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Economia global vai atingir fundo do poço em 2023, admite FMI

Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu que a economia global deve “chegar ao fundo do poço” este ano e só deve voltar a acelerar em 2024. A declaração foi de Kristalina Georgieva, diretora-gerente do fundo.

Em coletiva de imprensa, a chefe do FMI afirmou que será um ano desafiador, especialmente porque os bancos enfrentam decisões difíceis sobre o aumento das taxas de juros para conter a alta da inflação. Ela espera que “a trajetória de desaceleração do crescimento global seja revertida no segundo semestre, para que em 2024 tenhamos um crescimento maior do que tivemos neste ano”.

Na semana passada, ela afirmou que um terço da economia global entrará em recessão este ano, mas disse que uma crise mundial pode ser evitada. Em outubro, o fundo previu um crescimento global de 2,7% neste ano, abaixo da projeção de alta de 3,2% em 2022.

Georgieva disse que a China é o “fator mais importante para o crescimento global” neste ano. “Se eles mantiverem o ritmo atual, no meio do ano a China se tornará um contribuinte positivo para o crescimento global médio”, explicou. Ela também acredita que os Estados Unidos ainda podem evitar cair em uma recessão, principalmente por causa da resiliência do mercado de trabalho que ela descreveu como “notável”.

Deu na Oeste

Economia

Diretora do FMI diz que economia mundial entrará em recessão este ano

FMI Kristalina Georgieva

 

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a economia mundial terá grandes desafios neste ano e que haverá uma recessão global em decorrência da desaceleração econômica dos Estados Unidos, China e da União Europeia.

“Para a maior parte da economia mundial, este será um ano difícil, mais difícil do que o ano que deixamos para trás. Por quê? Porque as 3 grandes economias estão desacelerando simultaneamente”, considerou. Na visão da gestora, os norte-americanos deverão reduzir o risco de uma crise financeira caso o Banco Central (FED – Federal Reserve) mantenha as taxas de juros altas para combater a alta na inflação. No caso do bloco europeu, os próximos meses serão de impacto dos efeitos da guerra na Ucrânia e metade dos que integram o grupo de países crescerão negativamente. Já a China terá um crescimento abaixo ou igual a média do mundo pela primeira vez nos últimos 40 anos após novas ondas de contaminação da Covid-19 e a imposição de restrições sanitárias.

Um relatório publicado pelo Fundo em novembro do último ano afirmou que as perspectivas para a economia global eram “sombrias”. “Os desafios que a economia global está enfrentando são imensos, e os indicadores econômicos enfraquecidos indicam mais desafios à frente. As perspectivas para uma parcela crescente de países do G20 caíram de território expansionista no início deste ano para níveis que sinalizam contração. Isso vale para economias de mercado avançadas e emergentes, ressaltando a natureza global da desaceleração”, diz trecho do documento que orientou para a continuidade de medidas para conter as altas inflacionárias.

Deu na JP News

Mundo

Conflito entre Rússia e Ucrânia leva mundo ao risco de recessão

 

Em seis meses de conflito entre Rússia e Ucrânia, esses dois países que representam apenas 2% do PIB do comércio mundial, segundo o OCDR, conseguiram fazer a economia mundial ir de recuperação para recessão. “Há seis meses, o quadro macroeconômico era muito diferente de hoje”, disse a agência de classificação S&P Global em nota.

Na época, havia boas perspectivas de crescimento e a inflação era considerada “em boa parte transitória”. Entretanto, de acordo com o S&P Global “as coisas mudaram, e não foi para melhor”. Grandes organizações internacionais reduziram sistematicamente suas previsões de crescimento global para este ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) agora prevê um crescimento de 3,2%. Em outubro de 2021, a projeção era de 5%. Especialistas ouvidos pela Jovem Pan explicam como a Ucrânia e a Rússia conseguiram mudar drasticamente este cenário.

Segundo Daniel Miraglia, economista chefe da Integral Group, “o que a guerra trouxe foi um choque de oferta de commodities, principalmente as agrícolas”, porque “tanto a Rússia como a Ucrânia são produtoras de trigos e de fertilizantes” e isso gerou um choque de oferta e, em economia, você tem duas alternativas quando isso acontece. “O processo inflacionário que traz para baixo a oferta” e ocasiona o aumento dos preços.

O economista Lucas Dezordi explica que a economia mundial já vinha crescendo com algumas restrições de produção de custo de alimentos e custo de energia. Ele ressalta que os dois países em conflito “não são grandes economias do ponto de vista de per capita, mas são importantes em setores que já estavam com restrição de oferta”. Isso por causa da pandemia de Covid-19, que já tinha deixados traços a serem reconstruídos.

O professor de economia da Unicamp Marco Antônio Rocha vai além e fala que apesar de os países não estarem entre as economias mais importantes e desenvolvidas do mundo, eles possuem participação no mercado mundial de 40%. Dessa forma, fica mais fácil entender como o mundo foi impactado economicamente pelo conflito que acontece no Leste Europeu. “O aumento do preço dos alimentos, sobretudos dos grãos, cria um processo inflacionário que reduz a renda disponível das famílias” e cria uma tensão social que vai afetando outros mercados.

O professor cita o exemplo de recessão que já está acontecendo na Alemanha. “A economia alemã está desacelerando, e isso puxa a zona do euro para um quadro mais recessivo”.

Da Europa aos Estados Unidos, da América Latina à África, o cenário é o mesmo. Na Tunísia, “as classes trabalhadoras estão passando por uma catástrofe”, afirmou Naima Degaoui, uma enfermeira aposentada de 70 anos, em entrevista à agência de notícias AFP.

“Os preços sobem em quase todos os lugares, é o pêssego, o damasco, a pimenta, cujo preço quadruplicou, a carne vermelha”, acrescentou. A 11.000 km de distância, em Valparaíso, no Chile, Nayib Piñeira, assistente social de 33 anos, disse que “tudo está mais caro”. Um litro de gasolina custa 1.300 pesos, “praticamente o que um cidadão europeu paga com um salário europeu”.

A alta dos preços dos alimentos somada ao custo do transporte e de produtos como o trigo, os azeites e os fertilizantes, foi tamanha que a ONU alertou para o risco de um “furacão de fome” na África, embora os preços tenham baixado nas últimas semanas. Diante da inflação galopante, a política de ajuda maciça associada aos confinamentos durante a pandemia voltou à tona, apesar das dívidas públicas historicamente altas.

Subsídios ao aquecimento, descontos nos combustíveis, tetos de preços e impostos sobre os lucros das companhias petrolíferas… Os países europeus competem na imaginação, enquanto os Estados Unidos adotam sua “Lei de Redução da Inflação”, um plano de investimentos de US$ 370 bilhões. O apoio público tornou-se ainda mais essencial à medida que os bancos centrais endurecem a política monetária para reduzir a inflação.

Deu na Jovem Pan