Ciências

Causa da calvície pode ter sido encontrada por cientistas

Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, esbarraram em possíveis novas explicações para a calvície. Geralmente, uma hipótese aceita para a queda de cabelo é a de que as células-troncos se cansam de reabastecer os fios e então morrem. Esse processo é considerado uma parte integral do envelhecimento.

Porém, o professor de patologia Rui Yi e seus colegas de estudo descobriram que as células-troncos não morrem, e sim fogem das estruturas em que ficam posicionadas. Ao menos é o que acontece nos camundongos acompanhados pela equipe de pesquisadores.

Os folículos capilares são pequenos órgãos em formato cilíndrico dos quais crescem os cabelos. Esses órgãos passam por períodos cíclicos de crescimento, em que as células-tronco vivendo na região chamada “bulge” se dividem e logo se transformam em células capilares em crescimento. É através dessas células que surgem a haste capilar e sua bainha. Após certo tempo, o haste capilar para de crescer e cai, sendo substituída por um novo fio de cabelo e continuando o ciclo.

Novo método de acompanhamento capilar

A abordagem normalmente feita por pesquisadores do envelhecimento é analisar as mudanças de pedaços de tecido de diferentes idades de animais. Segundo Yi, esse método não é vantajoso porque o tecido já está morto e não é possível entender o que causou certas mudanças e o que poderia acontecer no futuro. Foi ao decidir observar o processo de envelhecimento fio a fio que Yi chegou à nova hipótese.

Ele e sua equipe observaram o crescimento dos folículos capilares nas orelhas dos camundongos através de um laser de comprimento de onda que consegue penetrar no tecido. Assim, foi feito um acompanhamento rotineiro das mudanças de cada folículo de modo microscópico.

Eventualmente, os cientistas perceberam que, ao envelhecer, os animais começaram a ficar grisalhos e perder pelo, enquanto suas células-tronco escaparam de suas “casas” na região do bulge. As células mudaram de redondas para um formato de ameba, se espremeram para fora dos folículos, recuperaram suas formas e fugiram para longe.

“Se eu não tivesse visto, eu não teria acreditado. É quase uma loucura na minha cabeça”, disse Rui Yi. Algumas das células-tronco que escapavam saltavam distâncias significativas, em termos celulares. Por fim, elas desapareceram, provavelmente consumidas pelo sistema imunológico.

O papel dos genes

Em seguida, a equipe de Yi questionou a participação dos genes no processo de fuga das células-tronco. Eles descobriram que dois genes — FOXC1 e NFATC1 — estavam com menor atividade em células de folículos mais envelhecidos. O papel dos dois é prendê-las no bulge. Os pesquisadores acompanharam, então, camundongos sem esses dois genes.

Ao chegarem na idade de quatro a cinco meses, os camundongos sem os genes começaram a perder pelo. Com 16 meses, período de meia-idade, pareciam mais velhos, pois estavam sem muitos pelos e os restantes estavam grisalhos. O próximo passo dos cientistas é tentar salvar as células-tronco do cabelo em camundongos envelhecidos.

Ciências

Aquecimento global: mudanças podem ser irreversíveis entre 2040 e 2050

 

Foto: ReutersA capacidade de adaptação dos países às mudanças causadas pelo aquecimento global pode acabar, caso as emissões de gases de efeito estufa não sejam drasticamente reduzidos nesta década. Segundo relatório da Chatham House, think tank (instituições que se dedicam a produzir conhecimento sobre temas políticos, econômicos ou científicos) britânica de pesquisa sobre o desenvolvimento internacional, fundada em 1920, as mudanças podem ser irreversíveis entre 2040 e 2050.

O alerta está na Avaliação de Riscos das Mudanças Climáticas, documento desenvolvido para subsidiar as tomadas de decisões dos chefes de Governo e ministros antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), marcada para ocorrer de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia.

Para o pesquisador sênior do Programa de Meio Ambiente e Sociedade da Chatham House, Daniel Quiggin, um dos autores do relatório, as metas estabelecidas por muitos países para neutralizar as emissões de carbono e a maior ambição com relação às metas nacionais de redução de gases de efeito estufa são uma esperança. Embora, segundo ele, não passem de promessas.

“Muitos países não têm políticas, regulamentações, legislação, incentivos e mecanismos de mercado proporcionais para realmente cumprir essas metas. Além disso, os NDCs [da sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada] revisados globalmente ainda não fornecem uma boa chance de evitar o aquecimento em 2ºC. Devemos lembrar que muitos cientistas do clima estão preocupados que, além dos 2ºC, uma mudança climática descontrolada possa ser iniciada”, alerta.

As metas nacionais foram determinadas a partir do Acordo de Paris, tratado negociado durante a COP21, em 2015, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. O acordo rege a redução de emissão de gases de efeito estufa a partir de 2020, para tentar manter o aquecimento global abaixo de 2ºC até o fim do século, num contexto de desenvolvimento sustentável.

Quiggin alerta que as metas definidas ainda não garantem a neutralidade do carbono.

“O balanço zero líquido das emissões depende de tecnologias de emissão negativa, que atualmente não são comprovadas empiricamente em escala comercial. Em resumo, as metas que os países buscam estão se movendo na direção certa, mas ainda não conseguem evitar a devastadora mudança climática. E as políticas de apoio às metas existentes são insuficientes para atingir essas metas”, disse.

Ondas de calor

A avaliação, lançada essa semana em Londres, aponta que a falta de medidas concretas por parte dos governos pode levar a temperaturas extremas a partir da década de 2030, causando 10 milhões de mortes ao ar livre. Ondas de calor anuais podem afetar 70% da população mundial e 700 milhões de pessoas estarão expostas a secas severas e prolongadas todos os anos.

O documento também alerta para a redução de 30% na produção agrícola até 2050 e que 400 milhões de pessoas não poderão mais trabalhar ao ar livre por causa do aquecimento global. Para 2040, há uma expectativa de perda de rendimento de pelo menos 10% nos quatro principais países produtores de milho: Estados Unidos, China, Brasil e Argentina.

Na virada do próximo século, um aumento de 1 metro no nível do mar pode aumentar a probabilidade das grandes inundações em cerca de 40 vezes para Xangai, 200 vezes para Nova York e mil vezes para Calcutá.

Segundo Quinggin, os atuais esforços globais para conter o aquecimento dão ao mundo menos de 5% de chance de manter o aquecimento abaixo de 2°C.

“Sem ações radicais em todos os setores, mas especialmente dos grandes emissores, temperaturas extremas, quedas dramáticas nos rendimentos agrícolas e secas severas prolongadas provavelmente resultarão em milhões de mortes adicionais na próxima década. Ainda há uma janela de oportunidade real (embora ela esteja se fechando) para uma ambição muito maior de todos os governos, para evitar os impactos mais catastróficos das mudanças climáticas”.

A avaliação da Chatham House indica que o ritmo atual dos esforços de descarbonização podem segurar o aquecimento até 2100 em 2,7°C, mas a chance de a temperatura média do planeta subir 3,5°C é de 10%. O pesquisador explica que as restrições de mobilidade ocorridas por causa da pandemia da covid-19 contribuíram apenas momentaneamente para a redução das emissões.

“Nós consideramos isso, mas dado que as emissões se recuperaram muito rapidamente, e agora estão subindo novamente, o breve alívio oferecido pelos bloqueios nas emissões foi insuficiente para mudar nossa avaliação do ritmo e gravidade das mudanças climáticas”, explica.

A Avaliação de Riscos das Mudanças Climáticas é o primeiro de uma série de relatórios de pesquisa aprofundados que a Chatham House vai lançar até a COP26, analisando as consequências do aquecimento do planeta e indicando as ações que precisam ser tomadas para evitar o desastre climático. O trabalho é feito por cientistas e analistas políticos no Reino Unido e na China.

 

Agência Brasil

Ciências

Estudantes da EAJ conquistam medalha em olimpíada de robótica

Na última terça-feira, 14, a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) publicou a nota de corte utilizada para determinar os participantes que receberam as medalhas de ouro, prata e bronze na modalidade teórica da competição. A modalidade teórica é dividida em duas fases que buscam apresentar problemas envolvendo o universo da robótica, os quais possam ser solucionados por meio de ensinamentos compreendidos no currículo escolar básico. A primeira fase aconteceu no dia 11 de junho e a segunda no dia 25 de agosto, ambas aplicadas no formato remoto.

Os alunos da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ/UFRN) Miller Matheus Lima Anacleto, do 3° ano, e Jonata de Andrade dos Santos, do 2° ano, ambos discentes do ensino médio integrado ao Curso Técnico em Informática, foram medalhistas na competição e conquistaram o bronze nacional. Miller participa da competição desde 2019, quando participou do pódio com medalha de prata, e Jonata estreou na OBR este ano, já conquistando a medalha de bronze.

Apesar de não objetivar a medalha, Miller acredita que faz parte recebê-la por todo o esforço dedicado à competição. “A medalha nunca é o foco e, sim, uma consequência de um trabalho. Então é mais um sentimento de reconhecimento pelo que você já fez”, afirma. Jonata, por outro lado, já planeja as próximas conquistas nas Olimpíadas. “No próximo ano, é evidente a minha participação. Apesar de ter feito o possível, vou trabalhar mais e, ano que vem, vou tentar conseguir outra medalha na OBR”, conta.

Além da medalha de bronze na OBR, os alunos Miller Matheus Lima Anacleto e Jonata de Andrade dos Santos também conquistaram, ainda neste ano, medalhas de ouro, bronze e prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG).

Com a conquista, a EAJ-UFRN agora acumula 5 medalhas em suas participações na OBR: prata em 2019, duas medalhas de bronze em 2020 e, com as conquistas de Miller e Jonata, duas medalhas de bronze em 2021.

Informações: portal da UFRN

Ciências

Instituto Metrópole Digital (IMD), da UFRN, abre seleção com remuneração de até R$ 3 mil para estudantes e especialistas

Foto: Divulgação

Uma ótima notícia para quem atua na área de Tecnologia da Informação (TI) . O projeto acadêmico “Desenvolvimento e Inovação em Tecnologia da Informação na Caixa Assistencial Universitária do RN (CAURN)”, realizado pelo Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), abriu processo seletivo para bolsistas de graduação e profissionais com curso de especialização – em ambos os casos no campo de Computação e áreas afins.

Conforme o Edital nº 01/2021, as inscrições poderão ser feitas até o dia 19 deste mês, através do e-mail coordenacaosigsaude@imd.ufrn.br, para o qual devem ser enviados, em PDF, a lista de  documentos exigidos no edital, bem como a ficha de inscrição preenchida, que consta no anexo I do documento. O cargo de especialista possui carga horária de 30h semanais e remuneração mensal no valor de R$ 3 mil; e o de bolsistas, 20h semanais e remuneração de R$ 1.250,00.

veja mais informações do edital no link : https://www.imd.ufrn.br/portal/visualizar/316

Ciências, Saúde

Alzheimer pode ser revertido com câmaras de oxigênio

Os dois exames de ressonância magnética do cérebro de participantes humanos indicam o fluxo sanguíneo antes (à esquerda) e depois (à direita) de um dos participantes do estudo fazer a oxigenoterapia. Foto: Divulgação

 

O Alzheimer pode ser interrompido, ou mesmo revertido, por meio de uma terapia com câmara de oxigênio em salas pressurizadas.

O estudo, publicado na revista Aging , demonstrou que os sintomas dos pacientes melhoraram depois de cinco tratamentos de 90 minutos de oxigênio por semana durante três meses.

O trabalho é de pesquisadores israelenses da Universidade de Tel-Aviv. Por enquanto, eles estudaram seis pessoas mais velhas com deficiência cognitiva leve, um estágio inicial de perda de memória que é um precursor da forma mais comum de demência.

“Pacientes idosos que sofrem de perda significativa de memória no início do estudo revelaram um aumento no fluxo sanguíneo cerebral e melhora no desempenho cognitivo, demonstrando a potência da oxigenoterapia hiperbárica para reverter os elementos essenciais responsáveis”, disse o professor Uri Ashery, especialista em neurobiologia da Universidade de Tel Aviv.

Oxigenoterapia

O tratamento – denominado oxigenoterapia hiperbárica (OHB) – faz os pacientes inalarem oxigênio por meio de uma máscara em uma câmara pressurizada.

Ele já é usado por atletas para ajudá-los a se recuperar mais rapidamente e por celebridades que afirmam que ele vence o estresse.

Aumentando significativamente a quantidade de oxigênio nos tecidos corporais, os defensores dizem que o tratamento estimula a cura.

E quando foi administrado em ratos, ele removeu as placas amilóides do cérebro, que são um sinal revelador do Alzheimer.

Os especialistas acreditam que a terapia funciona alterando a estrutura dos vasos no cérebro e aumenta o fluxo sanguíneo.

Com informações do Daily Mail

Ciências

Seis invenções da NASA que usamos todos os dias

Apesar de ser sinônimo de viagens espaciais e de missões para além do planeta Terra, a NASA é repleta de cientistas que constantemente se aplicam à fabricação de engenhosidades, dando suporte não somente para a proposta da agência aeroespacial, mas também para diversas áreas da indústria que podem se beneficiar de tais invenções. Assim, boa parte dessas tecnologias, no passar das décadas, tornou-se usual ao público por trazer propriedades caseiras e cotidianas, provando a função social da NASA em influenciar a vida das pessoas.

Conheça abaixo algumas das principais invenções da NASA que, se você não usa todos os dias, certamente sabe que fazem parte da rotina de muitas pessoas espalhadas pelo planeta.

1. Aspirador de pó sem fio

(Fonte: Black and Decker / Reprodução)

Para realizar as missões espaciais Apollo e Gemini, a NASA contou com o apoio da Black and Decker na construção de uma broca portátil e independente capaz de extrair amostras de solo lunar. Assim, de acordo com o Programa de Transferência de Tecnologia da NASA, um programa de computador, desenvolvido para otimizar o motor da broca e o consumo de energia, deu início à fabricação do popular aspirador de pó sem fio que conhecemos atualmente.

2. Comidas congeladas

(Fonte: Wikipedia / Reprodução)

A tecnologia de congelamento de frutas foi desenvolvida pela NASA para poder transportar, de forma portátil, alimentos essenciais para as longas missões Apollo. Segundo o Programa de Transferência de Tecnologia da NASA, essa técnica consiste em cozinhar, congelar e, em seguida, aquecer novamente em uma câmera de vácuo para remover cristais de gelo, resultando na manutenção de 98% do valor nutricional em um produto 80% mais compacto.

3. Óculos com lentes resistentes

(Fonte: NASA / Reprodução)

Além de criar a tecnologia antinévoa para óculos e lentes, a NASA desenvolveu materiais transparentes com revestimentos duros de diamante para sistemas aeroespaciais, algo que os tornou invulneráveis a riscos ou arranhões. Além disso, uma cortina de soldagem fabricada na década de 1980 e capaz de absorver, filtrar e dispersar a luz intensa, foi adaptada para acessórios modernos, dando origem aos óculos bloqueadores de raios ultravioletas.

4. Pneus aprimorados

(Fonte: Inhabitat / Reprodução)

Em parceria com a NASA, a Goodyear criou um novo material de pneus para a empresa aeroespacial instalar em paraquedas de pouso do Programa Viking. Com mais resistência, força e durabilidade, os pneus, que chegavam a suportar temperaturas de até -125ºC, foram levados aos consumidores em geral, e hoje já contam com uma vida útil de 16 mil quilômetros a mais que os radiais convencionais.

5. Colchões viscoelásticos

(Fonte: The Bamboo Factory / Reprodução)

Também conhecido como espuma de efeito memória, o colchão viscoelástico foi criado pela NASA na década de 1960, com o conceito de fornecer maior conforto e segurança de assentos durante as missões aeroespaciais. Com o tempo, o material passou a ser praticamente utilizado em tudo, incluindo estofados no geral, selas de cavalo, estruturas de parques de diversões e, até mesmo, por fabricantes de carros NASCAR para manter os veículos mais seguros.

6. Elementos computadorizados

(Fonte: Wikipedia / Reprodução)

Entre tantas tecnologias criadas e aprimoradas pela NASA, a área que mais deu suporte e ganhou novidades foi a computacional, trazendo verdadeiras revoluções para o cenário usual. Entre elas, chamam a atenção os laptops, com o GRiD Compass sendo o primeiro fabricado no mundo, em 1983 para uma missão de ônibus espacial lançada do Centro Espacial Kennedy, o GPS de precisão, transmitido através de dados de uma rede global de receptores, e o mouse, que permitiu, na década de 1960, a manipulação de dados diretamente da tela do computador.

 

Deu no Megacurioso

Ciências

Tremor de terra é registrado no município de Portalegre, no RN

Foto: Reprodução

A terra tremeu mais uma vez no RN. Às 03h30 UTC da madrugada desta quarta-feira (8), um tremor de terra, de magnitude preliminar 1.4 mR, foi registrado pelas estações sismográficas operadas pelo Laboratório Sismológico da UFRN na região do município de Portalegre, no estado do Rio Grande do Norte. Os últimos eventos registrados no município potiguar ocorreram no mês de janeiro deste ano (29). O primeiro, de magnitude preliminar 1.5 mR, ocorreu às 21h25 (hora local). Minutos depois, às 21h47 (hora local), outro tremor, também de magnitude 1.5 mR foi registrado. Aproximadamente uma hora depois, às 22h48 (hora local), o último evento, de magnitude preliminar 1.1 mR, ocorreu.

No estado do Rio Grande do Norte, o último evento registrado ocorreu no dia 22/08, às 19h57 UTC, no município de Upanema. A magnitude preliminar do evento foi calculada em 1.5 mR. Até o momento desta publicação o LabSis/UFRN não obteve nenhuma informação de que moradores da região tenham escutado ou sentido o evento de hoje (08/09). Mas a verdade é que estes pequenos tremores sísmicos já estão se tornando rotina no nosso estado.

O LabSis/UFRN permanece monitorando e divulgando toda atividade sísmica da região Nordeste do país e do estado do Rio Grande do Norte em tempo real.

Ciências

Búzios se torna a primeira cidade do Brasil a liberar a Cannabis para uso medicinal

Foto: Divulgação
O município de Armação dos Búzios na Região dos Lagos do Rio de Janeiro é pioneiro e avança no tratamento das crianças autistas e aquelas que apresentam crises convulsivas recorrentes e aprovou a prescrição do canabidiol.
Segundo informações, a proposta de liberação do receituário para aquisição do medicamento foi aprovada na sexta-feira (20), durante a ‘VIII Conferência Municipal de Saúde’, realizada pelo município de Búzios no Espaço Cultural Zanine. O assunto foi pauta da conferência de 2019 e nesta edição foi aprovado por unanimidade.
Búzios saiu na frente e é a primeira cidade do Brasil a dar esse passo e ainda pretende incluir a cannabis medicinal na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume), segundo fontes.
Procurada, a Secretária de Saúde confirma o atendimento e informa que uma das propostas aprovadas foi a inclusão do medicamento a base da CANABIS medicinal na REMUME do município, como não consta ainda na RENAME, a área técnica da SMS está preparando uma nota técnica referente aos benefícios do medicamento nas múltiplas clínicas, informa a Secretaria de Saúde do balneário.
Hoje temos no município de Armação dos Búzios cerca de 300 crianças autistas e não temos, ainda, o número total de crianças portadoras de transtorno mental, afirmam.
‘Não só as crianças autistas serão beneficiadas, mas também aquelas que apresentam crises convulsivas recorrentes’, reforçam a Secretaria de Saúde de Búzios.

Fonte : O Dia
Ciências

Bezos ou Branson : Quem vai ganhar a corrida espacial do século 21

Montagem com a foto da Virgin Galactic ao lado da Blue Origin.
Foto: Virgin Galactic/Blue Origin/Montagem sobre reprodução

Aos olhos de parte do público, a corrida espacial particular entre Jeff Bezos e Richard Branson se reduziu a uma rinha egomaníaca de bilionários. Mas ela é, potencialmente, o início de uma revolução

comparável às Grandes Navegações. Para entender por quê, é preciso rememorar o que aconteceu nos últimos 60 anos.

A disputa entre EUA e URSS durante a Guerra Fria não foi um esforço para desbravar umacomparável às Grandes Navegações. Para entender por quê, é preciso rememorar o que aconteceu nos últimos 60 anos.

A disputa entre EUA e URSS durante a Guerra Fria não foi um esforço para desbravar uma nova fronteira; foi, mais que isso, uma tentativa de demonstrar supremacia tecnológica com caráter bélico.

Os mesmos foguetes que tinham a capacidade de pôr veículos em órbita eram os que deveriam transportar ogivas nucleares em caso de conflito aberto entre as duas superpotências. O R-7, primeiro míssil balístico intercontinental da história, desenvolvido pela União Soviética, foi

também responsável pelo lançamento do Sputnik, em 1957. Num contexto em que foguetes são mais importantes por sua capacidade de transportar bombas, há uma preocupação mínima com o que acontece com eles depois que “pousam”.

Isso criou uma distorção bizarra: a espaçonave foi, por muito tempo, o único meio de transporte descartável já criado pelo ser humano.

Não é barato comprar um carro; menos ainda um avião. Mas o uso contínuo amortiza o custo inicial. Um Boeing ou Airbus operam por décadas.

Assim começamos a entender por que a exploração espacial é tão cara: você arca com os custos elevados de uma vasta mão de obra qualificada, por anos a fio, para produzir artesanalmente um único item (um foguete ou um jipinho robótico para explorar Marte, por exemplo) e

então lançá-lo ao espaço, de onde não voltará.

Para transformar espaçonaves em algo tão acessível quanto a aviação civil, a primeira meta é a reutilização. A segunda, que não existe sem a primeira, é aumentar a frequência das viagens.

Jeff Bezos e Richard Branson começam a quebrar esses muros.

A Nasa já tentou isso antes, com o famoso programa dos ônibus espaciais, que operou entre 1981 e 2011. Uma flotilha de naves que decolavam como foguetes, pousavam como aviões e eram quase 100% reutilizáveis. O plano era tornar tudo sustentável financeiramente realizando

um voo por semana. É o que toda companhia aérea sabe: avião no chão é avião dando prejuízo. Infelizmente, não deu certo. A cadência de voos jamais chegou a um por semana. O recorde anual foram nove num ano, o que dá menos de um por mês, em 1985.

No começo do século 21, ficou claro que seria preciso encontrar um caminho diferente para resolver esse problema.

Quando Alberto Santos-Dumont e os irmãos Wright fizeram seus primeiros voos, seus veículos também eram frágeis, perigosos e realizavam apenas uns poucos trajetos antes de serem aposentados ou aperfeiçoados. O risco de morte dos primeiros aviadores ficava na casa de 1%,

o que não é muito diferente do perigo a que se submetem os astronautas hoje em dia.

Como o avião saiu dessa traquitana curiosa e perigosa para algo seguro e revolucionário? Foi uma combinação de estímulo à inovação e aumento da frequência dos experimentos.

Usaram-se prêmios em dinheiro, dados aos que conseguissem realizar façanhas aeronáuticas, começando com desafios modestos e terminando com grandes realizações. Santos-Dumont ganhou em 1901 um prêmio por contornar a Torre Eiffel num dirigível e retornar ao ponto de

partida em 30 minutos. Em 1909, o francês Louis Blériot foi o primeiro a cruzar o Canal da Mancha em um avião, para levar um prêmio oferecido pelo jornal Daily Mail. E é famosa a conquista do prêmio Orteig por Charles Lindbergh, que realizou o primeiro voo transatlântico sem

escalas em um avião, em 1927. Isso para citar apenas alguns exemplos. Em 1996, o empresário Peter Diamandis criou o Prêmio X, que daria US$ 10 milhões a quem primeiro conseguisse levar o peso de duas pessoas até a borda do espaço por duas vezes, no prazo de duas

semanas, com o mesmo veículo. A ideia era imitar o método que moveu os primórdios da aviação no século 20 com foguetes. Demorou oito anos, mas Burt Rutan e a empresa Scaled Composites (financiados pelo bilionário Paul Allen, fundador da Microsoft) conquistaram a bolada

em 2004, com um avião-foguete chamado SpaceShipOne. Em seguida, Richard Branson fechou um contrato com a Scaled para criar a Virgin Galactic, licenciando a tecnologia original e desenvolvendo um novo veículo, mais capaz, a SpaceShipTwo. A aventura do magnata britânico

ao espaço começou em 2004. Em 2010, o primeiro exemplar da nave ficou pronto e a pré-venda de assentos, por US$ 250 mil, começou. Em 2014, um acidente na primeira tentativa de ir ao espaço destruiu o veículo, matando um dos pilotos (o outro ejetou). A segunda nave

começou os voos de teste em 2016. Atingiu o espaço pela primeira vez em 2018. Fez mais um voo suborbital em 2019 e outro em maio de 2021. Quando Richard Branson subiu a bordo, em 11 de julho último, era apenas a quarta ida da engenhoca até lá em cima.

Jeff Bezos tinha mais tempo de estrada. Fundou a Blue Origin em 2000. O objetivo era começar pelos voos suborbitais antes de saltar para missões orbitais e interplanetárias. Demorou, mas seu sistema, chamado New Shepard (em homenagem ao primeiro astronauta americano,

Alan Shepard), realizou o primeiro voo em 2015. O foguete reutilizável pousou suavemente já na segunda tentativa – um feito pioneiro, só repetido depois por Elon Musk.

Falando nele: fundada em 2002, a SpaceX quase faliu antes de realizar um voo. Mas conseguiu atingir a órbita com um foguete Falcon 1 na quarta tentativa, fechou um contrato com a Nasa para o transporte de carga à Estação Espacial Internacional (ISS) e desenvolveu uma família

de foguetes parcialmente reutilizáveis que ofusca o sucesso de qualquer outra: são os mais baratos  já fabricados. Musk não mira nos turistas de Branson e Bezos. Ele quer ir mais longe. Embora já impere no cobiçado mercado de lançamento de satélites, a SpaceX decidiu agora

vencer a si mesma com o desenvolvimento do veículo Starship, 100% reutilizável.  Do ponto de vista dos objetivos, é um ônibus espacial melhorado, que realizará não só voos orbitais como interplanetários. Tem capacidade de carga superior à do Saturn V, que levou a humanidade à

Lua  no século passado, mas por uma fração do custo. E o projeto como um todo tem meta digna de ficção científica: levar 1 milhão de pessoas a Marte para colonizar o planeta. 

Para isso, Musk prevê fabricação em massa. O programa Starship, de uma só vez, representa o desenvolvimento de uma nave interplanetária de transporte de alta capacidade, das tecnologias e procedimentos que permitem sua operação frequente e segura e do aparato industrial

requerido para fabricar centenas, talvez milhares, de cópias. Caso dê certo, será basicamente a primeira replicação da aviação comercial com espaçonaves. E não vai demorar muito até a gente saber: o primeiro voo orbital da Starship deve acontecer nos próximos meses,  e a Nasa

já confia o suficiente na proposta a ponto de contratar o sistema para levar humanos à Lua a partir de 2024.  Essa faísca de inovação quebrou o molde de uma indústria até então acomodada. Boeing, Lockheed Martin e Arianespace estavam satisfeitas vendendo foguetes

caríssimos e descartáveis a governos ou grandes companhias de telecomunicações. Agora, o mercado todo já começa a migrar para algo de fato racional. Mesmo que os planos mais ousados não se concretizem,  uma queda significativa no custo da exploração espacial está

assegurada. E, se tudo acontecer como esse pessoal está planejando, o céu (dos outros planetas) é o limite. 

 

Superinteressante