Justiça

Justiça freia medida contra a Jovem Pan, mas ativismo do MP é ameaça permanente

 

No dia 6 de março, a ação do Ministério Público Federal (MPF) que tenta cassar as concessões de rádio da Jovem Pan sofreu derrota parcial: a Justiça Federal indeferiu o pedido de liminar que concederia “direito de resposta da população”, na forma de veiculação obrigatória de propaganda sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Ao opor o Judiciário ao Ministério Público, o episódio ilustrou a diferença entre o ativismo judicial, normalmente maior foco de atenção, e outro fenômeno, ainda pouco conhecido do público: o ativismo ministerial.

O conceito é defendido pelo professor e promotor do MPGO Samuel Fonteles, que considera o tema “negligenciado”. Ele explica que a questão, aparentemente jurídica, acaba acarretando implicações no campo da política: “promotores não eleitos decidem os rumos de uma sociedade”. Assevera: “Em alguns municípios deste país, cidadãos têm sido governados por promotores”.

Implantação do veganismo nas escolas públicas

Muitos exemplos do fenômeno ganharam o noticiário nos últimos anos. Em 2019, uma promotora atraiu atenção internacional ao celebrar TACs (termos de ajustamento de conduta) para que quatro prefeituras do interior da Bahia eliminassem a proteína animal e passassem a servir comida exclusivamente vegana em creches e escolas para mais de 30 mil alunos. A promotora tinha histórico de palestras e atuações judiciais em favor dos direitos dos animais.

A polêmica provocada pelo caso levou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a abrir procedimento interno, citando, além de preocupações com a saúde nutricional, indícios de “captura e imposição de valores” e de “extrapolação dos limites da atuação ministerial, com uma ingerência em juízos típicos de um gestor público” – justamente uma das características do ativismo ministerial.

Cotas raciais inexistentes em lei

Em outro exemplo, em 2018, após agitação nas redes sociais em reação ao teaser de uma nova novela da Rede Globo, o Ministério Público do Trabalho (MPT) citou a “repercussão” para notificar a emissora sobre a falta de personagens negros e pardos, expedindo 14 recomendações à Globo, entre as quais a realização de um censo racial interno.

Episódio parecido voltou a ocorrer em 2021, quando o MPT deu parecer favorável a uma ação milionária contra uma corretora de investimentos em Porto Alegre, apenas em razão da repercussão nas redes sociais de uma foto da equipe da empresa, predominantemente branca e masculina.

O problema vem sendo reconhecido

Seja em 2018, seja em 2021, não existia qualquer lei no Brasil que exigisse cotas raciais em empresas. Marcelo Rocha Monteiro, procurador de Justiça do MPRJ, explica que isso configura um grave problema: “Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer coisa alguma senão por força de lei, portanto trata-se de uma ilegalidade”. Autor de livros e palestras sobre o ativismo do Judiciário, ele enxerga o mesmo problema no Ministério Público: “Tão nefasto quanto o ativismo judicial”.

O problema já se tornou tão endêmico que a própria Corregedoria Nacional do CNMP editou, em junho 2020, texto alertando que os membros do MP respeitassem os limites de suas atribuições, fazendo apenas uma “análise objetiva” da conformidade dos atos dos gestores públicos em relação à lei, sem se deixarem levar pela opinião pessoal sobre o mérito das políticas públicas.

Deu na Gazeta do Povo

 

 

Polícia, Política

Tribunal de Contas vai avaliar doações de R$ 2,5 milhões para ativistas do Sleeping Giants Brasil

 

Há cada vez mais olhos voltados para desvendar os verdadeiros interesses do grupo ativista Sleeping Giants Brasil. Agora o TCU (Tribunal de Contas da União) foi acionado para investigar como Mayara Stelle, Leonardo Carvalho e Humberto Ribeiro usaram quase R$ 2,5 milhões que receberam de fundações internacionais entre os anos de 2022 e 2023. A Ford Foudation publicou em seu site a verba aprovada: US$ 100 mil. Já a Open Society Foundations, mantida pelo bilionário húngaro-americano George Soros, também fez uma grande doação: US$ 400 mil. O envio do dinheiro foi confirmado pelo jornalismo da Jovem Pan. O senador Marcos Rogério (PL-RO) notificou o Ministério Público Federal, a Receita Federal e também o TCU. “Isso é um atacante à democracia. É preciso que instituições e entidades do Brasil reajam de forma firme. E aí cabe ao Congresso Nacional cobrar esse papel. E é isso o que nós estamos fazendo. Eu pedi, outros senadores pediram também, o mesmo com deputados federais, que Polícia Federal e Ministério Público façam essa investigação. E agora estou pedindo particularmente ao TCU que faça este levantamento porque é uma entidade que goza de benefícios tributários no Brasil para praticar atos considerados criminosos.”

O Tribunal de Contas da União é um órgão auxiliar do Congresso Nacional que fiscaliza empresas e pessoas que usam recursos e bens públicos, ou que se beneficiam de subvenções e renúncias de receitas. O Sleeping Giants, em seu estatuto, é uma associação sem fins lucrativos. O advogado da Jovem Pan Frederico Manssur indica que, por gozar desse benefício fiscal, deve prestar contas à sociedade com transparência. “Se ficar caracterizada qualquer participação do Sleeping Giants, por ser uma associação sem fins lucrativos, mas que tem algum tipo de participação, direta ou indireta, no processo eleitoral brasileiro, a legislação brasileira veda a participação de capital estrangeiro. Então, é fundamental agora, uma vez confirmados os recursos recebidos de organizações internacionais, a prestação de contas do Sleeping Giants. Como ele vem utilizando este dinheiro, se há algum repasse ou não, se esses valores são utilizados para pagar salários de diretores, se esses valores são utilizados para financiar a campanha que já foi declarada pela Justiça como inconstitucional e ilegal. O Sleeping Giants deve esta prestação de contas para a sociedade.”

O Ministério Público Federal e a Receita Federal foram acionados também pelo senador Rogério Marinho. “Nós oficiamos à Receita Federal um pedido de investigação para verificar se há algo ilícito, alguma utilização indevida dos recursos, bem como representamos junto ao Ministério Público Federal de São Paulo, e também o Nacional, para que se verifique se há algum indício de improbidade.” Marinho e Rogério estão entre os quase 20 senadores que solicitaram na Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado Federal um estudo sobre a atuação do trio Mayara Stelle, Leonardo Carvalho e Humberto Ribeiro. Na Câmara, os deputados das comissões de Comunicação e de Fiscalização e Controle convocaram no ano passado uma audiência pública para que o grupo se manifestasse a respeito de uma série de questões levantadas pelos parlamentares. Mayara, Leonardo e Humberto ignoraram o chamado, nem qualquer representante deles compareceu. Agora, um novo requerimento será feito.

Além de estar na mira de órgãos federais e do Congresso Nacional, os ativistas também colecionam uma série de derrotas nos tribunais. As decisões, todas, suspendem imediatamente e proíbem a campanha de difamação contra o Grupo Jovem Pan. De forma unânime, no fim de 2023, desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram em caráter liminar o fim imediato da campanha divulgada, principalmente, nos meios digitais, sob pena de multa no caso do não cumprimento. Logo no início deste ano, o juiz Adílson Araki Ribeiro, da Nona Vara Cível do Estado de São Paulo, decidiu da mesma forma em primeira instância. E ressaltou na sentença que a ação dos ativistas “transcende os limites legítimos do direito de liberdade de expressão, não se afigurando como uma simples crítica, mas, sim, verdadeira ofensa à imagem e honra da Jovem Pan por meio de afirmações depreciativas e inverídicas”. Na última quarta-feira, foi publicado o acórdão no qual o desembargador Gilson Miranda negou um recurso chamado agravo de instrumento, tentado pelos ativistas, e desqualificou o movimento do Sleeping Giants, que buscava, em uma manobra judicial, desvirtuar a decisão anterior e seguir atacando o Grupo Jovem Pan.

Informações da JP News

Justiça

Justiça de SP condena Sleeping Giants Brasil por campanha de difamação contra a Jovem Pan e determina exclusão de publicações

 

A 9ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, em decisão publicada na quarta-feira, 10, que a campanha difamatória encampada pelos ativistas do grupo Sleeping Giants Brasil contra a Jovem Pan “transcende os limites legítimos de seu direito de liberdade de expressão”, uma vez que representa não uma simples crítica, mas uma “verdadeira ofensa à imagem e honra” por meio de afirmações depreciativas e inverídicas.

“A iniciativa ‘#desmonetizajovempan’ vincula a autora a atos antidemocráticos e à propagação de discurso de ódio, sem comprovar a verossimilhança de tais declarações. Ademais, percebe-se que a atuação diverge, inclusive, de seu objetivo (fl. 399), visto que macula a democracia e a circulação de informações e do livre debate político ao afirmar que a autora deliberadamente apoia atos golpistas à democracia brasileira”, diz a decisão, assinada pelo juiz Adilson Araki Ribeiro.

Na sentença, o magistrado reforça que a iniciativa do Spleeping Giants Brasil não busca a transmissão de conteúdo de interesse público, mas sim, depreciar a empresa perante patrocinadores, gerando severos abalos às suas parcerias comerciais e prejuízos financeiros, sendo inconstitucional. Assim, o juiz condenou o grupo ativista digital a cessar a campanha contra a Jovem Pan; excluir os grupos criados no Whatsapp que tinham como finalidade a difusão da campanha difamatória, sob multa diária de R$ 1.000, além de indenizar a empresa em R$ 20 mil e pagar as custas processuais. Da mesma forma, a ação também condena as empresas Facebook e Twitter à obrigação de excluir os conteúdos difamatórios vinculados pelo Sleeping Giants Brasil nas plataformas digitais, incluindo também publicações do “Instagram” e sob multa diária de R$ 1.000.

Anteriormente, a Justiça de São Paulo já havia decidido que a campanha do grupo ativista digital contra a Jovem Pan é ilegal e deveria ser interrompida imediatamente. O advogado de defesa do Grupo Jovem Pan José Frederico Manssur falou sobre a vitória e a tentativa do Sleeping Giants de atacar injustamente a empresa. “A sentença proferida pelo Magistrado reconheceu que a Jovem Pan foi injustamente e ilegalmente atacada pelo Sleeping Giants Brasil. A conduta ilegal do Sleeping Giants Brasil como bem reconheceu o Magistrado transcendeu os limites da liberdade de expressão, caracterizando em ofensa a imagem e a honra da Jovem Pan. Mesmo sendo atacada de forma ilegal e inconstitucional, a Jovem Pan sempre confiou na justiça e buscou os meios legais para defender sua honra e imagem. Justiça foi feita”, conclui.

Deu na JP News

Notícias

Grupo militante Sleeping Giants é condenado por difamação contra Jovem Pan

Jardiel Carvalho | ZAZ Produções | Flickr

 

A 9ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que a campanha difamatória promovida pelos ativistas do grupo de extrema esquerda Sleeping Giants Brasil em relação à Jovem Pan ultrapassou os limites legítimos do direito de liberdade de expressão.

O juiz Adilson Araki Ribeiro, ao assinar a sentença, destacou que essa iniciativa não se limita a uma mera crítica, mas constitui uma verdadeira difamação à imagem e honra da empresa, por meio de declarações depreciativas e falsas, “maculando a democracia e a circulação de informações e do livre debate político ao afirmar que a autora deliberadamente apoia atos golpistas à democracia brasileira”.

O magistrado classificou a campanha de desmonetização contra a emissora como ilegal. A decisão ressaltou que a postura do Sleeping Giants não visa a divulgação de conteúdo de interesse público, mas sim denegrir a empresa perante seus patrocinadores, acarretando danos significativos às suas parcerias comerciais e prejuízos financeiros, sendo inconstitucional.

Diante disso, o juiz determinou que o grupo de extrema esquerda encerre a campanha difamatória contra a Jovem Pan, exclua os grupos no Whatsapp criados com o propósito de disseminar a difamação, sob pena de multa diária de R$ 1.000. Além disso, o grupo foi condenado a indenizar a empresa em R$ 20 mil e a arcar com as custas processuais. As empresas Facebook e Twitter também foram obrigadas a remover os conteúdos difamatórios vinculados pelo Sleeping Giants Brasil em suas plataformas digitais.

“A iniciativa ‘#desmonetizajovempan’ vincula a autora a atos antidemocráticos e à propagação de discurso de ódio, sem comprovar a verossimilhança de tais declarações. Ademais, percebe-se que a atuação diverge, inclusive, de seu objetivo (fl. 399), visto que macula a democracia e a circulação de informações e do livre debate político ao afirmar que a autora deliberadamente apoia atos golpistas à democracia brasileira”, diz a sentença.

O Conexão Política foi um dos primeiros alvos do Sleeping Giants em 2020. Na ocasião, o grupo utilizou o mesmo método empregado contra a Jovem Pan: ataques coordenados visando desmonetizar e, efetivamente, tornar o veículo inviável financeiramente, prejudicando suas operações e obrigando a fechar as portas.

Grupo militante Sleeping Giants é condenado por difamação contra Jovem Pan 1

Deu no Conexão Política

Notícias

Esquerdistas do Sleeping Giants Brasil ignoram deputados e faltam a audiência sem dar explicações

Mesa da comissão da Câmara

 

O Sleeping Giants Brasil (SGB) faltou, nesta quarta-feira, 20, a uma audiência pública conjunta das comissões de Comunicação e de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados. O requerimento aprovado pelas comissões em agosto convidava os representantes do grupo Leonardo de Carvalho Leal, Humberto Santana Ribeiro Filho e Mayara Stelle a se apresentarem nesta quarta no Congresso para depor sobre a atuação ativista no país.

“Os convidados não se deram ao trabalho de responder a essa comissão. Eles não têm tantos seguidores, e eu queria entender qual o poder que eles têm”, disse a deputada e presidente da Comissão de Fiscalização Financeira Bia Kicis (PL-DF).

Desde o ano passado, o Sleeping Giants faz campanha de difamação contra a Jovem Pan, tradicional grupo de mídia com mais de 80 anos de existência, coagindo patrocinadores a se desassociarem da emissora. Associações de imprensa, parlamentares, juristas e outras personalidades já se posicionaram contra a injustificada pressão feita pelos ativistas por meio das redes sociais, que fere os direitos constitucionais de liberdade de opinião e de liberdade de imprensa.

Presente na audiência desta quarta-feira, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que o Sleeping Giants é comandado por “dois covardes atrás do computador” e que não quiseram debater na audiência pública. O parlamentar disse ainda que a intenção não era intimidar, mas saber a visão deles sobre democracia. “Fico incomodado com a ausência desses dois moleques que agem nas sombras para fazer essa política de cancelamento e censura a quem não está em conformidade com a posição ideológica deles. Eles não são gigantes adormecidos, e sim pequenos escondidos”, disse Jordy.

Fonte: Jovem Pan

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Jovem Pan demite Tiago Pavinatto após recusar ordem da direção

Reprodução

 

Na noite desta terça-feira (22), a emissora Jovem Pan News tomou a decisão de suspender o contrato com o âncora Tiago Pavinatto. Ele atuava como apresentador no programa Linha de Frente e também como comentarista de Os Pingos nos Is. O motivo foi a recusa do comunicador em pedir desculpas a um desembargador, depois de ter se referido a ele como “vagabundo e tarado”, ao término de uma atração da emissora.

Além disso, o comentarista Rodolfo Mariz também teve seu contrato encerrado. A confirmação da demissão foi oficializada através de uma nota enviada pela Jovem Pan ao jornal Folha de S.Paulo. A crítica feita por Pavinatto surgiu dentro do contexto de uma fala direcionada ao desembargador Airton Vieira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Esse magistrado absolveu um indivíduo acusado de estuprar uma garota de 13 anos.

“A direção da casa está pedindo uma retratação ao desembargador Airton Vieira e eu não vou fazer. E eu deixo claro aqui: eu não vou fazer uma retratação para uma pessoa que ganha dinheiro público, livra um pedófilo, e ainda chama a vítima, de 13 anos de idade, de vagabunda”, afirmou Pavinatto. “Eu me nego a fazer. Estou sendo cobrado insistentemente a me retratar. Eu não vou fazer, me desculpem. Não tem mais clima. Falar de criança [é algo que] acaba comigo. Espero que amanhã eu volte pra cá”, acrescentou.

Após a primeira declaração de Pavinatto, a administração da emissora solicitou que o comentarista apresentasse um pedido de desculpas, temendo possíveis ações na Justiça, mas essa tentativa não obteve êxito. Pelo contrário, o apresentador optou por expor a situação ao vivo durante a transmissão. Quanto a Rodolfo Mariz, sua demissão ocorreu por conta da percepção interna de que ele teria influenciado Pavinatto a desobedecer as orientações da direção da Pan.

“O apresentador Tiago Pavinatto e o comentarista Rodolfo Mariz cometeram excessos em suas participações e recusaram a orientação de realizar, ao término do programa Linha de Frente, uma responsável retratação. Em virtude do ocorrido, a direção do canal decidiu pelo desligamento dos profissionais”, declarou, em nota, a Jovem Pan.

Deu no Conexão Política

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João Doria emplaca programa na Jovem Pan

O governador de São Paulo, João Doria, fala à imprensa, após encontro com o presidente em exercício , General Hamilton Mourão

 

João Doria, ex-governador de São Paulo, acertou com a alta cúpula da emissora da Jovem Pan a fixação do programa de entrevistas Show Business, que passa a ser veiculado na grade de atrações.

De acordo com a equipe do empresário paulista, a co-produção será apresentada pelo jornalista Bruno Meyer, ligado à Revista Oeste. A atração diz que o objetivo é abordar personalidades do mundo dos negócios.

De acordo com o site especializado TV Pop!, uma empresa de Doria comprou um horário na Jovem Pan e, com isso, a emissora passará a ceder seus estúdios para gravar o programa de entrevistas. O formato também será editado pela emissora, responsável por distribuir o conteúdo para as plataformas digitais.

Todos os ganhos com intervalos comerciais e ações de merchandising serão divididos entre as duas partes envolvidas.

Deu no Conexão Política

Notícias

Procurador que pediu cassação da Jovem Pan move inquérito contra as 7 maiores redes sociais do país

Procuradoria pede a cassação da Jovem Pan por 'alinhamento à desinformação'  | Diário da manhã

O procurador da República Yuri Corrêa da Luz, do Ministério Público Federal (MPF), signatário do pedido de cassação das concessões da rádio Jovem Pan por “veicular sistematicamente conteúdos desinformativos”, tem histórico de atuação contra empresas de tecnologia no tema da repressão da desinformação.

Em novembro de 2021, o procurador instaurou inquérito civil contra WhatsApp, Telegram, Facebook, Instagram, Twitter, Titkok e YouTube. A alegação era a de que “o Brasil tem sido palco de um processo de massificação do acesso à internet”, o que demandaria a intervenção do Ministério Público. O objetivo seria a prevenção contra “potenciais efeitos danosos para a compreensão de certos fatos pela população”, sobretudo no que tocante à saúde pública, ao meio-ambiente, ao “funcionamento de instituições democráticas do país”, e à atuação de supostos grupos profissionais de comunicação digital, que atuariam de forma organizada, seja para a propagação de desinformação, seja para o mero “desvio de foco da atenção da esfera pública”, em benefício de entidades ou pessoas determinadas.

Conforme nota divulgada pelo MPF sobre o inquérito, “ações e omissões das plataformas digitais” neste contexto podem “submetê-las a sanções que incluem o pagamento de multas e até mesmo a proibição de suas atividades no país”.

A este respeito, na portaria instauradora do inquérito, o procurador reconhece que a lei brasileira proíbe expressamente a responsabilização das plataformas pelo conteúdo publicado, salvo ordem judicial específica de remoção. Apesar disto, ele afasta a incidência da regra sob o argumento de que não impediria a responsabilização “por violação de deveres propriamente atribuídos ou atribuíveis aos provedores de aplicação” — citando em seguida dispositivos principiológicos do Código de Defesa do Consumidor, de 1990, como o respeito à dignidade do consumidor.

A portaria instauradora do inquérito faz frequente uso de expressões novas como “violência digital”, “campanhas de desinformação” e “desordem informacional” (termo criado em 2017 pela pesquisadora de Comunicação Claire Wardle e pelo jornalista Hossein Derakhsan, tendo se celebrizado no Brasil após ser usado pelo TSE em decisão). Remissões são sempre feitas a um glossário do jornal Folha de S. Paulo sobre termos ligados ao universo da desinformação. Também é citado como fonte o livro da jornalista Patrícia Campos Mello ‘A máquina do ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital’.

Questionamento de selo de verificação a youtuber

A movimentação mais polêmica no âmbito do inquérito foi quando, em 6 de janeiro de 2022, o procurador exigiu, no prazo de 10 dias, que o Twitter informasse ao Ministério Público Federal quais eram seus critérios para conferir a verificação de usuário. Embora o ofício não citasse nomes de indivíduos, a imprensa foi unânime em interpretar que a requisição do procurador do MPF tivesse constituído reação ao selo de verificação que, dois dias antes, fora conferido à youtuber Bárbara Destefani, do canal ‘Te Atualizei’.

O selo de verificação é ferramenta do Twitter (à época, conferida pela plataforma de forma discricionária) que atesta que o usuário em questão de fato é a pessoa por cujo nome se identifica. A ferramenta é relevante principalmente para celebridades, por haver tendência a que surjam contas inautênticas de fãs, parodiadores ou impostores com o mesmo nome e foto. Por este motivo, o selo azul associado passou a ser, por muitos, visto como sinal de prestígio.

No ofício, o procurador do MPF determinou que o Twitter respondesse “se, entre os critérios usados para negar tal status de verificação, está ou não o eventual envolvimento do usuário na veiculação de conteúdo desinformativo sobre temas de saúde pública, a exemplo daqueles atinentes à COVID-19, em relação aos quais já há farto consenso de autoridades sanitárias ao redor do mundo.”

Campanha contra o PL das Fake News por Google, Meta e Telegram

Em maio, o procurador notificou as empresas Google, Meta e Telegram para apurar campanha sua contra a aprovação do Projeto de Lei n.º 2.630/2020 (PL das Fake News). Na ocasião, o procurador destacou que esta notificação não visava a “defender o mérito de qualquer proposta de regulação que esteja em discussão, mas tão somente a garantir o respeito aos direitos fundamentais dos usuários”. A alegação era a de que Google e Meta teriam violado as normas legais de transparência na publicidade, ao veicularem, em suas páginas, conteúdo crítico ao projeto de lei, sem identificação clara como conteúdo publicitário.

Por sua vez, o Telegram teria mandado mensagem aos usuários tecendo críticas ao projeto de lei, sem que o aplicativo, em tese, tivesse autorização para enviar aos usuários mensagens do gênero, nos termos de uso por ele elaborados.

No momento da instauração original do inquérito, em 2021, o procurador determinara a expedição de ofício para o autor e do relator do PL das Fake News, assim como para a presidente do grupo de trabalho que o discutia, para serem informados sobre a instauração. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, o ministro Luís Felipe Salomão, do TSE, e os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros (presidente e relator da CPI da Covid-19) também estiveram entre as autoridades comunicadas.

Questionamento por ausência de canais de denúncia de desinformação sobre covid-19

Na mesma ocasião em que requisitou informações a respeito dos critérios para a verificação de usuários, o procurador noticiou que fora disponibilizada a usuários de Twitter em outros países ferramenta específica para denunciar suposta desinformação sobre covid-19. Requisitou ao Twitter informações a respeito dos motivos para a empresa, até então, não ter reproduzido esta política interna para usuários brasileiros. O ofício mencionou que seria de “juridicidade duvidosa” este tratamento distinto — em aparente indicação de que o Ministério Público poderia tomar medidas judiciais para obrigar o Twitter a adotar a política.

Dezenas de requisições semelhantes, igualmente detalhadas, foram dirigidas a todas as empresas investigadas (WhatsApp, Telegram, Facebook, Instagram, Twitter, Titkok e YouTube), sempre envolvendo “desinformação”, “violência digital” (conceito novo que abrangeria o discurso de ódio) ou comportamento inautêntico por robôs, e as medidas de repressão adotadas pelas plataformas.

A lei dispõe que a recusa, atraso ou omissão no cumprimento da requisição de informações do Ministério Público configura crime, punido com reclusão de 1 a 3 anos, e multa. Além disto, o contexto de um inquérito civil, que é, por natureza, preparatório de ação civil pública, implica o risco jurídico de que a empresa envolvida, a depender da resposta fornecida, se veja alvo de ação judicial destinada a coagi-la a cessar ou adotar determinada prática, ou mesmo a pagar indenizações milionárias e ­— nos casos do Telegram e da rádio Jovem Pan —, potencialmente ter suas atividades suspensas.

Deu na Gazeta do Povo

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Mídia internacional repercute tentativa de fechar a Jovem Pan

Tentativa fechar Jovem Pan

 

A notícia de que o Ministério Público Federal (MPF) entrou com um processo para cassar a concessão da Jovem Pan provocou reações na imprensa internacional.

Com base nesse assunto, o jornal espanhol La Gaceta publicou, na quarta-feira 28, uma reportagem com o seguinte alerta: “As liberdades e o Estado de Direito estão em declínio no Brasil”.

O jornal comparou o caso da rádio brasileira com o fechamento da televisão venezuelana Radio Caracas Televisión (RCTV), em 2007. Na ocasião, o então ditador venezuelano, Hugo Chávez, cassou a concessão da emissora sob a justificativa de a empresa ser “golpista” e “fascista”.

A Jovem Pan foi assunto de capa da Edição 171 da Revista Oeste. “Desde a intervenção da ditadura de Getúlio Vargas contra O Estado de S. Paulo, em abril de 1940, com a entrega da sua direção a um funcionário do governo e a transformação do jornal num boletim de propaganda do ditador, não se tentou no Brasil nenhuma violência contra um órgão de imprensa como a denúncia que o Ministério Público Federal acaba de fazer para punir a Rádio Jovem Pan”, escreveu o colunista J.R. Guzzo.

No Brasil, o MPF acusa a Jovem Pan de “alinhamento à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático”.

O jornal europeu afirmou que a medida pode ser interpretada como uma tentativa de influenciar ou manipular a opinião pública, a fim de criar paralelos entre a emissora e uma agenda política específica.

Deu na Oeste

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Jovem Pan: grupo com mais de 3 mil emissoras se manifesta sobre cassação de concessões

Jovem Pan Constantino Figueiredo

 

Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) classificou de “muito preocupante” a ação do Ministério Público Federal (MPF) que pediu a cassação de três concessões da Jovem Pan. A empresa é acusada de espalhar desinformação e “fake news”.

“A liberdade de programação das emissoras é fundamental para o livre exercício do jornalismo e para a existência do pluralismo de opinião, que devem ser sempre preservados”, disse a Abert, que representa mais de 3 mil companhias privadas de rádio e televisão. “A Abert estará vigilante na defesa da liberdade de expressão e de imprensa e acompanhará os desdobramentos da ação.”

Em nota, a Jovem Pan informou que a defesa da emissora “será manifestada exclusivamente nos autos do processo”. O grupo reafirmou ainda que, ao longo de 80 anos, seu compromisso sempre foi com a sociedade brasileira e a democracia.

Ação de cassação de concessões da Jovem Pan

Jovem Pan Constantino Figueiredo
Desde o ano passado, em virtude de seu crescimento exponencial, a Jovem Pan se tornou alvo de ataques | Foto: Divulgação

 

No processo, o MPF acusa a emissora de “alinhamento à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático”.

O MPF disse que as condutas praticadas pela Jovem Pan “violaram diretamente a Constituição e a legislação que trata do serviço público de transmissão em rádio e TV”.

Deu na Revista Oeste