Notícias, Política

Sob o comando de Mario Frias, Lei Rouanet agora é usada para educação e capacitação de crianças e jovens

 

O problema nunca foi a Lei Rouanet e sim sua má utilização. Se bem aplicada, ela gera renda e inclusão social”, foi o que defendeu o Secretário Especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro, Mário Frias, por meio de um vídeo postado na sua rede social Instagram na tarde de hoje (17).

Na legenda, o Secretário escreveu: “Lei Rouanet mais justa e popular. Vocês já viram em qualquer outro governo, a Lei Rouanet sendo utilizada para beneficiar e capacitar crianças e jovens? Eu sempre digo que a Lei em si é boa, o problema é que ela foi distorcida e virou um balcão de negócios. A lei é para a entrega de bens culturais. O cliente não é o artista, mas o povo. Nesse vídeo, vocês podem ver que, se utilizada de forma correta, a Lei Rouanet gera renda e inclusão social. Estimular o talento de crianças e jovens, é o verdadeiro caminho para uma construção de uma base sólida na Cultura de uma nação. Hoje, a Lei Rouanet é aplicada a projetos como este, voltados para educação e capacitação, gerando oportunidades e perspectiva de futuro para crianças e adolescentes. Antes, 78% dos bilhões ficavam concentrados apenas para um grupo seleto de 10% de pessoas beneficiadas. Essa é a verdadeira cultura, a cultura voltada para o povo!”.

Fonte: Portal Grande Ponto

Arte

Atacada por artistas de esquerda e pela OAB, nova Lei Rouanet entra em vigor

 

O governo oficializou uma série de mudanças na Lei Rouanet por meio de uma instrução normativa assinada por Mário Luís Frias, Secretário Especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (8). O objetivo, segundo Frias, é “tornar a Lei Rouanet mais justa e popular.

A principal mudança é a diminuição do teto estabelecido para a maioria dos tipos de projetos beneficiados. A verba máxima, que era de R$ 1 milhão, passará a ser de R$ 500 mil. Esse limite não valerá para projetos cuja natureza exige gastos mais altos, como aqueles ligados a museus, patrimônios históricos, orquestras, projetos de formação e alguns tipos de patrimônios imateriais, como certas festas tradicionais.

Outra novidade é que as empresas patrocinadoras da Lei Rouanet que destinem a partir de R$ 1 milhão ao programa de fomento serão obrigadas a destinar 10% do valor investido a projetos iniciantes. A ideia é acabar com o monopólio de empreendimentos artísticos maiores.

Também haverá redução no teto do cachê pago a artistas, de R$ 45 mil para R$ 3 mil por apresentação. Em entrevista à Gazeta do Povo em janeiro, o secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciuncula, disse que a redução agressiva, de 93%, deve-se ao fato de que “a lei não é um substituto no mercado”. “Qualquer coisa acima de R$ 3 mil por apresentação é muito dinheiro para 99% dos artistas no Brasil”, afirmou ele. “São R$ 3 mil por apresentação. Se a pessoa trabalhar cinco dias na semana, vai ganhar R$ 15 mil. Isso é muito dinheiro!”, acrescentou.

O valor dos aluguéis de casas de espetáculo também terá um teto, o que não ocorria antes. O preço máximo do aluguel será de R$ 10 mil. A Secretaria de Cultura relata que alguns dos beneficiados usavam a Lei Rouanet para pagar aluguéis milionários a algumas cassa de espetáculo – há um caso, por exemplo, de um aluguel de teatro que custou R$ 2 milhões. Segundo Porciuncula, a ausência de teto estava provocando uma especulação financeira nos teatros.

Também haverá uma redução na verba publicitária. Os captadores de recursos, que antes podiam destinar 30% da verba obtida pela Lei Rouanet a peças publicitárias, terão agora um limite de 5% para isso, e um teto de R$ 100 mil.

Nos últimos meses, à medida que Porciuncula anunciava as mudanças que seriam implementadas na Lei Rouanet, artistas célebres de esquerda atacavam publicamente as propostas, alegando que o governo federal pratica censura e age com autoritarismo.

As críticas chegaram a ser levadas por movimentos de esquerda, em dezembro, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que integra a Organização dos Estados Americanos (OEA), em uma audiência da qual participaram o ator Wagner Moura, a cantora Daniela Mercury e o músico Caetano Veloso.
A Lei Rouanet foi sancionada em 1991 e introduziu um mecanismo de renúncia fiscal para patrocinar projetos artísticos e culturais. Empresas e pessoas físicas podem abater parte dos impostos que pagariam normalmente, direcionando-os aos projetos aprovados pelo governo.

Cultura

“Nas últimas décadas Lei Rouanet serviu para fomentar palanque político” diz Mário Frias

O secretário especial de Cultura, Mario Frias, defendeu as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a necessidade de mudanças da Lei Rouanet. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta sexta-feira, 7, ele afirmou que as falas do mandatário acontecem após ataques. “Vamos deixar claro que o presidente foi atacado. Ele foi atacado pelo José de Abreu, pela senhora Ivete Sangalo puxando coro em um show. Então, não é de repente que surgem as manifestações. A gente já vem conversando sobre mudanças na lei para que possa cumprir os objetivos para fomentar a cultura”, disse o secretário, citando entre as mudanças o teto para destinação de recursos. A fala de Frias acontece após Bolsonaro falar, durante coletiva de imprensa após internação, que alguns artistas estariam chateados com ele pela limitação dos pagamentos. “Nós queremos a Lei Rouanet para atender aquele artista que está começando a carreira e não para figurões ou figuronas, como a querida Ivete Sangalo. Ela está chateada, José de Abreu está chateado porque acabou aquela teta deles, gorda, de pegar até R$ 10 milhões da Lei Rouanet”, disse na ocasião, causando a reação de diversos famosos, como Ingrid Guimarães, Luíza Sonza, MC Rebecca e o cantor Tico Santa Cruz.

Ainda sobre a declaração, Mario Frias afirmou que a intenção é fazer os valores “chegarem a quem precisa”. Ele citou que, nas últimas décadas, R$ 13 bilhões foram destinados pela lei, mas explicou que a secretaria não sabe se os recursos foram, de fato, investidos em cultura. “Tudo a serviço dos amigos do rei. Ao longo dos anos, vi muita gente dizer ‘não consegui recursos, apoio do governo para fazer meu disco, meu livro, meu filme’, porque era justamente o que acontecia. A lei serviu nas últimas décadas como recurso para fomentar o palanque político e ideológico. ‘Eu te dou dinheiro e você fala bem do meu governo’”, ressaltou Frias, que falou sobre as ameaças que recebe.

“A gente tirou o recurso de alguém que não ficou satisfeito com o que a gente está fazendo. O que estamos fazendo é colocando a população de volta no jogo”, pontuou. A proposta, segundo o secretário, é que os valores da Lei Rouanet cheguem aos locais “mais longínquos”. “O objetivo dessa questão do teto é fazer com que o pequeno produtor tenha acesso a esse recurso. Nessa nova instrução, uma grande empresa que pegar um projeto acima de R$ 1 milhão vai ter a contrapartida de investir até 10% em um projeto iniciante, esse é o foco que quer o presidente”, finalizou.

 

Notícias

STF começa a julgar ação contra decreto que altera regras da Lei Rouanet

Foto : Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar ontem, no plenário virtual, a ação que questiona o Decreto 10.755/2021, que regulamenta a Lei de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet, e estabelece nova sistemática de execução do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac). O julgamento vai até o próximo dia 18.

Primeiro a votar, o ministro Edson Fachin, que é o relator do caso, se manifestou para que o decreto garanta que a nova sistemática de execução do Pronac preserve o fomento a atividades culturais afirmativas visando à erradicação de todas as formas de discriminação e preconceito.

No voto, Fachin determina que o decreto que estabelece a nova sistemática de execução do Pronac dê interpretação conforme à Constituição. O ministro é o relator da ação apresentada por seis partidos —Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Socialismo e Liberdade (PSB) e Rede Sustentabilidade — contra o novo texto.

Segundo as legendas, o decreto altera, de forma autoritária e inconstitucional, a sistemática de análise dos projetos apresentados por meio da Lei Rouanet, que institui o Pronac, excluindo das finalidades da legislação a menção expressa ao combate a discriminações e preconceitos, por exemplo.

Para Fachin, se comparadas as medidas adotadas em 2006 e 2021, houve um “recuo indevido na expressividade” das medidas de fomento às atividades de políticas afirmativas.

O julgamento do caso deverá ocorrer até o próxima dia 18, mas um pedido de destaque ou de vista pode adiar a análise ou trazer o processo para o julgamento presencial. Até o momento, só o relator votou. Ainda faltam os votos dos nove ministros da Corte.

Deu no Globo