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Biden pede que Putin seja julgado por crimes de guerra após mortes em Bucha

Foto : EFE

 

O presidente dos Estados UnidosJoe Biden, se pronunciou nesta segunda-feira, 4, sobre a suposta atrocidade contra civis cometida pelas tropas russas na cidade de Bucha, na Ucrânia. À imprensa, o líder declarou que deve haver um julgamento por crimes de guerra. “Temos que obter todos os detalhes para que haja um julgamento por crimes de guerra”, disse Biden a repórteres ao chegar à Casa Branca vindo de Delaware. Ele também voltou a chamar o presidente russo, Vladimir Putin, de criminoso de guerra. “Vocês vão se lembrar que fui criticado por chamar Putin de criminoso de guerra. A verdade é que todos vocês viram o que aconteceu em Bucha. Ele é um criminoso de guerra, mas temos que recolher as informações”, disse. “Esse cara é brutal e o que está acontecendo em Bucha é ultrajante”, acrescentou. Bucha, foi recuperada pelas tropas ucranianas que encontraram dezenas de corpos de civis largados nas ruas, alguns tinham as mãos amarradas. O Kremlin nega que tenha cometido tal crime, alegando que há sinais de “falsificações nos vídeos” e de “fakes” nas imagens apresentadas pelas autoridades ucranianas como provas de um massacre atribuído à Rússia. “Com base no que vimos, não é possível confiar nestas imagens de vídeo”, afirmou Peskov, antes de acrescentar que “esta informação deve ser seriamente questionada”.

 

Informações da EFE

 

Mundo

Putin diz que sanções ocidentais “equivalem a uma declaração de guerra”

 

Em um forte pronunciamento na TV, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que as sanções ocidentais adotadas até agora contra seu país “equivalem a uma declaração de guerra” e alertou que qualquer tentativa de criar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, como pedido pelo presidente ucraniano, seria considerado uma “implicação direta em atividades militares”.

A Otan já negou que iria implementar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, e alertou que tal decisão poderia levar a um conflito maior e mais brutal. A adoção de sanções pelos EUA, em coordenação com aliados como a União Europeia, Reino Unido e Canadá, vem sendo uma das principais ferramentas de pressão sobre o governo russo para interromper a invasão da Ucrânia.

No pronunciamento deste sábado, o presidente russo justificou a guerra, que o Kremlin chama de “operação militar especial”, afirmando que “não podia ignorar as declarações sobre a Ucrânia se tornar uma potência nuclear”.

— Tudo está de acordo com o planejado até agora. O Exército russo alcançará todos os seus objetivos, não tenho dúvidas. Colocamos nossas propostas sobre a mesa nas conversações com a Ucrânia. Depende de eles responderem.

Neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou a Otan de ceder à pressão russa:

— A Otan não era a força que os ucranianos haviam imaginado anteriormente — disse o chanceler.

Em relação às sanções, nos últimos dias, foi confirmado que instituições financeiras russas serão cortadas do sistema de pagamentos internacionais Swift e que não serão mais realizadas transações com o Banco Central russo, afetando sua capacidade de acessar reservas internacionais. Na quinta-feira, o governo dos EUA anunciou um novo pacote de sanções que tem como alvo a elite da Rússia, com o congelamento de bens de sete oligarcas e seus parentes em solo americano e o veto à entrada de quase 70 pessoas no país.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que as declarações iradas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, não inspiram otimismo sobre o destino das negociações para encerrar as hostilidades na Ucrânia.

Um cessar-fogo temporário e parcial das forças russas em torno da cidade ucraniana de Mariupol foi anunciado neste sábado, mas a trégua, que permitiria que civis deixassem a cidade durante um período de cinco horas, não foi cumprida, e a prefeitura adiou a retirada da cidade.

O Globo

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Putin é bilionário ? Veja o que se sabe sobre patrimônio do líder russo

O presidente russo, Vladimir Putin (no centro da foto), e o bilionário Arkady Rotenberg (segundo da esquerda para a direita), posam para uma foto durante a visita as obras de construção da ponte da Crimeia sobre o Estreito de Kerch, na Rússia, no dia 14 de março de 2018.

 

A se acreditar na versão oficial do governo russo, o presidente Vladimir Putin é um homem de posses modestas, que vive frugalmente, quase um asceta: ganha um salário anual de US$ 140 mil (R$ 722 mil), tem um apartamento de 74 metros quadrados, três carros e um trailer. Extraoficialmente, no entanto, diferentes fontes estimam sua fortuna na casa dos bilhões, dos muitos bilhões de dólares.

O economista sueco Anders Aslund é professor na respeitada Universidade Georgetown, em Washington D.C. Em 2019 escreveu o livro “Russia’s Crony Capitalism: The Path from Market Economy to Kleptocracy” [O Capitalismo Camarada da Rússia: O Caminho da Economia de Mercado para a Cleptocracia], publicado pela editora da Universidade de Yale. No livro, ele explica como o domínio da máquina estatal russa ajudou Putin e seus amigos a enriquecerem absurdamente, usando para isso informações privilegiadas, manipulação de ações nas bolsas, e extorsão pura e simples.

“À medida que a Rússia se tornou mais cleptocrática e autoritária, outra forma de enriquecimento da elite tornou-se mais importante – a saber, a extorsão pelo Kremlin e a aplicação da lei sobre os verdadeiramente ricos”, escreve. “Bill Browder argumenta que, após a condenação de Mikhail Khodorkovsky em 2005, Putin exigiu 50% da riqueza dos outros oligarcas. ‘Ele não estava dizendo 50% para o governo russo ou a administração presidencial, mas 50% para Vladimir Putin pessoalmente. A partir desse momento, Putin se tornou o maior oligarca da Rússia e o homem mais rico do mundo.” Isso é possível, mas não comprovado. O que sabemos de muitas entrevistas é que a extorsão do Kremlin é um procedimento padrão, e é pelo menos na casa das dezenas de milhões de dólares em doações para “caridade” de cada oligarca individual. As visitas ao Kremlin são caras, então a maioria dos oligarcas fica no exterior a maior parte do tempo. Grande parte da riqueza pertencente oficialmente aos oligarcas russos pode ser de propriedade ou pelo menos controlada por Putin.”

A fonte citada no livro de Aslund é o investidor americano Bill Browder, que comandou um fundo de investimentos na Rússia por 14 anos, onde lucrou bastante, até entrar em conflito com o governo Putin. Seu advogado, o russo Sergei Magnitsky, não viveu para contar a história. Foi preso, torturado e morto. Autor do livro “Alerta Vermelho – Como me tornei inimigo número 1 de Putin”, lançado no Brasil pela editora Intrínseca, Browder testemunhou no senado americano em 2017. “”O objetivo do regime de Putin tem sido cometer crimes terríveis para obter dinheiro”, afirmou. No mesmo depoimento ao senado, Browder, disse que a fortuna de Putin pode chegar aos US$ 200 bilhões (valor que se convertido daria a incrível soma de mais de R$ 1 trilhão), transformando Putin no homem mais rico do mundo, à frente de Bill Gates, Jeff Bezos e Elon Musk.

 

Apoio e traição

 

  Mikhail Khodorkovsky durante julgamento por evasão de divisas, em Moscou, em 2009. Ele acabaria condenado e posteriormente solto antes das Olimpíadas de Sochi, em 2016.  EFE/Sergei Chirikov
Mikhail Khodorkovsky durante julgamento por evasão de divisas, em Moscou, em 2009. Ele acabaria condenado e posteriormente solto antes das Olimpíadas de Sochi, em 2016. Fonte : EFE/Sergei Chirikov

 

 

Outro personagem citado é Mikhail Khodorkovsky, um ex-magnata do petróleo russo que ajudou Putin a se eleger presidente em 2000 junto com outros oligarcas à época, como Roman Abramovich (dono do clube de futebol Chelsea, da Inglaterra), e Boris Berezovsky (o homem por trás do dinheiro que montou o supertime do Corinthians campeão brasileiro de 2005, que tinha no elenco jogadores como Carlos Tevez e Javier Mascherano).

Khodorkovsky era dono da Yukos, a principal companhia petrolífera russa, ex-estatal, e junto com os outros oligarcas investiu dinheiro na eleição de Putin por temerem o adversário Gennady Zyuganov, que quase havia vencido Boris Yeltsin em 1996, e cuja principal plataforma era reimplantar o comunismo na Rússia — o que incluía reestatizar empresas como a Yukos, obviamente indo contra os interesses dos oligarcas.

Após vencer as eleições de 2000, Putin, no entanto, voltou-se contra seus financiadores. Khodorkovsky foi pra cadeia acusado por sonegação de impostos e assassinato, de onde só saiu em 2014, às vésperas das Olimpíadas de Inverno de Sochi, quando Putin o anistiou por causa da pressão da União Europeia. A prisão de Khodorkovsky, que hoje vive exilado em Londres, ajudou Putin a consolidar seu poder na Rússia. Depois do episódio, nenhum grande empresário russo mais ousaria se opor a ele.

 

“A vida de um escravo das galés”

Um dos mais ferrenhos adversários de Putin nas últimas décadas foi Boris Nemtsov, que escreveu, junto com Leonid Martynyuk, um relatório com os bens de Vladimir Putin, ao qual deram o título satírico “A vida de um escravo das galés”. De acordo com Nemtsov e Martynyuk, Putin tem à sua disposição 20 mansões, quatro iates de luxo (um deles, o Graceful, ficava ancorado na Alemanha, mas voltou para a Rússia duas semanas antes da invasão da Ucrânia), e uma coleção de relógios que vale US$ 600 mil. O livreto colocou os dois autores na mira de Putin. Nemtsov foi assassinado em plena luz do dia perto do Kremlin, em 2015. Martynyuk vive desde 2014 em Nova York.

Stanislav Belkovsky, ex-consultor do governo do governo russo, afirmou que o acúmulo de uma quantia tão grande de dinheiro e propriedades é uma forma de manter o poder. “Este é o princípio da plutocracia, o poder do dinheiro, que existe na Rússia hoje.” Aslunda complementa em seu livro: “Como os direitos de propriedade não são seguros na Rússia, você precisa de poder político ou fortes conexões políticas para manter a propriedade, o que exige muito dinheiro. Na Rússia de hoje, dinheiro é poder, e poder é dinheiro. Se você perder um, você pode perder muito. Pergunte a Khodorkovsky! Portanto, o grupo de Putin tenta manter ambos.”

De fato, Putin, após se livrar dos oligarcas que desejavam uma Rússia mais liberal e democrática, como Khodorkovsky, escolheu pessoas de confiança para tomarem o lugar da velha oligarquia. De acordo com Belkovsky, Putin amealhou US$ 40 bilhões nos primeiros oito anos de poder, principalmente por meio de seus camaradas, como Arkady Rotenberg, que ganhou contratos de mais de US$ 7 bilhões nas Olimpíadas de Sochi. Os irmãos de Arkady, Boris e Igor, também são bilionários. Rotenberg é dono de um resort em Sochi que vale, de acordo com estimativas, US$ 1,5 bilhão. Alexey Navalny, opositor de Putin que foi envenenado em 2020 e agora está preso, publicou um vídeo sobre a mansão no ano passado, que viralizou nas redes sociais russas, a chamando de “Palácio de Putin”.

 

“Presente” de milhões de dólares

Um dos maiores exemplos de que o Kremlin mente sobre o patrimônio de Putin foi revelado no escândalo dos Panama Papers. Foi identificado um “presente” do empresário Suleiman Kerimov para Putin no valor de US$ 259 milhões de dólares. Não se sabe se Kerimov foi extorquido por Putin ou faz negócios com ele. De qualquer forma, Aslund estima em seu livro que se as saídas totais de capital da Rússia para o exterior (bancos estrangeiros, offshores e paraísos fiscais) desde 1991 totalizaram US$ 780 bilhões, o próprio Putin teria se apropriado mais de um quarto.

Por causa das sanções levantadas pelas potências ocidentais na semana passada, muito do patrimônio que Putin mantém fora da Rússia deve ficar congelado. Mas aparentemente ele ainda tem muita lenha – e dólares – para queimar.

Deu na Gazeta do Povo

 

Mundo

Putin ordena “ofensiva total” e aumenta tropas ao redor da Ucrânia

 

Sem intenções de recuar, o presidente russo, Vladimir Putin, determinou que as tropas militares façam “ofensivas em todas as direções”. Além disso, o governo aumentou em 50% a presença de soldados ao redor da Ucrânia. A ordem é intensificar a invasão.

 

As informações foram divulgadas pelo Kremlin, sede do governo russo, em um comunicado oficial neste sábado (26/2).

 

O Kremlin disse que Putin ordenou que as tropas não fossem adiante na sexta-feira (25/2), mas que voltaram a avançar neste sábado, depois de supostas negativas para uma negociação. O governo ucraniano nega.

 

Um bombardeio russo matou 19 civis e feriu 73 pessoas neste sábado, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, informou a agência de notícias Interfax.

 

“100 mil soldados”

A Ucrânia vive o terceiro dia de bombardeios e assiste à presença de militares russos aumentar em seu território. O encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia em Brasília, Anatoly Tkach, apresentou um balanço sobre os ataques. Agora, segundo ele, 100 mil soldados estão no país.

 

“As batalhas continuam em todo o território da Ucrânia”, destacou. Neste sábado (26/2), em pronunciamento em Brasília, ele fez alertas para a forte presença militar russa e o risco de um operação falsa.

 

Segundo Tkach, os serviços de inteligência detectaram o planejamento russo de realizar “ação de bandeira falsa”. A iniciativa acontece quando um exército se disfarça com uniformes e equipamentos de outro para realizar atentados. “Intenção de cometer atos desumanos”, ponderou.

 

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que “grupos sabotadores” estão ativos em Kiev. Ele anunciou que o sistema de metrô está servindo apenas como abrigo para os cidadãos e pontuou que os trens pararam de funcionar.

 

 

 

Metrópoles

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Presidente da Ucrânia diz que país foi ‘deixado sozinho’ contra a Rússia e convoca a população para a guerra

 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta feira (24) que seu país foi “deixado sozinho” para se defender contra a invasão russa. O líder ucraniano também convocou toda a população apta para participar da luta armada.

 

“Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado”, disse Zelensky em um pronunciamento televisionado. “Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo.”

 

“Eu perguntei a 27 líderes europeus: a Ucrânia entrará na OTAN? Perguntei diretamente. Todos estão com medo. Não respondem. Mas nós não temos medo. Não temos medo de nada. Não temos medo defender nosso país”, ele afirmou.

 

O presidente Zelensky também decretou que cidadãos com idade para servir no exército deverão fazê-lo. A decisão já havia sido citada mais cedo nesta quinta-feira quando o líder ucraniano pediu o apoio dos moradores do país após a invasão russa.

 

Em um documento oficial publicado pouco antes do discurso, ele institui um decreto geral dirigido a homens de 18 a 60 anos, que devem permanecer no país preparados para se juntar às forças de segurança.

 

g1

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Macron propõe cúpula entre Biden e Putin para discutir situação na Ucrânia e ambos aceitam

 

Tensão na Ucrânia ultrapassa linha vermelha.
O presidente da França, Emmanuel Macron, propôs a realização de uma cúpula entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden,  para discutir a situação na Ucrânia. O encontro foi proposto pelo francês na madrugada de segunda-feira (noite de domingo no horário de Brasília. Os dois mandatários aceitaram participar do encontro “em princípio”. Segundo o governo francês, a cúpula será um encontro com “todas as partes envolvidas” na situação e que “a segurança e a estabilidade estratégica na Europa” será abordada. Uma das condições impostas para a realização da cúpula é a Rússia não invadir a Ucrânia. Mais cedo neste domingo, 20, Macron e Putin conversaram por duas horas para tentar evitar um conflito armado na Ucrânia. Durante a noite, os dois mandatários voltaram a dialogar, em uma conversa que durou aproximadamente uma hora. A data para realização da cúpula não foi definida.

Deu na JP News

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Putin exalta o Brasil como principal parceiro da América Latina

 

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu hoje com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Palácio do Kremlin, sede do governo russo. E, ao exaltar a disposição do governo brasileiro em colaborar com a Rússia em áreascomo defesa, petróleo, gás e agricultura, Bolsonaro ouviu Putin afirmar que o Brasil é o principal parceiro russo na América Latina.

A declaração conjunta dos chefes de estado do Brasil e da Rússia foi dada após reunião bilateral, apenas com a presença de intérpretes.

O presidente do Brasil disse acreditar que os dois países podem crescer muito com sua relação bilateral e agradeceu o indulto dado ao brasileiro que estava preso na Rússia até o ano passado.

Antes da reunião com Putin, Bolsonaro participou de uma cerimônia de aposição floral no Túmulo do Soldado Desconhecido, ponto histórico da capital russa. O evento ocorreu às 9h da manhã de hoje em Moscou (3h da manhã no horário de Brasília).

O presidente do Brasil acompanhou militares russos, que carregavam uma coroa de flores com o desenho da bandeira brasileira, em uma homenagem a soldados e combatentes que prestaram serviços fora de sua terra natal. A solenidade contou com uma marcha da Guarda de Honra russa e um minuto de silêncio em homenagens a soldados mortos em operações militares. A cerimônia faz parte do protocolo de visitas de chefes de Estado a outros países.

Após a colocação da coroa de flores em uma espécie de pedestal, o Hino Nacional brasileiro foi executado, na presença de Bolsonaro. No final do evento, todas as autoridades presentes se posicionaram para uma foto. Os ministros Carlos Alberto França (Relações Exteriores), general Walter Braga Netto (Defesa), general Luiz Eduardo Ramos (Secretária-Geral da Presidência da República)e general Augusto Heleno (Ministro do Gabinete de Segurança Institucional), acompanharam Bolsonaro.

 

Mundo

TENSÃO: Em desafio a Putin, Biden envia 3 mil soldados ao Leste Europeu

O presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou nesta quarta-feira, 2, o envio de mais 3 mil soldados americanos para o Leste da Europa, reforçando a posição da Otan e desafiando as exigências do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ameaça invadir a Ucrânia se as forças ocidentais não se retirarem da região.

Segundo o Pentágono, 2 mil homens partirão da base de Fort Bragg, na Carolina do Norte, para a Polônia e a Alemanha e outros mil serão remanejados da Alemanha para a Romênia. Biden já havia deixado de prontidão 8,5 mil homens na região. Entre os militares enviados para o Leste da Europa estão especialistas em brigadas de combate, logística, equipe médica e de inteligência, além de soldados para missões de reconhecimento e vigilância.
Segundo o Pentágono, mais militares podem ser enviados para o Leste Europeu nos próximos dias. “É importante mandar um sinal forte para Putin de que a Otan importa para os EUA e para nossos aliados”, disse o porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby. “Estes não são movimentos permanentes. Além disso, essas forças não vão lutar na Ucrânia.”
Diplomacia
A Rússia reagiu com uma objeção ríspida. Alexander Grushko, vice-chanceler russo, chamou os desdobramentos de infundados e destrutivos. “Eles aumentam a tensão militar e reduzem o espaço para decisões políticas”, afirmou. Putin teve ontem uma nova conversa telefônica com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, mas sem nenhum progresso.
Novas imagens de satélite divulgadas ontem sugerem que a Rússia enviou mais tropas para seus agrupamentos militares em Belarus, na Crimeia e no oeste de seu próprio território, segundo a Maxar Technologies, empresa americana.
Os EUA já mantêm milhares de soldados na Polônia e um sistema de defesa antimísseis da Otan na Romênia, que a Rússia considera uma ameaça. Curiosamente, Biden não enviou reforços militares para os países bálticos – Estônia, Letônia e Lituânia -, ex-repúblicas da União Soviética.
Ontem, Kirby disse que a França também decidiu que enviará soldados para a Romênia sob o comando da Otan, e observou que vários outros países europeus estão considerando adicionar forças na Europa Oriental. A Dinamarca despachou uma fragata e caças F-16 para a Lituânia e a Espanha enviou quatro aviões para a Bulgária e três navios para o Mar Negro. A Holanda planeja mandar dois caças F-35 para a Bulgária e colocou um navio de prontidão.
Documentos
Ontem, documentos obtidos pelo jornal El País, da Espanha, mostram que EUA e Otan se recusaram a fechar as portas para uma adesão da Ucrânia à aliança militar. De acordo com os documentos, os americanos também assinaram um tratado sobre segurança na Europa com a Rússia.
De acordo com o jornal, o pacto propunha medidas para ampliar o desarmamento e fortalecer a confiança entre Moscou e Washington. O acordo fica condicionado a uma redução da presença militar russa na fronteira com a Ucrânia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão Conteúdo
Política

Putin afirma que sanções podem romper relações entre a Rússia e os EUA

 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira, 30, ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que uma nova série de sanções aplicadas à Moscou por causa das tensões na Ucrânia, poderiam levar ao fim das relações entre as duas potências globais. A afirmação foi feita durante conversa por telefone entre os dois chefes de Estado, que foi realizada hoje. “Tudo isso pode levar a uma total ruptura de relações entre nossos países. Representaria um grave abalo nas relações entre a Rússia e o Ocidente”, disse Putin, segundo revelou o assessor internacional de Putin, Yuri Ushakov. A declaração foi uma reação “imediata” ao momento em que Biden afirmou que, a manutenção da escalada de tensão na fronteira entre os territórios russo e ucraniano levaria a “sanções de grande escala, por via econômica, financeira e militar”.

“Erros como esse foram cometidos não poucas vezes nos últimos 30 anos. Por isso, seria desejável não cometer tais erros, dada a situação”, disse Putin. O presidente da Rússia, que no último dia 7 realizou uma reunião virtual de cúpula com Biden, também garantiu inúmeras vezes que Moscou se comportará como se Washington se comportaria, caso houvesse “armamento ofensivo próximo às fronteiras americanas”. Putin se referiu à linha vermelha do acesso à Ucrânia na Otan, que viria acompanhado do deslocamento a 500 quilômetros de Moscou de armamento que ameaçaria a segurança do território russo. Segundo o assessor internacional do Kremlin, Biden garantiu ao presidente da Rússia que os EUA não têm intenção de utilizar armamento de guerra na Ucrânia, que acusou o país vizinho de planejar uma invasão para o início de 2022.

Ushakov afirmou que o governo russo está satisfeito com a conversa de aproximadamente 50 minutos, que foi classificada como “construtiva” e “concreta”. O assunto exclusivo, segundo o representante do governo russo foram as garantias de segurança que Moscou pediu por escrito aos Estados Unidos e Otan, para que haja um rebaixamento de tensões entre as partes. Ushakov disse que a Rússia está disposta a atender as reivindicações dos EUA e dos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte, mas lembrou que, para o Kremlin, “o importante não é o compromisso, mas sim as garantias de segurança solicitadas”.
“O importante é que a parte americana demonstrou o desejo de entender a lógica e a essência das preocupações russas”, disse o assessor de Putin, que descreveu o encontro como “um importante ato político”. Os dois presidentes entraram em acordo que as negociações sobre as garantias de segurança acontecerão de forma bilateral no próximo dia 10, em Genebra, na Suíça; em Bruxelas, na reunião entre Rússia e Otan, no dia 12; e em Viena, em cúpula da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), no dia 13. “O processo de negociações em Genebra acontecerá sob o controle pessoal dos dois presidentes”, garantiu Ushakov.

informações da EFE