particular, conforme voto proferido no plenário virtual do STF. “Dessa forma, verificando-se que a utilização do recurso desviado ocorreu para finalidade estritamente pública, em proveito da própria Administração, é imperioso reconhecer a não ocorrência do crime de peculato-desvio”, escreveu, na decisão favorável a Góes.

Sob responsabilidade da 1ª Turma, o caso estava sob julgamento entre os dias 19 e 26 de maio. Porém, o próprio relator, ministro Roberto Barroso, pediu vista, interrompendo o julgamento, que agora deve ir para votação presencial.

Barroso já tinha votado contrariamente ao habeas corpus do Góes, mas, agora, com novo pedido de destaque, poderá rever o voto. O ex-ministro Marco Aurélio (aposentado) também votou pela recusa do habeas corpus, ou seja, pela manutenção da decisão do STJ. Com o pedido de vista de Barroso, ainda não há data para o julgamento.

No HC, os advogados de Góes, do escritório de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff, pedem a cassação do acórdão do STJ e a remessa da ação para julgamento no Tribunal de Justiça do Amapá (TJ-AP), com solicitação para que seja estendida a Góes a absolvição dada a outros réus pelo tribunal no mesmo caso.

Em nota, a defesa de Waldez Góes disse que confia em um julgamento favorável ao pedido de anulação da decisão do STJ. “Evidentemente somente o próprio ministro relator [Barroso] poderá explicar o destaque. Mas a defesa de Waldez Góes acredita que a razão do destaque se deve à provável necessidade de adaptação do seu voto à evolução jurisprudencial que ocorreu após a sua apresentação. Por isso, a defesa confia no julgamento procedente do HC”, disse o advogado José Eduardo Cardozo, em nota à imprensa.

A ONG Transparência Internacional criticou a escolha de Góes por Lula, em razão da condenação. “A nomeação de um ministro condenado à prisão destoa desses bons quadros e acende todos os alertas”, afirmou a organização em janeiro, ocasião em que também criticou Lula pelo “silêncio sobre o combate à corrupção”.

Deu na Oeste

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Ministro de Lula cobra R$ 10 mil por almoço de seu aniversário

 

Convidados para a festa de aniversário do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, no sábado (20), terão de fazer uma doação de R$ 10 mil ao PT. O valor será destinado ao Diretório Municipal de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O almoço é organizado pelo deputado estadual Luiz Fernando (PT), cotado para concorrer à prefeitura do município, em 2024.

No convite, é claro o pedido para que as transferências, que podem ser via Pix, sejam feitas diretamente na conta do diretório e por meio apenas de contas de pessoas físicas – condição para que a transação ocorra dentro da legalidade. Contribuições a partidos podem ser feitas a qualquer tempo desde que informadas corretamente na prestação de contas da legenda.

A assessoria de imprensa do ministro não comentou o motivo do pedido do dinheiro e disse que o almoço é organizado pelo deputado Luiz Fernando. O convite, no entanto, traz a mensagem “Luiz Marinho convida”. Já o parlamentar afirmou ao jornal Estadão que organiza um “almoço com empresários” com a finalidade de “levantar recursos para o Diretório Municipal do PT de São Bernardo do Campo”.

Marinho e Fernando têm base eleitoral em São Bernardo do Campo. O ministro foi prefeito do município – berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – entre 2009 e 2016. O parlamentar, por sua vez, pode ser indiretamente beneficiado pelas doações, caso oficialize sua candidatura no ano que vem. Ele é irmão de outro ministro: Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

Com informações de Estadão.

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Nikolas Ferreira apresenta notícia-crime contra ministro de Lula por peculato

Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG): 'Mais um crime na sua lista de escândalos' | Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira 11 uma notícia-crime contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por peculato, que é o crime de desvio de dinheiro público.

O parlamentar pede que o ministro seja investigado pelas denúncias de que teria empregado, como assessor, na Câmara dos Deputados, um funcionário do haras de sua irmã em Vitorino Freire, no Maranhão.

De acordo com reportagem publicada em março pelo Estado de S.Paulo, o funcionário do haras recebia salário da Câmara, mas nunca trabalhou para o gabinete de Juscelino Filho, mas, sim, na propriedade da família no Maranhão. Ficou na “função” por sete anos, até o início deste ano, quando o então deputado se licenciou para integrar o primeiro escalão do governo Lula. A mesma situação também ocorreu com o piloto de avião particular de Juscelino.

“Protocolei uma notícia crime no STF para que o Ministro das Comunicações seja investigado pelo crime de peculato, por usar seu assessor, pago com dinheiro público, para trabalhar em fazendas de sua família. Mais um crime na sua lista de escândalos. Que a justiça seja feita”, escreveu o deputado, no Twitter.

No texto ao STF, Nikolas afirma que “se confirmada a conduta praticada pelo atual ministro das Comunicações, configurado estaria o peculato desvio, porquanto trata-se de utilização de verba pública para fins privados”.

A imprensa também mostrou que o ministro omitiu da Justiça Eleitoral ter R$ 2,2 milhões em cavalos de raça. Os animais ficam no haras cujos proprietários são sua irmã e um ex-assessor demitido do Senado depois que reportagem mostrou que ele era funcionário “fantasma”.

Deu na Oeste

Política

Cotado para ministério de Lula usou gráfica de fachada nas eleições

 

O deputado federal Elmar Nascimento, líder da União Brasil na Câmara dos Deputados e cotado para ser ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gastou R$ 702 mil em uma gráfica de fachada para a campanha de sua reeleição neste ano.

Declaração de gastos feita pelo deputado à Justiça Eleitoral aponta que ele gastou 23% dos recursos de campanha para imprimir cerca de 17 milhões de santinhos e outros materiais gráficos com a empresa Waldyr Rodrigues dos Santos.

A empresa, contudo, não tem endereço fixo nem maquinário para impressão de materiais de campanha.

Waldyr Rodrigues dos Santos é pai de Fábio Dias dos Santos e Márcio Dias dos Santos, sócios da Qualigraf Serviços Gráficos e Editora —fundada em 1995 e que está impedida de celebrar contratos com a Administração Pública baiana desde maio de 2021 por fraudar licitações.

Além do gasto com a gráfica, Elmar Nascimento contratou uma empresa na qual é sócio junto com seu irmão, o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento (União Brasil). A N2 Distribuidora de Bebidas foi contratada por R$ 82,5 mil para arrendamento de um helicóptero.

Procurado, o deputado reeleito disse que não cuida pessoalmente da contratação de empresas para a campanha e afirmou que recebeu o material pelo qual pagou. Também disse que as contas da sua campanha eleitoral foram aprovadas sem ressalvas pelo TRE-BA (Tribunal Regional Eleitoral da Bahia).

O deputado afirmou ainda que a empresa foi contratada em outras campanhas e que o material foi entregue no prazo e com preço de mercado. “Sempre fazemos cotações antes de contratarmos os serviços e os preços deles foram melhores.”

Sobre a contratação da aeronave que pertence a uma empresa do próprio deputado, sua assessoria informou que o pagamento foi feito com recursos de doação de pessoa física e que não foi usado nenhum centavo de dinheiro público do fundo eleitoral nesse contrato.

Segundo os autos do processo administrativo que tramitou no âmbito do Governo da Bahia, a Qualigraf estabeleceu esquema que removia concorrentes dos pregões e os recompensava distribuindo parte do valor pago pelo Estado, superfaturando os preços dos serviços a serem prestados.

A gráfica Waldyr Rodrigues dos Santos foi aberta em outubro de 2021 –cinco meses após a sanção imposta à Qualigraf– com o nome fantasia de WR Comunicação e Impressão. A gráfica foi registrada com capital social de R$ 10 mil e optou pelo Simples Nacional, sistema de simplificação tributária para companhias de pequeno porte.

Mesmo registrada como uma microempresa, a gráfica fechou contratos com 17 candidatos nas eleições deste ano, arrecadando um total de R$ 2,7 milhões.

Dentre eles está o estadual eleito Junior Nascimento (União Brasil-BA), primo de Elmar, que gastou R$ 271 mil com a empresa. Ele afirmou que “não há ilicitude na contratação da gráfica”, destacou que todos os gastos de campanha foram devidamente declarados e as contas foram aprovadas sem ressalvas.

“Todos os materiais contratados na empresa foram entregues no prazo combinado. Se há alguma irregularidade na empresa, não é do meu conhecimento.”

A Folha visitou o endereço que consta no registro da Waldyr Rodrigues dos Santos, em Salvador, mas no local funciona um escritório de contabilidade. A Qualigraf, por sua vez, possui capital social de R$ 20 milhões e é registrada como uma empresa de pequeno porte, possuindo endereço fixo.

Fábio Dias dos Santos, sócio da Qualigraf, disse à Folha que a gráfica Waldyr Rodrigues dos Santos é virtual, não possuindo escritório físico nem materiais de impressão, e que terceiriza a produção para outras gráficas, o que, segundo ele, não gera ilicitude.

Afirmou também que a empresa de seu pai, Waldyr, fatura de forma regular para diversos clientes, e não foi criada para burlar nenhuma contratação com a administração pública. A reportagem não conseguiu contato direto com Waldyr.

Segundo dados do portal da transparência, a Qualigraf já recebeu mais de R$ 160 mil do governo federal e já prestou o equivalente a R$ 988 mil em serviços gráficos, tanto ao governo baiano quanto a instituições como a UFBA (Universidade Federal da Bahia), o Instituto Chico Mendes, o Comando do Exército, dentre outras.

Na campanha de 2018, Elmar gastou R$ 91 mil com essa gráfica, que à época era autorizada a celebrar contratos junto a entes públicos. Naquele ano, a empresa arrecadou R$ 166 mil com a impressão de materiais gráficos eleitorais.

Segundo Ana Claudia Santano, coordenadora da ONG Transparência Eleitoral Brasil, mesmo sem haver necessariamente um desvio de dinheiro ou de função, a contratação de uma empresa de fachada é uma irregularidade eleitoral, o que pode levar à rejeição das contas prestadas pelo candidato e possíveis ações civis e penais.

Para além da gráfica de fachada, Elmar ainda despendeu R$ 1 milhão em outras empresas para a impressão de adesivos, santinhos de diversos tamanhos, banners e placas em formato pirulito para a candidatura.

O gasto total com esse tipo de material chega a quase 56% de todo o valor disponível para o candidato no pleito deste ano.

Elmar Nascimento é o líder da União Brasil na Câmara dos Deputados e um dos nomes mais próximos a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa. Desde que a União Brasil indicou que vai apoiar o governo Lula, passou a ser cotado para assumir um ministério.

O parlamentar ganhou evidência ao dizer que a Câmara poderia retaliar o STF (Supremo Tribunal Federal), restringindo o orçamento, caso a corte decida pela inconstitucionalidade das emendas de relator.

Ele ainda havia dito que se o presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse reeleito, nada mudaria, e que se Lula vencesse e tentasse extinguir as emendas, seria derrotado.

Reportagem da Folha antes da eleição, em outubro, mostrou a entrega de cisternas compradas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e instaladas nas casas marcadas com o nome dele.

O deputado tem influência no governo Bolsonaro como líder da União Brasil na Câmara, tendo sido ele o responsável pela indicação do atual presidente nacional da Codevasf e de seu superintendente regional na Bahia.

Deu na Folha de São Paulo