Macron promulga a reforma da previdência na França, e 112 manifestantes são presos em Paris

Cartazes e papéis pegam fogo durante manifestação em Paris, na França, contra a aprovação, com ressalvas, da reforma da previdência, pelo Conselho Constitucional (corte suprema). Tereza Suareza / EPA / EFE - 14/04/2023

 

Apesar da onda de protestos que acontece há 14 dias por toda a França, o presidente Emmanuel Macron sancionou na madruga de sexta-feira (14) para sábado (15) sua impopular reforma da previdência. No dia anterior, a proposta já havia sido aprovada pelo Conseil constitutionnel (Conselho Constitucional, em português), a Suprema Corte do país, com algumas ressalvas.

Pessoas protestam em frente ao Hôtel de Ville, o prédio da prefeitura de Paris, depois que o Conselho Constitucional do país proclamou decisão favorável ao texto da reforma da previdência proposta pelo governo do presidente Macron. Yoan Valat / EPA / EFE - 14/04/2023

Uma das medidas mais polêmicas do texto da reforma, o adiamento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030, foi validada pelo órgão da Justiça francesa na sexta-feira (14), o que revoltou ainda mais a população.

Fogo nas ruas de Paris durante as manifestações da sexta-feira, dia 14 de março, contra a decisão do Conselho Constitucional francês sobre o texto da reforma da previdência do governo. Yoan Valat / EPA / EFE - 14/04/2023

Além disso, o Conselho Constitucional concordou com o avanço para 2027 da exigência de contribuição por 43 anos, e não mais 42, para o recebimento de uma pensão completa.

Manifestante é cercado por gás lacrimogêneo durante confrontos em um comício próximo ao edifício do Conselho Constitucional após a proclamação de sua decisão sobre o texto da reforma da previdência do governo, em Paris, na França. TERESA SUAREZ / EPA / EFE – 14/04/2023

Para os sindicatos e membros da oposição ao governo, a forma como o presidente sancionou a lei é uma “provocação”. “A lei foi promulgada à noite, como fazem ladrões”, comentou o líder comunista Fabien Roussel. No Twitter, a ambientalista Marine Tondelier escreveu: “Que provocação! Novo blefe de Emmanuel Macron, o país nunca esteve tão fragmentado.”

Pessoas participam de manifestação perto do Conselho Constitucional, após a proclamação da decisão favorável ao texto da reforma da previdência, proposto pelo governo em Paris. Yoan Valat / EPA / EFE - 14/04/2023

Embora a promulgação da reforma represente uma “vitória legal” do presidente liberal de 45 anos, a imprensa francesa considerou, nas publicações deste sábado (15), que ela vai ‘custar caro’, e que se trata de ‘um desastre para a nação’, principalmente pela oposição da grande maioria dos franceses.

Manifestantes protestam em frente ao Hôtel de Ville, o prédio da prefeitura de Paris, depois que o Conselho Constitucional do país proclamou decisão favorável ao texto da reforma da previdência proposta pelo governo do presidente Macron. Yoan Valat / EPA / EFE - 14/04/2023

O conflito social que, ao todo, já dura três meses, deve continuar. Afinal, a população do país que inventou a greve não se rende assim, tão facilmente, à perda de direitos.

Com informações do R7

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