Política

Sérgio Moro deve anunciar candidatura a presidente no próximo mês; Ex- ministro aposta nos orfãos da Lava a jato

Foto. Reprodução

 

A chegada do ex-ministro Sérgio Moro é dada como certa por integrantes do partido Podemos. O partido espera a filiação até novembro, quando Moro prometeu responder ao convite formal feito pela sigla. Se tudo correr conforme o figurino e o partido imagina, o ex-ministro será a aposta da agremiação nas eleições de 2022.

A legenda aposta que o nome de Moro é o mais viável entre os que já surgiram para encarnar a chamada terceira via, ou seja, uma alternativa diante do cenário de polarização entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), que vem conversando com o PP sobre a possibilidade de retornar aos quadros da legenda.

No Podemos, a candidatura do ex-ministro de Bolsonaro é vista como uma forma de angariar os votos dos “órfãos” da Lava Jato, ou seja, pessoas que defenderam a extinta força-tarefa liderada por Moro, em Curitiba.

“Eleitores nem-nem”

Consulta espontânea interna já realizada pelo partido indicou o ex-juiz como o nome mais viável da chamada terceira via. O resultado do primeiro levantamento feito pela legenda identificou 40% de possíveis eleitores contrários à polarização, incluindo outros candidatos, entre eles o pedetista Ciro Gomes (CE), visto como um fator negativo para as chances de Lula.

Desse percentual, 24% de eleitores disseram que não votariam de jeito nenhum em Lula ou em Bolsonaro. Nesse segmento dos “nem-nem”, a consulta identificou Moro com 10% de intenções de voto, pontuação considerada pelos integrantes do partido como excelente para um nome ainda não colocado. Outros 8% não responderam e 6% disseram não saber ainda em quem votar.

O partido encomendou uma nova rodada de pesquisa qualitativa, e os resultados serão conhecidos nas próximas semanas.

Encontro e estratégias

Há cerca de duas semana, Moro teve uma reunião, em Curitiba, com membros do Podemos. Participaram do encontro a deputada Renata Abreu (SP) e os senadores Flávio Arns (PR), Álvaro Dias (PR) e Oriovisto Guimarães (PR).

Moro ficou de dar a resposta ao partido até o dia 15 de novembro, ou seja, duas semanas depois do término do contrato do ex-juiz, nos Estados Unidos, com a consultoria empresarial Alvarez e Marsal, que não permite atividade política durante a vigência.

Integrantes do partido tentaram convencer o ex-ministro de que há uma demanda pelo seu nome no país e de recuperação do discurso anticorrupção. A cúpula da sigla já prepara um evento para divulgar sua filiação.

O encontro serviu, inclusive, para esboçar argumentos em relação à campanha, com o objetivo de arrebatar votos de quem propaga o discurso antipetista e anticorrupção e dos decepcionados com o presidente Bolsonaro, que, em 2018, foi o principal beneficiado por votos desse nicho.

Entre pontos que devem ser enfatizados em uma eventual candidatura, estão medidas apresentadas por Moro no início do governo Bolsonaro, o chamado pacote anticorrupção, o fim do foro privilegiado e críticas a propostas hoje discutidas no Congresso, como a PEC 5, que muda escolha para integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

“Voto útil”

Em reservado, membros do Podemos já traçam estratégias para alavancar Moro diante de eleitores hegemonicamente antipetistas e parcialmente bolsonaristas.

Uma delas é enfatizar o chamado “voto útil”, adotando o discurso de que votar em Bolsonaro seria apoiar a polarização e teria como consequência principal colocar Lula no segundo turno.

A aposta seria no convencimento de que o atual presidente não terá condições de bater o petista.

 

Informações do Metrópolis

 

 

Política

Para vencer Lula e Bolsonaro, Dória admite abrir mão de candidatura por terceira via

Governador João Doria (PSDB-SP) - Reprodução
Foto: Divulgação

Uma boa notícia para quem aposta numa terceira via para concorrer ao cargo maior do País.

A um ano das eleições presidenciais do Brasil, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é um dos possíveis candidatos ao cargo do Executivo e representaria a terceira via, como ficou conhecida a alternativa de voto ao atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ex-presidente Lula (PT).

Em entrevista à Veja, o governador afirmou que pode desistir de ser candidato a presidente se for para beneficiar a terceira via, que ainda não definiu um representante para o próximo ano. “Se ficarmos fracionados, não teremos uma terceira via. Teremos Lula ou Bolsonaro sucedendo a esse governo, o que seria um desastre”, falou.

Para Doria, caso um dos dois assuma a presidência, “o Brasil não vai resistir.

Semana passada, o tucano foi visto jantando com os ex-ministros Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta, outras possibilidades para representar a terceira via. Segundo Doria, a reunião foi apenas para diálogo, sem nenhuma decisão concreta tomada.

Além deles, nomes como Ciro Gomes (PDT) e Eduardo Leite, colega de partido de Doria e o grande adversário a superar para ser o candidato do PSDB, surgem como alternativa aos dois presidenciáveis que se destacam nas pesquisas. Em uma pesquisa divulgada semana passada pelo Poder360, Lula segue na liderança do 1º turno das eleições do ano que vem, com 40% das intenções de voto, à frente de Bolsonaro, que tem 30%. O petista ainda ganhou força no 2º turno e hoje venceria o atual presidente, Leite e Doria, que conquistou apenas 3% das intenções de voto. Outros candidatos não foram pesquisados em um cenário contra Lula. Na entrevista à Veja, Doria destacou: “Eu não disputarei a eleição (para governador de São Paulo)”. Apesar de aparecer com percentual pequeno nas intenções de voto, o governador acredita que “temos tempo e temos eleitores”. Ele também disse que adquiriu uma certa impopularidade por ter imposto medidas de quarentena, distanciamento social e uso de máscaras no estado durante a pandemia.

Se eleito para presidente, o tucano prometeu um governo liberal e social-democrata. “Sou liberal na economia e social-democrata no combate às desigualdades, hoje não é possível ser totalmente liberal com a pobreza no Brasil”, explicou.

Política

Terceira via vê barreira para surfar na rejeição ao PT e a Bolsonaro; Ciro Gomes aparece novamente como uma das possibilidades

Manifestação na Av. Paulista contra o presidente da República Jair Bolsonaro. Discurso de Ciro Gomes ( PDT ) Foto: Edilson Dantas / Agencia O Globo

A pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, embora tenha apontado resiliência do antipetismo e do antibolsonarismo no cenário eleitoral pré-2022, também registrou barreiras para que postulantes à chamada terceira via surfem nas rejeições elevadas do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o Datafolha, 59% dos eleitores dizem não votar de jeito nenhum em Bolsonaro, enquanto 38% rechaçam Lula. Mesmo assim, Lula é líder isolado em intenções de voto, variando entre 42% e 44%, a depender do cenário testado. Bolsonaro varia entre 24% e 26%. Ciro Gomes (PDT), o pré-candidato que mais se aproxima do atual presidente em números absolutos, chega até 12%. A margem de erro é de dois pontos.

Ciro, que não passava de 9% na pesquisa de julho, retomou agora o mesmo patamar de votos que obteve na eleição de 2018. Na ocasião, ele ficou de fora do segundo turno disputado entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), que também concentravam as maiores rejeições à época, ambos acima de 40%, segundo o Datafolha.

Em setembro, a rejeição a Bolsonaro entre aqueles com renda superior a dez salários mínimos caiu 13 pontos e chegou a 45%, abaixo do índice geral, enquanto o número de avaliações positivas (ótimo ou bom) subiu de 32% para 36%. Tanto nesta faixa quanto entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, Bolsonaro tem 42% das intenções de voto, quase o dobro de Lula.

O apoio ao presidente entre eleitores de maior remuneração também é um obstáculo a nomes da terceira via, que tentam cativar esta parcela para elevar seus tetos de crescimento e se contrapor a Lula, forte entre os mais pobres.

No caso do Ciro, o potencial de crescimento é travado também pela força de Lula em segmentos em que o pedetista se destaca. Entre os mais jovens, por exemplo, Ciro chega a 17% em um dos cenários, mas Lula impõe uma de suas maiores vantagens para Bolsonaro, aparecendo quase 30 pontos à frente do atual presidente (49% a 20%) e do pedetista.

Com esse panorama, acenos mútuos entre Ciro e outros nomes da terceira via em busca de alianças para 2022 se intensificaram na semana passada. Além de ter ouvido de Luiz Henrique Mandetta (DEM), durante live, que “muita gente torce” por uma aliança entre eles, Ciro articulou reuniões recentes com o apresentador José Luiz Datena, presidenciável do PSL, e também com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deve se filiar ao PSD.

O tucano João Doria — com o mesmo patamar de rejeição de Lula (37%) nacionalmente, chegando a 44% em São Paulo — tem combinado apostas em pacotes de obras do governo do estado com propostas liberais, como a privatização da Petrobras, além de percorrer diferentes estados e buscar interlocução até com lideranças de redutos petistas, como Pernambuco.

Também do PSDB, Eduardo Leite, que busca nacionalizar sua imagem já para a disputa das prévias do partido, acenou com uma aliança com o senador Tasso Jereissati (CE), aliado local de Ciro. O objetivo dos governadores paulista e gaúcho é ultrapassar Bolsonaro com votos do centro e da direita e ganhar espaço entre eleitores mais pobres e no Nordeste, região onde ambos patinam entre 1% e 2%.

O Globo

Política

Ministro Fábio Faria: Brasil será dividido em dois em 2022, de um lado o PT e do outro, os contra o PT

Foto: Divulgação

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, avaliou nesta segunda-feira (23), em entrevista à 98 FM, que são pequenas as chances de surgimento de uma “terceira via” competitiva para as eleições de 2022. Para Fábio, o pleito do próximo ano deverá mesmo ser polarizado entre o presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na avaliação do ministro, o Brasil vai ser rachado entre petistas e não petistas, em uma espécie de repetição das eleições de 2018 – que consagraram Bolsonaro contra Fernando Haddad (PT) no 2º turno.

Ele aposta que a mesma fórmula vai ser repetida no Rio Grande do Norte, com vários campos da oposição reunidos em um só projeto para derrotar a governadora Fátima Bezerra (PT), provável candidata à reeleição.

“O Brasil vai ser dividido: o PT e contra o candidato do PT. E aqui no Estado não é diferente. Vai ser a mesma coisa”, disse o ministro. “Uma candidatura ao governo tem que ser contra a governadora do PT”, ressaltou.

Fábio Faria ressaltou que espera que sejam reunidos em um só projeto vários espectros da oposição, mas com um objetivo comum: derrotar Fátima. Segundo ele, a oposição tem um tamanho amplo: “é o grupo antagônico da governadora do PT”.

Na disputa presidencial, Fábio Faria disse não ver atualmente viabilidade eleitoral para Ciro Gomes (PDT). “Não vejo candidatura de Ciro Gomes. Com a candidatura de Lula, Ciro Gomes derreteu nas pesquisas”, finalizou.

Portal 98 FM