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ESPERANÇA : Americano pode ser o 1º paciente recuperado de Diabetis tipo 1

Brian Shelton, com diabetes tipo 1, se submeteu a um tratamento com células-tronco que produzem insulina - Foto: Amber Ford/NYTimes
Foto: Amber Ford / NYT

 

Um americano de 64 anos pode ser o primeiro paciente a estar totalmente curado de diabetes tipo 1.

Brian Shelton foi submetido a um novo tratamento com células-tronco que produzem insulina e surpreendeu os especialistas.

“É uma vida totalmente nova” […] “É como um milagre”, disse Shelton.

 

Rotina sofrida

Quando o açúcar no sangue despencava, a chamada hipoglicemia, ele perdia a consciência de repente. Brian Shelton já bateu com a motocicleta na parede e também desmaiou no quintal de um cliente enquanto entregava correspondência.

Após esse episódio, o supervisor disse para ele se aposentar, depois de um quarto de século nos Correios. Ele tinha 57 anos na época.

“Tive medo de deixá-lo sozinho o dia todo”, disse a ex-esposa, Cindy Shelton, que o levou para na casa dela em Elyria, Ohio.

 

Participou de um experimento

No início deste ano, ela soube de uma convocação para que pessoas com diabetes tipo 1 participassem de um ensaio clínico da Vertex Pharmaceuticals.

A empresa estava testando um tratamento desenvolvido ao longo de décadas por um cientista que prometeu encontrar uma cura depois que seu filho bebê e sua filha adolescente contraíram a doença devastadora.

Brian Shelton foi o primeiro paciente.

 

A virada

Em 29 de junho, ele recebeu uma infusão de células, cultivadas a partir de células-tronco, exatamente como as células do pâncreas produtoras de insulina que faltavam em seu corpo.

Hoje seu corpo controla automaticamente os níveis de insulina e de açúcar no sangue.

Shelton, agora com 64 anos, pode ser a primeira pessoa a ser curada da doença com o novo tratamento.

Especialistas ousam esperar que a ajuda esteja chegando para muitos dos 1,5 milhão de americanos que sofrem de diabetes tipo 1.

 

Estudos continuam

Especialistas em diabetes ficaram surpresos, mas pediram cautela. O estudo continua e durará cinco anos, envolvendo 17 pessoas com casos graves de diabetes tipo 1. Não se destina a ser um tratamento para a diabetes tipo 2 mais comum.

“Há décadas procuramos que algo assim aconteça literalmente”, disse o Dr. Irl Hirsch, um especialista em diabetes da Universidade de Washington que não esteve envolvido na pesquisa.

Ele quer ver o resultado – ainda não publicado em um jornal revisado por pares – replicado em muito mais pessoas.

 

Perguntas no ar

Ele também quer saber se haverá efeitos adversos imprevistos e se as células durarão por toda a vida ou se o tratamento terá de ser repetido.

Mas, ele disse, “é um resultado incrível”.

O Dr. Peter Butler, um especialista em diabetes da UCLA que também não esteve envolvido na pesquisa, concordou, oferecendo as mesmas ressalvas.

“É um resultado notável”, disse Butler. “Ser capaz de reverter o diabetes devolvendo-lhes as células que faltam é comparável ao milagre quando a insulina foi disponibilizada pela primeira vez há 100 anos.”

 

Descoberta por acaso

E tudo começou com a busca de 30 anos de um biólogo da Universidade de Harvard, Doug Melton.

O Dr. Melton nunca havia pensado muito sobre diabetes até 1991, quando seu filho de 6 meses, Sam, começou a tremer, vomitar e ofegar.

“Ele estava muito doente e o pediatra não sabia o que era”, disse Melton.

Ele e sua esposa Gail O’Keefe levaram seu bebê às pressas para o Hospital Infantil de Boston. A urina de Sam estava cheia de açúcar – um sinal de diabetes.

A doença, que ocorre quando o sistema imunológico do corpo destrói as células das ilhotas secretoras de insulina do pâncreas, geralmente começa por volta dos 13 ou 14 anos.

Ao contrário do diabetes tipo 2, mais comum e moderado, o tipo 1 é rapidamente letal, a menos que os pacientes recebam injeções de insulina . Ninguém melhora espontaneamente.

Agora surge a esperança, uma luz no fim do túnel!

 

Deu no New York Times

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Fantástico : Primeiro rim artificial do mundo vai dispensar diálise e transplante

O primeiro rim artificial é do tamanho de um smartphone e foi implantado com sucesso para testes Foto: The Kidney Project, UCSF
O primeiro rim artificial é do tamanho de um smartphone e foi implantado com sucesso para testes Foto: The Kidney Project, UCSF

 

O primeiro rim artificial do Kidney Project promete dispensar diálise e transplantes para pacientes com doença renal.

E os criadores do rim bioartificial Kidney X acabam de conquistar um prêmio de 650 mil dólares pelo primeiro teste funcional do protótipo.

A equipe recebeu o prêmio KidneyX’s Fase 1 Artificial Kidney Prize, e foi uma das seis equipes vencedoras selecionadas internacionalmente por sua primeira demonstração do implante do rim artificial.

O rim artificial foi feito em parceria público-privada entre o Deparamento de Saúde e Serviços dos Estados Unidos e a Sociedade Americana de Nefrologia.

 

Teste de avaliação clínica

O ‘’Kidney Project combinou as duas partes essenciais de seu rim artificial, o hemofiltro e o biorreator, e implantou com sucesso o dispositivo do tamanho de um smartphone para avaliação pré-clínica.

Nos últimos anos, o The Kidney Project testou com sucesso o hemofiltro, que remove resíduos e toxinas do sangue, e o biorreator, que replica outras funções renais, como o equilíbrio de eletrólitos no sangue, em experimentos separados.

Para o Prêmio Rim Artificial, a equipe uniu as duas unidades em uma versão reduzida do rim artificial e avaliou seu desempenho em um modelo pré-clínico.

“Este prêmio é uma prova da visão ousada do The Kidney Project e da execução de uma solução viável para milhões de pacientes com insuficiência renal”, disse o reitor B. Joseph Guglielmo da Escola de Farmácia da UCSF, PharmD.

As unidades funcionavam em conjunto, alimentadas apenas pela pressão arterial e sem a necessidade de diluidores do sangue ou medicamentos imunossupressores.

“A visão para o rim artificial é fornecer aos pacientes mobilidade completa e melhores resultados fisiológicos do que a diálise”, disse Roy, que é membro do corpo docente das Escolas de Farmácia e Medicina da UCSF.

“Ele promete uma qualidade de vida muito maior para milhões de pessoas em todo o mundo com insuficiência renal”.

 

Próximos passos

O rim artificial do Kidney Project não apenas reproduzirá a alta qualidade de vida observada em receptores de transplante renal – o “padrão ouro” do tratamento para doenças renais, de acordo com Roy – mas também os poupará da necessidade de tomar imunossupressores.

“Nossa equipe projetou o rim artificial para suportar de forma sustentável uma cultura de células renais humanas sem provocar uma resposta imunológica”, disse Roy.

“Agora que demonstramos a viabilidade de combinar o hemofiltro e o biorreator, podemos nos concentrar em aprimorar a tecnologia para testes pré-clínicos mais rigorosos e, em última análise, ensaios clínicos.”

 

Informações da Escola de Farmácia da UCSF

Ciências

Nasa entra na coroa solar pela primeira vez

A sonda espacial Parker Solar Probe, da Nasa, a agência espacial norte-americana, voou na atmosfera superior do Sol e captou amostras de partículas e campos magnéticos. Ao tocar a matéria de que o Sol é feito, Parker contribui para novas descobertas da ciência solar.
“A sonda solar Parker tocando o Sol é um momento monumental para a ciência solar e um feito verdadeiramente notável”, afirmou Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missões Científicas na sede da Nasa, em Washington.
“Esse marco, não só nos fornece percepções mais aprofundadas sobre a evolução do Sol e seus impactos no sistema solar, como também tudo o que aprendemos sobre a nossa própria estrela – ensina-nos mais sobre outras estrelas no resto do universo”, acrescentou.
Foi durante a oitava aproximação da sonda, em 28 de abril, que Parker voou pela primeira vez pela coroa solar. Essa camada apresenta campos magnéticos muito fortes que dominam o movimento das partículas elétricas. De acordo com os cientistas, demorou alguns meses para se obter os dados registrados pela sonda e mais alguns meses para confirmá-los.
Mais perto do que nunca
Quanto mais perto a sonda solar viajar pela atmosfera da estrela, mais a ciência espacial fará descobertas sobre as explosões solares.
Uma das investigações passa por analisar o vento solar. Esse fluxo de partículas do Sol pode influenciar a Terra e em 2019, a sonda Parker já tinha registrado que estruturas magnéticas em zigue-zague no vento solar eram abundantes perto do Sol.
Continua, porém, desconhecido como e onde esses fluxos magnéticos se formavam.
Como o Sol carece de uma superfície sólida, ao contrário da Terra, só mergulhando na área magneticamente intensa é que se pode encontrar respostas
A estrela tem uma atmosfera superaquecida, feita de material solar que se liga entre si pela gravidade e forças magnéticas.
Ao reduzir à metade a distância ao Sol, pela primeira vez na história do estudo solar, a circulação da sonda Parker permitiu estar perto o suficiente para identificar onde se originam os ventos: a superfície solar.
“Voando tão perto do Sol, a sonda solar Parker agora detecta detalhes na camada magnética da atmosfera solar – a coroa – que nunca podíamos antes” disse Nour Raouafi, cientista do projeto Parker no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins em Laurel, Maryland.
“Por estarmos na coroa, conseguimos obter evidências em dados de campo magnético, dados do vento solar e visualmente em imagens. Na verdade, podemos ver a nave espacial a voar por meio de estruturas da coroa que podem ser observadas durante um eclipse solar total” explicou Raouafi.
A sonda estava a cerca de 13 quilômetros acima da superfície do Sol quando cruzou pela primeira vez o ponto conhecido por superfície crítica de Alfvén, que corresponde à transição entre a atmosfera solar e o vento solar. Nessa área, a nave atravessou para dentro e para fora da coroa pelo menos três vezes.
Durante a passagem pela coroa, a nave circulou por estruturas chamadas serpentinas da coroa. Essas estruturas podem ser vistas como correntes brilhantes.
Essa perspectiva só foi possível porque a nave voou acima e abaixo das serpentinas, dentro da coroa. Até agora, as serpentinas só tinham sido vistas de longe. Normalmente, essas linhas ondulantes de luz são visíveis da Terra durante eclipses solares totais.
O tamanho da coroa também depende da atividade solar. À medida que o ciclo de atividade do Sol de 11 anos – o ciclo solar – aumenta, a borda externa da coroa expande-se, dando à Parker Solar Probe maior possibilidade de permanecer dentro da corona por longos períodos de tempo, sustentaram os cientistas.
“É uma região realmente importante para entrar, porque achamos que todos os tipos de física podem ser lá ativados”, disse Justin Kasper , investigador e professor da Universidade de Michigan. “É muito empolgante que já tenhamos alcançado. E agora, que estamos entrando nessa região, com sorte começaremos a ver alguns desses fenômeno físicos”.
Obter pistas sobre os zigue-zagues luminosos e outros mistérios solares permitirão aos cientistas “o vislumbre de uma região que é crítica para superaquecer a coroa e empurrar o vento solar a velocidades supersônicas”. Essas medições da coroa serão importantes “para a compreensão e previsão de eventos climáticos espaciais extremos que podem interromper as telecomunicações e danificar satélites ao redor da Terra” argumenta a comunidade científica.
Esta primeira passagem pela coroa solar, que durou apenas algumas horas, é uma das muitas missões planeadas para a sonda Parker, que já investiga a estrela desde 2018.
Em janeiro de 2022, os cientistas esperam ver a sonda viajar cada vez mais perto do Sol.
 
Agência Brasil
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Pesquisas sobre o uso medicinal da pele de tilápia ganham 3 prêmios

 

O revolucionário tratamento brasileiro com pele de tilápia, desenvolvido por cientistas Universidade Federal do Ceará, ganhou três prêmios nacionais em apenas um mês, um reconhecimento merecidíssimo.

As pesquisas premiadas envolvem o uso medicinal da pele do peixe em diversas áreas: para tratar queimaduras, feridas, para cirurgias plásticas e reparadoras e também no uso veterinário, em cães.

Com essas comendas recebidas em novembro, as pesquisas com a pele de tilápia já somam 19 premiações, todas em primeiro lugar. Que orgulho dos nossos cientistas!

Os prêmios

No último dia 24 de novembro, um grupo de pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC recebeu o Prêmio Mentes da Inovação, promovido pela empresa Bayer.

Com a pesquisa “O curativo biológico de pele de tilápia liofilizada: um novo dispositivo regenerativo para tratamento de feridas, queimaduras e cirurgias plásticas reparadoras”, os pesquisadores foram premiados na categoria Saúde.

O estudo apresenta como produto a versão liofilizada do curativo de pele da tilápia, ou seja, o curativo é desidratado por um processo a frio e sob baixa pressão.

“É muito diferente de você fazer desidratação por calor. Quando você a faz por aquecimento, você acelera a degradação do tecido, você desnatura as proteínas. Já a liofilização conserva a estrutura do tecido”, explica o pesquisador Carlos Roberto Koscky Paier, que é um dos orientadores da pesquisa, juntamente com os professores Felipe Rocha, Odorico de Morais e Elisabeth de Morais e o médico Edmar Maciel, coordenador-geral das pesquisas com pele de tilápia.

A vantagem

A vantagem desse novo curativo é que ele reduz os custos existentes no curativo de pele de tilápia conservada em glicerol, que é o material que vem sendo utilizado atualmente nas pesquisas e tratamentos.

Como esse curativo tem a necessidade de estar armazenado sob refrigeração, ele gera gastos maiores com a energia e com o transporte. Já o liofilizado não necessita dessa preocupação no armazenamento, uma vez que pode ser mantido em temperatura ambiente.

“Para se ter uma ideia, quando a gente precisa esterilizar a pele em São Paulo, a gente envia a pele liofilizada por SEDEX, pagando quarenta, cinquenta reais. Antigamente, quando a pele estava no glicerol, a gente pagava mil reais, porque ela tinha que ser refrigerada. Então, é um ganho logístico absurdo”, avalia Paier, que também é técnico de laboratório da UFC e coordenou a submissão do trabalho, detalhado em forma de monografia, para concorrer ao prêmio da Bayer.

A defesa do trabalho foi feita em apresentação oral pela doutoranda em Farmacologia Nathaly Mendonza, sob orientação de Paier.

Aplicação ginecológica

Pela segunda vez, as pesquisas com pele de tilápia vencem o Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica com Veja Saúde. Desta vez, na edição de 2021, um grupo de pesquisadores da área de ginecologia, coordenado pelos professores Leonardo Bezerra e Zenilda Bruno, da Faculdade de Medicina da UFC, venceu a comenda na categoria Tratamento. A cerimônia de premiação acontecerá em formato virtual em 15 de dezembro.

O prêmio foi destinado ao estudo “A pele de tilápia na saúde sexual feminina e cirurgias reparadoras complexas: recuperação da função sexual de mulheres com estenose e malformação vaginal, autoaceitação de mulheres transgênero e reparo de sindactilia grave”.

Desde 2016, o Prof. Leonardo Bezerra vem trabalhando, de forma pioneira, na técnica de utilização do curativo de pele de tilápia para uso ginecológico.

O uso da pele de tilápia na área da Ginecologia, iniciado a partir de pesquisas desenvolvidas em Fortaleza, ganhou destaque internacional. A primeira cirurgia de redesignação de sexo (masculino para feminino), realizada no mundo, utilizando a pele do peixe, ocorreu em Cali, na Colômbia, com matéria prima originária do Banco de Peles de Tilápia, instalado no NPDM/UFC.

O procedimento cirúrgico, que teve duração de uma hora, foi realizado em um paciente de 36 anos de idade, por uma equipe que contou com as participações dos pesquisadores cearenses Edmar Maciel Lima Júnior e Leonardo Bezerra, bem como do cirurgião plástico Álvaro Rodriguez, referência na Colômbia em cirurgia de redesignação sexual.

Mais de trinta cirurgias desta em pacientes da América Latina já foram realizadas naquele país.

Autor da técnica de neovaginoplastia usando a pele de tilápia, Leonardo Bezerra informa que o procedimento é mais rápido, favorece a recuperação e apresenta resultados anatômicos bastante satisfatórios, já amplamente publicados na literatura médica.

As cirurgias vêm sendo realizadas desde 2017 sob protocolo de pesquisa clínica e já beneficiaram mais de 20 pacientes na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC/UFC) com rara síndrome de agenesia vaginal congênita ou câncer vaginal, sob coordenação da Profa. Dra. Zenilda Vieira Bruno.

Uso na veterinária

A terceira premiação foi dada à primeira pesquisa que utiliza a pele da tilápia para o uso oftálmico. A veterinária Mirza Melo apresentou, no XVII Congresso Brasileiro de Oftalmologia Veterinária, o estudo “Enxerto de pele de tilápia em úlcera de córnea de cães”, o qual recebeu o prêmio de melhor trabalho do congresso. Fruto de sua pesquisa de mestrado na UFC em Medicina Translacional, sob orientação do Prof. Odorico de Morais, o trabalho descreve o primeiro caso de uso da pele da tilápia in natura em lesões de olhos de cães.

“Apesar de haver 48 aplicações para a pele de tilápia na medicina humana, o uso oftálmico nunca havia sido realizado, e o que vemos em nossos resultados é que, além de fácil conservação e manipulação no transcirúrgico, temos um ótimo reparo corneano e um pós- cirúrgico sem dor, sem infecções ou complicações após a aplicação da pele”, explica a pesquisadora Mirza Melo.

Mirza esclarece que hoje a técnica vem sendo usada utilizando não mais a pele in natura, mas a sua matriz dérmica, também denominada scaffold, que é um arcabouço feito de colágeno puro, obtido através de um longo processo laboratorial de remoção das células do peixe. Ela aponta que esse novo material tem proporcionado ótima cicatrização e transparência corneana.

A veterinária informa que 119 cães já foram operados com a técnica e que, agora, estão sendo estudadas novas possibilidades de aplicação em cirurgia nos olhos. “Estamos evoluindo com nossos resultados para que a técnica também seja usada em olhos humanos”, adianta.

Expansão da pesquisa

O coordenador-geral das pesquisas com pele de tilápia, Edmar Maciel, que foi quem iniciou esses estudos em 2015, comemora as premiações como a valorização da importância desses achados científicos.

“Esses prêmios foram ganhos em três áreas distintas, por três pessoas diferentes que não a minha pessoa, o que mostra um engajamento de todos na pesquisa, nas mais diversas especialidades e nas mais diversas áreas. Isso mostra que a nossa pesquisa é gerenciada de forma horizontal, na qual todos participam, todos alcançam o sucesso e todos têm o reconhecimento”, celebra.

Edmar destaca que, neste semestre, o grupo de pesquisadores envolvidos nos estudos com pele de tilápia chegou a 297 pessoas, distribuídos em nove estados brasileiros e oito países.

“Esses prêmios, em primeiro lugar, reconhecem o mérito, o esforço, a dedicação dos pesquisadores que estão à frente desse projeto ao longo desses anos”, destaca o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Rodrigo Porto. Segundo ele, todo o reconhecimento nacional e internacional dessas pesquisas se dá por elas representarem “um exemplo cristalino” dos resultados práticos dos investimentos em pesquisa na melhoria da vida das pessoas.

Ele reforça ainda que a UFC tem procurado atuar de maneira mais próxima dos pesquisadores no processo de reconhecimento da propriedade intelectual de seus inventos, através das patentes. No caso da pele de tilápia, já existem quatro patentes para produtos desenvolvidos a partir desse material. Em três delas, a UFC detém 50% dos direitos autorais e, na quarta, 25%.

Informações da UFCE

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Cientistas descobrem “Super Golfinho” feroz e com presas na Colômbia

Animação da espécie Kyhytysuka sachicarum que vagou pelo oceano durante o período CretáceoDirley Cortés
Foto: Reprodução

 

Cientistas revelaram uma recém descoberta espécie de ictiossauro marinho com dentes afiados encontrado na Colômbia.

O crânio parcial de um ictiossauro, um réptil marinho extinto, que aparenta um peixe-espada, foi desenterrado em Loma Pedro Luis, Villa de Leyva, em Boyacá, na Colômbia, nos anos 70, de acordo com um estudo publicado no Journal of Systematic Palaeontology. Entretanto, naquela época, o espécime foi classificado incorretamente como uma diferente espécie chamada Platypterygius sachicarum.

Dirley Cortés, doutoranda no Museu Redpath na Universidade McGill em Montreal, fez uma nova análise do fóssil e descobriu que ele foi categorizado incorretamente. O crânio de um metro, tem idade entre 130 e 115 milhões de anos e é do período Cretáceo, segundo Cortés. Este período vem após o evento de extinção global no final do período Jurássico, disse ela.

A Colômbia foi o “local de biodiversidade ancestral”, disse Cortés, então fósseis como esse réptil marinho identificado recentemente, atuam como peças de  umquebra-cabeça para compreender a evolução dos ecossistemas marinhos.

Arcada dentária dá pista de uma espécie diferenciada

Outros ictiossauros possuem dentes pequenos e de tamanho padronizado para comer pequenas presas, disse Cortés. Em contrapartida, os dentes no crânio do espécime se “modificaram em tamanho e espaçamento para construir um arsenal dentário” e capturar presas maiores, complementa a candidata.

Os dentes facilitariam para que predadores de tamanho considerável pudessem capturar, perfurar, serrar e esmagar presas grandes, disse Cortés. Algumas de suas refeições poderiam ter incluído outros répteis marinhos e peixes grandes, complementa.

A criatura carnívora tinha um focinho alongado e cerca de 4 a 5 metros de comprimento (13.1 a 16.4 pés), disse Cortés. O animal conseguiria abrir sua mandíbula cerca de 70 a 75 graus, tornando mais fácil comer animais maiores.

As espécies foram classificadas como Kyhytysuka sachicarum, que significa “aquele que corta com algo afiado de Sáchica“, na linguagem ancestral dos Indígenas Muisca da Colômbia. “Sáchica” é uma cidade próxima à Villa De Leyva, local onde o crânio parcial foi encontrado.

Entendendo os ecossistemas marinhos em período de transição

A pesquisa ocupa um lugar especial no coração de Cortés porque o espécime foi encontrado onde ela cresceu, disse a candidata.

“A minha pesquisa de doutorado tem implicações diretas no desenvolvimento paleontológico na Colômbia e nos Neotrópicos, um campo que ainda está emergindo em comparação à história em países desenvolvidos, então é gratificante poder pesquisar por aqui também”, escreveu Cortés em e-mail.

Após a descoberta, Cortés disse que está voltando sua atenção para a análise de fósseis no Centro de Investigaciones Paleontológicas de Villa de Leyva, Colômbia.

“Nós estamos descobrindo muitas novas espécies que estão nos ajudando a entender a evolução do ecossistema marinho durante um período de transição”, explica Cortés.

Em sequência ao evento global de extinção, a Terra estava passando por um período de geadas com o aumento dos níveis do mar, disse Cortés. A Pangeia, supercontinente, também estava se separando entre os hemisférios norte e sul, complementa.

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Chef Fogaça anuncia Instituto de CBD e revela como a maconha medicinal mudou a vida da filha

Henrique Fogaça e sua filha Olivia, que inspira o instituto Olívia, que terá como fim facilitar e democratizar o acesso à maconha medicinal Foto : Arquivo pessoal

 

O chefe de cozinha Henrique Fogaça confirmou em entrevista à Veja que em 2022 irá inaugurar o Instituto Olivia, uma organização para promover e democratizar o uso de medicamentos derivados da cannabis. Ele também reforçou que sua filha, Olivia – que dá nome ao Instituto – segue melhorando e evoluindo de suas convulsões por conta do canabidiol.

A filha de Henrique Fogaça sofre com uma síndrome rara que causa falta de tônus muscular. Olivia também sofre com convulsões frequentes e possui dificuldade para se alimentar e se comunicar. Após o início do tratamento com canabidiol, a adolescente passou a melhorar bastante.

“Pra quem não conhece essa é minha linda filha especial Olivia que tem 14 anos de idade, ela não fala, se alimenta por uma sonda, e vivia por tempo integral em uma cadeira de rodas. Ela nasceu com uma síndrome rara e durante anos procurei descobrir o que ela tinha, mas até hoje a medicina tradicional não conseguiu me passar um diagnóstico palpável.”, disse Fogaça nas redes sociais.

O apresentador do Mastechef afirmou que a cannabis é uma planta ‘sagrada’ e que auxiliou de forma significativa a qualidade de vida de sua filha.

“Há 3 anos ela vem usando o óleo medicinal chamado CBD que é extraído da planta Cannabis Sativa mais conhecida como ‘Maconha’. E digo pra vocês que graças a planta “sagrada” ela está cada dia melhor, com um semblante de paz, de alegria, sorrindo e sentindo os pequenos prazeres da vida como poder se alimentar pela boca, ficando em pé com ajuda de um aparelho específico para as pernas e dia após dia evoluindo”, contou nas redes sociais.

“Tem dias que ela não tem convulsão nenhuma, nada. O canabidiol está lhe trazendo a percepção do mundo”, relatou o cozinheiro à Veja.

 

70% dos brasileiros apoiam o uso medicinal da cannabis, aponta pesquisa

Uma nova pesquisa confirma que a vasta maioria da população brasileira é favorável ao uso medicinal da maconha no país. Realizada pelo polo de negócios de impacto cívico-sócio-ambiental CIVI-CO, o levantamento “Cannabis é saúde” concluiu que 70% da população apoia a chamada medicina canabinoide, e 76% das pessoas no Brasil já sabiam das possíveis aplicações médicas e terapêuticas da planta, contra enfermidades como epilepsia, ansiedade, insôniadepressão, câncer e dores em geral – a pesquisa ouviu mil pessoas de todas as regiões do Brasil.

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Tratamento pioneiro destrói células velhas e retardam o envelhecimento

No tratamento, publicado na Scientific Reports, os pesquisadores usaram um anticorpo treinado para reconhecer células velhas e se anexar a elas - Foto: Sabine van Erp / PixabayNo tratamento, publicado na Scientific Reports, os pesquisadores usaram um anticorpo treinado para reconhecer células velhas e se anexar a elas - Foto: Sabine van Erp / Pixabay
Foto: Pixabay

 

Notícia Boa é igual a queijo em pizza, tem que espalhar.

Pesquisadores desenvolveram um novo tratamento que destrói células velhas dos tecidos e, assim, retarda o processo de envelhecimento humano e as doenças que ele traz ao longo dos anos.

A novidade vem de cientistas da Universitat Oberta de Catalunya (UOC) – na Espanha – e da Universidade de Leicester – na Inglaterra.

Nesse novo trabalho pioneiro, publicado na Scientific Reports, os pesquisadores usaram um anticorpo monoclonal treinado para reconhecer células senescentes (em envelhecimento) e se anexar a elas.

“Assim como nossos anticorpos reconhecem germes e nos protegem deles, nós projetamos esses anticorpos para reconhecer células velhas. Além disso, demos a eles uma carga tóxica para destruí-los, como se fossem um míssil de controle remoto ”, disse o pesquisador, que é chefe do Laboratório de Mecanismos de Câncer e Envelhecimento da Universidade de Leicester.

 

Uso contra doenças

O tratamento pode começar a ser administrado assim que aparecem os primeiros sintomas da doença, como Alzheimer, diabetes tipo 2, Parkinson, artrite, catarata ou alguns tumores.

A longo prazo, os pesquisadores acreditam que ele poderia até ser usado para alcançar um envelhecimento mais saudável em algumas circunstâncias.

 

Como funciona

Os cientistas desenvolveram um anticorpo que atua como uma bomba inteligente capaz de reconhecer proteínas específicas na superfície dessas células envelhecidas ou senescentes – em processo de envelhecimento.

Em seguida, esse anticorpo se liga a essas proteínas e libera um medicamento que os remove sem afetar o resto, minimizando quaisquer efeitos colaterais potenciais.

Os resultados deste trabalho abrem as portas para o desenvolvimento de tratamentos eficazes para atrasar a progressão das doenças relacionadas com o envelhecimento e até mesmo o próprio processo de envelhecimento, com o objetivo de aumentar a longevidade e, acima de tudo, a qualidade de vida das pessoas.

“Agora temos, pela primeira vez, uma droga à base de anticorpos que pode ser usada para ajudar a desacelerar a senescência celular em humanos”, observou Salvador Macip, o líder desta pesquisa, médico e pesquisador da UOC e da Universidade de Leicester.

A ideia

Os cientistas se basearam nos conhecimentos que têm sobre o câncer para fazer esse novo tratamento.

“Baseamos este trabalho em terapias contra o câncer existentes que têm como alvo proteínas específicas presentes na superfície das células cancerosas e, em seguida, as aplicamos às células senescentes”, explicou o especialista.

Todos os organismos vivos têm um mecanismo conhecido como “senescência celular” que interrompe a divisão das células danificadas e as remove para impedir que se reproduzam. Esse mecanismo ajuda a desacelerar o progresso do câncer, por exemplo, além de ajudar a modelar o tecido no estágio de desenvolvimento do embrião.

Porém, apesar de ser um mecanismo biológico muito benéfico, contribui para o desenvolvimento de doenças quando o organismo atinge a velhice. Isso parece ocorrer porque o sistema imunológico não é mais capaz de remover com eficiência essas células senescentes, que se acumulam gradualmente nos tecidos e afetam negativamente seu funcionamento.

Experimentos de laboratório realizados anteriormente com modelos animais mostraram que a eliminação dessas células com drogas retardava o progresso da doença e o declínio associado à própria idade. Isso foi feito com um novo tipo de medicamento, conhecido como senolítico. No entanto, carecem de especificidade e apresentam efeitos colaterais, dificultando seu uso em humanos.

 

O medicamento

O medicamento desenvolvido por Macip e sua equipe é um senolítico de segunda geração com alta especificidade e entrega controlada remotamente.

Eles começaram a partir dos resultados de um estudo anterior que analisou o “surfaceome”, as proteínas na superfície da célula, para identificar as proteínas que estão presentes apenas nas células senescentes.

“Eles não são universais: alguns estão mais presentes do que outros em cada tipo de célula envelhecida”, disse Macip.

 

 

Com informações da Universitat Oberta de Catalunya / GNN

Ciências

Cientistas apontam que veneno de escorpião podem combater novas variantes da covid-19

Foto: Divulgação

 

Poderíamos começar essa notícia com uma frases tão batidas quanto “as aparências enganam” que, apesar de clichês, estaríamos cobertos de razão. Isso porque pesquisadores da Universidade de Aberdeen descobriram que o ‘coquetel fascinante’ de venenos contidos nas picadas de escorpião pode combater as variantes do coronavírus.

Essa informação veio de um projeto de pesquisa que é apoiado pelo Global Challenges Research Fund e liderado pelo Dr. Wael Houssen, pesquisador sênior do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Aberdeen, e Mohamed Abdel-Rahman, Professor de Toxicologia Molecular e Fisiologia no Departamento de Zoologia e Ciências da Universidade do Canal de Suez.

Segundo o Dr. Houssen: “O estudo dos venenos de escorpião como fonte de novas drogas é uma área estimulante e produtiva que merece uma investigação mais aprofundada. Já vimos que esses venenos contêm peptídeos bioativos extremamente potentes e acreditamos que há muitos mais aguardando descoberta.”

De fato, os venenos de escorpião têm sido muito estudados e em alguns casos até utilizados ​​em medicamentos tradicionais em todo o mundo, mas agora esses pesquisadores descobriram que o veneno de algumas espécies de escorpião pode ser útil no combate a variantes da covid-19.

Os escorpiões desse estudo foram coletados no deserto egípcio e ordenhados antes de serem devolvidos ao seu habitat natural. Seus venenos contêm peptídeos, muitos dos quais são neurotoxinas potentes e potencialmente fatais, contudo também possuem qualidades antibacterianas e antivirais poderosas e acredita-se que protejam a glândula venenosa do animal contra infecções. São esses peptídeos que os cientistas acreditam que podem servir como um bom ponto de partida para o desenvolvimento de novos medicamentos anti-coronavírus.

 

 

O professor Abdel-Rahman disse que: “Várias espécies de escorpiões, incluindo as mais tóxicas do mundo, estão espalhadas pelo Egito. Seus venenos ainda não foram totalmente estudados e podem representar uma fonte pouco ortodoxa de novos medicamentos”.

Agora eles irão extrair os componentes químicos úteis do veneno e explorar o potencial de usá-los para lutar contra Covid. Ficamos aqui na torcida e desejando bastante cautela nessa “ordenha”.

 

Deu na Hypeness

Ciências

Professora da UFRN Selma Jerônimo recebe Título de Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Ciêntifico na área da saúde

 

A professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Selma Maria Bezerra Jerônim recebeu da Ordem Nacional do Mérito Científico o título de Comendadora em Ciências da Saúde. A honraria foi publicada no Diário Oficial da União assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Selma Maria Bezerra Jerônimo é Médica e Bióloga formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mestre e doutora em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e fez pós-doutorado em doenças infecciosas pela Universidade da Virgínia. Ela teve um papel importante em pesquisa e desenvolvimento para montar uma estrutura de diagnóstico laboratorial molecular para Sars-CoV-2 e para diagnóstico sorológico do vírus responsável pela pandemia.

A potiguar, nascida em Serra do Mel, tem experiência com o estudo de doenças infecciosas e parasitárias. Atualmente, é diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT/UFRN) e professora titular do departamento de Bioquímica e docente permanente dos Programas de Pós-Graduação em Bioquímica e em Ciências da Saúde da UFRN, além de professora visitante das Universidades da Virginia e Iowa, nos Estados Unidos.

Tem experiência na área de Medicina, com desenvolvimento de trabalhos na área de imunogenética de doenças complexas, com ênfase em pesquisas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, como leishmaniose visceral, hanseníase e tuberculose. Desenvolve também estudos relativos a determinantes da pré-eclâmpsia, em colaboração com pesquisadores do Departamento de Toco-ginecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Ciências

USP apresenta vacina contra a covid em spray para Anvisa

 

Uma ótima notícia vem da ciência brasileira.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) se reuniram com representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira,19,  para apresentar uma pesquisa em andamento para desenvolver uma vacina contra a covid-19 utilizando o dispositivo da aplicação por spray.

O projeto encontra-se na chamada fase pré-clínica. Este nome é dado quando uma pesquisa está na etapa de análises em laboratório e em testes com animais.

Depois disso, o produto poderá ser avaliado em exames clínicos com humanos. Mas, segundo a Anvisa, a equipe de pesquisadores da USP não informou aos representantes da agência quando esse avanço para as novas fases deverá ocorrer.

Os integrantes da Anvisa tiraram dúvidas e elencaram requisitos e parâmetros técnicos necessários para a submissão de solicitação de autorizações e ou registros definitivos junto ao órgão regulador.