Política

Às vésperas das eleições, relação do PT com o crime organizado é cada vez mais evidente

Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, brutalmente assassinado em 2002

Às vésperas das eleições gerais de 2022, um novo episódio envolvendo denúncias de corrupção trazem à tona um passado obscuro do mundo político. O escândalo do Mensalão jogou na lona o Partido dos Trabalhadores (PT) e nomes chaves da base aliada do então governo Lula, e a partir daquele momento a cúpula petista passou a ser atormentada por uma figura que foi crucial nos casos de corrupção comandados pela sigla: Marcos Valério, o principal operador do esquema em 2005.

Condenado a 37 anos de prisão, Valério proferiu novas declarações que mancham o histórico do PT. Agora, a menos de três meses para o pleito eleitoral, trechos inéditos de uma colaboração premiada voltam a sacudir os poderes da República. De modo incisivo, o ex-publicitário citou uma série de elementos que, segundo ele, confirmam a relação do PT com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Valério ainda apontou a existência de um dossiê com dados sobre petistas que eram financiados pelo crime organizado.

Em meio a toda essa repercussão, a morte de Celso Daniel também voltou a ser discutida, reacendendo o interesse público em torno do ex-prefeito de Santo André (SP) brutalmente assassinado em 2002. Com base no depoimento de Valério, diversos termos relacionados ao homicídio passaram a ocupar os assuntos mais comentados do Twitter nas últimas horas, ganhando destaque também nas buscas do Google Brasil.

Em janeiro de 2002, Celso Daniel foi encontrado morto com marcas de tortura e perfurações de tiros em uma estrada em Juquitiba (SP), dois dias depois de ter sido sequestrado após sair de um restaurante na capital paulista. Filiado ao PT, Celso Daniel era o coordenador do programa de governo de Lula na campanha vitoriosa ao Palácio do Planalto naquele ano, sendo substituído por Antonio Palocci.

O empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como “Sombra”, era o motorista da Pajero onde viajava o prefeito Celso Daniel no dia do sequestro, e disse aos policiais que, quando foi fechado pelos bandidos, a trava e o câmbio do veículo não funcionaram, o que impossibilitou a fuga e permitiu aos bandidos abrirem a porta do carro e levarem o prefeito. Uma análise pericial foi feita na Pajero e a conclusão dos peritos foi de que o carro não tinha nenhum defeito elétrico ou mecânico que justificasse uma falha. Segundo os peritos, se houve falha, ela foi humana.

Após a morte de Celso Daniel, sete pessoas foram assassinadas em circunstâncias misteriosas:

  • Dionísio Aquino Severo – Sequestrador de Celso Daniel e uma das principais testemunhas no caso. Uma facção rival o matou três meses após o crime.
  • Sérgio ‘Orelha’ – Escondeu Dionísio em casa após o sequestro. Fuzilado em novembro de 2002.
  • Otávio Mercier – Investigador da Polícia Civil. Telefonou para Dionísio na véspera da morte de Daniel. Morto a tiros em sua casa.
  • Antonio Palácio de Oliveira – O Garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime pouco antes do sequestro. Assassinado em fevereiro de 2003.
  • Paulo Henrique Brito – Testemunhou a morte do garçom. Foi assassinado 20 dias depois.
  • Iran Moraes Redua – O Agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito jogado na estrada e que chamou a polícia em Juquitiba, morreu com dois tiros em novembro de 2004.
  • Carlos Delmonte Printes – Legista que atestou marcas de tortura no cadáver de Celso Daniel, foi encontrado morto em seu escritório em São Paulo, em 12 de outubro de 2005.

Em meio a tantas CPIs quem em nada ou em pouco resultam, por que não uma para investigar a possível ligação de um dos maiores e mais relevantes partidos do País com o crime organizado? Vale lembrar que esse partido ostenta um largo histórico de casos de corrupção durante seus governos, com dezenas de nomes investigados, condenados e presos.

Mais do que nunca, petistas estão com o lema adotado após as eleições de 2018 bem afiado: “ninguém solta a mão de ninguém”.

Política

Deputado protocola pedido de CPI para investigar relações do PT com facção criminosa

 

O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) anunciou nas redes sociais que protocolou o pedido para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o intuito de investigar as relações do Partido dos Trabalhadores (PT) com organizações criminosas.

O partido de Lula é alvo de novas denúncias de corrupção e envolvimento com o crime organizado, após a divulgação de vídeos da delação do publicitário Marcos Valério, operador do Mensalão, que confirmou à Polícia Federal a relação entre o PT e a organização criminosa conhecida como PCC.

Entenda o caso

Às vésperas das eleições gerais de 2022, um novo episódio envolvendo denúncias de corrupção trazem à tona um passado obscuro do mundo político. O escândalo do Mensalão jogou na lona o Partido dos Trabalhadores (PT) e nomes chaves da base aliada do então governo Lula, e a partir daquele momento a cúpula petista passou a ser atormentada por uma figura que foi crucial nos casos de corrupção comandados pela sigla: Marcos Valério, o principal operador do esquema em 2005.

Condenado a 37 anos de prisão, Valério proferiu novas declarações que mancham o histórico do PT. Agora, a menos de três meses para o pleito eleitoral, trechos inéditos de uma colaboração premiada voltam a sacudir os poderes da República. De modo incisivo, o ex-publicitário citou uma série de elementos que, segundo ele, confirmam a relação do PT com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Valério ainda apontou a existência de um dossiê com dados sobre petistas que eram financiados pelo crime organizado.

 

Notícias

PCDF investiga policiais penais por regalias a presos do Mensalão

 

Policiais penais do Distrito Federal foram alvo da Operação Accipientis, deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da Polícia Civil do DF, na manhã desta sexta-feira (27/5).

Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de 13 servidores que trabalharam no Sistema Prisional do Distrito Federal entre 2014 e 2016, época em que ficaram detidos no Complexo Penitenciário da Papuda políticos presos pelo Mensalão, esquema de desvio de dinheiro público organizado por alguns membros do Partido dos Trabalhadores (PT). Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão durante a operação contra duas pessoas jurídicas ligadas aos suspeitos.

A investigação, que está em andamento, visa apurar crimes de corrupção verificados à época, quando presos da Ação Penal 470 – Mensalão — estiveram recolhidos nas unidades prisionais distritais e, supostamente, foram beneficiados com facilidades e regalias em troca de vantagens financeiras e políticas dadas aos policiais penais alvos da operação.

Entre os prováveis recebimentos em apuração, encontra-se a aquisição pelos policiais penais de terrenos com dinheiro, ao que tudo indica, advindo das “propinas” pagas a eles. As diligências apontam que tais imóveis teriam sido adquiridos por meio de pessoas jurídicas constituídas para o rateio das propriedades.

Segundo investigações conduzidas pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), regalias, como visitas clandestinas, envolvem José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno e Marcos Valério.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas seguintes cidades: Riacho Fundo, Samambaia, Recanto das Emas, Gama, Paranoá e Águas Claras. Cerca de 80 policiais participaram da operação, entre delegados, escrivães e agentes. O objetivo da operação é, por meio das buscas, colher mais elementos de provas para instruir as investigações.

Deu no Metrópoles