Judiciário

COINCIDÊNCIA: Gilmar Mendes é vizinho em Lisboa de Diretor da FGV que organiza eventos com o IDP

Mais uma daquelas “coincidências” que só acontecem no Brasil.

Gilmar Mendes comprou um belo apartamento em Príncipe Real, Lisboa, há cerca de dois anos. O imóvel é avaliado em 600 mil euros.

O nobre ministro do STF tem como vizinho no edifício Sidnei Gonzalez, o diretor de mercado da FGV e responsável por organizar diversos eventos em parceria com o IDP.

Gonzalez disse a O Antagonista que pouco vê o ministro. “Só cruzei com ele aqui em Lisboa uma vez.

Foi uma grande coincidência ele comprar no mesmo edifício, pois eu tenho o meu apartamento lá há cinco anos.”

O diretor da FGV também afirmou ainda que “a relação com o ministro Gilmar é 98% profissional.”
“Ele me conhece bem, mas é sempre muito formal. Sou amigo mesmo dos ministros João Otávio de Noronha e Dias Toffoli.”

Desde 2010, a FGV e o IDP já realizaram pelo menos 11 eventos conjuntos.
Que baita coincidência não ?

Informações do Antagonista

Economia

42% dos potiguares vivem com até R$ 497, aponta FGV

 

Jéssica Maria Ribeiro Fernandes, 31, vê seus dias passarem debaixo de uma marquise na calçada de um prédio localizado no bairro da Ribeira, zona Leste de Natal. A moradora de rua não se lembra ao certo, mas está há mais de 13 anos vivendo nessa situação.

Sem nenhum documento, ela não existe. Está à mercê do Estado brasileiro. Por isso mesmo, não recebe nenhum auxílio governamental. Ganhava um pouco de dinheiro ao se prostituir, mas diz que logo gastava o dinheiro para comprar drogas.

Fernandes não sabe, mas ela integra o grupo de 42% de potiguares que vivem na linha da pobreza. Essa população, segundo o Mapa da Nova Pobreza, publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FVG), corresponde às pessoas que vivem com até R$ 497 por mês. Isso significa cerca de R$ 1,49 milhão de pessoas.

Os dados divergem dos números oficiais da Secretaria  de Assistência Social, publicados no dia 26 de junho, que mostram 1,15 milhões de pessoas, entre pobres e extremamente pobres, no Estado.

Para Jéssica, os ganhos mensais são mais próximos do zero. Ao lado de um colchão desgastado, ela mantém uma pequena prateleira, onde guarda maquiagem, remédios, calçados, boneca e uma Bíblia.

No outro lado, estende roupas e travesseiro sobre um corrimão, para pegar sol. O chão também está limpo, após ser recém-varrida com uma vassoura pela mulher negra de rosto marcado por cicatrizes.

“Nós precisamos muito de ajuda. Muita gente tem preconceito sobre nós, não aceitam falar com a gente pensando que somos sujos. Mas vocês chegaram na hora que eu estava arrumando [o local], fui tomar meu banho”, comenta.

Jéssica tem cinco filhos, mas nenhum vive com ela. Alguns estão com outros familiares, enquanto uma criança está sob a guarda da Justiça.

Para manter a higiene, toma banho de mangueira por trás de uma árvore. Comida ela às vezes faz à lenha, mas afirma que não precisa, porque sempre recebe doação. “A gente não passa fome, graças a Deus”.

A pesquisa da FGV mostra que a pobreza no Rio Grande do Norte — e no Brasil — nunca esteve tão em alta. Nacionalmente, 29,62% da população do país é considerada pobre. De acordo com a publicação, o país tem “quase um Portugal de novos pobres surgidos ao longo da pandemia”.

No Estado e no Brasil, os números são os maiores desde o início da série histórica da Fundação, em 2012. Naquele ano, o RN possuía 40,7% da população vivendo com menos de R$ 500 por mês.

O menor registro de pobreza foi em 2015, quando o contingente nesta situação correspondia a 35,1%.

Informações da Tribuna do Norte