Paquistão responde a bombardeios que mataram duas crianças com ataques contra o Irã

Autoridades de segurança paquistanesas verificam pessoas em um posto de controle na estrada em Quetta, capital da província do Baluchistão, após os ataques liderados pelo Irã| Foto: EFE/EPA/FAYYAZ AHMED

 

O regime do Irã afirmou que nove pessoas morreram em ataques realizados na madrugada desta quinta-feira (18) pelo Paquistão contra grupos insurgentes em solo iraniano, aumentando as tensões entre os dois países.

“Três mulheres, quatro crianças e dois homens de nacionalidade estrangeira foram mortos em um vilarejo a três ou quatro quilômetros da fronteira com o Irã”, disse o ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, à agência de notícias oficial IRNA. Ele não ofereceu mais detalhes sobre o caso.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão informou que vários terroristas foram mortos durante os bombardeios, que atingiram esconderijos de insurgentes na província iraniana de Sistão-Baluchistão.

De acordo com a declaração, os atentados foram realizados devido à inação do Irã para conter a atividade insurgente. Em resposta, o governo de Teerã convocou o encarregado de negócios do Paquistão nesta manhã para buscar uma explicação para os ataques.

Os bombardeios ocorreram depois que o país persa atingiu duas bases do grupo terrorista sunita Yeish al Adl em território paquistanês com mísseis e drones na terça-feira (16), matando duas crianças, de acordo com Islamabad, que alertou sobre “graves consequências”.

O Yeish al Adl é um grupo sunita que se opõe ao regime xiita do Irã e que busca a independência da província de Sistão-Baluchistão, que fica na fronteira entre os dois países.

Em represália, o governo paquistanês convocou seu embaixador em Teerã para consultas e anunciou a suspensão de todas as visitas de alto nível com o Irã, ao mesmo tempo em que pediu ao país persa que convocasse seu embaixador em Islamabad.

O primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwaarul Haq Kakar, decidiu interromper sua estada em Davos, na Suíça, onde participava do Fórum Econômico Mundial, devido à eclosão de uma crise diplomática com o Irã que desencadeou o bombardeio iraniano de instalações insurgentes em solo paquistanês.

“O primeiro-ministro do Paquistão, Anwaarul Haq Kakar, que está atualmente em Davos para participar da 54ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial, decidiu interromper sua viagem em vista dos acontecimentos atuais”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, Mumtaz Baloch, em entrevista coletiva.

A porta-voz afirmou que o chanceler do Paquistão, Jalil Abbas Jilani, que está em Uganda para participar da 19ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo ddo Movimento de Países Não Alinhados e da Terceira Cúpula do Sul do Grupo dos 77 e da China, também interrompeu sua breve visita à luz dos acontecimentos recentes. (Com Agência EFE)

Deu na Gazeta do Povo

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