Educação, Inclusão

Projeto terapêutico auxilia pais e cuidadores de pessoas no espectro autista em Natal

 

Criado com foco em proporcionar suporte psicológico e uma rede de apoio para familiares e cuidadores de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, o Serviço Integrado de Psicologia (SIP) da Universidade Potiguar (UnP), em Natal, conta com o Grupo Acolher, que realiza reuniões semanais voltadas para esse público.

Os interessados em participar podem se inscrever diretamente no Centro Integrado de Saúde (CIS) da UnP Salgado Filho, localizado na Rua General Francisco Monteiro, 371, em Lagoa Nova, Zona Sul (entrada pela rua lateral).

O local também disponibiliza o WhatsApp (84) 3215-1267. Outra possibilidade é se inscrever no link bit.ly/ProjetoAcolherUNP. Os encontros terminam no dia 29 de novembro. As vagas são limitadas.

As reuniões acontecem toda quarta-feira, às 19h, na UnP Salgado Filho. A iniciativa possibilita um ambiente de acolhimento, crescimento e apoio mútuo entre pessoas que partilham de dificuldades semelhantes e fragilidades emocionais no manejo do TEA.

Sob a coordenação da professora do curso de Psicologia da UnP, Maria Aparecida França, o grupo foi criado para suprir a carência de espaços desse tipo. “Constatamos a inexistência de um projeto voltado para esse público específico aqui na capital. Nesta perspectiva, a criação do projeto em formato de grupo terapêutico se justifica pela necessidade de uma rede de apoio e acolhimento para os responsáveis de pessoas com Transtorno do Espectro Autista”, explica a docente.

Cidade

Vereadores discutem inclusão de alunos com deficiência com Secretária de Educação

 

Os vereadores da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal de Natal receberam, nesta segunda-feira (8), a secretária municipal de Educação, Cristina Diniz, que apresentou um balanço sobre o trabalho de inclusão de estudantes com deficiência na rede de ensino.

“Foi uma convocação fruto de visitas às escolas nas quais verificamos a falta de acessibilidade e precisamos saber quando estarão adaptadas, de acordo com a Legislação Federal. Além disso, questionamos sobre denúncias que apontam para estagiários assumindo turmas sem professor auxiliar e recebemos a garantia que haverá a substutição desses cargos. A inclusão precisa ser pensada em todos os aspectos e estamos cobrando que isso aconteça”, declarou o vereador Tércio Tinoco (PL), presidente da comissão.

Também participaram do encontro a vereadora Divaneide Basílio (PT) e os vereadores Robson Carvalho (PDT), Herberth Sena (PL), Anderson Lopes (SDD) e, de modo remoto, Pedro Gorki (PT). Eles questionaram sobre como os alunos com deficiência foram atendidos durante a pandemia da covid-19, como está ocorrendo o retorno às aulas presenciais, a questão da acessibilidade e a presença de profissionais especializados. “É importante termos um relatório com o diagnóstico das escolas e CMEIs para termos um norte e continuarmos verificando a estrutura das escolas e a questão da acessibilidade. Dessa forma podemos continuar cobrando a execução dos projetos de inclusão de forma mais célere”, destacou o vereador Robson Carvalho, vice-presidente da comissão.

De acordo com a secretária Cristina Diniz, a rede municipal atende a 1.857 alunos com alguma deficiência, sendo a maior parte formada por estudantes com o espectro autista ou deficiência intelectual. Ela também disse que desde 2008 as matrículas desses alunos são feitas de forma antecipada, que o município dispõe de transporte de ônibus escolares adaptados e que conta com professores de libras.

“A Secretaria faz um trabalho não apenas para inclusão na sala de aula, mas também de forma individual, nas salas multifuncionais que temos na rede. O número de alunos com deficiência vem crescendo a cada ano, especialmente os autistas e crianças com microcefalia. Temos trabalhado para diagnosticar esses alunos que são também referenciados para outros serviços necessários, além da escola”, destacou a gestora.

Dentro do que foi apresentado pela secretária, a vereadora Divaneide Basílio sugeriu que a comissão retornasse às escolas para conferir o que já está sendo executado e o que ainda é está na previsão . “Foram apresentadas muitas coisas, mas algumas ainda estão sem previsão. Por isso, precisamos ir in loco saber se essa estruturação das escolas é um projeto, se já está concretizado ou ainda em andamento. Além disso, não dá para pensar na escola inclusiva sem valorização profissional, por isso, é importante discutirmos e acompanharmos o cumprimento do piso dos professores”, defendeu a parlamentar.

 

Cidade

Câmara Municipal de Natal aprova projetos para educação, inclusão e defesa da mulher

Em reunião nesta terça-feira (19), a Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final da Câmara Municipal de Natal apreciou 40 projetos de lei, sendo 19 aprovados. O restante teve pareceres pela rejeição ou pela prejudicialidade. Parte dos aprovados tratam de melhorias nas escolas, inclusão e cuidado com a mulher.

De acordo com a vice-presidente da comissão, vereadora Nina Souza (PDT), a produtividade da comissão permanece célere e a rejeição ou prejudicialidade de projetos refletem o cuidado com a legalidade e constitucionalidade das matérias. “Não é agradável dar parecer contrário, mas temos projetos com vícios de iniciativa ou de ilegalidade. O poder público não pode de forma deliberada fazer intervenção no setor privado, por exemplo. Além disso, há propostas semelhantes a outras em tramitação ou que já se tornaram leis”, disse ela.

Algumas matérias aprovadas são voltadas à educação, como a de nº 512/2021, da vereadora Brisa Bracchi (PT), que dispõe sobre a avaliação periódica dos prédios escolares da rede de ensino; e a de nº 384/2021, do vereador Tércio Tinoco (PP), para a adoção do Sistema de Inclusão Escolar “ABA” para crianças e adolescentes com Transtorno de Espectro Autista (TEA).

Sobre inclusão e luta contra o preconceito, foi aprovado o projeto nº 330/2020, da vereadora Ana Paula (PL), que institui a data 25 de outubro como Dia Municipal de Combate ao Preconceito contra as pessoas portadoras do Nanismo. “É um assunto que pouco se fala, mas que é necessário combater esse preconceito, conscientizar a população e dar condições de acessibilidade a essas pessoas”, disse a autora.

Outras matérias estão voltadas para o direito da mulher, como o projeto nº 505/2021, do vereador Aldo Clemente (PDT), garantindo o direito das lactantes amamentarem seus filhos durante as etapas dos concursos e seleções públicos realizados pela Prefeitura.  “É preciso assegurar esse direito básico para a mulher e seu filho. Além disso, nosso outro projeto aprovado trata da tramitação prioritária de processos administrativos em tramitação na administração municipal para mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar”, frisou o vereador.

O vereador Kleber Fernandes (PSDB), presidente da comissão, e a vereadora Camila Araújo (PSD) também participaram da reunião.

Inclusão

Solar Ferreiro Torto recebe cadeirantes do Projeto “Rodas da vida”

Pacientes atendidos pela Clínica de Lesão Medular Adulto do Instituto Santos Dumont (ISD) terão a oportunidade, muitos deles pela primeira vez, de visitar o Solar Ferreiro Torto, em Macaíba, um dos mais importantes museus do Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira, dia 1º de outubro. A ação é alusiva ao 5 de Setembro, intitulado Dia Mundial da Lesão Medular. A visita visa proporcionar um momento de entretenimento aos pacientes atendidos no Instituto e, mais ainda, chamar atenção da sociedade e dos gestores públicos acerca das barreiras arquitetônicas que impedem a livre circulação dos cadeirantes.

“Faremos uma atividade coletiva com os pacientes seguindo todas as regras de biossegurança, como uso de máscaras e álcool em gel. Durante a visita ao Solar Ferreiro Torto, iremos discutir as dificuldades dos cadeirantes em acessar pontos turísticos, ampliar sua participação social, acessibilidade e outras questões que fazem parte do cotidiano dessas pessoas. Queremos chamar atenção dos gestores públicos para as causas que envolvem as pessoas com limitação de mobilidade. Nosso objetivo é dar visibilidade às pessoas com lesão medular e às suas necessidades para participação social”, destaca a preceptora multiprofissional fisioterapeuta do ISD, Heloísa Britto.

Além dela, desenvolvem o projeto Rodas da Vida através da Clínica de Lesão Medular Adulto ISD, a psicóloga Miliana Galvão, a assistente social Alexandra Lima e a neuropsicóloga Joísa Araújo. Atualmente, cerca de 40 pacientes, de 18 a 60 anos de idade, são atendidos. São homens e mulheres com lesão medular traumática, provocada por arma de fogo ou acidente automobilístico, por exemplo; adquirida por doença através de infecções, tumores; ou congênita, como é o caso da mielomeningocele.

História

A visita ao museu é fruto de uma parceria do Instituto Santos Dumont com o Solar Ferreiro Torto. Na ocasião, os participantes terão a oportunidade de conhecer um pouco mais da rica história do município de Macaíba, seu passado glorioso com figuras como Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, político e inventor do dirigível Pax, nascido no município em 1864. Além da poetisa Auta de Souza, autora do livro de poemas Horto.

O museu Solar Ferreiro Torto está localizado nas proximidades do Rio Jundiaí. Antigamente, era a sede do Engenho do Ferreiro Torto. O prédio foi edificado no século XVII, recebendo então a denominação de Engenho Potengi, constituindo-se no segundo engenho de cana-de-açúcar do Rio Grande do Norte.

O local foi cenário de inúmeras batalhas envolvendo colonos holandeses, portugueses, índios e escravos africanos. O prédio chegou a ser praticamente destruído. Somente no Século XIX, em 1845, foi reformado e recebeu a atual denominação de Solar do Ferreiro Torto, servindo como moradia para muitas famílias nobres da cidade.

De acordo com Aécio Pereira, filho de Bruno Pereira (antigo proprietário do estabelecimento), o nome Ferreiro Torto foi inspirado por um coqueiro muito alto e torto que existia nas proximidades da construção, sendo que, perto da árvore, um ferreiro tinha uma tenda onde atendia viajantes que precisavam fazer manutenção das ferraduras de seus animais. Essa narrativa é apresentada no livro “O Giramundo”, de autoria de Aécio Pereira.

Durante muito tempo, o local serviu de moradia e até que no final da década de 70 do Século XX foi transformado em museu de arte sacra, passando a ser mantido pela Fundação José Augusto. No mesmo período, o Solar Ferreiro Torto tombou e restaurou o antigo palacete colonial.

Na década de 80 do mesmo século, o prédio foi novamente reformado e adaptado para funcionar como sede do Poder Executivo Municipal. Desse modo, o Ferreiro Torto foi a sede da Prefeitura de Macaíba no período de 1983 a 1989.

Em seguida, o prédio foi transformado em museu municipal. Mas, pouco tempo depois foi fechado. O Solar foi reinaugurado no mês de abril de 2003, reunindo uma grande exposição de fotografias que retratam a História de Macaíba e de filhos ilustres que foram destaque na sociedade local.

Hoje, o local recebe visitas frequentes de pesquisadores de História e de Ciências Biológicas, grupos de estudantes, famílias e turistas em geral oriundos de várias partes do Estado, do país e do mundo. O Solar Ferreiro Torto é cercado por um trecho preservado de Mata Atlântica, vegetação típica da área litorânea do Brasil. Ao seu redor, existem diversas trilhas ecológicas que o visitante pode aproveitar, além de apreciar a vista do Rio Jundiaí. Portanto, o espaço é ideal para quem gosta de História e Meio Ambiente.