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Veja os riscos que o agronegócio brasileiro pode enfrentar sem acordo do Mercosul com União Europeia

Veja os riscos que o agronegócio brasileiro pode enfrentar sem acordo do Mercosul com União Europeia

 

O acordo de comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), em negociação desde 1999, tem como objetivo a redução ou eliminação das tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. Esta parceria promete abrir grandes oportunidades de mercado, especialmente para os produtos agrícolas brasileiros. O Mercosul, além do Brasil, inclui Argentina, Paraguai e Uruguai, enquanto a Venezuela foi suspensa do bloco em 2016.

Apesar do progresso significativo alcançado em 2019 com a finalização da primeira etapa do tratado, o acordo enfrenta desafios para sua implementação. O texto acordado está sob constante revisão e tem enfrentado exigências adicionais, sobretudo por parte da União Europeia. Essas demandas são em grande parte influenciadas pela pressão de agricultores europeus preocupados com a concorrência dos produtos importados mais baratos e o aumento dos custos agrícolas.

Recentemente, a tensão aumentou com agricultores de países como França, Alemanha, Itália, Bélgica, Polônia, Romênia e Lituânia protestando contra o acordo. Esses protestos refletem as preocupações com o impacto potencial do acordo sobre a agricultura local na Europa, temendo que as importações do Mercosul possam afetar negativamente os preços e a sustentabilidade da produção agrícola europeia. Essa situação coloca em risco a implementação do acordo, que, apesar de oferecer significativas oportunidades econômicas para ambos os blocos, ainda precisa superar esses obstáculos políticos e sociais para ser concretizado.

A recente manifestação de agricultores na França, bloqueando as principais rodovias de Paris, e a subsequente solicitação do presidente francês Emmanuel Macron à Comissão Europeia para abandonar o tratado com o Mercosul evidenciam o crescente descontentamento europeu com o acordo. Macron já havia expressado sua oposição ao acordo no passado, considerando-o “antiquado” e “mal remendado”.

Para os agricultores brasileiros, a potencial desistência do acordo traz preocupações significativas. Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, aponta que o Brasil perderia a oportunidade de diversificar seus parceiros comerciais e diminuir sua dependência da China, que atualmente é destino de 36% dos produtos agrícolas brasileiros.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tem uma visão mais complexa. Inicialmente, os produtores rurais consideravam o texto do acordo bastante favorável ao agronegócio brasileiro, devido à previsão de redução ou isenção de tarifas para várias mercadorias. No entanto, a situação se complicou nos últimos anos com a implementação, pela União Europeia, de uma lei que proíbe a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas. A CNA argumenta que esta legislação europeia não está alinhada com as normas do Código Florestal brasileiro, criando um impasse que pode dificultar o comércio entre os dois blocos.

Essa discrepância entre as legislações ambientais da UE e as regulamentações brasileiras sobre uso do solo e conservação pode se tornar um obstáculo significativo para a implementação do acordo, colocando em risco as potenciais vantagens que ele poderia oferecer ao agronegócio brasileiro.

Chance de diversificar exportação

Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, ressalta a importância do acordo comercial com a União Europeia (UE) para a economia brasileira, especialmente para reduzir a dependência das flutuações econômicas da China. Em 2023, as exportações para a China geraram US$ 60,2 bilhões para o agronegócio brasileiro, com a soja e as carnes sendo os principais produtos exportados, conforme dados do Ministério da Agricultura.

A China, que historicamente apresentava taxas de crescimento econômico de dois dígitos anualmente, agora mostra um ritmo de expansão mais lento, o que suscita preocupações para o mercado brasileiro. Iglesias argumenta que diversificar as fontes de receita do Brasil é crucial neste contexto. Ele enfatiza que o objetivo não é cessar as vendas para a China, mas evitar a concentração excessiva de exportações em um único mercado. A UE, sendo o segundo maior importador de produtos agrícolas brasileiros após a China, representa uma alternativa viável para essa diversificação. O bloco europeu é responsável por 13% das exportações do setor agrícola brasileiro, adquirindo uma gama mais variada de produtos.

A conclusão de Iglesias destaca a necessidade de ampliar os mercados de exportação para além da China, aproveitando o potencial de venda para a Europa, que atualmente compra menos do que poderia. Isso não só ajudaria a economia brasileira a se tornar mais resiliente diante das oscilações econômicas globais, mas também a explorar novas oportunidades de mercado no bloco europeu.

Apesar da predominância da soja nas exportações brasileiras, o Brasil também é um fornecedor importante de outros produtos agrícolas para a Europa, incluindo café, frutas e carnes. No caso do café, o Brasil tem uma presença significativa no mercado europeu, com vendas anuais aproximadas de US$ 3,7 bilhões para a União Europeia (UE). Este valor poderia ser ainda maior se o país gozasse de isenção tarifária.

Atualmente, para exportar café solúvel para a Europa, o Brasil está sujeito a uma tarifa de 9%. Com a implementação do acordo Mercosul-UE, essa tarifa poderia ser reduzida a zero em quatro anos, segundo Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Esta isenção beneficiaria significativamente o setor cafeeiro brasileiro, aumentando sua competitividade no mercado europeu.

A Colômbia, que ocupa o terceiro lugar no ranking dos maiores exportadores de café do mundo, atrás apenas do Brasil e da Suíça, já desfruta de tarifa zero nas suas vendas de café para os países europeus. Isso coloca o café brasileiro em desvantagem competitiva em relação ao colombiano no mercado europeu. A eliminação das tarifas de importação sobre o café brasileiro, conforme previsto no acordo Mercosul-UE, nivelaria o campo de jogo, oferecendo ao Brasil a oportunidade de expandir suas exportações e fortalecer sua posição no mercado europeu de café.

Brasil perdeu a oportunidade?

Marcos Jank, líder do Centro Insper Agro Global, também vê no acordo com a União Europeia uma oportunidade de expansão do mercado brasileiro. No entanto, ele aponta que o Brasil perdeu oportunidades de concretizar este e outros acordos na década de 2000, uma época mais propícia a tratados comerciais.

Em sua visão, mesmo não sendo um acordo de livre comércio, o tratado seria benéfico, conforme declarou no podcast O Assunto desta semana.

Ele destacou que a Europa sempre esteve reticente em oferecer livre comércio para os principais produtos de exportação do Brasil, como soja, carne e açúcar, optando por negociar com base em cotas de importação, o que implica restrições quantitativas.

O acordo firmado em 2019 inclui, além dos produtos mencionados por Jank, cotas para itens como arroz, mel, etanol, queijo e leite em pó.

Contudo, Jank vê no acordo uma porta para o Brasil estabelecer novas alianças comerciais.

Ele cita o exemplo de países da Comunidade Andina, América Central e México, que diversificaram suas exportações e, atualmente, têm como principais parceiros comerciais os EUA e a Europa, enquanto o Brasil se concentra na China. Isso se deve, segundo ele, à incapacidade do Brasil de fechar acordos com EUA e Europa.

Jank observa que o cenário mudou desde o início das negociações há mais de duas décadas, quando o foco era a integração comercial e o acesso a mercados. Hoje, nota uma postura mais protecionista da Europa, inclusive em questões ambientais.

Por que leis ambientais podem travar acordo?

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) identifica as novas normas ambientais europeias como um obstáculo para a finalização do acordo entre Mercosul e União Europeia. A incompatibilidade entre as legislações ambientais da Europa e as normas brasileiras é a principal questão.

A legislação europeia conhecida como Lei Anti-desmatamento, introduzida em dezembro de 2022, mais de três anos após a conclusão de uma versão inicial do acordo, impõe restrições significativas.

Esta lei determina que, a partir de janeiro de 2025, será proibida a importação pela Europa de produtos provenientes de áreas desmatadas, afetando commodities como carne, soja, cacau, café e chocolate, especialmente aqueles oriundos da Amazônia e de áreas do Cerrado.

Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA, explica o impasse: as regulamentações europeias colidem com o Código Florestal Brasileiro, que autoriza, sob certas condições, a conversão de terras.

O Código Florestal Brasileiro estabelece diretrizes para a utilização das terras rurais, exigindo que uma porção seja destinada à preservação ambiental, enquanto outra pode ser empregada na agricultura e pecuária.

Na Amazônia, a legislação permite que proprietários utilizem 20% de suas terras para atividades produtivas, reservando 80% como área de preservação legal. No Cerrado, a exigência é que 35% da terra seja preservada.

Sueme Mori, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), argumenta que os acordos comerciais buscam promover o acesso mútuo aos mercados, com algumas proteções e exceções. Contudo, a legislação antidesmatamento adotada pela União Europeia após o acordo com o Mercosul cria um obstáculo unilateral ao acesso ao mercado europeu, baseando-se em normas internas da UE.

Ela questiona a mudança nas regras após a conclusão de um acordo, sugerindo que a União Europeia deveria ter levado em consideração as leis ambientais específicas de cada país do Mercosul.

Sueme enfatiza que a CNA apoia o acordo, desde que ele assegure um acesso efetivo dos produtos agropecuários brasileiros ao mercado europeu.

Rastreabilidade da carne brasileira

Marcos Jank vê a nova legislação antidesmatamento europeia como um potencial obstáculo para o acordo Mercosul-UE, sobretudo no que tange ao comércio de carne bovina.

Ele destaca que, atualmente, é possível rastrear a carne desde o produtor final até os frigoríficos, indicando uma rastreabilidade completa nesse segmento. No entanto, o desafio permanece no rastreamento dos estágios iniciais da cadeia produtiva, como o bezerro, o boi magro e o boi gordo.

O problema apontado por Jank reside na dificuldade de monitorar fornecedores indiretos, ou seja, produtores que operam de forma irregular e fornecem animais para criadores que cumprem as normas legais.

Por outro lado, Fernando Henrique Iglesias, analista do mercado de carnes, adota uma visão mais otimista. Ele relata que os grandes frigoríficos do Brasil estão investindo significativamente em tecnologias para aprimorar o rastreamento de fornecedores indiretos.

Iglesias expressa confiança no progresso do Brasil em termos de rastreabilidade animal ao longo desta década.

Deu no Conexão Política

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Com safra incerta, mercado vê acomodação a leve recuperação dos preços agrícolas

 

Segundo o sócio-diretor da MB Agro, José Carlos Hausknecht, o cenário ainda está em aberto para os preços das commodities agrícolas, especialmente pelo início conturbado da safra de grãos. “Os problemas climáticos estão gerando insegurança em relação à oferta brasileira, sobretudo de soja, o que pode impulsionar ou pelo menos sustentar os preços de grãos. A depender da evolução da safra, teremos preços mais remuneradores de soja e também de milho safrinha. Se houver tendência de quebra de safra, poderemos ter uma elevação maior de preços. No momento, vemos que ainda é possível colher uma safra de mais de 300 milhões de toneladas, trabalhando safra de soja de 156 milhões de toneladas e entre 85 milhões e 90 milhões de toneladas de safra de milho, mas há muitas variáveis a serem definidas”, afirmou Hausknecht.

O economista da E2 Economia Fábio Moraes engrossa o coro dos que veem 2024 como um ano de preços agropecuários sob controle. Lá fora, de acordo com ele, a oferta cresce de acordo com a demanda e o fiel da balança recairá sobre a colheita do Hemisfério Sul. Neste contexto, em situações normais, o Brasil se beneficiaria primeiro porque colhe sua safra antes. “Mas o clima seco no Centro-oeste tem nos levado a acreditar que a safra não será tão boa. Deverá ficar no zero a zero em relação ao ano passado”, disse Moraes. Na E2 Economia, de acordo com ele, já se trabalhava com uma perspectiva de uma produção de grãos menor. Era dado como certo que, com o atraso do plantio da soja empurrando a semeadura do milho para frente, haveria uma redução de 10 a 15 milhões de toneladas do cereal na safra 2023/2024.

O equilíbrio poderá ser ditado pela Argentina, que deverá produzir de 130 a 132 milhões de toneladas de grãos em 2024, bem acima das 82 milhões de toneladas previstas para 2023. As estimativas citadas pelo economista da E2 Economia são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Bolsa de Cereales. “Ou seja, uma queda de 35% seguida de uma elevação próxima de 58% de volume. 45 milhões de toneladas a menos em 2022 e agora 48 milhões de toneladas a mais”, apontou Moraes.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) espera uma “recuperação tímida” nos preços dos grãos. “Vemos uma alta abaixo da vista em 2022, decorrente da pandemia. Para a soja, ainda temos uma safra boa, apesar de não ser tão grande quanto à última, enquanto para o milho temos perspectiva de queda entre 6% e 10% na produção, o que é relevante porque pareia outros alimentos, como proteínas”, observou o pesquisador e economista do Ipea, José Ronaldo Souza Junior. Já o algodão tende a apresentar uma safra maior e sem reações na demanda, portanto sem expectativa de alta significativa nos preços.

Em contrapartida, a analista da Tendências Consultoria Gabriela Faria prevê arrefecimento dos preços dos grãos, em virtude da estimativa de uma safra de grãos 2023/24 ainda robusta, acima de 300 milhões de toneladas. “Prevemos uma queda de preços ainda maior para grãos, não de dois dígitos, abaixo de 10%, mas uma nova redução. A perspectiva é que os preços agrícolas acompanhem os preços menores dos insumos em 2024. A maior produção dos Estados Unidos deve gerar um melhor balanço entre oferta e demanda global, mas temos riscos como a oferta do Brasil e as definições relacionadas ao petróleo, que refletem no custo de produção”, afirmou Faria.

Para ela, no segundo semestre de 2024, poderia haver uma alta após a consolidação da safra de verão, mas não no curto prazo. “Temos que considerar que países que estavam com problemas na produção neste ano se recuperaram e devem ter maior produção em 2024”, observou. Essa conjuntura se reflete na pecuária, que deve seguir com “oferta forte” de animais e tendência de continuidade dos preços mais baixos, na opinião da economista. “A forte produção deve segurar os preços”, pontuou.

Do lado do setor produtivo, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que os preços dos grãos tendem a se manter estáveis em 2024, sem espaço para aumento significativo das cotações. Isso se dá por dois fatores: consumo mais lento e uma produção ainda robusta na safra 2023/24, embora haja perdas nas lavouras, segundo o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi. “Os preços tendem a se manter estáveis tanto para soja quanto para milho, porque boa parte dos estoques internacionais está maior e o consumo não será tão firme com economia mundial em lento crescimento. A tendência é que não tenhamos recuperação dessas cadeias em virtude também da recuperação da produção na Argentina e nos Estados Unidos”, afirmou Lucchi em coletiva de imprensa da confederação para apresentação das perspectivas para 2024, no início de dezembro.

Na pecuária bovina, Lucchi destacou que os abates ainda elevados e o pequeno crescimento no consumo interno e nas exportações da proteína vermelha podem vir a comprometer o aquecimento do mercado. Na avaliação dele, apesar dos riscos climáticos que podem comprometer parcela da produção 2023/24, a safra ainda será robusta. “É uma safra grande que não tende a impulsionar preços. Precisamos avaliar ainda como será o clima em dezembro e janeiro em termos de El Niño para avaliar como será a quebra e se pode haver reação de preço”, relatou. “A produção ainda será grande e não a ponto de gerar pressão inflacionária”, pontuou.

Na pecuária, Souza Junior considera que possa haver aumento dos preços da carne bovina se as exportações se normalizarem e se o movimento de retenção de fêmeas for intensificado. “O nível de abate ainda continua elevado em relação ao ano passado, mas, se as exportações derem vazão ao volume, podemos ter alta de preços; frangos e suínos reagem à proteína concorrente e, por isso, a tendência é de aumento de preços também no médio prazo”, observou.

Ainda em relação à pecuária, o sócio-diretor da MB Agro espera o início de reversão do ciclo de oferta em 2024, mas de pequena movimentação. “A inversão do ciclo depende da retenção de fêmeas pelos pecuaristas, a qual acreditamos que começará somente no segundo semestre do ano que vem. Pode haver firmeza no mercado internacional, o que poderia sustentar os preços em níveis superiores, mas abaixo de 2021 e 2022. Para suínos e frangos, os preços dependerão do custo de ração, o que, por sua vez, está atrelado à oferta de milho”, apontou.

Na contramão dos demais produtos agrícolas, as fontes citam o açúcar como a commodity “fora da curva” em relação aos preços no próximo ano. O adoçante tende a se valorizar em virtude da queda da produção na Tailândia e na Índia, importantes players internacionais, e eventuais limitações da oferta do Brasil por dificuldades no escoamento da produção. “A expectativa de redução mundial de oferta tende a favorecer o produtor brasileiro de cana-de-açúcar com preços superiores. É um problema de oferta em nível mundial que deve refletir nos preços nacionais, embora tenha boa produção, em virtude dos preços firmes do mercado externo”, apontou Souza Junior. “Há demanda pelo açúcar brasileiro e cenário de oferta global limitado. Por isso, os preços não devem ceder tanto”, completou Faria da Tendências.

Em relação às demais commodities softs, o cenário é difuso para café e suco de laranja, este último impulsionado pelos problemas recentes na quebra da produção em virtude das doenças que afetaram a safra de laranja. “Os preços para laranja continuam firmes dados os sérios problemas de greening nas lavouras paulistas”, afirma Hausknecht. “Para o café, será ano de bienalidade positiva, de tendência de safra cheia e sem espaço, até o momento, para aumento de preços”, acrescentou o pesquisador do Ipea.

Fonte: Estadão Conteudo

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Exportações do agronegócio batem recorde para o mês de agosto e somam US$ 15,63 bilhões

Plantação de milho vista durante belo dia de céu azul, com uma espiga em primeiro plano

 

As exportações do agronegócio cresceram 6,6% em agosto de 2023, alcançando o melhor resultado para o mês na série histórica. O setor arrecadou US$ 15,63 bilhões segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa).

Dois fatores explicam o resultado de agosto: aumento da quantidade exportada e redução de preços. O órgão avaliou que o desempenho foi possível graças a recorde de na safra de 2022 e 2023. No âmbito internacional, houve um recuo do preço dos alimentos. Os principais produtos que puxaram esse crescimento foram o milho, a soja em grão, o farelo de soja, o açúcar e o frango in natura. A China segue sendo o principal comprador dos produtos brasileiro.

As vendas externas de soja em grãos atingiram recorde de US$ 4,19 bilhões para os meses de agosto, com alta de 12,3%. O volume exportado também foi recorde, com 8,39 milhões de toneladas (+41,1%). Já o farelo de soja registrou vendas de US$ 1,19 bilhão, cifra obtida em função do volume recorde exportado para o mês de 2,41 milhões de toneladas.

A União Europeia continua como principal importadora do farelo de soja brasileira com aquisições de US$ 504,29 milhões, o equivalente a 1 milhão de toneladas. As vendas externas de milho alcançaram 9,33 milhões de toneladas, quantidade recorde para a série histórica iniciada em 1997. O valor atingiu US$ 2,21 bilhões no mês pesquisado. A China importou praticamente um quarto das exportações do cereal.

O Brasil exportou 425 milhões de toneladas de carne de frango in natura, com expansão de 3,3%, o que equivale à cifra de US$ 780 milhões. O açúcar registrou vendas externas de US$ 1,78 bilhão, com alta de 48,7% e a quantidade exportada foi de 3,63 milhões de toneladas (+23,0%), recorde para os meses de agosto.

Deu na Jovem Pan

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Puxada pelo agronegócio, balança comercial tem superávit de US$ 10,5 bilhões em junho

Containers empilhados em porto

 

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 10,5 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) em junho, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria Comércio e Serviços (MDIC). As exportações somaram US$ 30,1 bilhões, valor bem acima das importações, que totalizaram US$ 19,5 bilhões, o que indica uma alta de 19,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse foi o melhor resultado para um mês de junho desde 1989, quando teve início a série histórica. De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, os números do primeiros semestre superaram as expectativas e a projeção é positiva até o final do ano: “A gente teve um primeiro semestre acima do que a gente esperava anteriormente, um volume muito grande de exportação, saldos comerciais recordes. Para o semestre também há um crescimento de exportação e um valor exportado recorde. Isso contribuiu para este aumento da expectativa do ano. Revisamos em cerca de US$ 10 bilhões a corrente de comércio esperada para 2023”.

O resultado da balança comercial foi puxado pelo agronegócio. Os produtos agropecuários registraram crescimento de 7% nas exportações do semestre, o que foi alavancado especialmente pela safra da soja. “A soja, embora a gente já esteja na descendente dos embarques, ela continua alta em relação ao ano passado, por conta da safra recorde. Tivemos o aumento de 39% de volume”, explica Herlon.

Em junho, os principais parceiros comerciais do Brasil foram Argentina, Estados Unidos, China e União Europeia. O MDIC estima que o saldo da balança comercial fique em US$ 84,7 bilhões em 2023, o que representa um aumento de 37,7% em relação a 2022.

Deu na Jovem Pan

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Frente Parlamentar confirma fim do crédito do BNDES para o agronegócio

Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

 

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu uma nota confirmando a suspensão de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao agronegócio. A publicação ocorreu nesta sexta-feira, 10, em apoio à deputada federal Júlia Zenatta (PL-SC), que alertou sobre a interrupção de nove linhas de financiamento para o setor.

“A FPA reforça o discurso feito pela deputada federal Júlia Zanatta, no dia 8 de fevereiro, no Plenário da Câmara dos Deputados, a respeito da suspensão das linhas de financiamento agropecuários por parte do BNDES”, comunicou. O texto ainda informa que o número de bloqueios já subiu para 11.

O texto foi publicado depois que o governo federal negou ter feito as suspensões, mesmo com um documento do BNDES dirigido às instituições de crédito informando o bloqueio.

O alerta da parlamentar

“A segurança alimentar do país corre riscos com a suspensão de nove linhas de crédito agropecuário do BNDES”, disse a parlamentar, na quarta-feira 8, na tribuna da Casa.

A parlamentar comentou ainda que a interrupção ocorreu um dia depois de o crédito ser reaberto. Segundo Júlia, o governo Lula tomou a medida ao mesmo tempo em que pretende reabrir financiamento para países que já deram calote no banco de fomento brasileiro.

“As linhas suspensas pelo BNDES são dos programas Crédito Agropecuário, Empresarial de Custeio, Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar e Pronaf Investimento”, alertou. É um tiro no peito do pequeno e do médio produtor, da agricultura familiar, que precisa de suporte e estrutura.”

Leia a nota a integra da FPA

“A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) reforça o discurso feito pela deputada federal Júlia Zanatta (PL/SC), no dia 08 de fevereiro, no Plenário da Câmara dos Deputados, a respeito da suspensão das linhas de financiamento agropecuários por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A parlamentar, que é membro da bancada, lamenta que o banco de fomento tenha interrompido onze linhas de crédito, poucos dias após a reabertura para os pedidos de financiamento.

O BNDES alega falta de recursos disponíveis, um dia depois de anunciar um aporte de R$2,9 bilhões, mas não apresenta informações, de forma pública, de quanto já foi utilizado deste crédito relativo ao Plano Safra 2022/2023. Algumas dessas linhas haviam sido suspensas ainda em 2022, e foram retomadas no dia 1º de fevereiro de 2023, segundo comunicado do Banco ao jornal Valor Econômico.

Como noticiado pelo jornal Valor Econômico, em comunicado aos bancos credenciados, e em seu próprio site, o BNDES informa a suspensão de onze linhas ou programas de crédito rural, entre elas: Pronaf, Pornamo, ABC+, PCA, Proirriga, Procap-Agro Giro, Inovagro e Moderfrota.

O desencontro de informações continua em resposta do BNDES a reportagem do jornal Valor Econômico, onde o Banco declarou que a reabertura ocorrida no dia 1º de fevereiro era de saldos remanescentes destas linhas, em desacordo com o que diz a Secom em sua nota, ao declarar que os R$2,9 bilhões são fruto de recursos adicionais.

Em razão das informações incongruentes, da falta de transparência e em prol do produtor rural, a deputada Júlia Zanatta ingressou com Requerimento de Informação na Câmara dos Deputados para que os dados sejam apresentados à população para esclarecimento.

Importante explicar, que grande parte do valor disponibilizado no Plano Safra é para atender especialmente ao pequeno produtor rural. A preocupação da deputada Júlia Zanatta é corroborada pela FPA, diante da necessidade de crédito para o desenvolvimento da agricultura familiar no país.”

Frente Parlamentar da Agropecuária

Deu na Oeste

Economia

Com foco em tecnologia e bem-estar social, agronegócio brasileiro consegue crescer e superar crises econômicas

 

O agronegócio foi responsável por 27,5% das riquezas geradas pelo Brasil em 2021, segundo o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O percentual representa cerca de R$ 2,4 trilhões e firmou um patamar recorde para o setor, que se manteve resiliente mesmo em meio às restrições e crises causadas pela Covid-19. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, estima que o agronegócio seja responsável por 25,5% do PIB de 2022, pouco abaixo do registrado em 2021, mesmo frente à alta de custos com insumos.

Além disso, a instituição aponta que “o PIB do agronegócio alcançou recordes sucessivos em 2020 e em 2021, com esse biênio se caracterizando como um dos melhores da história do agronegócio brasileiro”.

A produção e qualidade alcançada fez com que o país se consolidasse nas primeiras colocações entre as principais nações produtoras e exportadoras no mercado mundial, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O agronegócio brasileiro conseguiu se manter fortalecido e crescer mesmo com desafios internacionais, como a crise de peste suína, a guerra entre Ucrânia e Rússia e turbulências na economia brasileira. Nos últimos anos, o setor desponta como propulsor do desenvolvimento econômico, sendo pouco afetado pela política econômica e se fortalecendo no mercado internacional de commodities.

O setor foi responsável por 48% da exportação brasileira, atingindo US$ 80 bilhões de vendas em produtos agrícolas, e ainda emprega 20% da força de trabalho brasileira. Relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ainda prevê uma tendência de crescimento com ganhos de produtividade no setor para os próximos dez anos. “Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser algodão, soja e milho, carnes suína, bovina, frango e frutas, em especial a manga. O mercado interno e a demanda internacional serão os principais fatores de crescimento para a maior parte desses produtos. São os que indicam também o maior potencial de crescimento da produção nos próximos dez anos.

A produção de grãos deverá atingir 333,1 milhões de toneladas no próximo decênio. Mas devemos atingir 300 milhões de toneladas daqui a seis anos. A produção de carnes entre 2020/21 e 2030/31 deverá aumentar em 6,6 milhões de toneladas. Representa um acréscimo de 24,1%. Esses percentuais podem situar-se em níveis maiores, haja visto o aumento da procura por proteína animal”, detalha o documento. Ainda existe uma expectativa de crescimento da participação do agronegócio no PIB brasileiro de cerca de 3% em 2022.

Mas o que leva o agronegócio a se destacar na economia?

Coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Geraldo Barros explica que o bom desempenho observado hoje no agronegócio brasileiro é resultado de décadas de investimento em ciência e tecnologia nacional. Ele relembra que o Brasil iniciou uma revolução verde durante os anos 50, quando indústrias de insumo vieram se instalar no país, e o agronegócio encontrou apoio do governo para transformar a agricultura, assim como o setor industrial. “A partir desse ponto temos uma diferença grande porque a indústria de transformação, em geral, fez só um transplante de fábricas para o Brasil. Já com o agronegócio houve mais desenvolvimento nacional de tecnologia.

E o governo apoiou fortemente até o final dos anos 80, quando o setor já estava desenvolvido e em uma dinâmica de crescimento. Durante todo esse tempo, o apoio para a pesquisa agropecuária não oscilou. Quando chegamos aos anos 90, o Brasil já estava bem preparado e competitivo para encarar uma globalização, que contribuiu para o crescimento das economias emergentes. A China impulsionou a alta nos produtos agropecuários do Brasil. Sem esse crescimento de consumo e exportação, não conseguiríamos explorar as tecnologias disponíveis nas escalas que a gente atingiu. Nosso agronegócio hoje é moderno, maduro, de fronteira. O setor só enfrenta problemas quando há crises no exterior, como crises climáticas e guerras”, esclarece.

De forma complementar, o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, aponta que a forte demanda internacional, a capacidade de produção, disponibilidade de espaço produtivo e a tecnologia desenvolvida dentro do país são os principais fatores que conferem ao agronegócio estabilidade e alta capacidade de crescimento.

“O Brasil é o grande fornecedor de alimentos do mundo. Por conta disso, o principal ator na segurança alimentar mundial. A demanda varia ao longo do tempo, mas em relação a quem procura. Sempre tem comprador porque a população está aumentando, enriquecendo e necessitando de mais alimentos. Até 2050, devemos continuar nesse processo. Temos espaço para fazer agricultura sem desmatar, então nossa demanda vai ser estável e ainda crescer nas próximas décadas. Temos agricultores experientes e sofisticados, sabemos produzir, descobrir mercados externos e aproveitar a tecnologia disponível. Tudo isso aumenta nossa produtividade e competitividade internacional, além de fazer com que o setor seja menos volátil e sofra menos com oscilações econômicas do que outros. O agronegócio brasileiro é um exemplo para o mundo. Temos pequenas falhas, mas ainda assim somos o país mais sustentável e temos um know-how incrível. Mas o governo não tem mais dinheiro para financiar o agro, o setor tem que ir para o mercado”, avalia.

Para Mucio Mattos , sócio e head de crédito da Vectis Gestão, o agronegócio tem exercido um papel anticíclico na economia brasileira, sendo um contraponto em períodos de queda do dinamismo econômico do país.

“O fato do setor estar muito exposto ao mercado mundial, assim como ao dólar, faz com que o agro tenha certa resiliência, mesmo em períodos de desaceleração interna. Além disso, as perspectivas para o agronegócio, em geral, são bastante positivas, haja vista a necessidade de abastecimento de alimentos no mundo frente ao crescimento populacional. O agronegócio brasileiro apresenta números expressivos em termos de comércio exterior, sendo um dos principais exportadores de commodities do mundo. Isso certamente faz com que o setor seja menos impactado por fatores internos relativamente a outros”, analisa.

“O Estado depende do agro, não o contrário”

Especialista em direito agro financeiro e membro do Comitê Europeu de Direito Rural (CEDR), o advogado Lutero Pereira explica que, dentre todas as atividades econômicas do Brasil, o agronegócio se destaca por conta da enorme responsabilidade e impacto causados pelo setor.

“Quando falamos de agro, falamos de algo muito além de poder econômico. O agronegócio guarda a própria existência humana porque a alimentação é uma condição básica de sobrevivência, e o agro é a nossa fonte primária de alimentos. Isso garante a saúde da população, dá sustento à ordem pública e a paz social, além de empoderar o Estado para o exercício da sua soberania. A Constituição de 88 determina que o Estado deve fomentar a produção agropecuária, desenvolvida majoritariamente pela atividade privada. O setor se fortaleceu de tal maneira nos últimos anos que ele tem estrutura e solidez suficiente para andar sozinho, desde que o Estado não interfira para atrapalhar. O produtor rural ou o agronegócio não é um dependente do Estado. É exatamente o contrário. O Estado que depende do agronegócio. Se ele não for bem, a economia não vai bem, o ambiente social não vai bem, nem a vida, nem a saúde. A sociedade adotou um comportamento crítico ao produto rural, mas ele é um agente do bem comum. Se o ambiente rural se tornar menor em sentido de produção e qualidade, as cidades sofrem imediadamente o efeito negativo. É possível estabelecer a paz entre os dois lados e a pandemia testemunhou em favor do agro. Se o setor tivesse parado, hoje estaríamos vivendo uma convulsão. Qualquer governo que queria ir bem no Brasil tem que fomentar o agronegócio, para arrecadar impostos, se desenvolver, gerar riquezas, emprego e renda. O agronegócio não pode ser desprezado pelo governante“, opina.

Contudo, a crise econômica, as mudanças climáticas, o retorno da insegurança alimentar e a crise geopolítica são fatores de preocupação para o agronegócio brasileiro, segundo Gislaine Balbinot, diretora executiva da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). “O cenário global afeta o agro brasileiro por exportar produtos para mais de 200 países. O setor tem buscado priorizar o tema insegurança alimentar, pois é preciso erradicar a fome no mundo e no país. Desse modo, a geopolítica tem papel preponderante, pois é por meio de acordos comerciais que os alimentos podem ser melhor distribuídos.

A volta do precauciosismo e do protecionismo, que tem sido cada vez mais presente no mundo atual, é preocupante, pois leva o agravamento de novos acordos comerciais, assim como a imposição de regras unilaterais. Independentemente do governo, o agronegócio nos próximos anos deve seguir seu papel para garantir a segurança alimentar do mundo. Segundo o Ipea, em 2023 se espera um crescimento de mais de 10% para o PIB Agropecuário. Com isso, o setor continuará contribuindo para o superávit da balança comercial, para maior geração de emprego e de renda, e ainda trabalhando em prol da sustentabilidade, por meio da adoção de práticas sustentáveis no plantio, na colheita e nas indústrias”, complementa.

Deu na Jovem Pan.

Política

Bolsonaro domina votação em 77 das 100 municípios mais ricos do agronegócio

 

Candidato à reeleição pelo PL, o presidente Jair Bolsonaro superou, no primeiro turno, o petista Luiz Inácio Lula da Silva em 77 dos cem municípios mais ricos do agronegócio. Em 23 deles, o ex-presidente recebeu a maioria dos votos. Analistas ouvidos pelo Broadcast/Estadão, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, avaliam que o êxito do atual chefe do Executivo se repetirá no segundo turno.

Os números reiteram o apoio dado por líderes e entidades do setor ao presidente. Juntos, os municípios somaram 5,3 milhões de votos, equivalente a 4,3% do total do País, e concentram 34,3% do Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP) nacional, de R$ 254,866 bilhões. O índice é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento feito pelo Broadcast/Estadão cruzou dados dos municípios com maior VBP, referentes a 2021, com a votação dos presidenciáveis disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No topo da lista está Sorriso (MT), polo produtor de grãos, onde Bolsonaro obteve 70,16% dos votos válidos ante 26,30% de Lula.

Em 22 municípios, Bolsonaro recebeu mais de dois terços dos votos. A maior porcentagem de votos válidos obtida foi em Canarana (MT), com 74,84%, ante 21,80% de Lula, enquanto a do petista foi em Riachão das Neves (BA), com 77,14% ante 20,23% do presidente. “Não havia dúvida do grande apoio do setor ao atual presidente, principalmente dos produtores, o que envolve as famílias e influencia nas cidades também”, disse José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da consultoria MB Agro.

“De um lado, eles (produtores) se sentem perseguidos, ameaçados com invasões do MST e atacados como responsáveis pelo desmatamento, pelo latifúndio improdutivo e pelo uso de defensivos. De outro, eles se sentem reconhecidos como o setor que dá sustentação à economia e contribui para a balança comercial”, disse Hausknecht.

Deu no Estadão

Notícias

Festa do Boi 2022 deve atrair 500 mil pessoas e movimentar R$ 65 milhões

 

A 60ª edição da Festa do Boi deve movimentar cerca de R$ 65 milhões em negócios no período de 8 e 15 de outubro, segundo estimativa da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape). Em 2022, a tradicional Exposição de Animais, Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Rio Grande do Norte completa 60 anos de existência e volta a acontecer “com força total”, após a edição anterior ter sido marcada por condições mais restritivas em relação à covid e cancelamentos de shows musicais. Com um feriado no meio da semana do evento, o Parque Aristófanes Fernandes deve atrair até 500 mil visitantes.

O titular da Sape, Guilherme Saldanha, se diz otimista em superar as marcas da edição anterior e confia no fortalecimento do agronegócio. “A agropecuária do Rio Grande do Norte vive um momento de bons preços, tivemos um ano de boas chuvas, de boa produção. Isso tudo é muito positivo. Consequentemente o agricultor, o produtor rural, está mais animado. Esse foi um ano com bom ganho de dinheiro e a expectativa é de que a gente faça um grande evento e que muitos negócios sejam fechados na feira”, afirma.

O presidente da Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc), Marcelo Passos, pontua que o Parque de Exposições deverá ter lotação máxima, com cerca de 300 estandes para bovinos, ovinos, caprinos, suínos, aves domésticas, cães, gatos, peixes, coelhos e até mesmo vegetais. Passos acredita que o evento será essencial para consolidar a retomada econômica do setor após a pandemia. “A expectativa é a melhor possível, vai ser um ambiente muito bom de troca de experiências, de fortalecimento de negócios”, comenta.

A data da feira foi escolhida estrategicamente, diz Passos. “Teremos o evento entre dois fins de semana. Vamos voltar a ter um dia muito forte, que é o Dia da Criança, no dia 12, que é uma data da família. Estamos bastante animados com a edição desse ano, vamos inaugurar definitivamente o Centro de Manejo, com 50 baias e capacidade de 1 mil cabeças, que vai se somar ao recinto de leilões, então a expectativa é muito boa para que tenhamos um evento tranquilo e muito proveitoso”, complementa.

No ano passado, os eventos culturais da Festa do Boi foram marcados por cancelamentos de shows. Artistas como Simone e Simaria, Alceu Valença, Mano Walter, Solange Almeira, Cavaleiros do Forró, Mara Pavanelly e Zé Cantor não se apresentaram por problemas com a produtora Metta Promo, que alegou “captação de recursos insuficientes” como justificativa para os cancelamentos.

Para este ano, o Governo garante que será diferente. O acesso aos shows será gratuito para quem pagar pela entrada no parque (R$ 10) ou estacionamento (R$ 25). “O Governo do Estado é quem vai fazer o pagamento dessa despesa, mas vamos ter os shows gratuitos para a população. A ideia é lotar aquele parque de gente, animais, máquinas, equipamentos e comemorar esses 60 anos da Festa do Boi”, afirma Guilherme Saldanha, secretário da Sape.

Deu na Tribuna do Norte

Política

“O Brasil é agro”, grita o público enquanto tratores desfilam na capital federal

 

Na manhã desta quarta-feira, 7 de Setembro, cerca de 30 tratores do agronegócio participaram do desfile cívico-militar em Brasília (DF), em comemoração aos 200 anos de independência do país.

A exibição de representantes do segmento foi concretizada a pedido do Palácio do Planalto. A ideia é dar prestígio ao setor produtivo e reconhecer a importância do agro para a economia brasileira.

A cadeia produtiva agrícola é bastante próxima ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em campanha pela reeleição, além de ser um dos segmentos que endossaram as manifestações deste dia 7, mobilizando suas bases para irem às ruas.

Durante o desfile, que está sendo transmitido pela TV estatal do governo federal, o público presente na Esplanada dos Ministérios chegou a gritar “Agro! Agro!” e “O Brasil é agro”.

A capital federal vem recebendo caravanas de todas as regiões do Brasil desde a última segunda-feira (5). Grupos ligados à organização dos atos estimam que entre 300 e 600 ônibus já chegaram ou estão a caminho da solenidade.

Informações do Conexão Política

Economia

O “Agronegócio Facista e direitista” segundo Lula, do Brasil, envia alimentos para mais de 200 países

Na semana passada, durante sabatina no Jornal Nacional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) qualificou o agronegócio brasileiro como “fascista” e “direitista”. Na mesma entrevista, o petista elogiou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Está fazendo uma coisa extraordinária”, disse Lula, referindo-se ao grupo de invasores de propriedade. “O MST é o maior produtor de arroz orgânico do país.”

A despeito das críticas infundadas, o agronegócio brasileiro alimenta quase 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Aproximadamente 200 países recebem as frutas, as verduras e os legumes produzidos no Brasil. Os produtores rurais brasileiros abastecem a África, a Ásia e a Oceania.

Em 2021, o Brasil foi considerado o maior exportador líquido de alimentos. Produtos como soja, milho e algodão, por exemplo, aceleraram a produção. De 2000 a 2020, o país teve uma participação de quase 15% no valor mundial das exportações de grãos, segundo dados divulgados pelo Consumer Price Index, indicador norte-americano de inflação. Se considerado apenas o ano de 2020, contudo, a participação brasileira ultrapassa a marca de 20%.

Mas não é só isso. Hoje, a cada cinco refeições feitas em todo o mundo, uma foi produzida no Brasil. Essa eficiência caminha lado a lado com o respeito ao meio ambiente, visto que o país tem a matriz energética mais limpa do planeta e a maior reserva de matas nativas.

Como explica a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil é “importantíssimo” para o mercado global de alimentos. “Sei que o mundo não sobrevive sem a agricultura brasileira”, ressaltou. “Precisamos pensar nos desafios futuros.”

O Brasil já é o celeiro do mundo, e tudo isso somado a uma matriz energética limpa e eficiente, fica mais do que claro o interesse do mundo  em querer manobrar e controlar todo esse potencial.