Explosão deixa 4 feridos em refinaria investigada pela Lava Jato que Lula quer concluir

Acidente aconteceu na Refinaria Abreu e Lima que Lula quer gastar R$ 8 bilhões para concluir obra que já custou US$ 18,9 bilhões.| Foto: divulgação/Petrobras

 

Uma explosão atingiu um tanque de petróleo na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, nesta quinta-feira (25). Segundo informações da Petrobras, o acidente ocorreu durante uma manutenção no tanque, resultando em um “fagulhamento seguido de chama, rapidamente controlada”. Quatro trabalhadores ficaram feridos e foram prontamente atendidos e encaminhados para avaliação médica.

O incidente ocorre exatamente uma semana após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à refinaria, onde anunciou a retomada das obras na unidade com um investimento de R$ 8 bilhões. O custo inicial da construção, em 2005, era de US$ 2,3 bilhões. Foram gastos US$ 18,9 bilhões até 2015.

A explosão aconteceu em um tanque conhecido como “maracanã”, durante uma fase de manutenção. Equipes internas da Rnest foram acionadas para controlar a situação, e a Petrobras assegurou que as causas do acidente serão investigadas.

A Petrobras, em nota oficial, afirmou que “as unidades de produção da Refinaria operam normalmente, sem outros impactos”. Um dos trabalhadores feridos já recebeu alta, enquanto os demais permaneciam internados até o momento do comunicado.

O retorno das obras na Refinaria Abreu e Lima faz parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), visando a geração de 30 mil empregos e mais que dobrar a produção de óleo diesel no local. O investimento de até R$ 8 bilhões está direcionado principalmente à unidade pernambucana.

Durante sua visita à refinaria, Lula fez críticas à Operação Lava Jato, classificando-a como uma operação orquestrada por “alguns juízes e procuradores desse país subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que não queriam e nunca aceitaram que o Brasil tivesse uma empresa como a Petrobras”.

Em meados de 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a paralisação das obras por indícios de sobrepreço, mas a Petrobras negou que os gastos eram abusivos. Quatro anos depois, a investigação da Operação Lava Jato chegou na refinaria e atingiu a construção afetando o pagamento aos trabalhadores.

Já em 2016, o então diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi condenado por envolvimento no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, além do gerente da refinaria, Glauco Legatti, indiciado no ano seguinte por supostamente ter recebido vantagens indevidas para obter benefícios e concessões em contratos.

O governo federal e a Petrobras planejam aumentar a capacidade de processamento de barris de petróleo na Rnest de 100 mil para 260 mil, prevendo uma expansão gradual em três grandes etapas até 2028.

A primeira etapa, com previsão para 2025, visa aumentar a capacidade em 30 mil barris. As fases subsequentes contribuirão com mais 130 mil barris até 2028.

Deu na Gazeta do Povo

Deixe um comentário