Política

Cotado para ser vice de Lula, Alckmin recebeu R$ 3 milhões em caixa 2 da Ecovias, diz executivo em delação

A Polícia Federal investiga um suposto pagamento de R$ 3 milhões em caixa 2 ao ex-governador Geraldo Alckmin (ex-PSDB, hoje sem partido), provável vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Ecovias é a concessionária responsável pelo sistema Anchieta-Imigrantes, principal ligação da cidade de São Paulo com o litoral sul do estado.

A afirmação sobre o caixa 2 foi feita em delação pelo ex-presidente da Ecovias, Marcelino Rafart de Seras. O ex-executivo teve acordo de não persecução cível homologado pelo Ministério Público paulista nesta terça-feira (15), com relato de cartel entre as concessionárias de rodovias paulistas.

A apuração relativa ao caixa 2 também é investigada pela Delinst (Delegacia de Defesa Institucional), da PF, que apura questões eleitorais. De acordo com o relato do ex-presidente da concessionária, os valores foram pagos a título de caixa 2, primeiro, em 2010, em um total de R$ 1 milhão. Na ocasião, pelo PSDB, Alckmin foi eleito governador. O valor, segundo o depoimento, foi pago em dinheiro ao cunhado do ex-governador, Adhemar Ribeiro.

A segunda parte, no valor de R$ 2 milhões, teria sido pago em uma operação do ex-tesoureiro de Alckmin, Marcos Monteiro, em 2014, ainda segundo o relato. Naquele ano, Alckmin se reelegeu ao governo paulista.

A reportagem procurou a assessoria do ex-governador, que ainda não se manifestou.
Marcos Monteiro ocupou diferentes papéis nos quatro mandatos do tucano à frente do governo paulista e e foi citado por suposta negociação de quase R$ 10 milhões em repasses de caixa dois da Odebrecht para o PSDB.

Em 2010, um ex-executivo da Odebrecht disse em seu acordo de delação que Alckmin acertou pessoalmente o repasse de R$ 2 milhões para sua campanha ao governo em 2010. Carlos Armando Paschoal, o CAP, que era à época diretor da Odebrecht em São Paulo, disse que Alckmin entregou a ele o cartão de visitas de seu cunhado Adhemar Ribeiro, que viria a ser o responsável por receber os recursos.

Em 2010, o ex-governador se tornou réu sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, além de receber caixa dois da Odebrecht.

Nesta terça-feira, o Conselho Superior do Ministério Público fez a homologação final de acordos com a Ecovias e com o ex-presidente.

O acordo de não persecução penal da empresa com a Promotoria do Patrimônio Público foi fechado em R$ 638 milhões -valor que a Ecovias deverá bancar parte em obras e parte em dinheiro como compensação pelas irregularidades.
O ex-presidente da empresa Marcelino Rafart de Seras terá de pagar R$ 12 milhões ao Tesouro.

O acordo da concessionária já havia tido uma homologação inicial, mas precisou de correções. Agora, tanto a empresa quanto o executivo não serão processados.
O Ministério Público investigará ainda outras concessionárias de rodovias de São Paulo não contempladas pelo acordo. Antes, porém, será preciso fazer a homologação na Justiça.

Como noticiou a Folha na segunda (14), na parte criminal da delação à qual a reportagem teve acesso, são atingidos diversos políticos de partidos como PSDB, PT e União Brasil.

As acusações envolvem a concessão responsável pelas rodovias que abrigam as praças de pedágios com a tarifa individual mais alta do estado: R$ 30,20 para carros.
O valor cobrado dos motoristas na malha rodoviária paulista é alvo de seguidos embates políticos ou eleitorais desde a década de 1990, quando os primeiros contratos foram firmados, inclusive com a Ecovias, pelo governo Mario Covas (PSDB).

Segundo Marcelino, 12 grupos formados por 80 empresas que participaram de licitações em 1998 e 1999 para concessão de rodovias estaduais paulistas, na gestão Covas, fizeram cartel para conseguir os contratos.

A estimativa é que os prejuízos possam chegar a R$ 10 bilhões em valores atualizados.
O acerto foi possibilitado devido à nova lei anticrime, que possibilitou esse tipo de medida em casos de improbidade administrativa.

O órgão que aprovou o acordo é o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, que é um colegiado da cúpula da instituição paulista (com 11 integrantes) formado por procuradores que atuam em processos de segunda instância na Justiça.

Com informações do Terra Brasil Notícias.

 

Política

PSDB, MDB e União Brasil terão candidato único à Presidência

Os presidentes do PSDB, do MDB e da União Brasil concordaram em começar o processo de escolha de um nome para concorrer à Presidência da República a partir do mês que vem. Segundo os dirigentes, assim que chegar ao fim o período da janela partidária, em 1º de abril, as legendas vão reunir os pré-candidatos e decidir qual deles é o melhor para liderar a chapa dos partidos.

A decisão de esperar até abril para discutir o tema foi tomada em uma reunião no domingo (13) entre os presidentes Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil), em São Paulo. O Cidadania, que deve formar uma federação com o PSDB, também fará parte desse bloco.

“Tive ontem mais uma conversa com os presidentes Luciano Bivar (União Brasil) e Bruno Araújo (PSDB). A partir de abril, devemos nos reunir de novo para estudar critérios de escolha de um nome único ao Planalto. O MDB defende e defenderá Simone Tebet”, afirmou Baleia Rossi, pelas redes sociais.

Até o momento, PSDB e MDB já têm os seus pré-candidatos à Presidência: o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e a senadora Simone Tebet (MDB-MS). O União Brasil ainda não confirmou se também vai defender a candidatura de algum filiado, mas o presidente Luciano Bivar é cogitado para concorrer ao Planalto.

No mês passado, os três partidos chegaram a pensar na possibilidade de formarem uma federação, mas desistiram da ideia pela dificuldade que poderiam enfrentar no futuro, visto que as legendas que montarem uma federação serão obrigadas a permanecer com a aliança por pelo menos quatro anos.

Apesar disso, os três partidos não desistiram da ideia de se juntar para disputar o Palácio do Planalto. Uma opção é formarem uma coligação partidária, que pode ser desfeita logo após o fim da eleição. Dessa forma, as legendas poderiam compartilhar o tempo de propaganda gratuita em rádio e televisão e recursos do fundo partidário.

Com o início das conversas no mês que vem, os três partidos terão até 15 de agosto para solicitar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o registro de candidatura do nome escolhido.

R7

Notícias

Ex-presidente Fernando Henrique é internado com fratura após acidente

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O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, de 90 anos, foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

A internação ocorreu após um acidente doméstico. O ex-chefe do Palácio do Planalto e um dos caciques do PSDB sofreu uma fratura no fêmur.

As hospitalização foi confirmada na noite desta sexta-feira 12 pela assessoria do ex-presidente e pelo PSDB.

Nas redes sociais, a sigla lamentou a hospitalização e desejou melhoras ao ex-presidente. “Receba o abraço dos tucanos de todo o Brasil”, publicou o perfil oficial do partido no Twitter.

Política

Juiz absolve Aécio Neves da acusação de propina de R$ 2 milhões da J&F

Aécio Neves

 

A Justiça Federal em São Paulo absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) no processo aberto da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da J&F.

A decisão do juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, também beneficia a irmã do tucano, Andrea Neves, o primo deles, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima.

“A conduta típica descrita na denúncia não existiu no mundo fenomênico. Em outras palavras, está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR”, diz um trecho da decisão.

Em suas alegações finais no mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) disse ‘não ter dúvidas’ de que houve corrupção.

Aécio foi denunciado em 2017, quando era senador, pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, que chegou a pedir sua prisão no processo. As acusações foram apresentadas na época em que o PGR prometeu que ‘enquanto houver bambu, vai ter flecha’, em referência ao trabalho no final do seu mandato como chefe do Ministério Público Federal.

A decisão que recebeu a denúncia e colocou o tucano no banco dos réus foi tomada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2018. O processo desceu para a Justiça Federal de São Paulo depois que ele deixou o cargo de senador – o foro por prerrogativa de função se aplica apenas para crimes cometidos durante o mandato.

Uma das provas apresentadas contra o tucano é a gravação em que ele pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS, sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. De acordo com a PGR, a irmã de Aécio, Andrea Neves, teria feito o primeiro contato com o empresário e o primo deles, Frederico, teria sido o intermediário do dinheiro

Em depoimento, tanto Joesley Batista quanto Andrea Neves disseram que o pano de fundo das conversas entre eles foi a proposta de venda de um apartamento da família do político no Rio de Janeiro. O juiz concluiu que a negociação foi regular e que não há provas de que o tucano tenha prometido usar o cargo para beneficiar o grupo J&F em troca da transação.

“Cuidando-se de negócio lícito – compra e venda de apartamento – não há que falar em vantagem indevida”, afirmou o magistrado. A decisão diz ainda que há um ‘histórico de negócios lícitos’ entre o empresário e o tucano, incluindo doações de campanha.

A denúncia afirma que Aécio teria agido para liberar créditos de ICMS do grupo JBS e para garantir a nomeação de Aldemir Bendice, por indicação de Joesley Batista, ao cargo de presidente da Vale

“Com relação a tais fatos, repita-se, nunca houve promessa de contrapartida pelo adiantamento/empréstimo feito”, rebateu o juiz.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO AÉCIO NEVES

“A farsa foi desmascarada. Depois de cinco anos de explorações e injustiças, foi demonstrada a fraude montada por membros da PGR e por delatores que colocou em xeque o estado democrático de direito no País. Em depoimento prestado à Justiça de São Paulo, o próprio delator Joesley Batista reconheceu que nunca houve qualquer irregularidade, qualquer pedido de recursos ou qualquer contrapartida na relação mantida com Aécio Neves. A justiça demorou para ser feita, mas se impôs. A lamentar o injusto sofrimento causado a tantas pessoas de bem por tanto tempo.”

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE DEFENDE AÉCIO

“Com a sentença absolutória desfez-se uma terrível e inominável armação para obtenção de vantagens numa delação forjada. A justiça prevaleceu!”

Política

Cidadania aprova federação com o PSDB

 

O Cidadania aprovou neste sábado, 19, a federação com o PSDB visando as eleições de 2022. A informação foi confirmada pela assessoria do partido, que também que salientou que a decisão foi tomada depois de uma reunião do Diretório Nacional do partido. A reunião do diretório durou cerca de três horas. No segundo turno, 56 membros votaram pela federação com o PSDB, 47 com o PDT e outros 7 se abstiveram. No primeiro turno, 54 optaram pelo PSDB, 37 pelo PDT, 14 pelo Podemos, além de 5 abstenções. Além da federação, a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE) à presidência da República foi mantida por unanimidade. “A pré-candidatura foi mantida por unanimidade e a opção pela tentativa de federação com o PSDB atingiu o número mínimo de votos. Faz parte da democracia entender isso e seguir trabalhando pelo futuro do Brasil”, afirmou o senador, que se absteve nos dois turnos. Por outro lado, após suas prévias, o PSDB já havia definido João Doria (SP) como pré-candidato à presidência.

Em nota, o presidente do PSDB, Bruno Araújo comentou a federação e disse que a união “fará a diferença” no Congresso Nacional. Além disso, ele comentou sobre os diálogos que estão em andamento com o MDB e o União Brasil. “A federação entre Cidadania e PSDB, pela qualidade de seus quadros, fará a diferença no Congresso e nas próximas eleições presidenciais. Será também um passo importante na consolidação de partidos fortes, fundamentais para a consolidação das instituições brasileiras. Com essa decisão, o Cidadania se incorpora formalmente, junto o PSDB, na tentativa de uma federação ainda maior, com o diálogo em andamento entre MDB e União Brasil, com serviços prestados à democracia brasileira”, afirmou Bruno.

 

Notícias

Governo do Mato Grosso do Sul proíbe uso de linguagem neutra em escolas

O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), sancionou uma lei que proíbe o uso de linguagem neutra nas instituições de ensino do Estado. O texto determina a obrigatoriedade do uso “da norma culta da Língua Portuguesa nos instrumentos de aprendizagem utilizados no ambiente escolar, nos documentos oficiais e na confecção de materiais didáticos, como forma de padronização do idioma oficial do país.” A regra só não se aplica em casos de necessidade de utilização da linguagem indígena.

A sanção da lei foi publicada no Diário Oficial no último dia 30. O projeto aprovado é de autoria do deputado estadual Marcio Fernandes (MDB). Mato Grosso do Sul é o segundo Estado a adotar a medida. Rondônia também proibiu o uso da linguagem neutra. No entanto, a lei foi suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin em novembro.

Política

Dória vence as prévias do PSDB e é o candidato do partido à presidência

 

O governador de São Paulo, João Doria, venceu as prévias do PSDB e será o candidato do partido à Presidência da República nas eleições de outubro do ano que vem. O gestor paulista obteve 53,99% dos votos e venceu o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (44,66%), e o ex-senador e ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (1,35%). A votação foi retomada na manhã deste sábado, 27, após um imbróglio que se arrastou por toda a semana. Como a Jovem Pan mostrou, a campanha de Doria esperava vencer as prévias com aproximadamente 65% dos votos. O pleito foi iniciado no domingo, 21, mas foi suspenso após o aplicativo desenvolvido apresentar instabilidades. Segundo a cúpula da sigla, cerca de 30 mil tucanos votaram – aproximadamente 45 mil filiados estavam aptos a votar.

“O PSDB não é omisso, inova e contribui com o processo mais inovador da história de um partido político. O vencedor receberá a maior benção que um partido pode entregar: a sua confiança. Em qualquer situação, o PSDB construiu lideranças nacionais que vão nos guiar nesse processo inteiro. O maior vencedor de hoje é a democracia”, disse o presidente nacional do partido, Bruno Araújo, antes de anunciar o vencedor. “Os não vencedores são tão preparados para administrar o país quanto o vencedor. Os não vencedores são tão importantes para a unidade quanto o vencedor. Os não vencedores são tão admirados quanto o vencedor”, seguiu o dirigente partidário. Após o anúncio, apoiadores de Doria presentes no auditório do PSDB passaram a gritar “Brasil para frente, João Doria presidente”.

Política

PSDB conclui neste sábado prévias que acentuaram racha na sigla

 

O PSDB faz neste sábado, 27, nova tentativa de votação para definir quem será o candidato do partido à Presidência da República em 2022.

Os candidatos são o governador de São Paulo, João Doria; o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. As prévias do partido deveriam ter sido concluídas em 21 de novembro, mas um problema no aplicativo desenvolvido para a votação levou a direção tucana a adiar o pleito. O fiasco acirrou a divisão interna na legenda, que vê cada vez mais distante sua era de protagonismo no processo político brasileiro.

O PSDB gastou R$ 1,6 milhão pelo app desenvolvido pela Faurgs (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e que falhou no domingo passado. A fundação disse ter sido alvo de um ataque hacker. A nova votação, iniciada às 8h deste sábado, 27, é realizada a partir de um sistema desenvolvido pela BEEvoter. Antes, o PSDB ainda testou plataforma da RelataSoft, mas o resultado dos testes foi considerado insatisfatório. O resultado do pleito deve ser anunciado às 19h deste sábado. O presidente nacional do partido, Bruno Araújo, fará pronunciamento ao lado dos 3 candidatos às 15h. O evento será no hotel Meliá, em Brasília. Há cerca de 44.000 filiados habilitados a votar pelo app. Desses, quase 40.000 são integrantes do partido sem mandato. Há também 4.000 vereadores e outros mandatários que preferiram votar pelo aplicativo. Outros 700 tucanos (governadores, deputados, senadores, líderes de diretórios e presidente e ex-presidentes do PSDB) puderam votar presencialmente em Brasília no domingo passado (21.nov). O voto presencial foi feito em urnas eletrônicas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

No domingo passado, mais de 90% dos eleitores cadastrados no aplicativo não conseguiram concluir o voto. Os votos registrados no dia 21 de novembro, no entanto, estão válidos e serão contabilizados no resultado.

O pleito está polarizado entre Doria e Leite. Virgílio não tem chance real de vitória. Na 6ª feira 26, a campanha de João Doria disse calcular que o governador paulista ganhará as prévias com 61,4% dos votos. O vencedor das prévias terá um longo caminho para se mostrar competitivo na eleição presidencial do ano que vem. Hoje a disputa se concentra entre o presidente Jair Bolsonaro (prestes a se filiar ao PL) e o ex-presidente Lula (PT).

A chamada “3ª via” tem Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) à frente de quem quer que venha a ser o nome tucano nas urnas, como mostra o PoderData. Pesquisa realizada na última semana mostra que tanto Doria quanto Leite alcançariam 5% de intenções de votos no 1º turno, enquanto Ciro e Moro teriam 9% e 8%, respectivamente. O potencial de votos do paulista também é maior (36%, contra 23% de Eduardo Leite). Voltando à disputa que antecede o desafio tucano em 2022: não é pequena a chance de que a legitimidade da votação deste sábado venha a ser contestada.
As prévias eram para unificar o PSDB. Mas o partido sairá do processo mais rachado do que entrou.

 

Deu no Poder 360

Política

PSDB se reúne para buscar solução depois de aplicativo de votação das prévias apresentar instabilidade

As prévias do PSDB para escolher quem será o candidato do partido nas eleições presidenciais de 2022 continuam gerando polêmicas neste domingo, 21, dia da votação. A plataforma usada para registrar o voto apresentou instabilidade durante todo o dia, deixando diversos filiados sem conseguir votar. Mais cedo, o presidente do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, emitiu uma nota dizendo que cerca de 62% do total de filiados do Estado não conseguiram acessar a plataforma para votar até as 12h30 deste domingo. A princípio, a votação foi ampliada até as 18h. No entanto, após os problemas no sistema persistirem, o governador de São Paulo, João Doria, que é candidato nas prévias, afirmou que estava a caminho da sede do PSDB para uma reunião com o presidente nacional do partido, Bruno Araújo, para tomarem uma decisão em conjunto. “Estamos a caminho, Arthur Virgílio e eu, da sede do PSDB para reunião com Bruno Araújo. Nossa posição é clara. Queremos prévias, lisura e que todos os filiados cadastrados tenham direito garantido ao voto”, afirmou Doria. O governador e seu adversário Arthur Virgílio marcaram uma coletiva para as 18h, horário marcado para o fim da votação, para falar sobre a decisão da legenda.

Política

Arthur Virgílio manda recado a Leite e Dória: “Quem perder precisará apoiar o vencedor das prévias”

 

Neste domingo, 21, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) realiza, pela primeira vez, as suas prévias eleitorais, com o objetivo de definir por voto o pré-candidato oficial da legenda à presidência da República em 2022. Concorrem ao posto os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além do ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio. Em entrevista, Virgílio, que não é favorito para o pleito, comentou o atual contexto de divisão do partido, que tem os apoiadores de Doria de um lado e os de Leite do outro. De acordo com o amazonense, a possibilidade de reorganização da legenda em torno de uma única candidatura reside no candidato derrotado apoiar o vencedor: “Os líderes [Doria e Leite] prometeram solenemente, em programa de televisão [debate realizado na última quarta-feira], se manter no PSDB e apoiar o candidato vencedor das prévias. Aquele que não cumprir, se desmoraliza. Eles se comprometeram comigo e com o povo do país a cumprir esse compromisso”, comentou Virgílio. O ex-senador falou também sobre o processo eleitoral e suas contribuições, além dos caminhos que visualiza para o futuro do PSDB e governo do Brasil.

Durante o último debate, Virgílio demonstrou preocupação com o racha interno da legenda e utilizou seu tempo para questionar Doria e Leite sobre o apoio ao vencedor das prévias. Ele confia que isso fará com que deputados, prefeitos e outros membros e militantes do partido sigam o mesmo caminho. Entretanto, a divisão do PSDB passa por outras questões. Em caso de vitória de João Doria, ele deverá indicar ao governo do Estado de São Paulo o seu atual vice, Rodrigo Garcia, o que contraria a vontade de Geraldo Alckmin de concorrer ao posto. Por sua vez, o ex-governador paulista, liderança importante da sigla, já vem flertando com outras possibilidades políticas, como se mudar para o Partido Social Democrático (PSD) para disputar o Estado ou ser vice de Lula na corrida pela presidência da República. Para Virgílio, a situação demonstra que Alckmin vai na contramão do PSDB neste momento. “O Alckmin, para mim, comete um erro capital ao sair do partido por estar contrariado com o governador Doria. Ou faz o que ele quer ou o partido não serve. Ele se gabava muito de ser o sétimo nome que assinou a ficha de filiação ao PSDB, no entanto, na hora de alguém dizer ‘não’, ele mostrou um caráter muito mimado“, destacou.

“Ele queria que o Doria não lançasse o vice dele ao governo. Isso é um problema de São Paulo. Mas o que acontece é o seguinte: por que ele teria que lançar uma pessoa para ser governador pela quinta vez? Eu vejo muitas pessoas do PSDB falsamente elogiando o Alckmin, endeusando uma pessoa que não merece. Ele é uma pessoa que era muito criticada dentro do partido. Eu não tenho duas caras. Não tenho boa impressão do Alckmin. Ele não me seduz com aquela voz mansa, aquela conversa dele. Ele quer ser governador pela quinta vez. O que ele quer? Uma oligarquia alckmista, num país que tem que se livrar de oligarquias?”, questionou o ex-senador.

Com qualquer resultado das prévias (Doria, Leite ou mesmo Virgílio), as últimas pesquisas eleitorais apontam o PSDB com baixas intenções de voto para 2022. No último levantamento do Datafolha, divulgado em setembro, o partido amargava apenas 4% das intenções, ficando atrás de Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes, respectivamente. Questionado sobre a situação, Virgílio afirmou que o candidato oficial dos tucanos vai precisar conquistar aliados e se mostrar capaz de liderar, além de apresentar propostas robustas de reformas e privatizações para o Brasil. Ele aposta nesses elementos para o crescimento e consolidação como terceira via. Para formação da chapa com um vice, o ex-prefeito de Manaus disse que ainda não consegue considerar nenhum expoente político do atual cenário. “Eu não conseguiria responder agora um nome, teria que ver o futuro se desenhar, virar presente. Quem sabe o Rodrigo Pacheco, mas ele precisa mostrar mais, porque ele praticamente era um desconhecido”, pontuou.

Virgílio descarta a possibilidade de o PSDB abandonar a cabeça de chapa para compor com outro candidato, mesmo se o partido continue com fraco desempenho em intenções de voto com o passar dos meses. “Não vejo ninguém no cenário atual que esteja se destacando em pesquisa. Eu prefiro pensar nas pessoas do cenário atual como pessoas que nós lideraríamos”. E afirma que, em um cenário no qual o candidato (provavelmente Doria ou Leite) não evoluam, seria preciso uma ação em favor do Brasil. “Se isso não acontecer [crescer nas pesquisas], a gente vai ter que meditar muito e tomar uma atitude em nome do Brasil, em favor do Brasil sempre”, disse, sem explicar quais tipos de procedimentos poderiam ser considerado.

Assumindo saber que o sistema das prévias do PSDB não o favorece, Arthur Virgílio diz se sentir um vencedor por ter levantado alguns temas nos debates, como a importância da Amazônia para o Brasil. “[Só saberemos o resultado] Quando as urnas abrirem e os votos forem contados. Mas é óbvio que, para uma pessoa com a minha característica, que é de eleição direta e contato com o povo, as regras das prévias não são ideais, porque elas favorecem muito as pessoas com mandato, favorecem as pessoas que são preponderantes no comando do partido. São geralmente as pessoas que formam o establishment. De certa forma, a minha candidatura não é muito a favor do establishment. De qualquer maneira, entendo que cumpri alguns papeis. Eu vou votar no domingo, e o resultado que vier, veio, vai ser acatado por mim, porque me sinto muito vitorioso pelos temas que eu consegui encucar na cabeça de milhões de brasileiros e dos meus dois adversários. Em vez de ficar aquela prestação de contas, de quem fez mais hospitais ou colocou em dia as contas do Estado que governa, eu trouxe o debate da democracia para o centro, o debate da importância da Amazônia“, disse.

O ex-senador, que defende que a floresta possui uma riqueza trilionária e que deve ser patrimônio de todos os Estados brasileiros, criticou o presidente Bolsonaro e suas ações sobre o meio ambiente. E afirmou que a Amazônia deve ser prioridade em um governo do PSDB. “O Brasil pode se dar muito mal se não houver uma mudança de 180º na política ambiental do governo brasileiro. O pré-candidato Lula aproveita o fato de ter sido presidente duas vezes, e as relações internacionais que ele firmou, para ser recebido como se fosse o chefe de Estado brasileiro, com honras e tudo. Do ponto de vista político, é uma atitude espertíssima, muito inteligente, mas é verdade que o presidente atual está dando panos para essas mangas à medida que ele se descredibiliza, dizendo coisas do tipo ‘a floresta não pega fogo porque é úmida’. São atitudes assim, coisas incoerentes, inconsequentes, que não fazem bem ao conceito do país”, declarou Virgílio. “O governo Bolsonaro está levando a Amazônia para uma crise irreversível. Recomendo a meus companheiros de prévias que coloquem a Amazônia em primeiríssimo plano, depois vem o resto. Ela é assunto de interesse econômico para todos os brasileiros”, finalizou.

Deu na Jovem Pan