Educação

Mais uma tragédia: RN tem o maior número de alunos fora da série adequada no Ensino Médio

Cenário expõe a dificuldade do RN de promover a aprendizagem. Pesquisa indica que distorção tende a ser irreversível – Foto: Magnus Nascimento

 

Os dados do Censo Escolar 2023, do Ministério da Educação (MEC), revelaram que o Rio Grande o Norte é o Estado do País com a pior taxa de distorção idade-série do ensino médio, isto é, 39,1% dos estudantes. O indicador é o dado estatístico que acompanha, em cada série, o percentual de alunos da rede pública que têm idade acima da esperada para o ano em que estão matriculados. São Paulo, com 11,8% de distorção, e Ceará, com 15,2%, são os melhores do País nesse quesito. No ensino fundamental, o RN ocupa a 4ª pior taxa de distorção do País, com 22,6% dos alunos fora do ano escolar adequado para a idade. A secretária de Estado da Educação, Socorro Batista, foi procurada, mas não se pronunciou.

Para especialistas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE, o cenário expõe uma dificuldade do Estado de promover aprendizagem. O índice de distorção idade-série é fortemente influenciado pela porcentagem de estudantes que foram reprovados ou que abandonaram os estudos durante um determinado ano letivo, explicam professores e gestores. A pesquisa indica também que a distorção idade-série tende a ser um processo irreversível, pois um aluno que enfrenta atrasos no início da educação básica, seja por reprovação ou abandono, tende a permanecer nessa situação até concluir o ensino médio ou, possivelmente, até abandonar os estudos completamente.

“Essa distorção é resultado de muitas reprovações”, analisa a professora e doutora em educação, Cláudia Santa Rosa. “Quando a aprendizagem não acontece, abrem-se os canais, as portas, para registramos mais reprovações. Com isso, o aluno quebra um fluxo natural que seria estudar e ser aprovado, isso acontece porque nós ainda temos um ensino muito ruim. A gente não consegue garantir uma escola capaz de promover aprendizagem. Se o aluno não aprende, ele reprova”, destaca.

A professora Daniela Terto, que atua no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), acrescenta que a pandemia teve impacto no percentual de distorção no ensino do Estado. “A gente acabou retrocedendo com a pandemia e os dados trazem esse reflexo. É histórico essa posição do RN, o ensino médio é a etapa da educação básica que é um gargalo, é um problema não só potiguar, mas também nacional. A própria reforma do ensino médio amplia essa precarização do nível de ensino, da educação, e a juventude tem menos interesse”, comenta.

Além de liderar o ranking nacional negativo de distorção idade-série no ensino médio, com 39,1% dos estudantes, o RN também figura entre os primeiros quando o assunto é distorção nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. O Rio Grande do Norte aparece na 4ª posição nacional, com 22,6% dos alunos em defasagem entre a idade prevista e a série escola que frequentam. Conforme apontam os especialistas, a distorção idade-série pode ser desencadeada pela reprovação do estudante, evasão escolar ou entrada tardia no sistema de ensino.

A própria adoção do ensino no modelo integral de maneira precária no Estado pode ser um fator que contribui para a distorção idade-série, diz Daniela Terto. “A educação em tempo integral seria muito boa, se a nossa juventude tivesse a oportunidade de só estudar o dia todo, mas a gente sabe que são filhos da classe trabalhadora que precisam também ajudar em casa e não tem condições de ficar na escola o dia todo, então essa própria ampliação da jornada acaba dificultando a permanência da juventude nas escolas e contribuindo para essa distorção”, diz.


Matrículas

Em quatro anos, a rede estadual do RN registrou uma queda de 12,6% no número de alunos matriculados no ensino fundamental, de acordo com dados divulgados pelo Censo Escolar 2023, do Ministério da Educação (MEC). Em números absolutos a redução foi de 11,4 mil estudantes, entre 2019 e 2023. Conforme a Lei de Diretrizes da Educação Nacional (LDB), estados e municípios compartilham a responsabilidade pela oferta do ensino fundamental. A queda também foi denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado (Sinsp-RN).

A presidente do Sinsp-RN , Janeayre Souto, diz que a queda tem impacto nos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). “O Fundeb é um fundo nacional bancado por estados, municípios e pela União que tem como fator determinante o número de matrículas nas escolas. Quem tem mais estudantes recebe mais recursos, então como nos últimos anos o Estado vem perdendo alunos, vem também perdendo dinheiro”, diz.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostram que em 2019, o RN tinha 33.365 matrículas nos anos iniciais do ensino fundamental e 57.516 estudantes matriculados nos anos finais do EF. Em 2023 houve diminuição nas duas etapas do ensino fundamental, foram 27.636 matrículas nos anos iniciais e 51.752 nos anos finais. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou entrevistar a secretária de Estado da Educação, Socorro Batista, mas não houve resposta.

A presidente do Sinsp-RN também criticou o que chama de ciclo vicioso da educação do Estado. “É bom ter a clareza que o Estado é obrigado a ofertar o ensino fundamental, de acordo com a Constituição, assim como os municípios. Na política educacional do Estado existe um ciclo vicioso que muito atrapalha: tirar professores da sala de aula, não estou falando de readaptados, colocá-los em desvio de função ilegal nas mais diversas funções, contratar professores temporários acima do limite legal permitido”, aponta.

A especialista em educação, Cláudia Santa Rosa, acrescenta que o encolhimento da educação básica no Rio Grande do Norte, sobretudo nos anos iniciais do ensino fundamental, tem reflexos negativos na formação dos estudantes nas séries subsequentes. “É preciso investir forte no processo de alfabetização, um planejamento para a criança que está lá na pré-escola, na educação infantil, de modo que a gente garanta o desenvolvimento integral dessa criança também no ensino fundamental”, diz.

 

Piores Estados em distorção idade-série no Ensino Médio

1º Rio Grande do Norte: 39,1%
2º Bahia: 35,7%
3º Amapá: 34,9%
4º Pará: 34,7%
5º Sergipe: 32,9%
6º Rio de Janeiro: 32,6%
7º Amazonas: 29,4%
8º Piauí: 28,4%
9º Paraíba: 28,3%
10º Acre: 28%.

 

Deu na Tribuna do Norte

Política

Governo Fátima (PT): Escolas estaduais perderam 16,7 mil alunos em 5 anos

Foto: Alex Régis

 

O Rio Grande do Norte registrou uma queda de 16.723 matrículas de alunos nas escolas estaduais ao longo dos últimos cinco anos, conforme dados do Censo Escolar. O saldo negativo é resultado do comparativo das 216.206 matrículas que o RN registrou nas escolas do Estado em 2019, com as 199.483 matrículas de 2023. Apesar disso, os repasses para o RN do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) aumentaram.

Por regra, com menos alunos na rede, menos recursos chegam via Fundeb. Isso porque é pela quantidade de estudantes que se define o total de recursos a serem aplicados. Os valores para o RN, no entanto, aumentaram desde a pandemia da covid-19. Se de 2019 para 2020 houve uma queda de R$ 27.7 milhões, para o ano seguinte o aumento foi de 35,8% passando do R$ 1,1 bilhão. A Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC/RN), justifica que isso ocorre porque há mecanismos de compensação no próprio Fundeb, que fixam um mínimo a ser investido por aluno.

Enquanto isso, o número de matrículas, que de 2017 para 2018 teve uma queda de -10.855, só conseguiu algum saldo positivo em 2021, quando foi observada uma recuperação dos efeitos da pandemia da covid-19. De 2019 para 2020, foram menos 4.184 alunos e no ano da pandemia houve 2.918 matrículas. No ano seguinte, a rede estadual registrou um aumento de 2.380 alunos e, desde então, só registra queda, sendo menos 6.780 em 2022 e, em 2023, contabilizando nova redução de 9.405. Atualmente são 199.483 alunos matriculados, mas a título de comparação, em 2017 eram 231.245.

O subsecretário de educação do estado, Flaubert Torquato, explica que isso se deve a uma série de fatores. “A rede estadual compete de forma desigual com institutos federais no seu ensino médio. Mas o número dos que entram não é igual aos que sai porque tem a ver também com o curso migratório, a questão etária e também a evasão escolar, que se aprofundou na pandemia”, disse ele.

A SEEC informou que a evasão no pós pandemia está em torno de 10 mil alunos. Sendo que em 2021, o índice estava em 18% e em 2022 ficou em 10%. Há pouco mais de um ano, em entrevista a TRIBUNA DO NORTE sobre essa questão, o então secretário de educação, Getúlio Marques, externava a preocupação por observar que o estado ainda não havia alcançado os níveis pré-pandemia, quando a evasão estava em 7,5%, segundo ele. Em 2020, devido à aprovação automática dos estudantes, em virtude da crise de saúde, que obrigou a paralisação das aulas presenciais, esse percentual caiu para quase zero, ficando em 0,06%. O reflexo nos anos seguintes já era esperado naquela ocasião.

O subcoordenador de avaliação educacional da SEEC/RN, Afonso Gomes, destaca que a evasão se caracteriza quando, no ano seguinte, não há matrícula em nenhuma rede de ensino daquele aluno. “Para se evadir, não se trata de reprovação apenas. Acontece, principalmente, nos anos do ensino médio, porque estamos falando de adolescentes e a questão de natureza socioeconômica da família pesa sobre eles, que muitas vezes precisam trabalhar e isso se agravou com a pandemia”, relata.

Ele diz que entre 2020 e 2021 houve um fenômeno evidente de abandono, que é quando o aluno se matricula, mas deixa de frequentar as aulas. Com isso, aumentou o grau de reprovações, que tem influência no Índíce de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O reflexo disso foi que o ensino médio do RN teve o pior IDEB do país no ano passado, com 2,8 de média. A título de comparação, a melhor nota, do Paraná, 4,6. Para a SECC, a medida de não adotar a aprovação automática, sem considerar a aprendizagem gerou esse resultado real, enquanto outros estados que aprovaram os alunos compulsoriamente causaram a sensação de que estavam bem no índice ou que até tinham melhorado esse indicador.

Abrir vagas nas modalidades que forem necessárias, seja no ensino regular e outras modalidades que forem necessárias, como na Educação de Jovens e Adultos – EJA, bem como projetos que estimulem os estudantes a retornarem às escolas e permanecerem, como o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa para garantir uma bolsa a esses alunos, são medidas citadas pelo Estado.

Sinsp questiona valores do Fundeb

Um levantamento do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta (Sinsp/RN) apontou que o Estado enviou R$ 3,5 bilhões mais do que recebeu do Fundeb. Esse fundo é composto por recursos provenientes de impostos e das transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios vinculados à educação. O Fundeb recebe os valores proporcionais à arrecadação desses entes conforme a legislação.
“Todos os entes federativos bancam o Fundeb, e o Ministério da Educação é responsável por repartir o dinheiro e enviar para estados e municípios, de acordo com o número de alunos matriculados nas escolas. E é essa equação que não fecha por aqui. O RN envia muito mais dinheiro do que recebe do Fundeb. É uma conta bem simples, mas que não fecha há anos”, destacou a presidente do sindicato, Janeayre Souto.

 

Segundo ela, com base nos balanços publicados no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope), em 2022, o Estado enviou R$ 2,3 bilhões ao Fundo, mas só obteve R$ 1,3 bilhão, resultando no saldo negativo de R$ 1 bilhão.

O subsecretário de educação do estado, Flaubert Torquato, diz que nessa conta, o saldo, de fato, costuma ser negativo, não apenas no Rio Grande do Norte, porque, independentemente da fonte de origem dos valores, todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação exclusiva na educação. “Temos contribuído mais do que temos recebido, mas o Estado não perde recursos porque esse é distribuído para os seus municípios. Não saiu recurso do estado, apenas o Executivo estadual repartiu com os demais municípios. Não houve transferência para fora do estado. Este é o princípio do Fundeb, proporcionar a eqüidade, o mínimo de desequilíbrio nos repasses para a educação”.

O Sinsp, no entanto, afirma que há perdas e que estas se devem também à redução de alunos e que isso é comprovado em documentos oficiais e públicos, como os que apresentou. Entretanto, para o secretário, a interpretação está equivocada. “Há uma interpretação equivocada. Não houve redução de receitas. A receita do Fundeb é sempre crescente. Tanto a contribuição, quanto o retorno”, garante.

O Sindicato denuncia ainda que 561 professores temporários contratados pelo governo do Estado não estariam trabalhando nas escolas e em nenhum outro lugar, segundo documentos do SIGEduc, Sistema Integrado de Gestão e Educação do estado. “O custo mensal desses 561 professores que estão sem nenhuma locação é de cerca de R$ 2,5 milhões. De acordo com dados, hoje existem 3.758 professores temporários no Estado para substituir os professores de cargo efetivo que estão afastados por conta de licenças”, divulgou o Sinsp.

A SEEC negou que haja esses professores pagos sem lotação e apontou para a possibilidade de ter ocorrido alguma falha nos dados do sistema.

números
Repasse/transferência de recursos do FUNDEB ao Estado do RN
2019 – R$ 898.203.430,42
2020 – R$ 870.474.483,93
2021 – R$ 1.182.555.581,04
2022 – R$ 1.378.275.000,00

Recursos que o Estado do RN contribuiu à conta do FUNDEB
2019 – R$ 1.691.899.074,27
2020 – R$ 1.671.360.424,75
2021 – R$ 2.071.664.883,45
2022 – R$ 2.370.930.680,12

Alunos matriculados nas escolas estaduais
2019: 216.206
2020: 213.288
2021: 215.668
2022: 208.844
2023: 199.483 (dados até setembro)

Deu na TN

Fonte: Censo Escolar/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)/SEEC

Educação, Política

Deputada Cristiane Dantas chama atenção para pleitos em favor da Educação do RN

 

 

Na primeira sessão plenária pós carnaval da Assembleia Legislativa, a deputada Cristiane Dantas (SDD) destacou nesta quinta-feira (23) requerimento encaminhado ao Governo do Estado solicitando reparos na Escola Estadual Laranjeiras do Abdias, em São José de Mipibu. Segundo a parlamentar, parte do teto da escola desabou.

“Externo a minha preocupação com a Educação do nosso Estado. Hoje apresentei requerimento solicitando reparos urgentes na Escola Estadual Laranjeiras do Abdias, que deveria estar recebendo os estudantes, mas infelizmente o telhado veio abaixo. Se estivesse com alunos no prédio, poderia ter gerado um grave acidente”, justificou Cristiane.

Na ocasião, a deputada cobrou ainda a atualização – pelo Governo – do piso salarial dos professores para 2023, “que ainda não foi assinado pela governadora, assim como o residual do ano passado, já negociado, e que deveria estar sendo pago”, disse ela.

De acordo com Cristiane Dantas, o impasse tem gerado indicativos de greve dos professores estaduais. “O início do ano letivo já apresenta riscos de não ter aulas em período normal, trazendo sérios prejuízos aos alunos. Não queremos mais desculpas ou indicativos, e sim, soluções”, concluiu.

Educação

GOVERNO FÁTIMA: Ensino médio do RN é o pior do Brasil; Ensino fundamental está entre piores

 

Os quase 500 dias sem aulas presenciais deixaram marcas fortes na rede estadual de ensino no Rio Grande do Norte. Pelos números divulgados nesta sexta-feira (16), os resultados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mostraram o RN em último lugar no ensino médio e nas piores colocações do ensino fundamental, tanto nos anos iniciais, quanto nos anos finais.

No ensino médio, por exemplo, o Rio Grande do Norte teve 2,8 de nota. O segundo pior foi o Pará, com 3 e o Amapá, com 3,1.

Veja o gráfico: 

 

Nos anos finais do ensino fundamental, o RN teve a nota de 4,4, empatado com o Pará e a frente apenas do Maranhão (4,3) e Amapá (4,1). No caso dos anos iniciais, o RN ficou empatado com Maranhão e Pará e a frente só do Amapá.

Veja os gráficos abaixo: 

 

 

BRASIL

Os dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), nacionalmente, mostraram uma queda no aprendizado de língua portuguesa e matemática em todas as séries, no entanto, na comparação com os dados de 2019, houve pouca variação no aprendizado de Língua Portuguesa e Matemática. Vale destacar que o número de alunos que participaram da prova foi menor que de edições anteriores, interferindo diretamente no resultado.

Chama a atenção o nível de alfabetização dos estudantes do 2º ano do ensino fundamental: o número de alunos que não conseguem escrever adequadamente ao que é esperado pela idade, nem têm condições de compreender aquilo que leem aumentou em 24,5 pontos em comparação a 2019. Já a proficiência em matemática entre alunos do 5º ano do ensino fundamental caiu para índices próximos aos de 2013, uma queda de 11 pontos se comparado ao resultado de 2019.

IDEB

O principal índice de avaliação da qualidade da educação, o Ideb varia numa escala de 0 a 10 sendo resultado do Saeb, uma avaliação em larga escala que oferece subsídios para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas educacionais.  Por meio de testes e questionários, a avaliação reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelo conjunto de estudantes que participam. Esses níveis são descritos em escalas de proficiência para cada uma das áreas e etapas avaliadas.

Foram avaliados estudantes de escolas públicas de 5.º e 9º ano do ensino fundamental e dos últimos anos do ensino médio em Língua Portuguesa e Matemática. Os alunos do 9.º ano também foram avaliados nas áreas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. As provas foram aplicadas em amostras.

Deu na 96 FM

Educação

RN tem 2ª maior taxa de abandono escolar do Ensino Médio no Brasil

 

Os dados da segunda etapa do Censo Escolar da Educação Básica 2021 apontam que, no ano passado, o Rio Grande do Norte registrou a maior taxa de reprovação (10,7%) e abandono escolar (14,7%) do Ensino Médio em todo o Nordeste. Na outra ponta, a taxa de aprovação é a menor da região (74,6%). O Estado tem a segunda menor taxa de aprovação do País, com aproveitamento melhor apenas do que o Pará, que registrou índice de 73,3%. Em relação ao abandono de estudantes do Ensino Médio, o Rio Grande do Norte está em segundo lugar no ranking nacional. A taxa do Estado, de 14,7% só não é pior do que o índice do Pará, que registra 15,6% de abandono escolar.

Os dados foram divulgados na semana passada  e estão disponíveis portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e no sistema do Educacenso. A diferença entre os dados do RN e dos estados vizinhos é outro aspecto que chama a atenção. A taxa de reprovação no RN é 35 vezes maior que a do Ceará (10,3% x 0,3%). Até mesmo a comparação com o segundo colocado da lista coloca o RN em situação difícil. A taxa de Alagoas é de 4,5%, ou seja menos que a metade. O mesmo acontece com a taxa de abandono. O RN tem números 10 vezes maiores que Pernambuco. Especialistas avaliam que é necessário analisar os dados com cuidado, uma vez que os estados adotaram critérios diferentes para definir os processos de aprovação, reprovação e abandono escolar.

Em se tratando de reprovação, o Estado está em sexta colocação no Brasil. Com desempenho pior do que o RN, que tem índice de 10,7%, estão Amapá (15,4% ), Mato Grosso do Sul (13,8%), Mato Grosso (12,3%), Santa Catarina (12,1%) e Distrito Federal (11%). No comparativo entre 2020 e 2021, os números do ano passado no Rio Grande do Norte também apontam para um declínio no rendimento dos estudantes do Ensino Médio do Estado.

Em 2020, a taxa de aprovação era de 98,4% e os índices de reprovação e abandono eram 0,1% e 0,6%, respectivamente.    Getúlio Marques, secretário de educação do Estado, explica que a diferença de um ano para o outro se deve ao fato de não haver reprovações em 2020, conforme recomendação do Inep. O titular da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC/RN) reconhece que os números do Censo são preocupantes e o cenário se deve, especialmente, às restrições provocadas pela pandemia.

“Em 2019, tivemos dificuldade financeira. O Estado estava em situação de calamidade e tivemos que investir menos em algumas áreas. Com isso, um grande número de alunos ficou prejudicado na pandemia, especialmente aqueles de cidades com pouca estrutura. Muitos não tiveram acesso à internet e, para isso, nós utilizamos a televisão, que não teve o mesmo impacto”, afirma o secretário.

Informações da Tribuna do Norte

Economia

Mais de 30% dos jovens nem trabalham nem estudam no RN

Dos 11,675 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham no Brasil, os chamados nem-nem, quase metade (48%, ou 5,6 milhões em números absolutos) estão nas regiões Norte e Nordeste. A participação é bem maior que os 38% que essas regiões representam do contingente total de jovens nessa faixa etária no país, segundo levantamento exclusivo da IDados para o Valor feito a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do terceiro trimestre de 2021, último dado disponível para o indicador regional. Pobreza, mercado de trabalho menos dinâmico e escolas públicas mais precárias estão entre as razões apontadas por especialistas para explicar a incidência maior do fenômeno nessas regiões.

O problema também pode ser visto sob outro ângulo: a proporção de nem-nem no total dos jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos. Nesta comparação, os nem-nem representam 23,7% desses jovens, na média brasileira. Mas esse percentual é de 30,6% no Nordeste e de 26,6% no Norte. Há Estados com índices ainda mais preocupantes, como Maranhão (36%), Amapá (34,9%), Alagoas (34,1%) e Rio Grande do Norte (30,8%). A diferença também aparece quando se compara com outras regiões brasileiras: 16,1% no Sul, 19,7% no Centro Oeste e 21,2% no Sudeste.

A fraqueza do mercado de trabalho dessas regiões fica clara nas taxas de desemprego, tradicionalmente mais elevadas que a média brasileira e também de Estados mais desenvolvidos. Na avaliação da professora do Departamento de Economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Valéria Ferreira Santos de Almada Lima, a “desestruturação” desses mercados de trabalho favorece essa proporção maior de jovens que não trabalham nem estudam nessas regiões. Nesses mercados menos dinâmicos, diz ela, é maior a tendência de empresas exigirem grau maior de escolaridade e experiência mesmo para vagas que seriam de menor qualificação.

Valor Econômico

Educação

Professores do Estado aprovam indicativo de greve e ato na Governadoria para reivindicar Piso

Os trabalhadores em educação da Rede Estadual de ensino aprovaram indicativo de greve e a realização de um ato público na sexta-feira, 04 de fevereiro, em frente à Governadoria, às 9h. A atividade acontecerá no mesmo dia da audiência com o Governo. As deliberações foram tiradas em Assembleia virtual conduzida pelo SINTE/RN na tarde desta quarta (02).

Desta forma, ficou acertado que a categoria vai iniciar o movimento grevista em 14 de fevereiro, data prevista para a retomada das aulas no Estado. Isso se o Governo até lá não apresentar uma proposta para implementar os 33,24% relativos ao Piso Salarial 2022.

ENCAMINHAMENTOS

Todos os encaminhamentos apresentados durante a Assembleia foram aceitos pela maioria que participou. Ao todo, 93% dos participantes disseram sim, 4% votaram não, enquanto outros 3% se abstiveram. Veja abaixo as deliberações:

  • Indicativo de greve aprovado, com início da greve marcado para 14 de fevereiro, caso até essa data o Governo não apresente proposta;
  • Ato em frente à Governadoria nesta sexta-feira (04), às 9h;
  • Nova Assembleia em 07 de fevereiro, às 14h, para avaliar o cenário (se há negociação ou não/avaliar a audiência marcada para sexta, 04/02);
  • Veicular vídeo e spot em TVs e rádios;
  • Incluir na pauta o plano de carreira dos funcionários, a lei do tempo integral e a lei do porte das escolas;
  • Durante a jornada pedagógica comparecer de acordo com o cenário (protestar com cartazes);
  • Marcar reunião com as regionais e a categoria para mobilizar e fortalecer a luta, bem como recomendar que as regionais façam assembleias; e
  • Enviar ofício ao Governo do Estado comunicando as deliberações desta Assembleia.

 

Educação

Governo do RN mantém retomada das aulas presenciais no dia 7 de fevereiro, mas monitora Covid

O Governo do Rio Grande do Norte publicou nota nesta quinta-feira (27) sobre o retorno das aulas presenciais na rede pública de ensino. A gestão estadual informou que aguarda as próximas recomendações do Comitê Científico quanto ao atual cenário epidemiológico da Covid-19, além dos casos de gripe, e que devem auxiliar à tomada de decisões quanto ao retorno às aulas presenciais.

Esse reinício, por enquanto, permanece com data prevista para o dia 7 de fevereiro. O que ficou adiado foi a jornada pedagógica que aconteceria nos dias 01 e 02 de fevereiro.

“As secretarias de Estado da Saúde e da Educação monitoram a situação, que atualmente apresenta uma crescente incidência de professores e colaboradores adoecidos, seja em função da Covid-19, ou mesmo gripe, assim como vários setores das atividades públicas ou privadas que começam a enfrentar dificuldades na continuidade efetiva de seus serviços”, diz a nota oficial.

Educação

Evasão escolar afeta pelo menos 11 mil alunos no RN, estima secretaria de Educação

 

Após o retorno às aulas presenciais em 2021, a Secretaria de Estado da Educação (SEEC) estima que a evasão em sua rede deve afetar cerca de 11 mil alunos. Apesar de o impacto sentido ser menor do que aquele no ano de 2020, o secretário Getúlio Marques esclarece que o número real referente ao ano de 2021 deve ser maior que o estimado até o momento e será divulgado após conclusão do Censo Escolar anual, previsto para março de 2022. Os números de acompanhamento interno registram 5% de evasão no ano letivo de 2021.

 

Em seu levantamento interno, a SEEC analisa dados fornecidos pelas próprias escolas e Diretorias Regionais de Educação e Cultura (Direc). Entretanto, a Secretaria explica que esses números não possuem caráter censitário visto que só com a virada do ano letivo, esses dados poderão ser calculados pelo Ministério da Educação com precisão.

 

De acordo com os dados preliminares, o índice de evasão escolar é considerado alto em quatro municípios potiguares, onde o registro é maior que 20%: Baraúna (31%), Boa Saúde (29%), Jaçanã (23%) e Antônio Martins (23%). Com evasão maior que 15%, o RN tem mais dois municípios: Grossos e Coronel Ezequiel. Todas as outras localidades do estado apresentam evasão abaixo desse percentual. De qualquer modo, o secretário explica que as matriculas escolares para o ano letivo de 2022, que devem ocorrer no mês de janeiro, vão esclarecer a questão da evasão. Reportagem completa na Tribuna do Norte.

Educação

Professores contrariam decisão judicial, mantêm greve e fazem protesto em frente à Prefeitura de Natal

 

Professores em greve montaram um acampamento e iniciaram um protesto na manhã desta segunda-feira (27) em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura de Natal, no centro da capital.

A categoria decidiu manter a greve, mesmo com uma decisão liminar da Justiça que determinou o retorno imediato dos profissionais ao trabalho. Segundo representantes do sindicato dos professores, a categoria decidiu recorrer da decisão.

“Decidimos manter a greve e iremos recorrer. Ela não decreta a greve ilegal, mas determina que os professores retornem ao trabalho. Estabeleceram multa caso desobedecesse, mas o sindicato está disposto inclusive a pagar a multa e a greve permanece até que o prefeito aceite voltar às negociações”, afirmou Thelma Farias, diretora de comunicação do Sinte.

Os professores começaram a greve no dia 10 de dezembro cobrando reajuste salarial de 12,84% em relação ao piso salarial de 2020, redução do número de alunos por sala de aula e reformas nas unidades de ensino. Eles alegam que estão sem aumento de salários há dois anos.

A Prefeitura de Natal informou que vai realizar uma reunião com representantes da categoria nesta terça-feira (28).

g1 RN