“Capitão do mato”: juiz não vê racismo em ataque contra Helio Lopes

helio lopes

 

O juiz Marcos Augusto Ramos Peixoto, da 37ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, negou mais um recurso do Ministério Público do Estado no caso envolvendo um homem que chamou o deputado Helio Lopes (PL-RJ), aliado de Bolsonaro, de “capitão do mato”. Segundo o magistrado, a expressão “pode ser dirigida com igual ofensividade tanto a negros quanto a brancos (ou pardos, ou amarelos, a qualquer raça)”.

“A expressão se refere a agente que perseguia pessoas escravizadas e, por extensão, atualmente, a pessoa que de uma forma ou outra persegue pessoas negras não lhes conferindo o valor devido em condição de igualdade com todas as demais tratando-se, assim, de um possível xingamento, sem dúvida, mas não com conotação racial no sentido exigido pela lei”, alegou Peixoto, sobre o caso Helio Lopes. “Exemplificando: chamar alguém de ‘racista’ é ofensivo e injurioso, mas se chamo uma pessoa negra de ‘racista’ não estou cometendo injúria racial só por isso — o mesmo se aplica à expressão ‘capitão do mato’.”

Nesta semana, a mulher do ex-ministro Ciro Gomes teve os bens bloqueados, no âmbito de uma ação movida pelo vereador Fernando Holiday (Republicanos-SP). Durante uma entrevista em 2018, Gomes chamou o parlamentar de “capitãozinho do mato”. “A pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar, que era o capitão do mato do passado”, disse, à época. “Não há a menor chance da gente superar essas contradições sem violentar determinados princípios.”

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