Notícias

Terremoto no Afeganistão deixa mais de 2 mil mortos e 9 mil feridos, diz Talibã

Casa destruída em área montanhosa atingida por terremoto no leste do Afeganistão, em 22 de junho de 2022.  — Foto: Bakhtar via AFP

 

Cerca de 2.000 pessoas morreram depois que um poderoso terremoto atingiu o oeste do Afeganistão, disse o Talibã neste domingo (8), enquanto o país se recupera de outro desastre natural em um momento de profunda crise econômica.

O terremoto de magnitude 6,3 ocorreu no sábado (7), 40 quilômetros a oeste da cidade de Herat, na província ocidental de Herat – a terceira maior do Afeganistão.

Abdul Wahed Rayan, um alto funcionário do Talibã do Ministério da Informação e Cultura, disse à CNN que estimam que cerca de 2.000 pessoas foram mortas. Mas ele alertou que o número pode aumentar com as operações de resgate em andamento e as pessoas ainda presas sob os escombros.

O terremoto inicial também foi sentido nas províncias vizinhas de Badghis e Farah e foi seguido por vários tremores secundários.

Janan Sayeeq, porta-voz do Ministério de Desastres, disse à Reuters que 2.053 pessoas morreram, 9.240 ficaram feridas e 1.329 casas foram danificadas ou destruídas.

Deu na CNN Brasil

Política

Secretário da ONU pede ao Talibã que meninas sejam autorizadas a estudar

 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu mais uma vez neste domingo (18) que o Talibã permita o retorno das meninas à escola. No Afeganistão, garotas acima de 11 anos foram impedidas de estudar em 2021.

“Este domingo assinala-se um ano desde que as meninas foram proibidas de ir à escola no Afeganistão. Um ano de conhecimento e de oportunidades perdidas que nunca mais voltarão”, lamentou Guterres em uma publicação nas redes sociais.

Conforme noticiado por este jornal digital, os talibãs voltaram ao poder no ano passado, duas décadas depois que o seu primeiro governo foi derrubado pelos Estados Unidos após dar abrigo a Osama bin Laden, chefe da rede terrorista al-Qaeda.

Como justificativa para proibir o acesso do público feminino à educação, o regime alegou que precisava de tempo para garantir que as jovens com idades entre 12 e 19 anos permaneceriam bem separadas dos garotos e que os estabelecimentos de ensino fossem administrados de acordo com os princípios islâmicos.

“Não abrimos as escolas para agradar a comunidade internacional ou para obter o reconhecimento do mundo”, afirmou, na ocasião, o porta-voz Ahmad Rayan.

Logo após tomarem o poder em Cabul, os extremistas excluíram as moças dos empregos públicos, determinaram novas regras na forma de vestir e impediram mulheres de viajar sozinhas para fora de suas cidades.

Deu no Conexão Política

Notícias

Talibã mata e expõe corpos de supostos sequestradores

Foto: AFP

Parece cenas de filmes de terror, mas é a realidade atual do Afeganistão. Integrantes do Talibã na cidade de Herat, no oeste do país , mataram quatro supostos sequestradores e penduraram seus corpos em público para mandar um recado para outros, disse um funcionário do governo local no sábado.

O vice-governador de Herat, Ahmad Ammar, afirmou que os homens haviam sequestrado um empresário local e seu filho, e pretendiam levá-los para fora da cidade quando foram vistos por patrulhas em postos de controle.

Uma troca de tiros ocorreu, na qual todos os supostos sequestradores foram mortos, enquanto um soldado talibã foi ferido.

Seus corpos foram levados para a praça principal e pendurados na cidade como uma lição para os outros — disse Ammar, que também confirmou a libertação das duas vítimas, ambas ilesas.

Um morador de Herat, Mohammad Nazir, disse que estava comprando comida perto da praça Mostofiat quando ouviu um anúncio em um alto-falante chamando a atenção das pessoas.

— Quando andei para frente, vi que tinham trazido um corpo em uma caminhonete, depois penduraram em um gancho — relembrou o homem.

Imagens do cadáver ensanguentado, balançando, foram amplamente compartilhadas nas redes sociais, mostrando uma mensagem presa ao peito do homem que dizia “essa é a punição por sequestro”.

Nenhum outro corpo era visível, mas as publicações na internet indicavam que outros estavam pendurados em diferentes partes da cidade.

A exibição em várias praças da cidade é a punição pública mais importante desde que o Talibã chegou ao poder no mês passado, e é um sinal de que os adeptos da linha dura islâmica adotarão medidas de acordo com seu governo anterior (1996-2001), como já indicou em uma entrevista o mulá Nooruddin Turabi

Ele disse que o grupo vai retomar amputações e execuções para deter criminosos.

Apesar do rechaço internacional, os Talibãs disseram que vão continuar a impor punições imediatas e severas aos infratores da lei para deter crimes como roubo, assassinato e sequestro.

Washington, que condenou os comentários de Turabi sobre punições, disse que qualquer possível reconhecimento do governo Talibã em Cabul dependeria do respeito aos direitos humanos.

De acordo com a agência oficial de notícias Bakhtar, oito sequestradores também foram presos em um incidente isolado na província de Uruzgan, no sudoeste do país.

Deu no O GLOBO

Educação

Talebã exclui meninas na reabertura do ensino médio

Foto: Getty images

O Talebã está excluindo meninas das escolas secundárias do Afeganistão, depois de ordenar neste sábado (18/09) que apenas meninos e professores do sexo masculino voltem para a sala de aula no retorno às aulas esta semana.

Uma declaração do grupo islâmico divulgada esta semana fala na retomada das aulas no ensino médio, mas não menciona meninas ou mulheres.

Uma estudante afegã disse à BBC que estava arrasada. “Tudo parece muito sombrio”, disse ela.

Apesar das promessas do Talebã, esse é o mais recente sinal de que o Afeganistão está retornando ao estilo de governo linha-dura dos anos 1990.

Na sexta-feira (17/07), havia sinais de que o Talebã fechou o ministério de assuntos femininos, o substituindo por um departamento com doutrinas religiosas rígidas.

Durante o governo do Talebã entre 1996 e 2001, havia um Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, que era responsável por enviar às ruas a chamada polícia da moralidade para fazer cumprir a interpretação estrita do Talibã da lei religiosa islâmica, conhecida como Sharia.

‘Estou muito preocupada com o meu futuro’

Um comunicado emitido antes da reabertura das escolas afegãs neste sábado disse: “Todos os professores e alunos do sexo masculino devem frequentar as instituições de ensino”.

Escolas secundárias geralmente são para alunos com idades entre 13 e 18 anos. A maioria das escolas também é segregada, o que tornaria mais fácil para o Talebã fechar escolas para meninas.

Alunas e seus pais disseram que as perspectivas no país são sombrias.

“Estou muito preocupada com meu futuro”, disse uma estudante afegã, que quer ser advogada.

“Tudo parece muito sombrio. Todos os dias eu acordo e me pergunto ‘por que estou viva?’ Devo ficar em casa e esperar que alguém bata na porta e me peça em casamento? É esse o propósito de ser mulher?”

Seu pai disse: “Minha mãe era analfabeta, e meu pai constantemente a intimidava e a chamava de idiota. Eu não quero que minha filha se torne como minha mãe”.

Outra estudante, uma jovem de 16 anos de Cabul, disse que foi um “dia triste”.

“Eu queria ser médica! E esse sonho desapareceu. Acho que eles não nos deixarão voltar para a escola. Mesmo que abram o colégio novamente, eles não querem que as mulheres se eduquem.”

No início da semana, o Talebã havia anunciado que as mulheres teriam permissão para estudar nas universidades, mas elas não poderiam fazê-lo ao lado dos homens e teriam que se submeter a um novo código de vestimenta.

Alguns sugeriram que essas novas regras na prática acabariam excluindo as mulheres do sistema educacional, porque as universidades não têm recursos para oferecer aulas separadas.

Impedir que as meninas frequentem escolas secundárias também significa que nenhuma delas será capaz de chegar ao ensino superior.

Desde que o Talebã foi removido do poder em 2001, houve grande progresso no número de matrículas e nas taxas de alfabetização do Afeganistão — especialmente entre meninas e mulheres.

O número de meninas nas escolas primárias aumentou de quase zero para 2,5 milhões, enquanto a taxa de alfabetização feminina quase dobrou em uma década, atingindo 30%.

“Este é um revés na educação de mulheres e meninas afegãs”, disse Nororya Nizhat, ex-porta-voz do Ministério da Educação.

“Isso lembra a todos o que o Talebã fez nos anos 90. Isso fez com que tivessemos uma geração de mulheres analfabetas e sem instrução.”

Pouco depois de assumir o poder, o Talebã havia dito que os direitos das mulheres no Afeganistão seriam respeitados “dentro da estrutura da lei islâmica”.

Com informações da BBC News