A Imoralidade do “Fundão” Eleitoral

Por Ney Lopes de Souza

Verdadeiro escárnio, a aprovação na Câmara dos Deputados do bilionário “pacote” de R$ 5,7 bilhões de reais destinado ao “Fundão”, para bancar as campanhas de 2022.

Agora, dependerá do Senado a confirmação para garantir os bolsos cheios de dinheiro dos partidos.

Além disso, emendas orçamentárias de valores altíssimos.

Dinheiro – O financiamento público deve existir.

Porém, com absoluta “parcimônia”, diante do quadro caótico instaurado com o alastramento do coronavírus.

Essa conjuntura exige ações urgentes para socorrer, principalmente aos mais pobres.

Injustificável – R$ 5,7 bilhões é uma cifra demasiada.

Cada centavo vale um milhão para salvar vidas.

A campanha de 2002, com menos recursos, poderia ser exemplar, na medida em que o eleitor votasse livremente, basicamente com os esclarecimentos advindos da propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV.

Sabe-se que a tecnologia tornou muito mais barata a realização de uma campanha.

Agravante – O mais grave é que o dinheiro será manipulado ao bel prazer das cúpulas partidárias, que usam para pagamento de salários astronômicos, marketings milionários e até aluguel de mansões, em Brasília.

Regra geral, quem não tem mandato, nada recebe.

São sempre “os mesmos”, desde que “preferidos” dos dirigentes partidários.

Mesmo com mandatos, quando nâo têm essa preferência são também excluídos.

Há anos isso acontece.

E como a mudança depende dos partidos beneficiários, as maiorias se formam no Parlamento para evitá-las.

Até quando? É o caso de lembrar Cícero, o orador da República Romana: “até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? ”

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

Deixe um comentário