Mundo

Boric sinaliza reforma ministerial no Chile após derrota em plebiscito

 

Após derrota da proposta de uma nova Constituição em plebiscito, o presidente do Chile, Gabriel Boric, sinalizou neste domingo, 4 que fará uma reforma ministerial nos próximos dias. “Fazer frente a estes importantes e urgentes desafios exigirá ajustes rápidos em nossas equipes governamentais”, disse Boric em discurso transmitido em cadeia nacional de televisão logo após o anúncio do resultado da consulta popular.

A possibilidade de uma mudança no governo estava em discussão há algumas semanas, enquanto as pesquisas de intenção de voto já apontavam que o “rechaço” à proposta de Carta Magna ganharia o plebiscito.

Empossado em março deste ano, o governo Boric começou a dar alguns tropeços já nos primeiros dias. O próprio Boric afirmou durante uma reunião do Conselho de Ministros, um mês depois de tomar posse, que o governo havia “decolado com turbulência”.

Informações da EFFE

Política

No Chile, governo enfrenta protestos, alta da inflação e queda de popularidade

 

O presidente mais jovem a ser eleito no Chile, Gabriel Boric, que é ex-líder estudantil e militante de esquerda, está no cargo há cerca de três meses.

Mesmo com pouco de mandato, os problemas já são muitos. A alta recorde na inflação, com os preços subindo cada vez mais e a economia crescendo menos que o esperado são apenas algumas das dificuldades enfrentadas pelo novo governo.

Boric enfrenta queda de popularidade no país e sofre com a cobrança de sua base socialista para diminuir o número de serviços privados. Ele também não consegue tocar a reforma tributária, que levaria ao aumento de impostos, nem a previdenciária.

No meio de toda essa crise, a população do Chile ainda se prepara para um momento histórico: reescrever uma nova Constituição. O plebiscito para a nova Carta Magna será feito em 4 de setembro.

Os chilenos temem estar revivendo os resultados de 2020, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu 6%, naquela que foi a pior recessão em 40 anos.

A taxa inflacionária, por sua vez, já ultrapassou a casa dos 10% nos últimos 12 meses terminados em abril. Esse índice não atingia dois dígitos desde 1994.

Mundo, Polícia

Violência no Chile não para de crescer

O presidente socialista do Chile, o radical Gabriel Boric. Foto: Reprodução da Internet.

 

A escalada da violência no Chile não para de crescer. O aumento da criminalidade, tanto em número como em gravidade, são reconhecidos pelo próprio governo socialista de Gabriel Boric. O momento que é considerado “o pior momento de segurança desde o retorno à democracia“, pelo próprio subsecretário de Prevenção do Crime, Eduardo Vergara, não tem poupado nem as autoridades do governo socialista que está no poder no país.

A própria ministra da Defesa do Chile, Maya Fernández Allende, teve sua residência assaltada na noite de sexta-feira (13/05). Maya comanda a pasta que reúne as forças armadas do país. Além do episódio com a ministra, um dos seguranças do presidente Gabriel Boric recebeu um tiro em outra ação criminosa em Santiago.

 

A ministra da Defesa com o presidente chileno. Foto: Redes sociais.

 

A ministra é neta de Salvador Allende, o ex-presidente socialista que se suicidou em 1973 e foi sucedido pelo regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990). Ela não estava em sua residência no momento do assalto, mas os criminosos agrediram seu filho e ameaçaram seu marido.

Ocorreu um assalto no imóvel da ministra da Defesa, onde se encontravam o seu marido e um de seus filhos. Como resultado deste crime, sujeitos desconhecidos levaram dinheiro e também um veículo“, revelou o chefe de polícia Jean Camus.

Também na sexta-feira, um dos seguranças da equipe do presidente socialista Gabriel Boric foi assaltado e recebeu um tiro no braço, quando se encontrava dentro de um veículo oficial da Presidência.

O sargento dos Carabineiros estava sozinho no veículo e retornava ao palácio presidencial La Moneda para deixar o veículo. Os elementos o abordaram e o teriam conduzido para uma localidade na zona norte de Santiago. Ele recebeu um tiro, e foi deixado em uma rua. Os criminosos fugiram com o automóvel.

Devemos redobrar o nosso compromisso com a segurança e aumentar os níveis de eficiência para enfrentar a criminalidade no Chile“, afirmou o subsecretario Vergara neste sábado (14/05).

GUINADA À ESQUERDA E VIOLÊNCIA

O cenário de violência tem sido visto em diversos países da América Latina. Enquanto no Brasil o número de homicídios tem caído desde 2017, o quadro é muito diferente nos vizinhos. A escalada da violência nesses países coincide com recentes mudanças políticas.

A chegada do radical Gabriel Boric ao poder no Chile foi mais um capítulo da guinada da esquerda radical no continente. Os socialistas já controlam grandes países como a Venezuela, o México, a Argentina e o Chile. E Lula da Silva, que não esconde mais seu discurso radical, pretende voltar à Presidência do Brasil.

O petista Lula da Silva foi entusiasta do então candidato radical Gabriel Boric, eleito presidente do Chile. Foto: Redes Sociais.

 

Política

Chile terá disputa entre o ultradireitista Kast contra o esquerdista Boric no segundo turno das eleições

José Antonio Kast e Gabriel Boric se enfrentam no segundo turno chileno

 

Chile terá uma disputa entre o ultradireitista José Antonio Kast e o esquerdista Gabriel Boric, no segundo turno das eleições presidenciais, marcadas para o dia 19 de dezembro. Ao menos, é o que aponta a apuração do país, que com 71,45% das urnas, mostra Kast com 28,30%, e Boric com 25,07%. Desta forma, esta será a primeira vez desde o retorno à democracia em 1990 que os partidos tradicionais de centro-esquerda e centro-direita não conseguem passar pelo primeiro turno.

Os candidatos prediletos da população têm agendas muito diferentes, o que obrigará os chilenos a escolher em dezembro entre o governo mais de esquerda desde Salvador Allende (1970-1973) ou o mais de direita desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Boric, um deputado de 35 anos e ex-líder estudantil que se descreve como ambientalista, feminista e regionalista, quer expandir o papel do Estado para um modelo de bem-estar semelhante ao da Europa. Kast, um advogado católico de 55 anos, pretende reduzir o papel do Estado, baixar os impostos, lidar duramente com a migração irregular e proibir o casamento gay e todas as formas de aborto.

O economista liberal Franco Parisi, que vive nos Estados Unidos e nem sequer foi ao Chile para as eleições, continua sendo a surpresa do dia, com 13,31% dos votos, de acordo com a última contagem. Parisi desloca, assim, o governista e ex-ministro Sebastián Sichel para o quarto lugar e empurra a candidata da centro-esquerda, a democrata-cristã Yasna Provoste, para a quinta posição. Muito atrás, com menos de 8% dos votos, estão Marco Enríquez-Ominami e Eduardo Artés, da esquerda radical.

Informações da JP News

Polícia

Novo presidente do Chile será escolhido neste domingo

 

Cerca de 15 milhões de eleitores estão convocados para ir às urnas no Chile neste domingo, 21.

Para além de escolher o sucessor do presidente Sebastián Piñera, o pleito elegerá 155 deputados, 27 senadores e vereadores regionais. O substituto de Piñera assumirá a presidência do Chile em 11 de março de 2022, por 4 anos. Na contramão de outros países da América Latina, o Chile viveu estabilidade e crescimento nas últimas décadas. Mais recentemente, depois dos protestos sociais de outubro de 2019, que deixaram 30 mortos, o país viveu instabilidade política.

O atual governo foi marcado por denúncias de violações de direitos humanos, protestos e ataques contra comunidades indígenas. Em outubro deste ano, a Pandora Papers —investigação jornalística sobre finanças internacionais e paraísos fiscais, da qual o Poder360 participou— mostrou que o presidente chileno estaria vinculado a irregularidades na venda de uma mineradora. Foi aberto um processo de impeachment contra Piñera. No dia 16 de novembro, o Senado rejeitou o impedimento.

 

QUEM ESTÁ NO PÁREO

7 candidatos concorrerão neste domingo:

José Antonio Kast (Republicano): político de extrema direita é ex-deputado e fundador do seu partido; concorreu como candidato independente nas eleições presidenciais de 2017; conhecido por defender a ditadura de Augusto Pinochet, adota política parecida com a de Jair Bolsonaro e Donald Trump: promete fechamento de fronteiras a imigrantes e critica entidades de direitos humanos.

Gabriel Boric (Convergência Social): ex-líder estudantil, de 35 anos; ficou conhecido nos protestos de 2011, que pediam educação gratuita; foi eleito deputado em 2013 e reeleito com recorde de votos em 2017; apoiou os protestos de 2019; defende reformas sociais e direitos dos trabalhadores.

Franco Parisi (Partido de la Gente): fez toda a campanha dos EUA, pela internet; ficou conhecido por fazer programas de rádio e televisão sobre economia, que o rendeu o apelido de “economista do povo”; lançou candidatura independente para as eleições presidenciais de 2013; defende uma série de políticas ambientais.

Yasna Provoste (Partido Democrata Cristão): atual presidente do Senado; candidata de centro-esquerda foi ministra da Educação no governo de Michelle Bachelet, afastada do cargo por acusações de negligência; quer implantar sistema universal de saúde; defende pautas relacionadas a desenvolvimento sustentável e inclusão social.

Sebastián Sichel (coligação Chile Vamos): representante do centro-direita e candidato do presidente Sebastián Piñera; foi presidente do Banco do Estado do Chile e ministro do Desenvolvimento Social e da Família do atual governo; projeto de governo baseado em sistema de livre mercado.

Marco Enríquez Ominami (Partido Progressista): veterano, concorreu em 2009, 2013 e 2017; ex-deputado foi exilado na França com a família durante regime militar; propõe redução dos gastos de guerra e imposto sobre fortunas para viabilizar projetos sociais.

Eduardo Artés (União Patriótica): fundador do Partido Comunista do Chile; radical de extrema esquerda prometeu que ele próprio lideraria protestos contra o seu eventual governo; defende a nacionalização de empresas de interesse estratégico da nação. Assim como acontece no Brasil, se nenhum dos candidatos receber mais da metade dos votos válidos, haverá 2º turno, marcado para 19 de dezembro. As últimas pesquisas de intenções de voto mostram que os eleitores têm grandes chances de precisar voltar às urnas para escolher um presidente.

 

PESQUISAS

De acordo com a última pesquisa divulgada pelo instituto Plaza Pública Cadem, em 5 de novembro, Kast e Boric lideram as intenções de voto. Eles possuem 25% e 19%, respectivamente. Em 3º lugar está Parisi, com 10%. Nenhum dos 7 candidatos atingiu 30% das intenções de voto. Outros 22% dos eleitores consultados não sabem, não responderam ou não pretendem votar. A sondagem foi feita de 2 e 4 de novembro com 1.010 eleitores. A margem de erro é de 3,1%.

O código eleitoral chileno proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais menos de 15 dias antes ao pleito. Não haverá mais sondagens. A imprensa chilena afirma que o apertado cenário pode ter mudado diante do debate organizado pela Associação Nacional de Televisão do Chile no dia 16 de novembro. Com grande audiência (em torno de 40 pontos), o desempenho de Kast, que vinha em crescimento nas pesquisas, foi considerado muito fraco.

 

AMÉRICA DO SUL

A esquerda voltou a conquistar espaço na América do Sul depois de um período em queda, com as eleições de Mauricio Macri na Argentina e de Jair Bolsonaro no Brasil. A vitória do peruano Pedro Castillo levou a região a uma espécie de empate. Dos 12 países, 6 têm governos de direita e 6 de esquerda.

Se a vitória de Kast se confirmar, o cenário político na região permanece o mesmo. Se Boric ganhar, o subcontinente volta a ter maioria de esquerda.

 

 

 

Política

Senado Chileno rejeita proposta de impeachment do presidente Sebastian Piñera

Manifestante em frente ao Senado pede destituiçao de Piñera: 'O acusado que vendeu o país barato', diz o cartaz Foto: RODRIGO GARRIDO / REUTERS
Foto : Rodrigo Garrido

 

O Senado do Chile votou na terça-feira,16, contra a remoção do presidente Sebastian Piñera do cargo, encerrando um processo de impeachment que havia sido aprovado em uma votação na Câmara dos Deputados na semana passada por supostas irregularidades na venda de uma mineradora.

A votação do Senado ficou abaixo da maioria de dois terços — 29 dos 43 senadores — necessária para destituir Piñera, que deve deixar o cargo em março do próximo ano.

Embora a votação ainda tenha sido oficialmente concluída, a quantidade de votos contrários já tornam inviável a aprovação.

Piñera é questionado por revelações da investigação jornalística Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que revela transações em paraísos fiscais envolvendo figuras globais da política e dos negócios.

Entre eles, há documentos que parecem delinear um acordo referente à venda em 2010 da mina de Dominga, um projeto abrangente de cobre e ferro no Chile. À época, Piñera, um empresário bilionário, estava no ano inicial de seu primeiro mandato presidencial.

Os chilenos vão votar nas eleições presidenciais neste domingo 21, na qual Sebastián Piñera não pode concorrer.